Quem é Juca Abdalla, o bilionário mais desconhecido do Brasil e um dos maiores investidores individuais da bolsa
Empresário recebeu herança generosa e multiplicou fortuna após os 70 anos na bolsa de valores, com aposta forte em empresas de energia. Ele é dono de 5% da Eletrobras e 7% da Cemig. E essa foto? É de 2006, estava na urna eletrônica em Roraima, em uma breve passagem pela política.
Aos 74 anos, José João Abdalla Filho é o bilionário mais desconhecido do Brasil. Ele não dá entrevistas, não se deixa ser fotografado, e mesmo no mercado financeiro é uma figura que as pessoas sabem que existe, mas a maioria nunca viu pessoalmente. Juca Abdalla, como é chamado, é dono e único cliente do Banco Clássico criado, em 1989 para administrar a herança deixada por seu pai, um importante, e controverso, industrial dos anos 50 e 60. Na escadinha dos bilhões, portanto, ele pulou alguns degraus.
Juca deu trabalho para editora do Seu Dinheiro, que precisou consultar os arquivos do Tribunal Eleitoral de Roraima para achar uma foto sua. A imagem que está nesta reportagem é a que estava na urna eletrônica quando ele concorreu à vaga de suplente de senador nas eleições de 2006, na chapa de Teresa Surita, ex-mulher de Romero Jucá. E, aliás, informou em sua declaração de bens módicos R$ 379.210,04. As imagens que circulam na internet como se fossem dele, na verdade, são fotos de seu primo.
Hoje, com uma fortuna estimada em US$ 3,1 bilhões, segundo o ranking de outubro da revista Forbes, Abdalla é um dos principais investidores individuais da bolsa brasileira, com participações em empresas como Eletrobras, Cemig, Petrobras e Engie. No ano passado, em um único dia, ele viu seu patrimônio aumentar em R$ 1 bilhão quando os papéis da Eletrobras subiram 50%, porque o governo sinalizou a privatização da companhia de energia. Os investimentos, em geral de longo prazo, são feitos por meio do próprio Banco Clássico e pelo fundo Dinâmica Energia, preferencialmente no setor de energia, bom pagador de dividendos.
Sua posição entre os maiores bilionários do Brasil oscila conforme a cotação das suas ações. Na última sexta-feira, ele era o nono do ranking da Forbes, à frente de Abilio Diniz, o 10º mais rico - este sim, muito conhecido.
Nos últimos anos, com a patinada da bolsa, Abdalla articulou sua entrada no conselho de administração de algumas companhias. Não obteve sucesso na Petrobras, nem na Eletrobras, mas conseguiu na Cemig. Na Engie e na Kepler Weber, colocou uma pessoa de confiança, o vice-presidente do Clássico e ex-Banco Central, José Pais Rangel. Ainda assim, continua recluso.
Uma herança dessas, bicho
Juca Abdalla nunca precisou fazer barulho para ganhar dinheiro. Seu pai, o médico J.J. Abdalla, construiu um império nos anos 50, com mais de 20 empresas, entre fabricantes de papel, de tecido, imobiliárias, indústria açucareira, de cal e cálcio, de manteiga, além de uma seguradora e de uma companhia de importação e exportação. A mais famosa da lista era a fábrica de Cimentos Portland Perus, comprada de um grupo canadense, nos anos 40, em uma transação que foi tratada pelos jornais da época como fraudulenta. Antes de se tornar um industrial, o paulista de Aparecida chegou a exercer a medicina na Cidade de Birigui, onde enveredou para a política: foi prefeito, deputado estadual e federal.
Leia Também
Os relatos históricos tratam “Abdalla pai” como uma figura polêmica, conhecida pelos funcionários como “o mau patrão”, por desrespeitar as leis trabalhistas. Em 30 anos, respondeu a mais de 500 processos, foi indiciado por crime contra a economia popular e por apropriação indébita. Em 1969, foi processado e preso, depois que ficou comprovado que suas 32 empresas não pagavam impostos.
J.J. Abdalla morreu em 1988, aos 85 anos, deixando imóveis, terrenos e alguns negócios para o filho, além de uma ação na Justiça contra o Estado de São Paulo. A família alegava ter sido lesada na desapropriação do terreno de 717 mil metros quadrados que deu origem ao Parque Villa Lobos, na capital paulista. Ali, funcionava um posto de recebimento de cimento da Portland.

No ano seguinte à morte de J.J Abdalla, a Justiça deu ganho de causa à família. Virou uma batalha jurídica, cheia de recursos, até que em 2001 o Estado foi obrigado a pagar uma indenização de R$ 2,5 bilhões, divididas em 10 parcelas anuais. Juca recebeu 70% do valor e o primo Antônio João Abdalla Filho, 30%. Essa foi a maior indenização já registrada no país para casos de desapropriação.
Com um valor confortável na conta bancária, Juca Abdalla, formado Economia pela Universidade Mackenzie, de São Paulo, decidiu apostar na bolsa. Um de seus primeiros investimentos, segundo reportagem do Estadão de 2017, foi na antiga Gerasul, que tinha acabado de ser privatizada - e hoje se chama Engie. De lá para cá, o bilionário multiplicou sua fortuna e não pára de ganhar dinheiro. Entre junho de 2018 e junho deste ano, o patrimônio líquido do Banco Clássico passou de R$ 5,8 bilhões para R$ 7,8 bilhões.
Eletrobrás e Cemig, onde Juca detém 5% e 7% de participação, respectivamente, estão entre as principais responsáveis pelo salto. Em 12 meses, período que marca exatamente as vésperas das eleições no País, os papéis das duas companhias registraram uma valorização na casa dos 80%, com a expectativa dos investidores pela privatização.
Briga contra Eike Batista e 'coadjuvante' na política
Mas até os veteranos de mercado financeiro dão suas derrapadas. Uma das últimas de Juca Abdalla foi com a Eneva, empresa que já pertenceu ao grupo X de Eike Batista. Ele aumentou sua participação na companhia elétrica para 16% quando ela estava em recuperação judicial e brigou para ter voz ativa e definir o futuro da operação. Uma reportagem de 2016, da revista Exame, diz que Juca Abdalla questionou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um aumento de capital previsto no plano de recuperação judicial e também tentou barrar o voto de Eike Batista no processo. Além de não ter conseguido o que queria, o investidor teve sua participação diluída na capitalização da empresa. Acabou perdendo mais de R$ 150 milhões nessa brincadeira.
Juca também não chegou onde pretendia quando, em 2006, tentou entrar na política. O investidor, que hoje vive no Rio de Janeiro, candidatou-se a suplente de senador pelo Estado de Roraima na chapa de Teresa Surita, ex-mulher de Romero Jucá, presidente do MDB, e hoje prefeita de Boa Vista. Os dois perderam as eleições naquele ano.
Sobre a vida pessoal de Juca Abdalla pouco se sabe. Ele é solteiro e não teve filhos. É sócio do Country Club do Rio, que reúne a elite carioca, mas gosta mesmo é de estar na Marquês de Sapucaí no Carnaval. Dizem que ele desfila todos os anos na Beija-Flor. Não costuma gastar com carros importados, nem frequentar restaurantes requintados. Nunca aparece nas colunas sociais.
Mas já frequentou outras páginas de jornais, além das de finanças. No início deste ano, o investidor foi denunciado pelo Ministério Público Federal por sonegação tributária. Segundo os procuradores, entre 2006 e 2008, ele deixou de pagar à Receita R$ 617 milhões. A dívida foi acumulada pela empresa Central de Imóveis e Construções, de Araçatuba. Durante as investigações, Abdalla negou a prática de sonegação. Ele também é réu em um processo na Justiça Federal em Americana, por ter omitido mais de R$ 3 milhões recebidos entre 2010 e 2011 pela empresa Jupem Participações e Empreendimentos.
