Centrão quer lei contra deputado infiel
Crise no PSL animou o Centrão, grupo que planeja criar dificuldades para Bolsonaro “patrocinar” a formação de outro partido

A crise no PSL animou o Centrão, grupo que planeja criar dificuldades para o presidente Jair Bolsonaro "patrocinar" a formação de outro partido. Em reunião na Câmara, na última quarta-feira, dirigentes desse bloco começaram a discutir as linhas gerais de um projeto de lei que endurece a punição para deputados que mudarem de legenda. Não sem motivo: certos de que Bolsonaro deixará o PSL mais cedo ou mais tarde, políticos de centro-direita querem impedir que ele tire dividendos do racha e carregue os dissidentes para uma sigla em construção.
Alinhavada sob medida para atazanar a vida dos bolsonaristas, a proposta prevê que mesmo quem abandonar o partido pelo qual foi eleito para se filiar a outro recém-criado perde o mandato. Atualmente, parlamentares "infieis" correm esse risco se não esperarem a chamada "janela partidária" - período permitido para o troca-troca, de seis meses antes da eleição -, mas há exceções. Uma delas é justamente a migração para uma legenda que acabou de nascer. A outra é a saída "por justa causa".
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro dizem que a operação deflagrada nesta terça-feira, 15, pela Polícia Federal para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao presidente do PSL, deputado Luciano Bivar, no Recife (PE), pode dar "motivo" para que deputados tentem salvar seus mandatos na Justiça, mesmo mudando de partido. Bivar é alvo de uma investigação sobre candidaturas laranjas, que teriam sido usadas para desviar recursos do fundo eleitoral na campanha do ano passado.
Bolsonaro e seus seguidores buscam uma brecha jurídica para deixar o partido sem que os deputados sejam prejudicados. Não foi à toa que ele cobrou a abertura da "caixa preta" do PSL e pediu auditoria nas contas da legenda. "A gente quer transparência. Eu não quero que estoure um problema e depois a imprensa me culpe (dizendo) 'ah, você não sabia?'", afirmou o presidente no sábado, em São Paulo. A declaração está sendo interpretada por discípulos de Bivar como um "recado" de que o chefe do PSL seria alvo de retaliações e chumbo grosso.
'Ataque'
Na Câmara, porém, o Centrão - que reúne partidos como DEM, PP, PL, PRB e Solidariedade - promete barrar o caminho do presidente para impedir que ele promova um "ataque especulativo" sobre a centro-direita e leve os rebeldes do PSL para outra sigla. Em conversas reservadas, parlamentares desse bloco - que controla cerca de 230 dos 513 deputados - dizem que deixar Bolsonaro promover a "dieta da engorda" de nova legenda, às vésperas de um ano eleitoral, seria um "tiro no pé".
O desfecho das disputas municipais de 2020 é considerado o primeiro teste para o projeto de poder do presidente, que quer a reeleição. Longe dos holofotes, há um forte movimento de bolsonaristas para por de pé o Conservadores, partido que deve surgir sob o guarda-chuva da antiga União Democrática Nacional (UDN), extinta após o golpe militar de 1964.
Leia Também
Mesmo assim, Bolsonaro e seus apoiadores tentam primeiro destituir Bivar para controlar o PSL e escolher os candidatos da sigla. Somente se essa estratégia naufragar é que eles apostarão na nova legenda.
"Quem quiser sair do PSL que saia, que Deus o leve, mas deixe o mandato com a gente", reagiu o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP). Para o senador, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho "zero três" do presidente, estimulou uma "conspiração" para implodir o PSL. "Eduardo é um dos cabeças desse projeto de poder esquizofrênico", criticou ele. "Querem arrancar o Bivar da presidência do PSL e destituir a Executiva para deixar lá só os arianos, a raça pura."
O senador disse não ter dúvidas de que um projeto de lei para punir "com mais rigor" os infiéis terá apoio no Congresso. "Isso junta esquerda, centro, maioria da direita e passa rapidinho. É caixão e vela na porta", comparou. Na sua avaliação, criar um partido agora seria apenas uma manobra para abrigar os "traidores" do PSL, que, para ele, "devem pagar o preço" de perder o mandato.
Olímpio comandava o PSL de São Paulo, mas foi substituído há quatro meses por Eduardo Bolsonaro. Até agora, o deputado determinou o afastamento dos presidentes de 73 dos 280 diretórios do PSL no Estado.
Embora a ideia do projeto de lei para impor novo revés às pretensões de Bolsonaro e de seu grupo ainda não tenha saído do papel, o tema já começou a provocar polêmica. "Toda lei de conveniência eleitoral é sempre perigosa", argumentou o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que é advogado. "Eu até acho correto debater esse assunto, mas não como instrumento para inviabilizar a eventual saída de parlamentares do PSL. Por que ninguém falou disso há um ano?"
Bivar convocou uma convenção extraordinária do partido para a sexta-feira. A reunião foi chamada para referendar mudanças no estatuto da sigla, que desidratam a ala bolsonarista. Além do controle do PSL, o duelo também envolve dinheiro. O partido deixou de ser nanico e foi o mais votado nas eleições de 2018, na esteira da eleição de Bolsonaro. Com essa credencial, poderá receber algo próximo de R$ 1 bilhão em recursos públicos até 2022, ano da sucessão no Planalto.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Lula vs. Bolsonaro: no ‘vale tudo’ das redes sociais, quem está vencendo? Descubra qual dos candidatos domina a batalha e como isso pode influenciar o resultado das eleições
A corrida eleitoral começou e a batalha por votos nas redes sociais está à solta; veja quem está ganhando
‘Bolsonaro não dormiu ontem’: Lula comemora liderança nas pesquisas e atribui assassinato de petista a presidente ‘genocida’
O candidato do PT afirmou que o presidente não consegue convencer a população mesmo com gastos eleitoreiros altos
Bolsonaro é o candidato com maior número de processos no TSE — veja as principais acusações contra o presidente
Levantamento mostra que o candidato à reeleição é alvo de quase 25% das ações em tramitação na Corte até o início de setembro
7 de setembro ajudou? A distância entre Lula e Bolsonaro é a menor desde maio de 2021, segundo pesquisa Datafolha
Levantamento foi feito após as manifestações do Dia da Independência, feriado usado pelo atual presidente para atos de campanha, algo que nunca tinha acontecido na história recente do Brasil
Um novo significado de ‘imbrochável’: Jair Bolsonaro explica coro em discurso de 7 de setembro
Em transmissão nas redes sociais, Jair Bolsonaro explicou que o coro seria uma alusão ao fato de resistir a supostos ataques diários contra seu governo
Bolsonaro faz discurso de campanha em evento do Bicentenário da Independência e, sem citar Lula, diz que Brasil terá “luta do bem contra o mal”
Ao lado do empresário Luciano Hang, o “Véio da Havan”, e da primeira-dama, Michelle, o presidente Bolsonaro dirigiu-se aos seus apoiadores
Lula para de subir e Bolsonaro oscila para cima na nova pesquisa Quaest
Num eventual segundo turno, Lula continua em vantagem em relação a Bolsonaro, mas estagnou em 51% nas últimas quatro pesquisas
Apenas um candidato à Presidência tem motivos para comemorar a última pesquisa BTG/FSB
Simone Tebet (MDB) foi a única a crescer nas intenções de voto em primeiro turno e venceria Bolsonaro em um eventual segundo turno
Eleições 2022: confira como foi o domingo dos presidenciáveis e as declarações polêmicas
Lula esteve em São Bernardo do Campo, Ciro Gomes participou de caminha em Alfenas e Simone Tebet esteve em Aparecida. Bolsonaro não divulgou a agenda do dia, mas esteve em solenidade em Brasília
Agenda cheia: confira como foi o sábado de Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes e Tebet — e as declarações polêmicas
Lula e Bolsonaro mantiveram encontros com mulheres — um no Nordeste e outro no Sul do país — enquanto Ciro Gomes participou de caminhadas e Simone Tebet se preparava para evento em São Paulo
Pesquisa Ipespe: Lula é o único candidato que avança — petista segue líder com 44% das intenções de voto; confira os números
O presidente Jair Bolsonaro (PL), o pedetista Ciro Gomes e a senadora Simone Tebet (MDB) permaneceram estacionados em relação ao último levantamento, feito no dia 31 de agosto
Debate influenciou? Pesquisa Datafolha mostra que distância entre Lula e Bolsonaro diminuiu após confronto na TV
Esse é o primeiro Datafolha divulgado após a sabatina do Jornal Nacional e o debate realizado pela Band no domingo (28). Entre os mais beneficiados estão os candidatos que não aparecem sem primeiro ou segundo lugar nas intenções de voto
Bolsonaro diz que governo pode taxar lucros e dividendos para garantir Auxílio Brasil de R$ 600 em 2023
Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, divulgada na quarta-feira (31) prevê valor médio mensal de R$ 405 para o benefício, apesar da promessa do presidente que tenta a reeleição de manutenção do valor reajustado
Bolsonaro deve reforçar vitrine da economia após o PIB, mas Lula tem dois trunfos na manga
Bolsonaro ganha uma carta importante na disputa pela reeleição com PIB acima do esperado no segundo trimestre, mas Lula também tem o que mostrar na economia
E agora, Bolsonaro? Orçamento prevê Auxílio Brasil de R$ 405 e tabela do IR congelada em 2023 — confira detalhes da proposta
Na semana da divulgação do projeto do governo, Lula aproveitou para anunciar um adicional de R$ 150 para cada criança de até seis anos, além da manutenção dos R$ 600 do Auxílio Brasil
Lula e Bolsonaro irão se enfrentar novamente? Depois do desempenho ruim do primeiro ‘duelo’, fugir dos debates pode ser uma boa estratégia para os candidatos; entenda
O debate foi um verdadeiro fiasco para os dois protagonistas da corrida eleitoral, Lula e Bolsonaro; descubra qual dois dois foi o pior e se haverá outro ‘duelo’
Lula mantém ampla vantagem sobre Bolsonaro na Ipec e continua vislumbrando vitória em primeiro turno
Pesquisa do antigo Ibope mostra a intenção de voto em Lula supera a soma da preferências por todos os demais candidatos
Bolsonaro provoca no debate e Chile chama embaixador de volta — entenda por que a relação entre os dois países estremeceu
No debate de domingo (28) na Band, o presidente brasileiro voltou a criticar o apoio do PT a governos de esquerda, como Argentina, Colômbia e Chile; as declarações pegaram mal no país vizinho
Por que fugir dos próximos debates pode ser uma boa estratégia para Lula e Bolsonaro
Campanhas de Lula e Bolsonaro vão avaliar participação em futuros debates e entrevistas na base do ‘caso a caso’
Estaria Ciro tirando votos de Lula? Vantagem do petista sobre Bolsonaro diminui de 9 para 7 pontos na BTG/FSB
Apesar de Lula ter caído dentro da margem de erro, Bolsonaro permaneceu estável na rodada mais recente da pesquisa