🔴 SELECIONAMOS AS MELHORES RECOMENDAÇÕES DO BTG PACTUAL PARA VOCÊ – ACESSE GRATUITAMENTE

Ana Paula Ragazzi

Na onda das privatizações

Vêm aí os IPOs das gestoras de fundos dos bancões. Vale a pena investir?

Os novos presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal já anunciaram a intenção de realizar ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) das áreas de gestão de recursos. Mas essas operações podem valer também para os bancos privados

Ana Paula Ragazzi
7 de fevereiro de 2019
6:01 - atualizado às 15:58
Caixa Econômica Federal
Caixa quer sócios na bolsa para o seu negócio de gestão de fundos - Imagem: Itaci Batista/Estadão Conteúdo

Assim que o governo Jair Bolsonaro acertar o passo, a grande expectativa no mercado de capitais é de uma retomada nas ofertas de ações na B3. Se o governo conseguir por de pé as reformas e a economia retomar uma rota de crescimento, a tendência é que mais empresas busquem recursos para expandir seus negócios vendendo ações.

Para alguns banqueiros, nessa provável retomada de ofertas, o setor financeiro deve ter destaque. Os novos presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal já apontaram o caminho ao afirmar a intenção de realizar ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) das áreas de gestão de recursos.

A venda destravaria valor desses negócios, supostamente melhoraria a sua eficiência e serviria também para capitalizar esses bancos estatais. Mas essas operações não se encaixam somente para as instituições controladas pelo governo.

“No longo prazo, acredito que todos os bancos deverão abrir capital das suas assets. Esse é um negócio no qual nenhum grande banco tem vantagem comparativa, e as gestoras independentes estão avançando nas redes de distribuição dos bancos, após o movimento iniciado pela XP”, resume um gestor de recursos de um grande banco internacional.

A XP Investimentos iniciou no Brasil o conceito de plataforma aberta ao oferecer acesso digital a produtos de diversas casas da indústria financeira a seus clientes. O investidor deixou de ser refém dos produtos oferecidos pelo banco em que tem conta corrente e passou a ter acesso, por exemplo, a gestores figurões do mercado, que antes aceitavam apenas dinheiro de investidores qualificados.

Máquinas de captar clientes

O argumento para a venda de uma parte dessas gestoras em bolsa é forte. Como ainda estamos no início desse processo de desbancarização dos investimentos, a tese é que gestoras de bancos são verdadeiras máquinas de captar clientes. Ao se associar a essa operação, os acionistas passariam a receber os ganhos obtidos com as taxas de administração e de performance.

Leia Também

“Acho totalmente possível que uma nova temporada de IPOs no Brasil inclua operações envolvendo gestoras de recursos. Esses movimentos profissionalizam ainda mais essas gestoras, aumentam suas governanças e, no caso dos bancos estatais, vão servir ainda para capitalizar o governo federal. Tenho certeza que será uma tendência clara nos próximos anos”, afirma um executivo que trabalha em uma grande plataforma de investimentos.

O gestor de banco internacional complementa: “Quem fizer a operação primeiro, ou seja, vender antes, vai vender melhor...”.

Rodolfo Riechert, presidente do Grupo Brasil Plural, ressalta que esses movimentos farão sentido apenas para aquelas casas administradoras de recursos diversificadas.

“Essas gestoras têm a indústria completa. Oferecem os mais diversos tipos de produtos e podem se adaptar às instabilidades do mercado. Então se estivermos num momento de bolsa forte, eles têm produto. Se a renda fixa é que estiver bem, igualmente eles vão conseguir atender o cliente”, avalia.

Já as gestoras que focam uma aplicação específica, como uma gestora dedicada a investir em ações, terão menores condições de listar suas ações na bolsa.

Hoje no Brasil quem mais se encaixa nesse quadro de alta diversificação de produtos são as gestoras dos grandes bancos. Embora nada impeça que, de olho no incremento desse segmento de investimentos no Brasil, grandes players internacionais se associem a gestores locais e usem a abertura de capital como uma forma de selar a governança da parceria.

Com os recursos captados com a venda de parte do negócio, os bancos poderão reforçar suas áreas de crédito, mas mantendo o controle para garantir o fluxo de clientes. Outro grande apelo embutido nos IPOs seria que, separando o negócio de dentro de todas as atividades do banco, as assets ganhariam em eficiência e profissionalização.

Nos Estados Unidos, a maioria dos grandes bancos não tem as áreas de gestão de recursos embutidas nos negócios, mas sim separadas em uma das unidades debaixo das holdings financeiras. O interessante para os bancos também seria transformar em capital um ativo hoje mal precificado dentro dele.

Quanto vale?

“Se o Itaú, que é um ótimo banco, super bem gerido, abrisse o capital da seguradora, da asset, do banco de investimento, ele possivelmente valeria na bolsa o dobro do que vale hoje. Esses negócios têm um valor dentro da operação e outro valor se forem isolados do negócio, pois o potencial dele fica mais claro”, afirma Riechert, da Brasil Plural. O banqueiro afirma que a eficiência das gestoras dos grandes bancos pode e precisa melhorar.

Mas uma grande questão a que o investidor eventualmente interessado a entrar nos IPOs precisa avaliar é que o momento atual é de uma troca no modelo de captação.

Hoje, o cliente chega no banco e acaba comprando diversos produtos e serviços, na maioria das vezes oferecidos pelos gerentes. Mas as fintechs estão revolucionando esse processo.

Normalmente os produtos dos bancos cobram taxas de administração muito altas, o que afeta a rentabilidade e, de certa forma, facilita o trabalho das plataformas de roubarem os clientes deles.

Ainda há instituições que oferecem hoje fundos DI com taxas de administração na casa dos 4%, o que não existe na indústria independente. Antes das plataformas, com a inércia de investir apenas naquilo que via em seu banco, o cliente não tinha como enxergar isso.

Riechert destaca ainda que não seria exagero dizer que nas conversas entre gerentes e clientes nos grandes bancos hoje possa até mesmo acontecer alguma venda casada de produtos - por exemplo, uma oferta de crédito, ligada à venda de um produto.

O banqueiro não duvida de que muito em breve haja alguma legislação mais forte e mais específica para combater isso. Por essa razão seria importante os bancos melhorarem a eficiência de seus negócios de gestão e já se preparassem para cenários talvez um pouco mais desafiadores na captação.

Dividendos gordos?

As unidades de gestão de fundos dos bancos demandam baixo investimento de capital, apresentam muita recorrência de resultado e têm ganhos certos com taxas de administração e prováveis com as de performance.

Por essa expectativa de lucro recorrente, têm tudo para entrar no grupo das “grandes pagadoras de dividendos”, segundo Riechert, citando como exemplos o que já ocorre hoje com BB Seguridade e IRB. Essa tese vale tanto para Caixa e BB, que são estatais, quanto para os grandes privados, com o Bradesco e Itaú.

“Hoje você não consegue comprar apenas essa tese, pois quando você compra uma ação de um banco, está se associando a todo o negócio”, diz. Não que os bancos tenham decepcionado em termos de retorno e dividendos, obviamente.

Um outro banqueiro só faz a ressalva de que talvez a motivação das ofertas de gestoras e BB e Caixa não seja exatamente monetizar esse negócios, mas sim diminuir o peso do Estado e contribuir para o ajuste das contas do país.

De olho na governança

O problema dessas operações, observa um gestor, é que o que vai para a bolsa não são empresas, mas sim “estruturas” que só funcionam dentro de outras - nesse caso, dependentes dos bancos. Para fazer sentido, a instituição precisaria ter a motivação de tornar essa unidade de seus negócios mais independente, de fato.

Mas sempre vai pairar a dúvida de que elas podem servir a interesses específicos ou estratégias dos controladores. Um caso recente foi o da Gol, que provocou polêmica com os minoritários do programa de fidelidade Smiles ao anunciar a reincorporação da empresa.

Mas o ponto do gestor é que, antes de entrar numa oferta como essa, o investidor vai ter de ser muito bem convencido de que ela representará eficiência para as gestoras.

Isso porque, se existe a percepção de que a velocidade de captação dos bancos no longo prazo tende a ser afetada, eficiência e competitividade vão passar a ser as razões do negócio.

Um grande investidor, que costuma sempre buscar oportunidade em IPO, acredita que essas ofertas sairão se os bancos enxergarem que hoje estão sendo avaliados a um múltiplo x e que, se separarem a asset do negócio, ela vai poder valer 2 ou 3x.

“Eu acho difícil dizer que a asset vai ser melhor tocada se for aberta. Talvez, sob o ponto de vista de eficiência, essa expectativa valha mais para a BB DTVM, do que para as de Bradesco e Itaú. Mas mesmo assim não é algo certo.”

O atrativo mais forte para uma oferta dessas é a possibilidade de o investidor se associar a um negócio com clara tendência de crescimento. “Fora do banco, a asset tende a crescer mais rápido do que o banco em si, porque ela vai ficar mais leve. E investidor gosta de história de crescimento”, diz.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SEXTOU COM O RUY

Investir em estatal vale a pena? Uma reflexão sobre como o Banco do Brasil (BBAS3) subverteu as máximas dos manuais de investimentos

12 de agosto de 2022 - 5:57

Banco do Brasil (BBAS3) negocia com múltiplos baixos demais para a qualidade dos resultados que tem apresentado e ainda guarda um bom potencial de valorização

MISSÃO CUMPRIDA

Banco do Brasil tem lucro de R$ 7,8 bilhões no 2T22 e cumpre promessa de se equiparar a bancos privados em rentabilidade

10 de agosto de 2022 - 19:12

Lucro do Banco do Brasil aumentou 54,8% em relação ao mesmo período de 2021 e rentabilidade sobre o patrimônio líquido superou a do Bradesco

BALANÇO

BB Seguridade tem salto no lucro e anuncia data para pagar dividendos; banco recomenda compra de BBSE3

8 de agosto de 2022 - 12:06

A holding de seguros do Banco do Brasil lucrou R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre e vai distribuir mais de R$ 2 bilhões em dividendos no dia 29 de agosto

A NATA DA B3

Suzano (SUZB3) ou Klabin (KLBN11): veja qual empresa de papel é a ação mais recomendada para julho — e confira as principais indicações das corretoras

5 de julho de 2022 - 7:03

O candidato ideal para substituir o plástico e atrair um mercado que valoriza cada vez mais a agenda ESG é o principal produto da ação mais recomendada para julho

SEGURO AGRO É POP?

Banco do Brasil (BBAS3) e BB Mapfre criam plataforma digital para o agronegócio

27 de junho de 2022 - 10:17

A Broto será focada na cadeia produtiva do setor, aproveitando a proximidade do Banco do Brasil (BBAS3) com o segmento

DISPUTA DOS BANCÕES

XP está mais otimista com o Itaú (ITUB4), mas ainda prefere outra ação no setor bancário — saiba qual

14 de junho de 2022 - 14:06

A corretora vê maior competição no segmento nos próximos anos, à medida que as fintechs amadureçam as operações, tanto em tamanho quanto em diversidade de produtos e serviços

A NATA DA B3

Trio de bancões e Vale (VALE3) são as ações mais recomendadas para o São João na B3; confira as principais indicações para junho

3 de junho de 2022 - 7:01

No arraial da B3, as corretoras elegeram para o cortejo junino um trio que há muito tempo não dava as caras nos primeiros lugares da nossa seleção

Dividendos a caminho

Dividendos e JCP: Banco do Brasil anuncia pagamento R$ 714,3 milhões aos acionistas; veja as condições para receber

27 de maio de 2022 - 9:40

O BB decidiu antecipar os dividendos do segundo trimestre e vai pagar aproximadamente R$ 0,2502 por ação em juros sobre o capital próprio.

O AGRO É POP

BB DTVM lança o AGRI11, primeiro ETF que segue o novo índice do agronegócio na B3

24 de maio de 2022 - 15:56

Na estreia, os papéis AGRI11 operam em alta; o ETF é o segundo fundo voltado ao agronegócio que a gestora do Banco do Brasil lança neste ano

NO RADAR DAS ELEIÇÕES

Ex-ministro da Fazenda defende privatização do Banco do Brasil (BBAS3); quais são as chances?

19 de abril de 2022 - 18:15

A privatização do Banco do Brasil (BBAS3) é um dos assuntos que devem ser discutidos durante a corrida presidencial nas eleições

CARREIRA

Cinco bancos aparecem na lista das 10 melhores empresas para crescer na carreira; confira o ranking

13 de abril de 2022 - 12:10

O LinkedIn divulgou quais são as melhores empresas para desenvolver a carreira em 2022; algumas estão com processos seletivos abertos

saldo indisponível

Nubank (NUBR33) e Banco do Brasil (BBAS3) caíram? Usuários reclamam de instabilidade no app

4 de março de 2022 - 15:25

Clientes do roxinho relatam problemas em algumas funcionalidades do aplicativo; correntistas do BB também enfrentam dificuldades

FOLIA COM PROVENTOS

Dividendos: Banco do Brasil (BBSA3) alegra Carnaval dos acionistas ao anunciar R$ 601 milhões em JCP

25 de fevereiro de 2022 - 18:46

E, para quem ainda não tem ações do BB, também temos uma boa notícia: ainda dá tempo de garantir uma fatia da bolada

É GUERRA!

Fintechs querem destruir os bancões, mas não vão conseguir: com alta de juros, ações de grandes bancos ganham força podem pagar bons dividendos ; veja

21 de fevereiro de 2022 - 19:42

Em cenário de alta de juros, as fintechs podem sair perdendo na batalha contra os grandes bancos; veja a ação para quem quer ter chance de lucrar

OPORTUNIDADE?

‘Ações BBAS3 estão baratas a níveis não vistos desde a era Dilma’: Banco do Brasil veio com força total no balanço, mas papéis ainda estão ‘uma pechincha’ e podem subir 45%; entenda

21 de fevereiro de 2022 - 14:00

O Banco do Brasil surpreendeu o mercado com um balanço acima do esperado, as ações já sobem quase 25% neste ano e, de acordo com relatório da XP, ainda há espaço para mais; Goldman Sachs não vê patamar tão barato desde o caos do governo Dilma

Reflexos do balanço

Banco do Brasil (BBAS3): Goldman Sachs eleva preço-alvo após lucro do 4T21 e agora vê potencial de alta de 37%

16 de fevereiro de 2022 - 10:25

Os analistas, que já tinham recomendação de compra para BBAS3, destacaram as projeções feitas pelo Banco do Brasil para os resultados de 2022

Bancão barato

Banco do Brasil (BBAS3) dispara após resultado do 4T21, e analistas veem ações no menor patamar desde a era Dilma

15 de fevereiro de 2022 - 10:27

BTG Pactual eleva recomendação e vê potencial de alta de 35% para as ações do Banco do Brasil; analistas reforçam que papéis BBAS3 estão baratos

CHUVA DE PROVENTOS

Banco do Brasil (BBAS3) e Engie anunciam pagamento bilionário de dividendos e JCP; veja quem pode receber

14 de fevereiro de 2022 - 20:14

BB distribuirá mais de R$ 2 bilhões aos seus acionistas enquanto a companhia de energia desembolsará perto de R$ 700 milhões

Balanço

Banco do Brasil (BBAS3) tem lucro de R$ 21 bilhões em 2021 e diminui distância para os concorrentes privados

14 de fevereiro de 2022 - 18:47

No quarto trimestre, o resultado recorrente do Banco do Brasil aumentou 60,5% em relação ao mesmo período de 2020 e ficou bem acima da expectativa do mercado

De olho nos gastos

As melhores contas digitais para crianças e adolescentes para quem quer ensinar os filhos a dar valor ao dinheiro

14 de fevereiro de 2022 - 6:30

Fizemos um levantamento das contas jovens disponíveis hoje no mercado para saber o que elas oferecem e quais são as mais adequadas para quem quer monitorar, de perto, os gastos e movimentações dos filhos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar