Guedes poderia ter feito diferente?
E se Guedes tivesse falado na terça? Pode ser que o clima entre o Congresso e o governo estivesse em paz e amor e assim o Brasil estaria mais perto da reforma (e os preços dos ativos financeiros não estariam tão estressados). Nunca vamos saber…
Tem dias em que o estômago dói. Às vezes, porque cometemos excessos, outros porque decidimos levar a sério a dieta na quarta-feira porque a segunda já foi e feijoada é um prato (saborosíssimo) mas pesado. Você comete esses pecados? Não? Nem teve aborrecimento ou raiva maldigerida? Claro que já, tenha a profissão que tiver. Lembra que eu sou jornalista? Nesta minha profissão não se almoça todos os dias. Dois meses atrás, não deu outra. Corre para cá, corre para lá, e muito antes da hora já havia disputa por cadeira em frente à TV. E almoço? Nada!
Transmissão direta internacional... até quem votou contra embalou a contagem regressiva, tentando esconder uma ponta de orgulho. Plaquinhas de um azul profundo enfileiradas no fundo branco inspiravam a torcida (disfarçada ou não) pelo sucesso. Bolsonaro, Moro, Guedes, Araújo não davam margem à dúvida. O Brasil mudou.
Os ponteiros engoliram a precisão suíça e a hora marcada: 13, de Brasília.
E cadê o Brasil? O Brasil faltou!
A entrevista da comitiva liderada pelo presidente Jair Bolsonaro, que representava o Brasil no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, foi cancelada. Sem aviso prévio. Inicialmente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, falaria sozinho com a imprensa, e os jornalistas estrangeiros estavam muito interessados. Mas, em poucas horas, a entrevista de Guedes ganhou ares de convescote e miou. Era quarta-feira. Dois dias depois, na sexta, o feriado pelo aniversário de São Paulo paralisou a B3 e calou o mercado.
A lacuna aberta pelo Brasil na agenda do Fórum Mundial faria um estrago, pensei, mal começou o plantão. Comércio fechado, apelei à farmácia. A barra de cereal enganou o estômago. Voltei para a Redação. Lá, colegas atônitos apontavam a TV. Pensei que era reprise. Mas, não! O rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), seria fatal para centenas de pessoas. Na conversa com um gestor percebi que, na cabeça do investidor estrangeiro, a lama daquela tragédia poderia enterrar a frágil credibilidade de leis e acordos vigentes no Brasil.
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Eu, como o Felipe Miranda, acredito que uma imagem vale por mil palavras. Na última terça, a ausência do ministro Paulo Guedes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara, onde falaria sobre a reforma da Previdência, trouxe à lembrança a frustrada entrevista de Davos, a tragédia de Brumadinho e os compromissos assumidos por corporações e autoridades (públicas e privadas) para que um país siga em marcha.
E se?
E se Guedes tivesse falado na terça? Pode ser que o clima entre o Congresso e o governo estivesse em paz e amor e assim o Brasil estaria mais perto da reforma (e os preços dos ativos financeiros não estariam tão estressados). Nunca vamos saber...
Mas ficou evidente, 24 horas depois do bolo de Guedes na CCJ, que não haverá “DR” que alivie a tensão existente entre Congresso e governo, ao menos neste momento.
Explicada a ausência da terça, o ministro da Economia estará na CCJ da Câmara na próxima quarta-feira (3/4). Não pense você que o ministro deixará no seu gabinete a lembrança das ásperas declarações trocadas com os senadores, ontem, durante a audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Essa audiência, assim como a da CCJ, estava marcada desde a semana passada. E nela foi remoída uma crise, que se mostrou embrionária no fim de semana com alfinetadas disparadas entre o presidente Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a “velha” e a “nova” política e práticas que o presidente condena e pontua, como troca de cargos por apoio parlamentar em questões caras ao país.
O tombo do Ibovespa de 4 por cento, a esticada do dólar acima de 3,96 reais e colando em 4 reais em compras e vendas que serão liquidadas daqui a um mês, além da arrancada das taxas de juros, atordoaram o início da noite de muita gente. Eu inclusive! E olha que eu nem tenho dívida em dólar e nem vou viajar para lugar nenhum...
Essa virada dos ativos financeiros, que pode ser agravada hoje, foi produzida por ruídos políticos elevados em muitos decibéis e desânimo com a perspectiva da reforma da Previdência, sem mudança de fundamentos.
Na volta para casa, lembrei da sabedoria da minha avó Ophelia que, em seus quase 100 anos, dizia que não havia certeza maior do que o tempo para apaziguar corações ou apagar rusgas. Ela dizia: “Nada como um dia depois do outro, com uma noite no meio”.
A reação violenta dos mercados financeiros ontem foi precedida de uma terça-feira de acontecimentos incomuns que ajudaram (em muito) a tornar a quarta-feira um inferno. Na terça, o presidente da República abriu sua agenda mais tarde, às 11h30, depois de acompanhar (cedinho) a primeira-dama na pré-estreia de um filme religioso num shopping em Brasília. Na terça à noite, numa votação relâmpago, em primeiro e segundo turno, a Câmara engessou 97 por cento do Orçamento.
Para atrapalhar o sono do presidente e de todo o governo, essa decisão, que ainda deve ser aprovada pelo Senado — e contraria tudo o que defende o ministro Paulo Guedes — obriga o governo a realizar todos os investimentos previstos no Orçamento e ainda dobra o montante de recursos destinados ao cumprimento de emendas obrigatórias pelos deputados.
Guedes fala
Nesse clima de poucos amigos (ou nenhum), Paulo Guedes falou aos senadores ontem. Ouviu o que não quis e disse o que devia e o que não poderia.
Na audiência com senadores teve bate-boca, acusações, frases de efeito. Paulo Guedes avisou que o principal opositor do governo no Congresso é ele mesmo. A tentativa de conter exageros verbais do ministro minou o ambiente de vez na comissão do Senado.
Com paciência zero para (novamente) ter que convencer parlamentares da importância da reforma das aposentadorias, o ministro lembrou que pode ir embora se os seus serviços não interessarem a ninguém.
O trabalho de Paulo Guedes interessa, sim, aos brasileiros e ao presidente da República. Ainda que não exatamente nessa ordem, o ministro da Economia é o grande fiador do governo. E o ponto nevrálgico de tanta discussão entre governo e Congresso está em vaidades feridas e não no diagnóstico do que o Brasil precisa para sair do pântano em que sua economia foi parar.
Prefiro pensar que minha avó ensinou a coisa certa: que depois da quarta-feira vem a quinta, mas antes do Sol reinar tem uma noite inteira para “apaziguar corações ou apagar rusgas”.
Espero que todos tenham dormido em paz. O presidente, o ministro, deputados e senadores.
BC
Nesta manhã, o Relatório Trimestral de Inflação, a primeira edição do governo Bolsonaro e o segundo documento do Banco Central assinado pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto, é avaliado por operadores e analistas. Dele não sairá, porém, poção mágica que venha a atenuar a crise instalada em Brasília. O dia promete e no foco estará, antes de mais nada, o Ibovespa, que chegou ao céu outro dia, ultrapassando os 100 mil pontos, e agora desce ao inferno. Hoje, 90 mil pontos é a linha d’água.
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