Inflação dá um respiro e cai em fevereiro, diz FGV
Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) subiu 0,35% no fechamento de fevereiro, com quatro das oito classes de despesa que compõem o índice apresentando acréscimo em suas taxas de variação
O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) subiu 0,35% no fechamento de fevereiro, após alta de 0,29% na 3ª quadrissemana do mês e expansão de 0,57% no resultado de janeiro. A divulgação foi feita nesta sexta-feira, dia 1º, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O dado ficou acima do teto das expectativas coletadas em pesquisa do Projeções Broadcast, que iam de 0,21% a 0,34%, com mediana de 0,27%. Em 12 meses, o indicador acumulou alta de 4,38%.
Para o coordenador do índice no Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, o IPC-S deve acelerar em março. Segundo o economista, os mesmos itens que provocaram o avanço entre a terceira quadrissemana e a última leitura de fevereiro devem levar o indicador para 0,45% no fim de março.
Quatro das oito classes de despesa que compõem o índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação no período de um mês. O grupo Alimentação ofereceu a principal contribuição ao movimento, com a taxa acelerando de 0,71% para 0,94%, sustentada principalmente pelo item "hortaliças e legumes" (de 0,93% para 5,93%).
Dentro de hortaliças e legumes, o economista cita o comportamento de tomate (-21,02% para -10,60%) e batata inglesa (19,67% para 27,96%). Na ponta (pesquisas mais recentes), os itens já indicam alta de 16% e de cerca de 30%, respectivamente, o que demonstra que devem continuar elevando o IPC-S em março.
Há ainda o comportamento de feijão, que encarece devido à quebra de safra. O feijão carioca passou de alta de 31,54% para 37,86% e mantém uma alta similar na ponta, de 38%.
Dentro de alimentação, porém, alguns itens podem dar algum alívio, como frutas (2,81% para 2,29%) e laticínios, mas sem impedir a aceleração do índice, explica Picchetti. O leite longa vida arrefeceu da terceira para a quarta quadrissemana de fevereiro, de 2,82% para 1,23%, e indica na ponta variação negativa de 0,70%.
Demais grupos
A aceleração também ocorreu em outros grupos, como Habitação (de 0,37% para 0,44%), Vestuário (de -0,63% para -0,13%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,42% para 0,50%), com destaque para tarifa de eletricidade residencial (de 1,08% para 1,33%), roupas femininas (de -0,75% para 0,28%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,22% para 0,54%), respectivamente.
Segundo Paulo Picchetti, os combustíveis também devem pressionar o IPC-S para cima em março. No fim de fevereiro, o subgrupo já registrou recuo menos intenso, de -2,35% para -1,31%, o que deu contribuição de alta de 0,05 ponto no IPC-S de fevereiro.
No período, o etanol acelerou de queda de 2,33% para declínio de 1,61%, enquanto gasolina cedeu 1,71%, depois de recuo de 2,85%. Na ponta, o etanol já indica avanço de quase 1%, já o combustível derivado do petróleo mostra elevação de 0,04%.
Na contramão, houve decréscimo nas taxas dos grupos Educação, Leitura e Recreação (de -0,07% para -0,65%), Despesas Diversas (de 0,18% para 0,10%), Transportes (de 0,01% para -0,01%) e Comunicação (de 0,01% para 0,00%). Nestas classes de despesa, destaque para cursos formais (de 1,28% para 0,00%), cigarros (de -0,06% para -0,18%), tarifa de ônibus urbano (de 2,09% para 0,97%) e tarifa de telefone residencial (de -0,09% para -0,17%).
Capitais
O IPC-S acelerou em cinco das sete capitais pesquisadas na última quadrissemana de fevereiro na comparação com a leitura anterior. Segundo a FGV, os acréscimos registrados nas taxas do IPC-S em relação à quadrissemana anterior foram nos seguintes locais: Salvador (de 0,06% para 0,21%), Brasília (de -0,06% para 0,13%), Belo Horizonte (de 0,62% para 0,65%), Rio de Janeiro (de 0,32% para 0,36%) e Porto Alegre (de -0,14% para 0,02%). Já os decréscimos foram verificados em Recife (de 0,54% para 0,53%) e São Paulo (de 0,58% para 0,53%).
*Com informações de Estadão Conteúdo
Made in China? Indústria brasileira perde fôlego e participação no PIB; saiba quais os setores que mais caíram
Por problemas estruturais, doze dos quatorze segmentos analisados reduziram gradualmente a participação do setor industrial no PIB nos últimos 30 anos
Inflação no Brasil e nos EUA, atividade e juros na Europa; confira a agenda completa de indicadores econômicos da semana que vem
Nesta semana, o grande destaque no Brasil fica por conta do IPCA, o índice de inflação que serve de referência para a política monetária do BC
PIB do 1º tri e inflação na Zona do Euro: confira a agenda dos indicadores da semana aqui e no exterior
Nesta semana, o destaque entre os indicadores é o PIB brasileiro no primeiro trimestre. Lá fora, inflação e atividade também estão no centro
É semana de PIB! Saiba o que esperar da atividade no Brasil e confira o calendário completo de indicadores da semana
Teremos a oportunidade de entender melhor como a economia brasileira tem se comportado em um cenário de juros em alta e inflação crescente pelo mundo
Ata do Fed e IPCA-15: confira a agenda de indicadores da semana aqui e lá fora
Nos Estados Unidos, a segunda prévia do PIB no primeiro trimestre também é destaque; na Europa, o PIB da Alemanha é o principal dado
Em semana de ata do Fed, destaque no Brasil fica por conta do IPCA-15; confira a agenda completa de indicadores
Nos Estados Unidos, a segunda prévia do PIB no primeiro trimestre também é destaque; na Europa, o PIB da Alemanha é o principal dado
Dia das Mães pesou no bolso: inflação dos presentes mais comuns para a data é a maior dos últimos 20 anos
No ano passado, os maiores responsáveis por encarecer o orçamento foram os produtos; em 2022, quem puxa a fila de maiores altas são os serviços
Indicadores: Livro Bege do Fed e dados de inflação mexem com o mercado na semana em que Powell e Lagarde participam de evento do FMI; confira a agenda completa
Por aqui, a greve dos servidores do Banco Central continua a atrasar a publicação de dados econômicos; saiba o que esperar
Na semana seguinte à ata do Fed que bagunçou os mercados, destaque fica por conta da inflação nos Estados Unidos; confira a agenda completa de indicadores
Inflação ao produtor e inflação ao consumidor nos EUA assumem o centro do debate na esteira de ata do FOMC que indica que a autoridade monetária pode ser mais agressiva no aumento dos juros
Fique de olho: inflação é o destaque entre indicadores da semana no Brasil e lá fora; confira a agenda completa
Investidores começam a segunda-feira com a divulgação do IPC-Fipe de março, que busca estimar o custo de vida de famílias com renda de um a dez salários mínimos em São Paulo
Leia Também
-
Qual o futuro dos juros no Brasil? Campos Neto dá pistas sobre a trajetória da taxa Selic daqui para frente
-
'Yield no Brasil e ações de tecnologia nos EUA': para gestor, essa é a combinação vencedora para se ter na carteira de investimentos; entenda
-
Segura, Javier Milei: Argentina terá inflação de “apenas” 150% em 2024, mas contração econômica será maior, diz FMI