Na avaliação da EPFR Global, o fluxo de recursos para os mercados de ações emergentes foi surpreendentemente robusto em 2018. Os ingressos aconteceram mesmo com uma mistura de notícias potencialmente negativas, como queda no preço das commodities, aperto monetário nos EUA, guerra comercial, eleições na América Latina e sinais de menor crescimento da China.
Os dados preliminares para o ano mostram que todos os fundos emergentes acompanhados levantaram US$ 70,552 bilhões, sendo US$ 26,663 bilhões ao longo do último trimestre do ano. Em 2017, esses mercados tinham recebido aportes de US$ 84,723 bilhões (veja tabela abaixo). A EPFR acompanha mais de 100 mil fundos ao redor do mundo, com cerca de US$ 34 trilhões em ativos.
O destaque ficou com a categoria Ásia (excluindo Japão), com captação recorde de US$ 53,3 bilhões, ante US$ 24,9 bilhões em 2017. A consultoria chama atenção para os fundos da China que tiveram aporte recorde de US$ 34,9 bilhões, apesar da queda de 24% do índice da bolsa de Shanghai e evidências de forte desaceleração econômica ao longo do segundo semestre.
Brasil e México
Para a EPFR, a história de reformas econômicas, contada por dois “presidentes populistas” eleitos no Brasil e no México ajudou na captação de recursos não só em 2018, mas já neste começo de 2019, pois os fundos dedicados aos dois países seguem recebendo dinheiro novo.
Na abertura dos números por país, no entanto, os fundos voltados ao Brasil ficaram com apenas US$ 588 milhões, contra US$ 2,640 bilhões vistos em 2017.
Com desempeno melhor, os fundos voltados ao México receberam US$ 1,691 bilhão, resultado recorde, depois da perda de US$ 908 milhões em 2017.

Mercados desenvolvidos
Entre os mercados desenvolvidos, a captação total somou US$ 49,4 bilhões, forte recuo em comparação com os US$ 211,8 bilhões de 2017. O destaque ficou com os fundos do Japão, que levantaram a soma recorde de US$ 66,2 bilhões. Já os fundos dos EUA amargaram perda de 101,8 bilhões, depois de perda de US$ 34,8 bilhões em 2017.
A adoção de postura mais cautelosa dos investidores, principalmente no último trimestre do ano, transparece nos US$ 197 bilhões levantados pelos “Money Market Funds”, veículos de investimento de baixo risco e maior liquidez. No acumulado do ano, no entanto a categoria terminou com aportes de US$ 162 bilhões, abaixo dos US$ 173,7 bilhões de 2017.
