Descontos garantem vendas de carros
O mercado de automóveis deve crescer pelo terceiro ano seguido e tem sido impulsionado principalmente por descontos maiores oferecidos pelas concessionárias e pelas montadoras
O mercado de automóveis, que deve crescer pelo terceiro ano seguido, tem sido impulsionado principalmente por descontos maiores oferecidos pelas concessionárias e pelas montadoras, sobretudo a clientes pessoa jurídica, numa tentativa de driblar as condições adversas da economia. É o que indica a receita do governo com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a partir da venda de carros. Como os preços estão menores, a arrecadação cai, apesar das vendas aumentarem.
No primeiro semestre, o número de automóveis emplacados teve expansão de 11,2% em relação à primeira metade do ano passado, segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). No entanto, a arrecadação do governo com o IPI sobre automóveis, que em tese deveria estar crescendo no mesmo ritmo, caiu 3,1% no período, já retirados os efeitos da inflação.
Uma possível explicação para o desequilíbrio seria a mudança na composição dos carros vendidos. Por exemplo, a venda de modelos mais baratos (como o Gol, da Volkswagen, e o Palio, da Fiat) poderia estar crescendo mais que a dos mais caros. Mas não é o que ocorre. Pelo contrário. Como a crise econômica afetou mais os consumidores mais pobres, são os carros mais caros, voltados ao público de maior renda, que têm tido resultados melhores desde 2015.
O descompasso, portanto, é explicado pelos descontos. O principal sinal disso é que a venda de carros para empresas tem crescido mais do que para o consumidor pessoa física. Enquanto para os primeiros cresceram 23,5% no primeiro semestre, para os segundos avançaram 2,1%. Com isso, a participação da venda para empresas, chamadas de vendas diretas, subiu para 45% neste ano, ante 25% em 2012.
Para o analista Roberto Barros, da consultoria IHS, especializada no setor automotivo, a redução de preços tem se intensificado ao longo dos meses, e deve continuar ocorrendo nesse segundo semestre com grandes promoções feitas pelas concessionárias e descontos maiores para empresas atendidas diretamente pelas montadoras.
“Nós conseguimos monitorar os preços de tabela dos carros e estes já pararam de crescer, enquanto os preços reais estão caindo”, observa Barros.
Leia Também
Os clientes corporativos são locadoras, produtores rurais e frotistas em geral, que compram em grande quantidade e têm mais poder de barganha para obter descontos. Ao mesmo tempo, com a baixa demanda por parte do consumidor comum, as fabricantes se veem forçadas a baixar o preço para os clientes corporativos, numa tentativa de liberar estoques.
Realocação
O movimento foi reforçado pela crise da Argentina, o principal destino das exportações brasileiras de veículos. Como a demanda do mercado argentino recuou 10% em 2018 e tem caído mais 50% em 2019, os carros feitos no Brasil que seriam enviados ao país vizinho foram remanejados para o mercado interno, aumentando a competição e reduzindo os preços.
Segundo executivos do setor, essa realocação do mercado externo para o doméstico tende a priorizar clientes corporativos, pois as concessionárias, que concentram as vendas no consumidor comum, trabalham com estoques bem ajustados à demanda. Portanto, o espaço para que as montadoras possam escoar seus excessos está nos consumidores pessoa jurídica.
Não quer dizer, contudo, que as vendas para pessoa física não estejam contando com descontos. O presidente da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos (Fenabrave), Alarico Assumpção Jr, afirma que, com o desemprego alto e o crédito ainda restrito, a demanda ainda é baixa, gerando necessidade de vendas mais negociadas que o normal para setor. “Estamos tendo de dar descontos para poder realizar o negócio.”
A projeção da Fenabrave para o mercado de automóveis neste ano é de expansão de 7,5%, revisado pela última vez no início do mês. Antes, a previsão era maior, de avanço de 10,3%. A estimativa ficou mais pessimista em razão de frustrações com a atividade econômica, alto nível de desemprego, confiança baixa por parte do consumidor e lentidão na implementação da agenda econômica do governo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O ano do Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11): como cada banco terminou 2025
Os balanços até setembro revelam trajetórias muito diferentes entre os gigantes do setor financeiro; saiba quem conseguiu navegar bem pelo cenário adverso — e quem ficou à deriva
A derrocada da Ambipar (AMBP3) em 2025: a história por trás da crise que derrubou uma das ações mais quentes da bolsa
Uma disparada histórica, compras controversas de ações, questionamentos da CVM e uma crise de liquidez que levou à recuperação judicial: veja a retrospectiva do ano da Ambipar
Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas
O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores
O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira
A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo
Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar
De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez
Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet
Faltando quatro dias úteis para o fim do trimestre, os papéis da companhia devem registrar a maior queda desde 2001
Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor
A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação