🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
Virando o jogo

Reviravolta: dólar cai e Ibovespa fecha em alta com ‘namoro’ entre Maia e Bolsonaro e atuação do BC

Sinais de alívio nas tensões políticas, somados à postura mais firme do BC no câmbio e à menor aversão ao risco lá fora, fizeram o Ibovespa subir mais de 1% e derrubaram o dólar a R$ 5,81

Selo Mercados FECHAMENTO Ibovespa dólar
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

O destino dos mercados brasileiros nesta quinta-feira (14) parecia selado já durante a manhã: as turbulências no cenário político doméstico, somadas ao tom hesitante visto no exterior, fizeram o Ibovespa abrir em queda firme e jogaram o dólar à vista a R$ 5,97 — e nada parecia capaz de reverter esse quadro.

Só que, ao longo da sessão, começaram a surgir algumas notícias mais favoráveis aos investidores: por aqui, o Banco Central atuou no câmbio ainda durante a manhã, trazendo algum alívio ao dólar; lá fora, o humor dos mercados globais melhorou durante a tarde, dando mais suporte aos ativos domésticos.

O impulso final veio do tão tumultuado cenário político: sinais de reaproximação entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, após um longo período de atrito entre os dois, injetaram mais ânimo na bolsa e no câmbio — e o resultado foi uma reviravolta no panorama negativo visto durante a manhã.

Indo aos números: o dólar à vista bateu os R$ 5,9718 na máxima do dia (+1,20%), cravando um novo recorde nominal em termos intradiários. Ao fim da sessão, contudo, a moeda era negociada a R$ 5,8193, em baixa de 1,38%.

Já o Ibovespa tocou os 75.696,95 pontos pouco depois da abertura (-2,67%), indo às mínimas desde 27 de abril. Mas, dada a melhoria no cenário doméstico e global, o índice se fortaleceu e fechou nas máximas do pregão: 79.010,81 pontos, em alta de 1,59%.

Essa recuperação vista no câmbio e no dólar foi fruto de uma acumulação de fatores ao longo do dia. Assim, é mais fácil dividir a sessão em etapas — e a primeira delas ocorreu ainda durante a manhã.

Qual o limite para o dólar?

Desde a semana passada, muito tem se falado do dólar à vista chegando aos R$ 6,00. Afinal, o Copom sinalizou que a Selic poderá cair a 2,25% na próxima reunião, enquanto o Fed diz que não vai mais reduzir os juros — um cenário que estreita ainda mais o diferencial nas taxas entre os países.

E, de fato, o BC parecia não estar se importando tanto com a escalada da moeda americana: nos últimos dias, a autoridade monetária fez apenas intervenções pontuais no mercado de câmbio. A percepção de que a inflação está bastante controlada também contribuía para a percepção de que o dólar alto não era problema para o banco.

Só que, nesta quinta-feira, o BC resolveu usar seu arsenal de maneira mais efetiva assim que o dólar à vista tocou os R$ 5,97: convocou imediatamente um leilão extraordinário de swap cambial de até US$ 1 bilhão. A postura surtiu efeito e afastou o dólar das máximas, embora não tenha feito a divisa virar ao campo negativo.

Enquanto isso, a bolsa continuava no campo negativo e caminhava para a quarta sessão de perdas, andando lado a lado com as bolsas globais: lá fora, os mercados acionários da Europa e dos Estados Unidos operavam em baixa, refletindo a postura mais cautelosa dos investidores.

Esse cenário, contudo, começaria a mudar durante a tarde.

Espaço para o otimismo

Logo depois do almoço, as bolsas americanas começaram a reduzir as perdas e, ainda no meio da tarde, viraram ao campo positivo — o Ibovespa acompanhou em parte esse movimento, zerando as perdas e passando a flutuar perto do zero a zero.

Mas não houve um grande catalisador para essa mudança de rumo lá fora. Trata-se mais de um movimento de ajuste e correção, considerando as perdas recentes nas bolsas — e as notícias de que há esforços mais intensos para a reabertura das economias da Europa e dos EUA surge como pretexto para os compradores atuarem.

Isso não quer dizer, no entanto, que o clima esteja melhorando de maneira concreta no exterior. As declarações dadas ontem pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, afirmando que uma recessão mais forte ainda está porvir no país e descartando a adoção de juros negativos, elevaram a aversão ao risco entre os investidores.

E mesmo a reabertura econômica é fonte de estresse, considerando que a China e outros países asiáticos começam a registrar novos casos do coronavírus — assim, cresce o temor quanto a uma 'segunda onda' da doença na região e a um fenômeno semelhante no Ocidente.

Ou seja: tivemos um dia de volatilidade típica dos cenários mais nebulosos — o que não impediu o Dow Jones (+1,62%), o S&P 500 (+1,15%) e o Nasdaq (+0,91%) de fecharem em alta.

Aqui no Brasil, o Ibovespa ainda precisava de mais um empurrão para se firmar em alta — e ele veio de Brasília.

Alívio político

Já na reta final da sessão, os investidores comemoraram um sinal de alívio nas tensões políticas: o presidente Jair Bolsonaro teve uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e ambos deram declarações mais amenas depois do encontro.

Bolsonaro disse ter 'voltado a namorar' com Maia, afirmando estar tudo bem entre os dois; o presidente da Câmara, por sua vez, disse ser necessário 'encontrar pontos' que os unem.

Essa mudança no discurso foi o estímulo que faltava para os mercados brasileiros: o Ibovespa ganhou força na meia hora final da sessão, terminando o dia com ganhos de mais de 1%; o dólar à vista se firmou em queda, após quatro dias em alta.

O mercado de câmbio ainda contou com mais uma ajuda do BC: pouco depois das 16h00, a autoridade monetária voltou a atuar, mesmo com a moeda americana longe das máximas — e, desta vez, foi convocado um leilão à vista de dólares.

Assim, após um começo de sessão particularmente ruim, o Ibovespa e o dólar conseguiram virar o jogo e, ao menos por hoje, tiveram um alívio.

Juros em baixa

A melhoria no cenário para os ativos domésticos e o alívio visto em Brasília fizeram as curvas de juros fecharem em baixa, acompanhando a recuperação vista no câmbio e na bolsa:

  • Janeiro/2021: de 2,65% para 2,64%;
  • Janeiro/2022: de 3,64% para 3,66%;
  • Janeiro/2023: de 4,90% para 4,84%.

Agenda cheia

No front corporativo, diversas empresas que fazem parte do Ibovespa reportaram seus números trimestrais desde a noite de ontem. Em destaque, apareceu Azul PN (AZUL4), em baixa de 5,61% — a empresa fechou o período com um prejuízo líquido de R$ 6,1 bilhões.

Já Via Varejo ON (VVAR3) apresentou uma reação tímida ao balanço trimestral: a ação teve baixa de 1,31%, após a companhia reverter o prejuízo reportado há um ano e encerrar os primeiro três meses de 2020 com lucro líquido de R$ 13 milhões.

Outras companhias que integram o índice, como GPA Ultrapar, também divulgaram seus números — veja aqui um resumo dos resultados.

Confira abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa nesta quinta-feira:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
CSNA3CSN ON8,39+11,57%
UGPA3Ultrapar ON15,00+11,28%
ELET3Eletrobras ON22,72+9,81%
CMIG4Cemig PN8,59+8,46%
CYRE3Cyrela ON13,63+8,26%

Veja também as maiores quedas do índice no momento:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
SULA11SulAmérica units37,87-6,91%
PCAR3GPA ON59,90-6,26%
SUZB3Suzano ON47,54-6,03%
AZUL4Azul PN11,60-5,61%
IRBR3IRB ON7,04-4,99%

Compartilhe

Proventos

Usiminas (USIM5) e Banrisul (BRSR6) anunciam dividendos; veja quanto as empresas vão pagar e quem poderá receber

25 de abril de 2024 - 19:12

Siderúrgica vai pagar R$ 330 milhões, enquanto o banco gaúcho distribuirá R$ 75 milhões aos acionistas

DESTAQUES DA BOLSA

Cogna (COGN3) nota 10? Banco estrangeiro passa a recomendar compra das ações, que lideram altas da B3

25 de abril de 2024 - 13:39

O banco também avalia um preço justo para as ações entre R$ 2,80 e R$ 4,40, o que representa um potencial valorização das ações de até 120%

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Com ‘cabo de guerra’ entre Petrobras (PETR4) e Wall Street, Ibovespa fecha em leve queda; dólar sobe a R$ 5,16

25 de abril de 2024 - 6:56

RESUMO DO DIA: O dia ficou nublado para os mercados acionários com a divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos e um impasse de meses solucionado na Petrobras (PETR4). Com alguns raios de sol patrocinados pela petroleira, o Ibovespa sustentou os 124 mil pontos, mas ainda assim termino o dia entre nuvens.  O principal […]

CONFIRA O CRONOGRAMA

Magazine Luiza (MGLU3) recebe sinal verde para grupamento de ações e dá prazo para acionistas ajustarem as posições

24 de abril de 2024 - 19:02

A operação será feita na proporção de 10:1. Ou seja, grupos de 10 papéis MGLU3 serão unidos para formar uma única nova ação

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa cai com bancos e NY antes de resultados da Vale (VALE3); dólar sobe a R$ 5,14

24 de abril de 2024 - 6:46

RESUMO DO DIA: O Ibovespa está encarando uma montanha-russa nesta semana, com a temporada de balanços corporativos ganhando tração e Brasília voltando a dividir as atenções dos investidores. Depois de começar o dia em alta, o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 0,33%, aos 124.740 pontos. Já o dólar recuperou […]

DESTAQUES DA BOLSA

Exame bem feito: Fleury (FLRY3) acerta o diagnóstico com aquisição milionária e ações sobem 4%

23 de abril de 2024 - 14:04

A aquisição marca a entrada do Grupo Fleury em Santa Catarina com a estratégia B2C, o modelo de negócio direto ao consumidor

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa recua com pressão de Vale (VALE3) na véspera do balanço; dólar cai após dados nos EUA

23 de abril de 2024 - 7:06

RESUMO DO DIA: O Ibovespa até começou a semana com o pé direito, mas hoje faltou impulso para sustentar a continuidade de ganhos da véspera O Ibovespa fechou com queda de 0,34%, aos 125.148 pontos. O dólar à vista segue enfraquecido e terminou o dia a R$ 5,1304, com baixa de 0,74%. Por aqui, o […]

SEM PARAR

A bolsa nunca mais vai fechar? O plano da Bolsa de Valores de Nova York para negociar ações 24 horas por dia, sete dias da semana

22 de abril de 2024 - 17:22

O tema esquentou nos últimos anos por conta da negociação de criptomoedas e também por concorrentes da Nyse, que tentam registro para funcionar sem intervalo

EXCLUSIVO

Gestor do Quasar Agro (QAGR11) acusa Capitânia de “estratégia predatória” em disputa sobre FII com mais de 20 mil cotistas na B3 

22 de abril de 2024 - 13:32

A Capitânia solicitou no mês passado uma assembleia para discutir uma possível troca na gestão do fundo imobiliário

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Com Petrobras (PETR4) e Wall Street, Ibovespa fecha em alta; dólar cai e volta para o nível abaixo de R$ 5,20

22 de abril de 2024 - 6:54

RESUMO DO DIA: A Petrobras (PETR4) deu o tom do pregão mais uma vez e impulsionou o principal índice a bolsa brasileira, mas sem desprezar o apoio de Wall Street. O Ibovespa fechou em alta de 0,36%, aos 125.573 pontos. Já o dólar seguiu a trajetória de queda e fechou a R$ 5,1687, com baixa […]

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar