Ibovespa e dólar ganham novo fôlego com sinalização do Copom sobre juro
Sinalização de manutenção de juros baixos por período prolongado sustenta o ânimo dos investidores, que relegam desemprego a segundo plano

O fôlego do mercado brasileiro de ações para seguir para o alto e avante parecia próximo, muito próximo de se esgotar. Mas o Banco Central apareceu na hora certa com seu respirador (artificial?) para dar ao Ibovespa um oxigênio a mais para continuar subindo.
Tanto o Ibovespa quanto o dólar fecharam em alta não apenas por causa da redução da taxa Selic a 2% ao ano, renovando o recorde de baixa da taxa básica de juro no Brasil, mas principalmente pelo fato de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) ter deixado a porta aberta para um novo corte residual e sinalizado a manutenção de juros extremamente baixos para a realidade nacional por um período prolongado.
A sinalização do BCB prevaleceu ao longo de toda a sessão de hoje na B3, relegando a segundo plano os alarmantes do desemprego no País divulgados na manhã desta quinta-feira. Com isso, o Ibovespa fechou em alta de 1,29%, aos 104.125,64 pontos.
Os investidores iniciaram os negócios diante dos dados indigestos do desemprego no Brasil no segundo trimestre deste ano, com a economia nacional sob o impacto da pandemia do novo coronavírus.
A taxa de desemprego passou de 12,2% no primeiro trimestre para 13,3% no fim de junho. Ainda mais preocupantes são os dados mostrando redução recorde da população ocupada enquanto o número de desalentados atinge um novo pico e o fato de, pela primeira vez na série histórica, a força de trabalho potencial ter superado o número de desocupados.
Liquidez prevalece sobre dados ruins
Apesar dos dados ruins de desemprego, os investidores reagiram ao corte de juros e ao comunicado divulgado pelo Banco Central logo depois da decisão do Copom na expectativa de que, um dia, quem sabe, a liquidez jorrada nos mercados encontre algum suporte na realidade econômica.
Leia Também
"Lendo a nota me passou a impressão que a diretoria do BCB não quer desligar a música de uma hora para outra. O baile da inflação dos ativos, notadamente a bolsa, tem que continuar por algum tempo mais até que encontre respaldo na realidade econômica de fato", observou o economista-chefe da Necton Corretora, André Perfeito.
Ele advertiu que, apesar de o BC ter deixado a porta aberta para novos cortes, isto dependeria de incógnitas como uma melhora na situação fiscal e avanços na reforma tributária, por exemplo. "Provavelmente não teremos mais nenhum corte uma vez que em meados de setembro, quando o colegiado irá se reunir mais uma vez, os dados fiscais estarão piores e a reforma tributária terá avançado pouco", concluiu.
Entre os papéis listados no Ibovespa, Totvs, BRF e as ações de shopping centers destacaram-se pelo bom desempenho nesta quinta-feira.
As ações do setor elétrico, por sua vez, subiram na esteira da aprovação do edital do leilão de transmissão a ser realizado em dezembro pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Confira a seguir as maiores altas e baixas do dia entre as ações listadas no Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- BR Malls ON (BRML3) +11,20%
- Totvs ON (TOTS3) +10,85%
- Cielo ON (CIEL3) +10,67%
- Multiplan ON (MULT3) +7,66%
- Azul PN (AZUL4) +6,40%
MAIORES QUEDAS
- Gerdau PN (GGBR4) -2,48%
- Gerdau Met PN (GOAU4) -2,46%
- Via Varejo ON (VVAR3) -2,05%
- Usiminas PN (USIM5) -2,00%
- Pão de Açúcar ON (PCAR3) -1,92%
Dólar e juro
O dólar também fechou em alta em reação ao corte de 25 pontos-base na taxa Selic anunciado na véspera pelo Copom e à expectativa de manutenção de juros baixos por mais tempo.
Apesar de essa perspectiva ter dado impulso à moeda norte-americana hoje, Alessandro Faganello, consultor da Advanced Corretora para o mercado de câmbio, observa que se trata de uma peculiaridade local.
"Há diversas dinâmicas em andamento simultaneamente e o dólar sobe aqui, mas continua perdendo força lá fora", adverte.
A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 0,95%, cotada a R$ 5,34325 (+1,1%).
Enquanto isso, os contratos de juros futuros fecharam em queda acentuada tanto nos vencimentos mais curtos quanto nos mais longos por causa do corte na taxa Selic.
A redução da taxa básica de juro era mais do que esperada pelo mercado, mas o comunicado do Copom com sinais para os próximos passos faz com que os investidores recalibrem suas visões para a trajetória dos juros no mercado futuro.
Confira os vencimentos com mais liquidez:
- Janeiro/2021: de 1,953% para 1,865%;
- Janeiro/2022: de 2,772% para 2,570%;
- Janeiro/2023: de 3,813% para 3,640%;
- Janeiro/2025: de 5,373% para 5,250%.
Ação da Smart Fit (SMFT3) pode ficar ainda mais “bombada”: BTG eleva preço-alvo dos papéis e revela o que está por trás do otimismo
Os analistas mantiveram recomendação de compra e elevaram o preço-alvo de R$ 27,00 para R$ 28,00 para os próximos 12 meses
Uma questão de contexto: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca depois de corte de juros na China
Investidores repercutem avanço da Petrobras à última etapa prevista no processo de licenciamento da Margem Equatorial
Entre a frustração com o Banco do Brasil (BBAS3) e a surpresa com o Bradesco (BBDC4): quem brilhou e decepcionou nos resultados dos bancos do 1T25?
Depois dos resultados dos grandes bancos, chegou a hora de saber: o que os analistas estão recomendando para a carteira de ações?
Mobly (MBLY3) vai “sumir” da B3: ação trocará de nome e ticker na bolsa brasileira ainda neste mês
Com a decisão da Justiça de revogar a suspensão de determinadas decisões tomadas em AGE, companhia ganha sinal verde para seguir com sua reestruturação
É igual, mas é diferente: Ibovespa começa semana perto de máxima histórica, mas rating dos EUA e gripe aviária dificultam busca por novos recordes
Investidores também repercutem dados da produção industrial da China e de atividade econômica no Brasil
Sem alívio no Banco do Brasil (BBAS3): CEO prevê “inadimplência resistente” no agronegócio no 2T25 — mas frear crescimento no setor não é opção
A projeção de Tarciana Medeiros é de uma inadimplência ainda persistente no setor rural nos próximos meses, mas situação pode melhorar; entenda as perspectivas da executiva
Marfrig (MRFG3) dispara 20% na B3, impulsionada pela euforia com a fusão com BRF (BRFS3). Vale a pena comprar as ações agora?
Ontem, as empresas anunciaram um acordo para fundir suas operações, criando a terceira maior gigante global do segmento. Veja o que dizem os analistas
Ações do Banco do Brasil sentem o peso do balanço fraco e tombam mais de 10% na B3. Vale a pena comprar BBAS3 na baixa?
A avaliação do mercado sobre o resultado foi negativa. Veja o que dizem os analistas
Fusão entre Marfrig e BRF inclui dividendo de R$ 6 bilhões — mas só terá direito à bolada o investidor que aprovar o casamento
Operação ainda deverá passar pelo crivo dos investidores dos dois frigoríficos em assembleias gerais extraordinárias (AGEs) convocadas para junho
O mapa da mina: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil e fusão entre BRF e Marfrig
Bolsas internacionais amanhecem no azul, mas noticiário local ameaça busca do Ibovespa por novos recordes
Warren Buffett não quer mais o Nubank: Berkshire Hathaway perde o apetite e zera aposta no banco digital
Esta não é a primeira vez que o bilionário se desfaz do roxinho: desde novembro do ano passado, o megainvestidor vem diminuindo a posição no Nubank
Você está buscando no lugar errado: como encontrar as próximas ‘pepitas de ouro’ da bolsa
É justamente quando a competição não existe que conseguimos encontrar ações com grande potencial de valorização
BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) se unem para criar MBRF. E agora, como ficam os investidores com a fusão?
Anos após a tentativa de casamento entre as gigantes do setor de frigoríficos, em 2019, a nova combinação de negócios enfim resultará no nascimento de uma nova companhia
Agronegócio não dá trégua: Banco do Brasil (BBAS3) frustra expectativas com lucro 20% menor e ROE de 16,7% no 1T25
Um “fantasma” já conhecido do mercado continuou a fazer peso nas finanças do BB no primeiro trimestre: os calotes no setor de agronegócio. Veja os destaques do balanço
Americanas (AMER3): prejuízo de R$ 496 milhões azeda humor e ação cai mais de 8%; CEO pede ‘voto de confiança’
A varejista, que enfrenta uma recuperação judicial na esteira do rombo bilionário, acabou revertendo um lucro de R$ 453 milhões obtido no primeiro trimestre de 2024
Ação da Oi chega a subir mais de 20% e surge entre as maiores altas da bolsa. O que o mercado gostou tanto no balanço do 1T25?
A operadora de telefonia ainda está em recuperação judicial, mas recebeu uma ajudinha para reverter as perdas em um lucro bilionário nos primeiros três meses do ano
Banco Pine (PINE4) supera rentabilidade (ROE) do Itaú e entrega lucro recorde no 1T25, mas provisões quadruplicam no trimestre
O banco anunciou um lucro líquido recorde de R$ 73,5 milhões no primeiro trimestre; confira os destaques do resultado
O novo normal durou pouco: Ibovespa se debate com balanços, PIB da zona do euro e dados dos EUA
Investidores também monitoram a primeira fala pública do presidente do Fed depois da trégua na guerra comercial de Trump contra a China
Ação da Casas Bahia (BHIA3) sobe forte antes de balanço, ajudada por vitória judicial que poderá render mais R$ 600 milhões de volta aos cofres
Vitória judicial ajuda a impulsionar os papéis BHIA3, mas olhos continuam voltados para o balanço do 1T25, que será divulgado hoje, após o fechamento dos mercados
Balanço do Nubank desagradou? O que fazer com as ações após resultado do 1T25
O lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, um salto de 74% na comparação anual, foi ofuscado por uma reação negativa do mercado. Veja o que dizem os analistas