Guedes diz que governo quer liberar infraestrutura a investimento estrangeiro e privado
Ministro afirmou que o governo está preso na armadilha do baixo crescimento por não ter recursos para investimentos

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo quer liberar toda a infraestrutura do País para o investimento estrangeiro e privado e acelerar privatizações. Em audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO), Guedes afirmou que o governo está preso na armadilha do baixo crescimento por não ter recursos para investimentos.
"Sobra para o governo R$ 19 bilhões por ano para investimentos, não é nada. Estamos em marcha lenta nas privatizações este ano, vamos acelerar", afirmou o ministro. "Queremos privatizar para disparar investimentos, não para arrecadar."
Para Guedes, as privatizações ajudarão o Brasil a trilhar o "caminho da prosperidade", em contraponto ao que chamou de "caminho do inferno", em referência às crises da Venezuela e Argentina. "Hoje, a situação do setor público é dramática, pode até alegrar oposição, mas somos todos brasileiros", alfinetou.
O ministro lembrou que a Eletrobras, por exemplo, precisa de R$ 14 bilhões por ano para investimentos apenas para não perder participação de mercado, mas que tem somente cerca de R$ 3 bilhões. "A Eletrobras está condenada a desaparecer no tempo, a não ser que consigamos privatizar", completou.
Durante a audiência, o ministro foi aplaudido ao lembrar o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que teve o melhor agosto desde 2013.
Alerta
O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Junior, alertou aos integrantes da Comissão Mista de Orçamento que uma eventual frustração no processo de privatização da Eletrobras provocaria uma redução de R$ 16 bilhões na previsão de receitas com concessões em 2020. O governo projetou o ingresso de R$ 21,1 bilhões com concessões.
Leia Também
O secretário disse ainda que é preciso elevar o patamar das despesas discricionárias, que incluem investimentos e despesas de custeio da máquina pública, previstas em R$ 89,2 bilhões para o ano que vem. O valor é considerado insuficiente para garantir o pleno funcionamento do governo.
A equipe econômica já sinalizou que enviará medidas de ajuste nas despesas obrigatórias para abrir espaço para as discricionárias. O impacto dessas ações só podem ser incorporados até o relatório preliminar do Orçamento, que está previsto para ser apresentado em 2 de novembro, com votação em 8 de novembro.
O relator do Orçamento de 2020, deputado Domingos Neto (PSD-CE), cobrou do governo quando essas medidas serão efetivamente enviadas. Como antecipou o Broadcast, entre as iniciativas estão o fim da multa adicional de 10% sobre o FGTS em demissão sem justa causa e o congelamento de progressão nas carreiras do Executivo.
"Queremos recuperar o investimento público, mas só o investimento privado é capaz de dar a resposta que o Brasil precisa", disse Rodrigues, defendendo alteração no quadro das discricionárias em 2020.
A revisão nas despesas obrigatórias do Orçamento, segundo o secretário, é necessária porque a política fiscal e orçamentária é "coluna" para que todas as demais políticas possam permanecer de forma perene - inclusive as sociais.
Bate-boca
Como em audiências anteriores, Guedes se irritou quando as perguntas dirigidas a ele ganharam tom pessoal. Os deputados de oposição questionaram o ministro sobre investimentos dele e de sua família na educação privada.
Guedes subiu o tom quando, ao tentar responder, foi interrompido pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). "É minha vez de falar, não estou aqui para conversar sobre minhas finanças pessoais, estou aqui para falar sobre orçamento público. Estou aqui para ser respeitado. Questões de cunho interrogativo a respeito de minhas finanças pessoais devem ser feitas a outro fórum", afirmou.
Ele disse ainda que trabalhou 20 anos pela educação brasileira ao fundar o Ibmec. Em tom de ironia, disse que fazia questão de elogiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter mantido superávits primários "por um tempinho", mas lembrou que depois o governo petista começou a entregar resultados deficitários.
"Hoje estamos muito mal por causa do fim da história, que teve déficits fiscais. Eles (PT) herdaram situação muito boa, nós herdamos o caos", afirmou.
O ministro acusou ainda os governos petistas de quebrarem o Estado e fazerem um "desmonte por dentro". "Eu estou no governo só há oito meses, não participei do desmonte do Estado. Apoiamos a Lava Jato, vamos apurar denúncias profundamente", afirmou.
A sessão foi encerrada com duas horas e meia de duração, por volta das 17h, muito antes do previsto na agenda de Guedes, que esperava o encerramento da audiência para as 21h. Na saída, Guedes disse que estava "super tranquilo", que poderia continuar e prometeu voltar à Câmara sempre "para falar de Orçamento".
"O Congresso é super construtivo, mas tem minoria (que atrapalha). Só um amigo (se referindo a Glauber Braga) não sabe o que é democracia", completou.
O ministro disse ainda esperar ter "colaborado" com a votação do Senado com o fim antecipado da sessão. Senadores deixaram a audiência para votar em sessão daquela Casa.
Críticas
O "estopim curto" do ministro Paulo Guedes foi criticado por parlamentares da oposição. "O ministro se irrita porque ele não tem o que dizer. Não se sustenta o que ele diz, por isso ele fica nervoso e acaba com a sessão", afirmou o vice-líder do PT, deputado Bohn Gass (RS).
*Com Estadão Conteúdo.
Como vai funcionar o ressarcimento após a fraude do INSS: governo detalha plano enquanto tenta preservar a imagem de Lula
O presidente do INSS, Gilberto Waller, informou que o órgão deve notificar prejudicados na próxima terça-feira (13), mas a data de início dos pagamentos ainda segue pendente
Haddad viaja à Califórnia para buscar investimentos para data centers no Brasil
Nos EUA, Haddad se encontrará com executivos de Google, Nvidia e Amazon; ministro também irá ao México aprofundar relações bilaterais
Fraude do INSS: oposição protocola pedido por CPI na Câmara; juiz manda quebrar sigilos
Pedido teve a adesão de 185 deputados; irregularidades levaram à queda do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto
Governo confirma 2ª edição do “Enem dos concursos” com mais de 3 mil vagas; inscrições acontecem em julho
O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) amplia oferta de vagas federais com foco em democratização, inovação e fortalecimento da máquina pública
Haddad prepara investida para atrair investimentos em data centers no Brasil; confira as propostas
Parte crucial do processamento de dados, data centers são infraestruturas que concentram toda a tecnologia de computação em nuvem e o ministro da Fazenda quer colocar o Brasil no radar das empresas de tecnologias
Guido Mantega vai ficar de fora do conselho da Eletrobras (ELET3) e governo busca novo nome, diz jornal
Há cinco dias da assembleia que elegerá os membros do conselho da empresa, começa a circular a informação de que o governo procura outra opção para indicar para o posto
Eletrobras (ELET3) mantém presidente e diretoria executiva até 2027 em meio a disputa judicial
O processo de renovação do Conselho de Administração da Eletrobras faz parte do acordo que está em andamento com a União, devido a uma disputa judicial que corre desde 2023
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Tabela progressiva do IR é atualizada para manter isento quem ganha até 2 salários mínimos; veja como fica e quando passa a valer
Governo editou Medida Provisória que aumenta limite de isenção para R$ 2.428,80 a partir de maio deste ano
Eletrobras (ELET3) convoca acionistas para aprovar acordo com governo federal e encerrar disputa
A União ingressou em 2023 com ação questionando dispositivo do estatuto da Eletrobras que limitou a 10% o poder de voto de qualquer acionista
Sai Durigan, entra Anelize: Banco do Brasil (BBAS3) convoca assembleia de acionistas para trocar 5 dos 8 membros do conselho; veja as indicações
Colegiado passará por mudanças depois de governo Lula ter manifestado a intenção de trocar liderança do conselho; reunião está marcada para 30 de abril do Banco do Brasil
A resposta de Lula às tarifas de Trump: Brasil pode pegar pesado e recorrer à OMC
O governo brasileiro estuda todas as opções para se defender das medidas do governo norte-americano e, embora prefira o diálogo, não descarta acionar os EUA na Organização Mundial do Comércio
Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa
Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA
Brasil não aguarda tarifas de Trump de braços cruzados: o último passo do Congresso antes do Dia da Libertação dos EUA
Enquanto o Ibovespa andou com as próprias pernas, o Congresso preparava um projeto de lei para se defender de tarifas recíprocas
Isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil: o que muda para cada faixa de renda se proposta de Lula for aprovada
Além da isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, governo prevê redução de imposto para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil; já quem ganha acima de R$ 50 mil deve pagar mais
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China
Comissão confirma votação do Orçamento na próxima semana depois de suposto adiamento; entenda o que causou a confusão
Congresso vem sendo criticado pela demora na votação; normalmente, o orçamento de um ano é votado até dezembro do ano anterior
De onde não se espera nada: Ibovespa repercute balanços e entrevista de Haddad depois de surpresa com a Vale
Agenda vazia de indicadores obriga investidores a concentrarem foco em balanços e comentários do ministro da Fazenda
De olho no Brasil e na América do Sul, UBS investe na gestora de Paulo Guedes e de ex-presidente do BNDES
Aquisição de participação minoritária ainda está sujeita a aprovações regulatórias