🔴VEM AÍ ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE – DE 1 A 4 DE JULHO – INSCREVA-SE GRATUITAMENTE

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

Vendendo a Nova Previdência

Em evento em Brasília, Guedes defende capitalização e Maia fala em “reforma que beneficia a todos”

Ministro da Economia afirmou que há de se ter a coragem de fazer o que tem de ser feito, mas que “não tem problema” se o Congresso diluir a reforma

Eduardo Campos
Eduardo Campos
8 de abril de 2019
18:47 - atualizado às 12:52
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes - Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender o regime de capitalização para a Previdência, dizendo que se o Congresso não entregar a economia que se acha razoável, estaremos prejudicando as gerações futuras.

Segundo Guedes, temos de ter a coragem de fazer o que tem de ser feito, mas que “não tem problema” se o Congresso fizer uma reforma mais diluída, pois “não tem capitalização”.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro deu uma “canelada” no ministro ao falar que os deputados devem derrubar a capitalização e que ele seria favorável a uma reforma mais simples.

Guedes participa de evento promovido pelo “O Globo e Valor Econômico” e chegou defendendo seu R$ 1 trilhão em economia ao ser perguntado se teria jogado a toalha na economia fiscal com a reforma.

Ainda na sua fala inicial, ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, Guedes disse que a Previdência é uma fábrica de privilégios e desigualdades.

“Nossa reforma vai em cima de quem ganha mais. No fim, um gari ou deputado vão terminar do mesmo jeito. Não é verdade que a reforma prejudica os pobres”, afirmou.

Leia Também

Guedes também votou a dizer que não já problema nenhum de termos no poder uma aliança de centro-direita.

“Estou em uma democracia vibrante, acredito no trabalho da mídia, congressistas, estamos desenvolvendo as instituições. Não tem porque ter preocupação com a eleição de centro-direita”, disse.

Segundo o ministro, o maior vilão dos últimos 40 anos de história republicana é o descontrole do gasto público.

Assim, a Previdência é o primeiro “ataque”, depois está a redução de gastos com juros via privatizações. Depois tem a redução do gasto com funcionalismo público via aumento de eficiência e maior tecnologia no Estado.

No lado tributário, Guedes falou em simplificar e reduzir isenções até chegar ao momento de promover redução de alíquotas para todos. Ele voltou a lembrar que parte não paga pois consegue benefícios e outra parte prefere pagar ao advogado que ao governo.

Guedes voltou a falar do grande poder do presidente e do ministro da Economia, que basta apontar que sai um estádio de futebol, portos em países amigos e a maior empresa de proteína animal do mundo. “Tá errado esse troço, ninguém pode ter tanto poder. Poder político tem que ser limitado”, disse.

Sobre redução de tarifas externas, Guedes falou em redução gradual, pois ainda não houve mudança nos impostos. “Somos liberais, mas não somos idiotas”, disse.

Segundo o ministro, a abertura comercial vai pegar no último ano de governo.

Guedes disse que “vamos levantar caixa o suficiente para ninguém ficar em dúvida”. Na sequência falou na devolução dos R$ 126 bilhões pelo BNDES, outros R$ 80 bilhões via privatizações, mais R$ 80 bilhões de instrumentos hibridos de crédito que estão em bancos públicos. A Caixa e o BB vão vender subsidiária para me pagar. Paguem a União.”

Guedes falou que achava que a transição seria serena, para um governo de centro-direita, mas se disse “absolutamente confiante no nosso papel, cada um fazendo seu papel. Não tenho medo de nenhum desvio com relação a isso. Somos democracia abusada, duas hiperinflações, e saímos do lado de lá”.

Maia: todo mundo vai ter que ajudar

Em sua fala inicial, Maia afirmou que a Câmara dos Deputados nunca será um instrumento para gerar problemas na questão fiscal do Brasil. Como exemplo, ele citou medida do Funrural, que teria impacto de R$ 30 bilhões e foi pedida por Bolsonaro para ser votada, mas que ele preferiu não colocar em votação.

Maia falou que “fomos capturados pelas corporações públicas e privadas, o Orçamento público atende a pouca gente”, existindo um divórcio grande entre a economia e a sociedade.

Com isso, disse Maia, a política perdeu as condições de responder às demandas da sociedade.

Sobre a agenda de reformas, Maia afirmou que “todo mundo vai ter que ajudar, do PT ao PP ou quem vai pagar é a sociedade e a política, divorciada dos interesses do cidadão brasileiro”.

Para Maia, a política precisa volta a cumprir seu papel, apesar de refutada pela sociedade. Mas o STF também tomou decisões ruins, disse o presidente da Câmara, que amarraram o orçamento e fortaleceram as corporações públicas, como mudanças na LRF e salários acima do teto.

Guedes aposenta função de coordenador

Na parte de perguntas e respostas, Guedes disse não ter a pretensão de ser coordenador político. “Vocês viram meu desempenho lá”, disse em referência à CCJ e tirando risos da plateia.

“Coordenação da Reforma está em excelentes mãos com o Rogério Marinho, o Bruno Bianco, timaço. Sou animal de combate, não sou animal para fazer essa coordenação. Sou animal de economia”, disse, complementando que “acho que sou um defensor, honesto, de algumas propostas, de uma agenda”.

Perguntado sobre eventuais pretensões políticas, depois de manifestantes gritaram seu nome em eventos no fim de semana, Guedes disse que “ministro da Economia aplaudido já é raro, aplaudido por medida impopular como reforma da Previdência é incompreensível”.

Para Guedes, tal fato só pode ser explicado pela existência de uma compreensão maior da população dos atuais conflitos que temos na economia. “A reforma faz ajuste no passado, mas deixa uma porta aberta para o futuro com o regime de capitalização”, voltou a dizer.

“Sem reforma da Previdência, ministro da Economia tem que devolver o Orçamento para a classe política. Essa é a reabilitação da classe política”, disse.

R$ 1 trilhão para Bolsonaro

Maia foi perguntado sobre notícia que circulou no fim de semana, de que os deputados não querem dar uma reforma de R$ 1 trilhão para Bolsonaro, temendo que ele fique muito forte em eventual reeleição.

Para o presidente da Câmara, tudo mundo fica forte com a aprovação de uma reforma da Previdência. Além disso, Maia disse que o sistema atual é feito por presidentes reeleitos e que seria natural Bolsonaro ganhar novas eleições se fizer um bom mandato.

“Não vejo isso como um problema”, disse.

Para Maia, abrir mão de uma reforma que fará o país voltar a crescer e ter investimentos porque o Bolsonaro pode ser reeleito, mostra total falta de compreensão do atual momento político brasileiro.

De acordo com ele, há uma transição no Brasil e em outros países como EUA, mas esses movimentos “se prepararam para tirar algo do lugar e não se prepararam para colocar algo no lugar”.

Na sequência, disse que não adianta cobrar nada de Bolsonaro com três meses, mas são mudanças que estão ocorrendo e contestando o ideal de democracia liberal.

Para Maia, esses movimentos não podem relegar uma democracia mais fraca.

Respeitar para ser respeitado

Novamente questionado sobre articulação política, Paulo Guedes disse que o desafio é de todos nós e que há uma lei básica, que é respeitar para ser respeitado e que vale para os dois lados, para tudo mundo. “Se o presidente não respeitar a política, a política não vai respeitá-lo”, disse.

Para o ministro, os atritos políticos são um choque de acomodação. E Bolsonaro tem de manter sua base mobilizada, pois o adversário (PT) faz e fez isso muito bem.

“Realmente estou confiante quanto à dinâmica. Eu quero R$ 1 trilhão, para ter capacidade de fazer transição, algo que vai beneficiar os futuros governos”, disse.

Guedes também disse que “não saio na primeira derrota”. Sobre segunda ou terceira derrota, disse que depende da qualidade da derrota. "Vai ver todo mundo está feliz em crescer 0,6% e eu estou errado."

O ministro também pontuou que a queda de popularidade do governo “não assusta” e que o jogo segue adiante. “O Congresso vai fazer a parte dele. Uma reforma será aprovada. Não tenho dúvida disso. Haverá mobilização de Estados e municípios”.

Para o ministro, Bolsonaro entendeu que “tem que governar com todo mundo”, depois da crise de acomodação e que novos interlocutores vão fazer a nova política. “A mídia será construtiva, o Congresso será construtivo”, disse.

“Não há razão para acharmos que a coisa vai degringolar. Vou dar meu melhor esforço”, disse, complementando que o máximo que vai fazer se achar que “coisa vai para a bagunça” é ir embora para casa.

Paulo Guedes também disse que nunca ficou uma noite sem dormir por causa do ambiente político. Para ele, Maia e Bolsonaro tentam se comunicar, “vejo como um minueto”.

“Um é mais duro nos modos, mas sabe, viveu aqui muito tempo, o outro pode ser suave nos modos, mas sabe dar canelada bem dada. Mas é o mundo político. É uma crise de acomodação”, disse Guedes, complementando que “o que me aborrece é achar que estou fazendo algo que ninguém quer”.

Para Maia, a queda de popularidade do governo também atinge o Parlamento. “Nós também temos responsabilidade”, disse, lembrando que toda a população vive em um recessão faz cinco anos.

Voltando à articulação política, Maia disse que segue defendendo a reforma, mas que não articula como vinha fazendo, pois achava que Bolsonaro defenderia um modelo de coalizão, com o Legislativo participando e atuando junto com o Executivo. Mas o presidente disse que não quer esse modelo e ele pode até estar certo, segundo Maia.

Mas o presidente da Câmara disse que “não vou ser mulher de malandro, apanhar e ficar achando que está bom”.

Rodrigo Maia disse estar estimulado pela agenda do governo é que continuará sendo um defensor da reforma da Previdência em qualquer ambiente. “Mas não tenho as condições de ser articulador político que tinha há duas semanas. Perdi as condições de cumprir o papel porque fui mal compreendido”, disse.

Ainda de acordo com Maia, a data para a votação da reforma é irrelevante, o importante é conseguir a economia de R$ 1 trilhão.

Maia também disse que não fala mais sobre prazos e votos. Se o governo quiser votar em 15 de junho, Maia disse que pode votar, mas se ganha ou não, tem de se perguntar ao ministro Onyx Lorenzoni.

Nova política

No fim do evento, no famoso “quebra-queixo”, perguntei a Maia se o presidencialismo de coalizão acabou, como ele sugeriu ao longo de sua fala no evento.

“Imaginei que o diálogo era em um caminho, o presidente decidiu no outro. Acho corretíssimo, democrático, respeito. Claro, cabe a ele, agora, junto com os ministros e líderes organizarem uma pactuação, uma convergência com relação a uma agenda, começando pela Previdência. Mas é claro que uma eleição em um outro formato, que abre um novo ciclo, abre uma nova relação. Acho que é legitimo”, disse.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FOCO NO CENTRO

Com Lula ou Bolsonaro na Presidência, o próximo Congresso será de centro-direita e reformista, diz Arthur Lira

10 de maio de 2022 - 15:04

Em evento em Nova York, presidente da Câmara volta a defender a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e as reformas no país

ATÉ 2023

Alívio no bolso vem aí? Conheça a PEC que pode zerar impostos sobre combustíveis e gás

3 de fevereiro de 2022 - 20:42

A matéria dispensa o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige que o governo compense a perda de arrecadação ao cortar impostos com a elevação de outros

RAIO-X DO ORÇAMENTO

Fundo eleitoral, emendas do relator e reajuste dos servidores: 3 pontos do Orçamento para 2022 que mexem com a bolsa esta semana

22 de janeiro de 2022 - 14:45

Entre emendas parlamentares superavitárias e reajuste dos policiais federais, o Orçamento deve ser publicado no Diário Oficial na segunda-feira (24)

PEC DOS COMBUSTÍVEIS

Tesouro pode perder até R$ 240 bilhões com PEC dos Combustíveis e inflação pode ir para 1% — mas gasolina ficará só R$ 0,20 mais barata; confira análise

22 de janeiro de 2022 - 10:58

Se todos os estados aderirem à desoneração, a perda seria de cifras bilionárias aos cofres públicos, de acordo com a XP Investimentos

DE OLHO NAS DÍVIDAS JUDICIAIS

Além do furo no teto: como a PEC dos precatórios afeta os credores, mas abre uma grande oportunidade de investimento

20 de janeiro de 2022 - 7:03

Com a regra fiscal ameaçada, o motivo inicial para a criação da emenda acabou sendo relegado a segundo plano, mas seus desdobramentos podem beneficiar os investimentos alternativos

FICOU PRA HOJE

Por precaução, presidente da Câmara adia votação em 2º turno da PEC dos Precatórios

15 de dezembro de 2021 - 6:18

Depois da aprovação em 1º turno, ontem à noite, governistas temiam falta de quorum; Lira deixou votação para hoje

VAI OU NÃO VAI?

Câmara resiste a mudanças propostas pelo Senado na PEC dos precatórios; entenda o impasse

13 de dezembro de 2021 - 19:23

Parte da PEC já foi promulgada na semana passada, incluindo a alteração no cálculo da regra que atrela o crescimento das despesas à inflação

GÁS NA TRAMITAÇÃO

Projeto de lei pode conter alta dos combustíveis, mas precisa ser aprovado ainda este ano, defende relator

8 de dezembro de 2021 - 16:05

A medida, que cria um programa de estabilização do valor do petróleo e derivados, foi a forma encontrada para amenizar a alta dos preços sem interferir na política da Petrobras

Congresso

Se Arthur Lira quiser, PEC dos Precatórios será aprovada ainda este ano, diz líder do Novo

6 de dezembro de 2021 - 15:56

Deputado Paulo Ganime defende que PEC tramite como novo texto, mas presidente da Câmara sinalizou que vai fatiar proposta

PROMESSA DESCUMPRIDA

Reforma administrativa não sai antes das eleições, admite relator da proposta na Câmara

5 de dezembro de 2021 - 18:01

O deputado Arthur Maia afirmou que faltou empenho do executivo para garantir que o texto fosse aprovado no Congresso

INVESTIDORES ATENTOS

4 fatos que mexem com o Ibovespa na próxima semana — incluindo Copom e IPO do Nubank

5 de dezembro de 2021 - 14:18

O principal índice acionário brasileiro terá um calendário cheio de eventos e dados econômicos para digerir ao longo dos próximos dias

Correria no Congresso

Governo quer esperar, mas presidente do Senado estuda votar PEC dos precatórios ainda hoje

30 de novembro de 2021 - 19:25

O governo acredita já ter os votos necessários para aprovar a proposta, mas esperava garantir uma margem maior antes da votação

Adeus ano velho

Ano novo, impostos velhos! Reforma do IR fica para 2022, confirma presidente do Senado

29 de novembro de 2021 - 19:28

O governo Bolsonaro pressionava pela aprovação da proposta para financiar o Auxílio Brasil, mas não conseguiu apoio na Casa

NEGOCIAÇÃO NO CONGRESSO

PEC dos precatórios tornará Auxílio Brasil permanente; Bolsonaro espera que o Senado aprove o texto na próxima semana

23 de novembro de 2021 - 20:19

O governo ainda busca votos para aprovar o texto sem mexer em dois pontos centrais: o limite para pagamento de precatórios e a mudança no cálculo do teto de gastos

FORÇANDO O TETO

Bolsonaro prometeu, mas Lira diz que não há espaço para reajuste a servidores com PEC dos Precatórios

18 de novembro de 2021 - 19:49

A PEC abre um espaço de R$ 90 bilhões no Orçamento, mas cálculos da Economia apontam outras despesas como destinatárias da folga

Ruídos de Brasília

Projeções para a economia são revisadas para pior e falas de Jair Bolsonaro desagradam senadores que negociam PEC dos Precatórios: veja o que movimenta Brasília hoje

17 de novembro de 2021 - 13:29

A PEC dos precatórios pode abrir espaço no Orçamento de 2022, mas o risco fiscal gerado pelos debates em torno da proposta fizeram o governo reajustar as projeções

Crédito especial

Com remanejamento no Orçamento, Congresso garante verba R$ 9,36 bilhões para Auxílio Brasil

11 de novembro de 2021 - 17:54

O montante, originalmente previsto para o finado Bolsa Família, garantirá um reajuste de quase de 18% no novo programa social

MAIS VOTOS

PDT pula do barco, mas PEC dos Precatórios passa em 2º turno na Câmara mesmo assim

10 de novembro de 2021 - 6:05

Apesar da mudança de posição pedetista, governo conseguiu 11 votos a mais do que no primeiro turno para passar a PEC com a qual pretende viabilizar o Auxílio Brasil

VOTAÇÃO TENSA

Plenário mantém mudança no teto de gastos, mas derruba alteração na regra de ouro; confira outros destaques da PEC dos precatórios

9 de novembro de 2021 - 18:42

O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira, que tem a prerrogativa do cargo de não ser obrigado a votar, pressionou o ‘sim’ para ajudar o governo na mudança

SEM DATAS NO HORIZONTE

Privatização dos Correios estacionou? Relator altera parecer, mas votação em comissão do Senado é adiada

9 de novembro de 2021 - 14:09

A versão mais recente do texto aumenta a garantia contra o fechamento de agências em áreas remotas da Amazônia Legal

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar