Já tínhamos comentado aqui a acentuada movimentação de comprados, que ganham com a alta do dólar, e vendidos, que lucram com a queda no preço da moeda, no mercado futuro da B3 no último pregão de janeiro. Mas a movimentação na sexta-feira, dia 1º de fevereiro, foi ainda mais intensa.
No mercado de dólar futuro, o estrangeiro remontou a posição comprada que tinha caindo a apenas US$ 365 milhões no fim de janeiro, com a aquisição de US$ 8,167 bilhões em contratos de dólar.
Na ponta oposta, os bancos venderam US$ 11,858 bilhões em contratos, saindo de uma posição comprada de US$ 11 bilhões, para vendida em US$ 855 milhões. Algo que não se observava desde meados de novembro do ano passado.
Com movimentação menos expressiva, mas não menos importante, os fundos de investimento reduziram a posição vendida em US$ 3,5 bilhões, de US$ 12,5 bilhões, para 8,975 bilhões.
A avaliação de ganhadores e perdedores nesse mercado é sempre feita em tese, pois não sabemos a que preço as posições foram montadas e se esses agentes possuem exposição ao dólar no mercado à vista e de balcão.
É o comportamento desses agentes que determina a formação de preço do dólar, que testou a linha de R$ 3,65 por dois pregões seguidos e agora volta a apontar para cima, negociado na casa de R$ 3,68.
Exposição líquida
Além do dólar futuro outra forma de exposição é o cupom cambial (DDI, juro em dólar). Considerando esses contratos, temos que o estrangeiro comprou dólar futuro, mas vendeu cupom cambial (foram US$ 7,6 bilhões).
Assim, a exposição líquida não sofreu grande alteração, abrindo fevereiro comprada em US$ 33,614 bilhões, contra US$ 33 bilhões no fim de janeiro. Essa posição é composta por US$ 25 bilhões em cupom cambial mais US$ 8,532 bilhões em dólar futuro.
Os bancos, agora, têm uma exposição líquida vendida US$ 10 bilhões, vindo de apenas US$ 814 milhões no fechamento de janeiro. São US$ 9,2 bilhões em cupom cambial somados aos US$ 855 milhões em dólar futuro.
A maior redução líquida de posição foi dos fundos, saindo de US$ 34,357 bilhões em 31 de janeiro para US$ 25,559 bilhões no pregão do dia 1º de fevereiro. A posição vendida em cupom cambial foi reduzida em US$ 5,3 bilhões, para US$ 16,6 bilhões. Essa é a menor posição vendida líquida dos fundos desde o começo de dezembro.