‘Deputado hoje é um Zé Ruela com CPF’, diz Luiz Philippe de Orleans e Bragança
Do ramo de Vassouras da família imperial e no primeiro mandato, o “príncipe” – como é conhecido – afirmou ainda que a Câmara é “uma muvuca” e se disse a favor do parlamentarismo.

O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), um dos ideólogos do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro pretende criar, acusou o Centrão de ser o maior inimigo do governo e, ao defender uma reforma política, comparou deputados a "zé-ruelas com CPF".
"Em 2022 a gente faz uma eleição distrital, se Deus quiser. Aí você vai representar alguém de fato, não será um zé-ruela com CPF que o partido colocou lá para ganhar eleição", disse.
Do ramo de Vassouras da família imperial e no primeiro mandato, o "príncipe" - como é conhecido - afirmou ainda que a Câmara é "uma muvuca" e se disse a favor do parlamentarismo. "Minha esperança é que Bolsonaro seja o último presidente da República."
O sr. tem um projeto de reforma política. Qual é o foco?
As mudanças políticas via Congresso devem ser por etapas, a primeira delas é o sistema eleitoral, para dar um choque de representatividade, com pessoas eleitas diretamente de contato com o eleitor, não dependentes de cabos eleitorais e do sistema político para se eleger. Sou contrário ao modelo atual em que a pessoa é eleita sem visibilidade, sem proposta nenhuma, não serve para nada, e está ali porque quer entrar porque remunera bem, tem uma vida boa e vai ajudar o partido, e não a sociedade.
O sr. detectou isso neste primeiro ano de mandato?
São os que votam contra todas essas mudanças políticas, contra acabar com o fundo eleitoral, contra ter mais transparência, contra aproximar o eleitor do eleito, a favor de reforçar o poder dos partidos e dos caciques. Agora, tem o pessoal do Centrão, acostumado a apadrinhar prefeitos, a passar emenda parlamentar para se eleger numa aliança futura, tem cabos eleitorais pagos pelo gabinete durante todo o ano e que trabalham no ciclo eleitoral. O dinheiro público jogado para o sistema político não tem mais cabimento.
O que o sr. vai propor?
Voto distrital, impresso ou auditável, recall de mandato, para a população remover seus representantes via abaixo-assinado ou referendo, interferir mais no fundo eleitoral, ter candidatura independente, avulsa.
Leia Também
Numa segunda fase, vamos fazer a reforma partidária, dar mais transparência, democracia interna, ter compliance, a forma de seleção de candidatos de forma aberta, para não ter listas fechadas em que poucos escolhem. É difícil fazer uma reforma partidária com o sistema eleitoral tosco, controlado pelos partidos.
O terceiro ponto são questões do regimento interno da Câmara e do Senado. A Câmara é uma muvuca, não se faz debate político. O presidente da Câmara atropela todos os deputados, que se tornam fantoches. O gabinete dele (Rodrigo Maia) parece uma repartição pública, faz fila de gente com chapéu na mão pedindo não sei o quê. Temos que transformar num modelo parlamentar de verdade.
E o quarto item?
É a mudança do sistema, passar do presidencialista para um mais parlamentarista. Até 2022, a gente faz uma reforma eleitoral e partidária. Em 2022 a gente faz uma eleição distrital, se Deus quiser. O perfil dos parlamentares vai mudar, a raiz deles, a vida social. Nesse contexto de proximidade do eleito com o eleitorado, você consegue alçar voos maiores. Aí você vai representar alguém de fato, não será um zé-ruela com CPF que o partido colocou lá para ganhar eleição e preencher lista, que é o caso hoje. No modelo distrital você, de fato, representa seu distrito e tem poder de fazer grandes debates. Se o Executivo estiver casado com essa missão, acho que temos uma boa chance.
Precisa do envolvimento do presidente da República?
Precisa, porque, no modelo parlamentarista ou semipresidencialista, o presidente vai perder poder. O presidente deixa de governar o país.
O que Bolsonaro acha disso?
