Te cuida, Itaú? Santander atinge rentabilidade de 21,1% no quarto trimestre
Unidade brasileira do banco espanhol, comandada por Sérgio Rial, registrou lucro de R$ 12,4 bilhões em 2018, uma alta de 24,6% e novamente acima das expectativas do mercado

O Santander Brasil inaugurou na manhã de hoje a temporada de balanços dos grandes bancos mostrando a que veio. A instituição comandada por Sérgio Rial registrou lucro líquido de R$ 12,4 bilhões no ano passado, o que representa um aumento de 24,6% em relação a 2017.
O resultado do banco no ano ficou novamente acima das expectativas do mercado. A projeção média dos analistas apontava para um lucro de R$ 12,146 bilhões, de acordo com dados da Bloomberg.
Mas o que chamou a atenção mesmo foram os números do quarto trimestre. Com um lucro de R$ 3,4 bilhões, o Santander obteve uma rentabilidade de 21,1%. Trata-se de um feito e tanto se pensarmos que a taxa básica de juros (Selic) está em 6,5% ao ano.
Esse número também coloca o banco na briga com o Itaú Unibanco pelo posto de mais rentável do país entre os gigantes do varejo. No terceiro trimestre, o Itaú registrou retorno de 21,3%.
No ano como um todo, a rentabilidade do Santander ficou em 19,9%, um avanço de 3 pontos percentuais na comparação com 2017.
Agora é esperar para ver o que demais bancos vão "aprontar" em seus balanços. O Bradesco divulga os resultados amanhã (31), e o Itaú na próxima segunda-feira (4).
As operações no Brasil representaram 26% do lucro do Grupo Santander no mundo. Foi mais uma vez a unidade que mais contribuiu para o resultado da matriz.
Crédito e margem
Enquanto os principais concorrentes ainda mantinham as torneiras do crédito fechadas, o Santander largou na frente. Isso explica a arrancada nos números do banco desde que Rial assumiu o comando, há três anos.
A carteira de financiamentos do banco atingiu R$ 305,2 bilhões, alta de 12% em relação a dezembro passado. É mais que o dobro que o crescimento do sistema financeiro, que ficou em 5,5% em 2018, de acordo com dados do Banco Central.
A margem financeira do banco, que inclui os resultados com crédito e tesouraria, aumentou 12,5% no ano passado, para R$ 42 bilhões.
Lucro sobe, ações caem
Então os investidores estão comemorando os números comprando as ações do Santander na bolsa, certo? Errado. As units (recibos de ações) do banco eram negociados em forte queda de quase 5% no início da tarde de hoje.
Apesar do lucro e da rentabilidade brilharem, outros números chamaram a atenção pelo lado negativo, segundo analistas.
Um deles foi o índice de inadimplência, que fechou 2018 em 3,1%. Trata-se de um aumento de 0,2 ponto percentual no trimestre, mas uma redução em relação aos 3,2% de 12 meses atrás.
As despesas com provisões para calotes também aumentaram e atingiram R$ 10,9 bilhões. O banco atribuiu os maiores gastos ao crescimento dos ativos.
Tarifas e despesas
As receitas com tarifas também ajudaram a engordar o lucro do Santander. Em 2018, elas somaram R$ 17,3 bilhões, um crescimento de 10,6%. Já as despesas cresceram 5,3% no ano, para R$ 20,2 bilhões - ou seja, acima da inflação.
PagSeguro (PAGS34) dispara após balanço e puxa ações da Cielo (CIEL3); veja os números do resultado do 2T22
A lucro da PagSeguro aumentou 35% na comparação com o mesmo período do ano passado e atingiu R$ 367 milhões
Nos balanços do segundo trimestre, uma tendência para a bolsa: as receitas cresceram, mas os custos, também
Safra de resultados financeiros sofreu efeitos do aumento da Selic, mas sensação é de que o pior já passou
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Inter (INBR31) reverte prejuízo em lucro de R$ 15,5 milhões no segundo trimestre; confira os números
No semestre encerrado em 30 de junho de 2022, o Inter superou a marca de 20 milhões de clientes, o que equivale a 22% de crescimento no período
Lucro líquido da Itaúsa (ITSA4) recua 12,5% no segundo trimestre, mas holding anuncia JCP adicional; confira os destaques do balanço
Holding lucrou R$ 3 bilhões no segundo trimestre e vai distribuir juros sobre capital próprio no fim de agosto
Nubank (NUBR33) tem prejuízo acima do esperado no 2º tri, e inadimplência continuou a se deteriorar; veja os destaques do balanço
Prejuízo líquido chegou a quase US$ 30 milhões, ante uma expectativa de US$ 10 milhões; inadimplência veio dentro do esperado, segundo o banco
Marfrig (MRFG3) anuncia R$ 500 milhões em dividendos e programa de recompra de 31 milhões de ações; veja quem tem direito aos proventos e os destaques do balanço
Mercado reage positivamente aos números da companhia nesta sexta (12); dividendos serão pagos em setembro
Oi (OIBR3) sai de lucro para prejuízo no 2T22, mas dívida líquida desaba
Oi reportou prejuízo líquido de R$ 320,8 milhões entre abril de junho, vinda de um lucro de R$ 1,09 bilhão no mesmo período do ano anterior
Cenário difícil para os ativos de risco pesa sobre o balanço da B3 no 2º trimestre; confira os principais números da operadora da bolsa
Companhia viu queda nos volumes negociados e também nas principais linhas do balanço, tanto na comparação anual quanto em relação ao trimestre anterior
Apelo de Luiza Trajano não foi à toa: Magazine Luiza tem prejuízo de R$ 135 milhões no 2T22 — veja o que afetou o Magalu
O Magalu conseguiu reduzir as perdas na comparação com o primeiro trimestre de 2022, mas em relação ao mesmo período de 2021, acabou deixando o lucro para trás
Leia Também
-
Vai dar tempo? Após Lula sancionar lei que limita juros no rotativo do cartão de crédito, bancos têm 90 dias para enviar propostas e seguem discutindo
-
Quer ser “dono” de uma rede de postos de gasolina? Santander eleva a recomendação e indica compra de ações da Vibra (VBBR3)
-
BTG Pactual (BPAC11) paga R$ 500 milhões por 100% da Órama e chega à 11ª aquisição da plataforma de investimentos
Mais lidas
-
1
Por que a terça-feira será um “Dia D” para a Casas Bahia (BHIA3)? Entenda como uma reunião pode impactar a situação financeira da varejista
-
2
Este fundo imobiliário admite que tem pouca chance de crescer e vai devolver R$ 36 por cota aos investidores; veja quem tem direito
-
3
Dona da JSL e da Movida, Simpar (SIMH3) anuncia aquisição do Grupo Alta por R$ 120 milhões e amplia presença no setor de veículos leves