Governo lança pacote “MEI em Ação” com novo app unificado, assistente virtual com IA e capacitações
O app Meu MEI Digital passa a reunir os serviços do Portal do Empreendedor com atalhos para formalização, alteração de dados e emissão de NF-e
Como comprar ingressos para Copa do Mundo 2026: nova fase abre hoje
Fifa abre nova fase de vendas da Copa do Mundo 2026; veja como se inscrever, participar do sorteio e garantir ingressos para acompanhar os jogos nos EUA, México e Canadá
Selic se mantém em 15% ao ano e Copom joga balde de água fria nos mercados ao não sinalizar corte nos juros
O Copom não entregou a sinalização que o mercado esperava e manteve o tom duro do comunicado, indicando que os cortes na Selic podem demorar ainda
Valor do novo salário-mínimo altera contribuição para MEI; veja quanto fica
O piso nacional será de R$ 1.621 a partir de janeiro de 2026 e aumenta o valor da tributação dos microempreendedores individuais
Ceia de Natal 2025: veja os alimentos que mais tiveram alta nos preços
Com bacalhau, lombo e aves natalinas em alta, a ceia fica mais pesada no bolso; azeite e pernil registram queda
Aprenda com os bilionários: 5 hábitos financeiros de Elon Musk e Warren Buffett que podem te ajudar a construir patrimônio
Hábitos de bilionários como Warren Buffett, Elon Musk e Jeff Bezos mostram como visão de longo prazo, disciplina, diversificação e juros compostos podem impulsionar a construção de patrimônio
Este parque marcou uma geração, quase quebrou — e agora mira recuperar os tempos de ouro
Hopi Hari encerra recuperação judicial, reduz dívida e anuncia R$ 280 milhões em investimentos até 2028
Lei da água gratuita: as cidades e Estados onde bares e restaurantes são obrigados a oferecer água potável sem custo
Brasil vive um cenário fragmentado: leis estaduais caíram, outras sobreviveram, e um projeto nacional tenta unificar a regra
Por que o BTG espera que os lucros disparem até 17% no ano que vem — e que ações mais ganham com isso
Banco projeta lucro R$ 33,78 bilhões maior para empresas: parte dessa alta vem das empresas que vendem principalmente no mercado doméstico,pressionado com os juros altos
Penas menores para Bolsonaro e condenados pelo 8 de janeiro? Câmara dos Deputados aprova redução; confira o que acontece agora
O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados de tentativa de golpe de Estado, mas trecho foi retirado
Mega-Sena 2949 acumula e vai a R$ 38 milhões, enquanto Timemania salta para R$ 64 milhões; veja as loterias da Caixa
Hoje é dia de sorteios da +Milionária (R$ 11 milhões), da Quina (R$ 600 mil) e da Lotomania (R$ 1,6 milhão); amanhã entram em cena a Mega-Sena e a Timemania.
Câmara aprova regras mais rígidas contra devedor contumaz; texto vai para sanção de Lula
Quando a Fazenda identificar um possível devedor contumaz, deverá enviar notificação e conceder prazo de 30 dias para pagamento da dívida ou apresentação de defesa
O corte da Selic vem aí? Resposta do Copom estará nas entrelinhas do comunicado desta Super Quarta
Na última reunião do ano, mercado espera mudanças sutis no comunicado do comitê para consolidar apostas de cortes nos juros já em janeiro
Estes brinquedos já custam quase o mesmo que um smartphone da Samsung; veja a comparação
Modelos premium de Barbie, Lego e itens colecionáveis chegam ao varejo com preços que rivalizam com eletrônicos
Haddad crava: votação de projeto contra devedores contumazes deve acontecer nesta terça (9); ministro tenta destravar pauta fiscal
Haddad vê clima favorável na Câmara para avançar em medidas que reforçam a arrecadação e destravam o Orçamento de 2026
CNH sem autoescola aprovada: veja como será o novo processo e quanto você vai economizar
As novas regras da CNH sem autoescola, agora dentro do programa CNH do Brasil, reduzem custos, flexibilizam aulas e ampliam o acesso à habilitação
Com dividendos no radar, Prio (PRIO3) é a queridinha do BTG Pactual, mas preço-alvo cai
A atualização veio na esteira do Investor Day, quando a petroleira forneceu mais detalhes sobre o momentum operacional e as prioridades
Como vai funcionar a renovação automática da CNH para quem é bom motorista
Novas regras da CNH incluem renovação automática para bons condutores, provas mantidas, instrutores autônomos e queda de até 80% no custo da habilitação
'Não devemos ficar em berço esplêndido, temos de fazer um esforço fiscal maior', diz Alckmin
“Nós estamos num momento importante, com 5,4% de desemprego, o menor da série histórica, e com 4,4% de inflação, caindo, isso é raro”, afirmou o vice-presidente
Mega-Sena 2949 distribui R$ 20 milhões hoje, mas Timemania rouba a cena e dispara para R$ 61 milhões; veja os prêmios das loterias da Caixa
Confira os valores oferecidos pela Mega-Sena, Timemania, +Milionária, Lotofácil e demais modalidades da Caixa nos sorteios desta terça (9) e quarta-feira (10)