Ele não gosta. A missão dele agora é limpar o País do petismo. Acho que ele tem razão. Não podemos mudar o sistema agora que ele tem poder para fazer mudanças, desaparelhar, tirar o Partido dos Trabalhadores de todas as camadas dos ministérios. Está lá ainda. Ele tem de ter poder para desnazificar o País. No momento seguinte, ele libera o processo, se desonera de governar e vira chefe de Estado. Minha esperança é que ele seja o último presidente da República do Brasil.
Como o sr. definiria o Aliança pelo Brasil?
A ideia é ser altamente liberal e no padrão conservador anglo-saxão, sair do conservadorismo nacional-socialista, que envolve o Estado fazer muita coisa, valorização do nosso patrimônio, uma visão que dominou o século 20. O manifesto tem nacionalismo, em termos de política externa, é conservador nos costumes e totalmente liberal, capitalista. Uma postura mais sã, uma visão que formou os grandes países. Teremos a proteção da cidadania, do território, dos valores e da livre-iniciativa. É realmente o primeiro partido conservador.
O sr. estimaria um tamanho a que o partido pode chegar?
Eu diria um mínimo de dez migrações de parlamentares federais já na criação. E depois tem uma extensão. Aí, o Congresso é o limite. Não vai ser unipartidarismo, eu sou contra. Mas eu estimo, para o bem do País, que se transforme em 20% a 30% do Congresso Nacional dentro do Aliança. Acho que temos capacidade, amplitude de ideologia para isso.
Essa negociação de quem entra no partido não pode melindrar outras legendas e causar retaliações ao governo Bolsonaro no Congresso?
Acho que não. A gente está evitando só gente ruim, ficha-suja, condenado em segunda instância, terrorista, invasor de terra, quem faz piquete destrutivo da ordem pública...
O sr. vai disputar a Prefeitura de São Paulo pelo Aliança?
Não tenho nenhum plano eleitoral. Estou no meu mandato, vendo esses grandes movimentos políticos. Não tenho ambição nem de ser deputado, para ser sincero. Agora, se o jogo político abrir, eu tiver chance de ganhar e for necessário que eu ganhe para negar a ambição de pessoas erradas ou eu ter projeto, não vou negar.
Qual a maior oposição hoje ao presidente?
O Centrão é a maior oposição. O Centrão está desapegado da sociedade por natureza. Eles não são representativos da sociedade, eles são do sistema. Eles vão se eleger porque o sistema vai elegê-los, então dane-se a sociedade para eles. Esse é o maior inimigo, o sistema e os representantes do sistema.
O governo e os bolsonaristas erraram ao ter Rodrigo Maia como alvo?
O Rodrigo Maia é uma incógnita para mim. Não sei dizer se foi um erro ou um acerto. Sem dúvida houve dissonâncias ao longo do ano. Agora, para equilibrar o jogo dentro do Congresso... O Rodrigo Maia conseguiu fazer algumas coisas, minimizando o desgaste. Eu, particularmente, prefiro a ruptura. A gente se beneficiaria de uma Câmara liderada por quem está em simbiose com o governo.
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
Debêntures incentivadas devem continuar isentas de IR, mas LCI e LCA seguem na mira da MP que muda a tributação dos investimentos, diz jornal
Texto deve manter mudanças na alíquota única de IR para ativos tributáveis e na compensação de créditos tributários, pontos que despertam preocupação no mercado
Governo Trump sobe o tom contra o Brasil, e Itamaraty condena ameaças dos EUA de usar “poder militar”
O documento do Itamaraty foi publicado após a porta-voz da Casa Branca ser questionada sobre a possibilidade de novas sanções ao Brasil por conta do julgamento de Jair Bolsonaro
Bolsonaro era líder de organização criminosa que tentou golpe de Estado, diz Moraes — Dino acompanha o relator e vota por condenação
Ministros destacaram provas de uma trama articulada desde 2021 e pediram condenação dos sete réus. Dino, entretanto, vê diferentes níveis de culpa
O julgamento de Bolsonaro e o xadrez eleitoral com Lula e Tarcísio: qual é o futuro do Brasil?
O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, analisa o impacto da condenação de Jair Bolsonaro, a estratégia de Tarcísio de Freitas e as dificuldades de Lula em chegar com força para as eleições de 2026
Pedimos para a inteligência artificial da Meta produzir imagens de Lula, Trump, Bolsonaro, Alexandre de Moraes e outros — e o resultado vai te surpreender (ou não)
A inteligência artificial da Meta entregou resultados corretos em apenas duas das seis consultas feitas pela redação do Seu Dinheiro
STF encerra primeira semana do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados; confira os principais pontos do segundo dia
A sessão será retomada na próxima terça-feira (9), às 9 horas, com o voto do relator e ministro do STF, Alexandre de Moraes
A suspeita de rombo nos cofres que levou ao afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, pelo STJ
Investigado na Operação Fames-19, Barbosa é suspeito de participar de um esquema de R$ 73 milhões em contratos emergenciais durante a pandemia
Filho de ourives e clientes como Neymar, Vini Jr e Ludmilla: quem é TH Joias, deputado preso por suspeita de negociar armas com o Comando Vermelho
Investigado por suposta ligação com o Comando Vermelho, o parlamentar conhecido como TH Joias já havia sido preso em 2017 por acusações semelhantes
Ao vivo: assista ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro
Julgamento da trama golpista de 2022 prossegue nesta quarta-feira com sustentação oral dos advogados de Jair Bolsonaro e de mais três réus
Supremo Tribunal Federal inicia julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe; confira os principais pontos da sessão
A sessão foi suspensa e será retomado nesta quarta-feira (3), com a expectativa da manifestação da defesa do ex-presidente
Lula em xeque: gestora traduz em números a dificuldade de reeleição e vê Selic a 7% com vitória da centro-direita
Com base nos dados de popularidade do presidente, a gestora carioca Mar Asset projeta um desempenho entre 38% e 45% dos votos para Lula
Sem saída na diplomacia, governo Lula aposta em advogados americanos para reagir à Lei Magnitsky e às tarifas de 50%
AGU se prepara para defender Brasil em tribunais dos EUA e diante da administração federal norte-americana
Isenção de IR até R$ 5 mil vem aí? Confira quais são os próximos passos do projeto de lei no Congresso
Regime de urgência agiliza a tramitação, mas texto ainda deve passar pelo plenário da Câmara e do Senado
Bolsonaro na Argentina? Indiciamento do ex-presidente e possível fuga repercutem no exterior; veja o que os principais jornais disseram
Na minuta endereçada ao presidente argentino, Bolsonaro afirma que é “um perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos”
Tarifaço de Trump pesa sobre Bolsonaro e coloca Lula na rota da reeleição; entenda como fica o cenário eleitoral de 2026
Com a imagem da família prejudicada pela taxação dos EUA, cresce a pressão para que Jair Bolsonaro — que está inelegível — abra mão da tentativa de se candidatar no ano que vem
CPMI do INSS é instalada com derrotas para o governo e líderes do Congresso; oposição comemora
Eleição de Carlos Viana para a presidência e escolha de Alfredo Gaspar como relator contrariam indicações de Davi Alcolumbre e Hugo Motta
Aprovação do governo Lula chega a 46%, o maior nível desde janeiro — avaliação sobre tarifaço também avança
Popularidade do presidente cresce no Nordeste, entre homens e eleitores mais velhos, de acordo com o levantamento
Após polêmica com preços abusivos, ministro do Turismo diz que Belém terá “leitos para todos” na COP30
Celso Sabino afirma que valores abusivos são exceção e garante acomodações entre US$ 100 e US$ 600 para lideranças globais
Moraes manda recado para Trump: “Não há possibilidade de recuar nem um milímetro”; confira tudo o que o ministro do STF disse
Ele é alvo de punições pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky — que penaliza estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos
Para 35% dos brasileiros, Lula é o culpado pelo tarifaço; 22% acusam Bolsonaro, diz Datafolha
Pesquisa do Datafolha revela o impacto da crise tarifária nos brasileiros, dividindo as responsabilidades entre Lula, Bolsonaro e outros nomes políticos