Depois de tombo dos últimos dias, petróleo tem dia de alta, com um empurrãozinho de Trump
Após tombo dos últimos dias, contratos futuros da commodity têm recuperação parcial e limitada em reação a boas notícias e tuítes de Trump

Depois de despencar nos últimos dois dias, os preços dos contratos futuros de petróleo se recuperaram parcialmente nesta quarta-feira (22). O governo americano e, mais especificamente, o presidente Donald Trump deram um empurrãozinho, mas a situação ainda é complicada para a commodity.
Os contratos para entrega em junho do petróleo WTI, negociado nos EUA, fecharam em alta de 19,10%, a US$ 13,78 o barril. Ontem, esse mesmo contrato fechou com queda de mais de 40%, na menor cotação desde 1999 para os contratos mais líquidos. Na parte da tarde, chegou a ser negociado na casa dos US$ 6 o barril.
Já os contratos para junho do petróleo Brent, negociado em Londres e usado como referência para os preços praticados pela Petrobras, avançou 5,38% nesta quarta, fechando a US$ 20,37 o barril. Ontem, esse contrato caiu quase 25%, fechando abaixo dos US$ 20, menor valor desde 2002 para os contratos mais líquidos.
O que rolou hoje com o petróleo
Bom, primeiro que a commodity caiu para caramba nos últimos dias, e isso por si só já poderia ensejar um movimento técnico de correção para cima. Mas os investidores também reagem com otimismo a alguns fatores.
Primeiro, houve uma redução geral na aversão a risco no mundo depois que o Senado americano aprovou um pacote fiscal no valor de US$ 480 milhões para socorrer pequenas empresas e hospitais, fora os avanços nas pesquisas que buscam uma vacina para a covid-19.
Mais especificamente em relação ao petróleo, alguns tuítes publicados ontem e hoje pelo presidente dos Estados Unidos e "analista" Donald Trump também andaram fazendo preço. Ontem, o presidente americano disse, na sua conta de Twitter, que orientou secretários a bolarem um plano para disponibilizar fundos para companhias do setor de óleo e gás.
Leia Também
Hoje, Trump tuitou que instruiu a Marinha dos EUA a destruir quaisquer navios iranianos que importunem embarcações americanas no mar. O presidente americano sabe que nada como criar uma tensão no Estreito de Ormuz, importante rota petrolífera, para dar aquele choque para cima no preço do petróleo.
Num primeiro momento, o tuíte de Trump fez o WTI para junho saltar 40%, pela manhã. A alta, porém, arrefeceu e tende a ser limitada, dado que os estoques de petróleo nos EUA encontram-se perto do limite (mais sobre isso adiante).
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, também sinalizou que pode realizar cortes na produção, de modo a reduzir a oferta da commodity. O ministro de energia da Rússia, Alexander Novak, disse hoje que o corte na produção deve ser de 15 milhões a 20 milhões de barris por dia a partir de maio.
O que rolou com o petróleo até agora
O petróleo vem sofrendo desde março, quando Arábia Saudita e Rússia entraram numa guerra de preços. A paralisação econômica generalizada para combater a pandemia global do coronavírus derrubou a demanda pela commodity, o que por si só já seria suficiente para jogar os preços do petróleo lá para baixo.
Sendo assim, os membros da Opep+ tentaram entrar num acordo sobre cortes de produção, sem sucesso, por conta de desentendimentos entre sauditas e russos. Os sauditas decidiram, então, aumentar a produção e dar descontos nos preços, derrubando os já combalidos preços do petróleo. A ideia era fazer a Rússia sentir no bolso e forçá-la a negociar.
Mas mesmo com posteriores anúncios de cortes na produção, os preços da commodity continuaram sofrendo. Com oferta muito superior à demanda por causa da pandemia, os estoques foram ficando cada vez mais cheios e os preços começaram a ficar inferiores aos custos de transporte e armazenagem do produto.
Nos últimos dias, correu a notícia de que o principal centro de armazenamento de petróleo dos Estados Unidos estava perto do limite, o que levou o contrato de WTI para maio, que venceu ontem, a cair mais de 300% e fechar com preço negativo. Foi a primeira vez na história que um contrato futuro de petróleo ficou com preço abaixo de zero.
O contrato futuro de petróleo WTI tem entrega física em barris de petróleo. O preço negativo, neste caso, reflete o fato de que o custo de armazenamento ficou superior ao preço da commodity. Por isso, em tese, os produtores poderiam até pagar para o comprador livrá-los do produto, pois valeria mais a pena do que perder dinheiro armazenando-o. Mas os consumidores, por sua vez, não estão precisando comprar, pois seus estoques estão cheios.
Entre os investidores apenas interessados em ganhos financeiros com a negociação do contrato, e não no petróleo em si, houve uma forte preferência pelo encerramento da posição, uma vez que a diferença de preços entre os contratos para maio e junho ficou enorme e tornou a rolagem cara e desvantajosa.
Da mesma forma, esses investidores não queriam acabar tendo que receber o petróleo físico e, desta forma, arcar com custos de armazenagem superiores aos preços à vista. Seria um prejuízo maior do que tentar pagar para passar o contrato para frente, a alguém disposto a lhes tirar esse problema das mãos.
Apesar dessa sangria na segunda-feira, os preços das ações da Petrobras não foram muito impactados, dado que a queda do Brent foi bem mais modesta. Mas ontem o contrato para junho do Brent caiu bem, e os recibos de ações da Petrobras em Nova York recuaram junto, fechando em queda de 3,51%. Hoje, porém, os papéis sobem junto com o petróleo (acompanhe nossa cobertura completa de mercados).
Possibilidade de Trump entrar no conflito entre Irã e Israel faz petróleo disparar mais de 4% e bolsas do mundo todo fecham no vermelho
O petróleo avança nesta tarde com a notícia de que os EUA poderiam se meter no conflito; postagens de Trump adicionam temor
As ações da Gol (GOLL54) estão voando alto demais na B3? Entenda o que está por trás da disparada e o que fazer com os papéis
A companhia aérea acaba de sair da recuperação judicial e emitiu trilhões de ações para lidar com o endividamento
Usiminas (USIM5): os sinais de alerta que fizeram o Itaú BBA revisar a recomendação e o preço-alvo da ação
O banco de investimentos avaliou a pressão sobre os preços e os efeitos nos resultados financeiros; descubra se chegou o momento de comprar ou vender o papel
Detentores de BDRs do Carrefour têm até 30 de junho para pedir restituição de imposto de renda pago na França; confira as regras
O pedido é aplicável aos detentores dos papéis elegíveis aos dividendos declarados em 2 de junho
Gol (GOLL54) perde altitude e ações desabam 70% após estreia turbulenta com novo ticker
A volatilidade ocorre após saída da aérea do Chapter 11 e da aprovação do plano de capitalização com a emissão de novas ações
Renda passiva com mais dividendos: PagBank (PAGS34) entra no radar de bancão americano e dos investidores
A instituição financeira brasileira foi além: prometeu mais três pagamentos de proventos, o que animou o mercado
Embraer (EMBR3): dois gatilhos estão por trás do salto de 6% das ações nesta segunda-feira (16)
Os papéis atingiram a máxima de R$ 71,47 hoje, mas acabaram fechando o dia um pouco abaixo desse valor, cotados a R$ 69,99
LWSA (LWSA3) cai no radar do Itaú BBA e pode subir até dois dígitos em 2025 — mas você não deveria comprar as ações agora
O banco iniciou a cobertura das ações da empresa com recomendação market perform, equivalente a neutro. Entenda o que está por trás da tese mais conservadora
Cessar-fogo no radar dos investidores: Ibovespa se aproxima dos 140 mil pontos, enquanto dólar e petróleo perdem fôlego
O Irã sinaliza que busca um fim para as hostilidades e a retomada das negociações sobre seu programa nuclear
17 OPA X 0 IPO: Em meio à seca de estreias na bolsa, vimos uma enxurrada de OPAs — e novas regras podem aumentar ainda mais essa tendência
Mudança nas regras para Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) que entram em vigor em 1º de julho devem tornar mais simples, ágil e barato o processo de aquisição de controle e cancelamento de registro das companhias listadas
Dividendos bilionários: JBS (JBSS32) anuncia data de pagamento de R$ 2,2 bilhões em proventos; veja quem tem direito a receber
Após o pagamento dos dividendos, há ainda uma previsão de leilão das frações de ações do frigorífico
Quatro fundos imobiliários estão em vias de dizer adeus à B3, mas envolvem emissões bilionárias de outros FIIs; entenda o imbróglio
A votação para dar fim aos fundos imobiliários faz parte de fusões entre FIIs do Patria Investimentos e da Genial Investimentos
É hora de comprar Suzano? Bancão eleva recomendação para ações e revela se vale a pena colocar SUZB3 na carteira agora
O Goldman Sachs aponta quatro razões principais para apostar nas ações da Suzano neste momento; veja os pilares da tese otimista
Méliuz (CASH3) levanta R$ 180,1 milhões com oferta de ações; confira o valor do papel e entenda o que acontece agora
O anúncio de nova oferta de ações não foi uma surpresa, já que a plataforma de cashback analisava formas de levantar capital para adquirir mais bitcoin
Compensação de prejuízos para todos: o que muda no mecanismo que antes valia só para ações e outros ativos de renda variável
Compensação de prejuízos pode passar a ser permitida para ativos de renda fixa e fundos não incentivados, além de criptoativos; veja as regras propostas pelo governo
Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)
Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco
Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças
Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras
Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria
Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3
Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras
O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso
Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto
Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores