“Reforma tem boa chance de passar. Talvez não no prazo ideal”, diz Pedro Parente
Ex-ministro e atual presidente da BRF, Parente vê com naturalidade a atual desarticulação entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso
Ex-ministro da Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso e ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente vê com naturalidade a atual desarticulação entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso. À frente da BRF (união da Sadia e Perdigão), maior exportadora global de frangos, Parente acredita que a reforma da Previdência será aprovada. "O lado positivo é o apoio que (a reforma) tem recebido. Tem boa chance de passar. Talvez não no prazo ideal." A seguir, os principais trechos da entrevista.
Como o sr. vê a falta de articulação no governo em relação à reforma da Previdência? Qual o impacto na economia?
Vejo com naturalidade. Apesar das dificuldades iniciais, o governo vai encontrar um caminho. O lado positivo, considerando a minha experiência no setor público, é o apoio que (a reforma) tem recebido. Acho que tem boa chance de passar. Talvez não no prazo ideal.
E se for uma reforma menos ambiciosa?
Vamos ter o que o Congresso aprovar. Se não for uma com o efeito necessário nas contas públicas, pode ter um impacto negativo. Mas o Congresso já manda sinais; inclusive o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, está muito empenhado na aprovação dela.
Mas uma reforma tímida consegue atração de investimentos?
As reformas, tanto previdenciária como tributária, terão um impacto importantíssimo no cenário dos negócios. Somados a isso, há outros projetos do Ministério da Economia que podem criar um ambiente mais propício ao investimento. Os agentes econômicos estão aguardando se, de fato, há sinais mais afirmativos dessas questões para que possam destravar seus investimentos.
Havia uma expectativa de retomada do crescimento econômico, que ainda não se concretizou. Como isso afeta a BRF?
Se a economia estivesse mais forte teríamos um consumo maior. Considerando o cenário atual, estamos com a nossa linha de produção adaptada à demanda. Além disso, como a BRF exporta cerca de 50% da produção, permite uma diversificação de risco que é importante para os nossos negócios. Isso excluindo o efeito China (maior importador global e que passa por surto de peste suína).
O sr. já fez parte do governo. O que é mais fácil: estar no governo ou comandar empresas?
Eu diria que é muito mais difícil estar no governo. O número de variáveis que está sob o seu controle é muito menor do que no setor privado. Quando se está no governo e, de repente, acontece uma obstrução, é complexo. De todas as funções que eu participei, a mais complexa foi ser chefe da Casa Civil. Dependendo da empresa, há questões importantes, como segurança, meio ambiente. No caso da BRF, a principal complexidade deriva do fato de ser uma cadeia longa. O que eu quero dizer com isso? Decisões que eu tomo hoje vão ter impacto na minha produção daqui a um ano.
Leia Também
O sr. está há um ano na BRF e chegou em um momento crítico de desentendimentos entre os acionistas, crise financeira e denúncias da Polícia Federal. Qual o balanço que o sr. faz hoje?
Eu vim para ajudar a resolver a questão da governança. Os principais acionistas estavam em disputa e a opção pelo meu nome, por si só, ajudou a resolver o problema. O novo conselho deixa de ser parte do problema e passa a ser solução. É um conselho atuante, com excelentes membros. A empresa vivia uma série de problemas, alguns específicos da BRF e outros da indústria. Recompusemos o time de lideranças e fizemos um diagnóstico amplo de tudo que a empresa precisava para colocá-la nos trilhos.
Em junho o sr. deixará a presidência executiva para ficar no comando do conselho. O que muda?
Estamos vivendo agora um novo ciclo onde a BRF vai estar mais organizada, com uma visão estratégica muito clara. Lorival Luz, que atua como vice-presidente executivo global, assumirá a presidência. Nós fizemos a primeira etapa de arrumar a casa. Daqui para frente é voltar a ter os resultados positivos, margens melhores e pessoas alinhadas no conselho e na diretoria executiva.
A BRF está sob investigação nas operações Carne Fraca e Trapaça. Não trará impactos à empresa?
A BRF é a maior interessada para que essas questões do passado sejam esclarecidas. Definimos como um dos três valores fundamentais da empresa a integridade - os outros dois são segurança física das pessoas (funcionários ou não) e a disposição da empresa de ter todas as questões esclarecidas e cooperar com as autoridades.
O sr. é sócio da gestora de investimentos EB Capital. Vai se tornar um investidor?
Gosto de fazer múltiplas atividades, sendo que algumas com mais tempo que outras. Minha prioridade é a BRF. Mas, agora como presidente do conselho de administração, aceito participar de outras atividades, sempre fazendo uma avaliação cuidadosa da minha alocação de tempo. Isso é muito importante. E, nesse contexto, acredito que gestoras de private equity (que compram participação em empresas) estão adquirindo relevância muito grande no País.
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social
Exclusivo: Oncoclínicas (ONCO3) busca novo CEO e quer reestruturar todo o alto escalão após a crise financeira, diz fonte
Após erros estratégicos e trimestres de sufoco financeiro, a rede de oncologia estuda sucessão de Bruno Ferrari no comando e busca novos executivos para a diretoria
Copasa (CSMG3): lei para a privatização da companhia de saneamento é aprovada pelo legislativo de Minas Gerais
O texto permite que o estado deixe de ser o controlador da companhia, mas mantenha uma golden share, com poder de veto em decisões estratégicas
B de bilhão: BB Seguridade (BBSE3) anuncia quase R$ 9 bi em dividendos; Cemig (CMIG4) também libera proventos
Empresas anunciam distribuição farta aos acionistas e garantem um fim de ano mais animado
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) estão entre as rainhas dos dividendos no 4T25; Itaú BBA diz quais setores vão reinar em 2026
Levantamento do banco aponta que ao menos 20 empresas ainda podem anunciar proventos acima de 5% até o final do ano que vem