🔴 UM SALÁRIO MÍNIMO DE RENDA TODO O MÊS COM DIVIDENDOS? – DESCUBRA COMO

Vinícius Pinheiro

Vinícius Pinheiro

Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances "O Roteirista", "Abandonado" e "Os Jogadores"

Entrevista

Itaú vê conflito de interesse em plataformas de investimento e ataca taxas do COE

O maior banco privado do país mudou a forma como remunera os gerentes, que agora ganham bônus pelo volume de dinheiro captado e não mais pelo produto no qual o cliente investe, disse Claudio Sanches, diretor de produtos de investimento e previdência do Itaú

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
22 de abril de 2019
6:02 - atualizado às 9:03
Claudio Sanches, diretor de produtos de investimento e previdência do Itaú Unibanco
Claudio Sanches, diretor de produtos de investimento e previdência do Itaú Unibanco. - Imagem: Leo Martins/Seu Dinheiro

Quem investe seu dinheiro nas plataformas de investimento independentes baseadas na distribuição de produtos por agentes autônomos está sujeito a um conflito de interesses maior do que os clientes que aplicam em bancos. A afirmação ganha um peso diferente porque não vem de um crítico qualquer, mas de Claudio Sanches, diretor de produtos de investimento e previdência do Itaú Unibanco.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sanches me recebeu para uma entrevista na sede do maior banco privado brasileiro, que precisou reformular todo o seu modelo de atuação e abrir a prateleira do banco para produtos de terceiros para dar conta da concorrência das plataformas, como a XP Investimentos.

O Itaú inclusive colocou um pé em cada bote ao comprar uma participação de 49,9% da corretora, por R$ 6,3 bilhões, mas não pode interferir na gestão da XP. Ou seja, as duas instituições continuam concorrendo entre si.

Quando ouvi pela primeira vez a crítica do executivo do Itaú ao modelo de negócios das plataformas, fiquei com a sensação de que seria aquele típico caso do telhado de vidro. Afinal, quem nunca recebeu aquela “oferta irrecusável” de título de capitalização ou de um fundo ruim do gerente do banco que precisa bater a meta de vendas?

Talvez por isso mesmo, antes de falar sobre a concorrência Sanches me contou da lição de casa feita pelo Itaú. Ao redesenhar a área de investimentos e integrar dentro de uma única estrutura todos os produtos, como os CDBs, fundos e previdência, o banco mudou a forma de remunerar e cobrar sua força de vendas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que conta agora no bônus dos gerentes é o volume de dinheiro aplicado pelo cliente na instituição, e não mais o tipo de aplicação.

Leia Também

“Independentemente de onde o cliente coloca o dinheiro, seja em fundos, previdência, tesouraria ou poupança, vale a mesma coisa. O mesmo vale para os produtos da casa ou de terceiros”, me disse Sanches.

Com isso, o diretor do Itaú afirma que o potencial conflito de interesses que havia no banco, quando uma área de produtos podia influenciar mais ou menos na ponta da distribuição, deixou de existir.

Para ele, o mesmo não se pode dizer do modelo das plataformas de investimento cuja força de vendas vêm dos agentes autônomos. Ao contrário, Sanches vê um estímulo ainda maior do que nos bancos para a distribuição de produtos que paguem o maior rebate possível, mas que nem sempre são os melhores para o cliente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Ao contrário dos gerentes, que têm um salário fixo, toda a remuneração do agente autônomo vem da comissão pelos produtos vendidos”, afirma.

Para ele, o modelo ideal seria aquele em que a remuneração do agente autônomo estivesse alinhada ao ganho do cliente, mas não é isso que acontece hoje.

Sanches também rebate a visão de que os gerentes estão deixando o banco para se tornarem agentes autônomos. “Nossa maior preocupação hoje é perder profissionais para outros bancos”, diz ele, ao afirmar que o Itaú contratou recentemente 30 ex-agentes autônomos para atuarem como especialistas de investimento no banco.

COE caro

O processo de abertura da prateleira de investimentos do Itaú começou em 2017 para os clientes do Personnalité (alta renda), mas hoje já está disponível para toda a base, ainda que com opções mais restritas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Recentemente, o banco também começou a distribuir certificados de operações estruturadas (COE) de outras instituições financeiras. Ao tratar do tema, Sanches volta a pegar no pé nas plataformas de corretoras, mais precisamente nas taxas cobradas dos investidores.

Algumas emissões têm saído com taxas de até 2% ao ano, considerando apenas a comissão de corretora que vendeu o produto. Pode parecer razoável, se considerarmos que fundos multimercados de gestoras estreladas cobram mais ou menos o mesmo.

O problema, segundo o diretor do Itaú, é que a receita ocorre “na cabeça”, ou seja, assim que o investidor aplica o dinheiro. Ou seja, um COE de três anos rende 6% de comissão na entrada para quem distribuiu o produto. E, ao contrário da maioria dos fundos, o COE não dá liquidez para quem precisar resgatar os recursos antes do vencimento.

No Itaú, Sanches diz a taxa máxima cobrada nos COEs, próprios ou de terceiros, é de 1% ao ano. "Não faz sentido cobrar mais que isso com a Selic a 6,5% ao ano”, afirma.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Guerra de taxas

Enquanto os ganhos com os COEs seguem nas alturas, as plataformas vêm travando uma guerra de preços em outros produtos de investimento. Primeiro, ao zerar a taxa do Tesouro Direto, o que forçou os bancões a fazerem o mesmo no ano passado.

Mais recentemente, a briga chegou aos fundos de investimento, com o BTG Pactual e a Órama zerando as taxas de seus fundos aplicam no Tesouro Selic, título público corrigido pela taxa básica de juros.

“Ninguém trabalha de graça”, me disse Bruno Stein, superintendente de produtos do Itaú, que também participou da entrevista, quando questionei se o Itaú seguiria a tendência.

Ele diz que a estratégia dos concorrentes tem sido escolher um produto com taxa zero para atrair clientes e, no dia seguinte, "bombardeá-los" com uma oferta de outros produtos. "Essa é uma dinâmica perigosa."

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Feita essa ressalva, Sanches diz que a maior competição deve continuar reduzindo as taxas cobradas dos investidores.

"A indústria realmente trabalhava com spreads altos", reconhece.

Claudio Sanches, diretor de produtos de investimento e previdência do Itaú Unibanco, e Bruno Stein, superintendente de produtos
Sanches, ao lado de Bruno Stein, superintendente de produtos do Itaú Unibanco - Imagem: Leo Martins/Seu Dinheiro

Paradoxo da escolha

Sanches diz que a abertura da plataforma de investimentos do banco ainda é um processo em construção. Mas não faz parte dos planos ter uma variedade muito grande de opções para não levar os clientes ao que chamou de "paradoxo da escolha". "Quanto mais opções você tem, mais difícil tomar a decisão correta."

De todo modo, o Itaú deverá se render, ao menos em parte, ao modelo de "supermercado financeiro" consagrado pela XP. "A tendência da indústria de investimento é de ser menos paternalista, e o cliente também evoluiu e hoje quer tomar suas próprias decisões", afirmou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apesar do intenso ataque das plataformas independentes, o Itaú conseguiu aumentar a participação de mercado entre o público de varejo nos últimos dois anos, segundo o diretor. A conta considera todo o dinheiro do cliente no banco, inclusive via Tesouro Direto. Eu perguntei o quanto o banco detinha do mercado de investimentos antes e depois da abertura da prateleira, mas ele disse que não podia abrir números.

Eu também quis saber se a venda de produtos de terceiros havia reduzido receitas do banco com a área de investimentos. Sanches me disse que essa é uma conta relativa, já que, como o volume de recursos no banco aumentou nesse período, as receitas acompanharam.

De todo modo, ele diz que o resultado não pode ser medido pensando apenas no quanto o banco vai perder por colocar produtos de terceiros. "A outra opção seria não ter o dinheiro do cliente aqui.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MAIOR DEVEDOR DO PAÍS

Quem controla a empresa apontada como a maior devedora de impostos do Brasil

27 de novembro de 2025 - 14:31

Megaoperação expõe a refinaria acusada de sonegar bilhões e ligada a redes do crime organizado

MORDIDA DO LEÃO

O que diz o projeto do devedor contumaz de impostos que tramita no Congresso? Entenda ponto a ponto

27 de novembro de 2025 - 14:30

O objetivo da Receita Federal é punir empresários que abrem empresas apenas com o intuito de não pagar impostos

MAIS DE 10 ANOS DE ESPERA

Concurso SEFAZ SP 2025: edital para Auditor Fiscal é publicado — 200 vagas e salário inicial de R$ 21,1 mil

27 de novembro de 2025 - 14:19

Concurso público Sefaz SP oferece 200 vagas para Auditor Fiscal, com salários iniciais de R$ 21,1 mil e provas marcadas para fevereiro e março de 2026

QUEM QUER MANSÃO?

Quanto vale hoje a mansão abandonada de Silvio Santos? Mais do que você imagina

27 de novembro de 2025 - 13:13

Antigo refúgio da família Abravanel em Mairiporã, imóvel com deck na Represa da Cantareira, piscina, spa e casa de hóspedes ressurge reformado após anos de abandono

MEGAOPERAÇÃO

Como funcionava o esquema do Grupo Refit, maior devedor de impostos do país, segundo a Receita Federal

27 de novembro de 2025 - 12:35

Antiga Refinaria de Manguinhos foi alvo da Operação Poço de Lobato, acusada de um sofisticado esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis

CIDADE GIGANTE

Essa cidade brasileira é a terceira maior do mundo, supera Portugal e Israel e tem mais cabeças de gado do que gente

27 de novembro de 2025 - 9:52

Maior município do Brasil, Altamira supera o território de mais de 100 países e enfrenta desafios sociais, baixa densidade populacional e alta violência

SETOR DE COMBUSTÍVEIS

Grupo Refit é alvo de megaoperação, com mandados contra 190 suspeitos; prejuízo é de R$ 26 bilhões aos cofres públicos

27 de novembro de 2025 - 9:03

Os alvos da operação são suspeitos de integrarem uma organização criminosa e de praticarem crimes contra a ordem econômica e tributária e lavagem de dinheiro

MÁQUINA EMPERRADA

Até tu, Lotofácil? Loterias da Caixa acumulam no atacado e atenções se voltam para prêmio de R$ 53 milhões na Timemania

27 de novembro de 2025 - 6:52

É raro, mas até a Lotofácil encalhou na noite de quarta-feira (26); Quina, +Milionária, Lotomania, Dupla Sena e Super Sete também acumularam

GÁS DO POVO

Gás do Povo entra em operação: veja onde o botijão gratuito já está sendo liberado

27 de novembro de 2025 - 6:36

Primeiras recargas do Gás do Povo começaram nesta semana em dez capitais; programa deve alcançar 50 milhões de brasileiros até 2026

PROGRAMA SOCIAL

É dia de pagamento: Caixa libera Bolsa Família de novembro para NIS final 9

27 de novembro de 2025 - 5:48

O pagamento do benefício ocorre entre os dias 14 e 28 deste mês e segue ordem definida pelo último número do NIS

AO INFINITO E ALÉM!

Como é o foguete que o Brasil vai lançar em dezembro (se não atrasar de novo)

26 de novembro de 2025 - 16:39

Primeira operação comercial no país vai levar ao espaço satélites brasileiros e tecnologias inéditas desenvolvidas por universidades e startups

O VEREDICTO DA AUTARQUIA

Liquidação do Banco Master não traz risco sistêmico, avalia Comitê de Estabilidade Financeira do BC

26 de novembro de 2025 - 15:01

A instituição do banqueiro Daniel Vorcaro cresceu emitindo certificados com remunerações muito acima da média do mercado e vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses

COMO FICA AGORA

Imposto de Renda: o que muda a partir de 2026 para quem ganha até R$ 5 mil e para a alta renda, a partir de R$ 50 mil por mês

26 de novembro de 2025 - 13:37

Além da isenção para as faixas mais baixas, há uma taxa de até 10% para quem recebe acima de R$ 50 mil por mês

NOVO ENDINHERADO NA ÁREA

A cidade brasileira que é a capital nacional do arroz, tem a maior figueira do mundo — e é o lar do mais novo milionário da Mega-Sena

26 de novembro de 2025 - 12:33

Cidade gaúcha une tradição agrícola, patrimônio histórico e curiosidades únicas — e agora entra no mapa das grandes premiações da Mega-Sena

APÓS A PRISÃO

Defesa de Vorcaro diz que venda do Banco Master e viagem a Dubai foram comunicadas ao BC

26 de novembro de 2025 - 10:34

O banqueiro foi preso na semana anterior devido à Operação Compliance Zero da Polícia Federal, que investiga um esquema de emissão de títulos de crédito falsos

REGRAS PARA PREVINIR

A proposta do FGC para impedir um novo caso ‘Banco Master’ sem precisar aumentar o colchão do fundo

26 de novembro de 2025 - 10:06

Com maior resgate da história do FGC, o caso Banco Master acelera discussões sobre mudanças nas regras do fundo e transparência na venda de CDBs

NIS FINAL 8

Pagamentos do Bolsa Família e Gás do Povo chegam a beneficiários com NIS final 8 nesta quarta (26)

26 de novembro de 2025 - 8:27

O pagamento do benefício ocorre entre os dias 14 e 28 deste mês e segue ordem definida pelo último número do NIS

QUANTO VAI SUBIR?

Quanto vai ser o salário mínimo de 2026 e o que ainda falta para ele entrar em vigor

26 de novembro de 2025 - 7:13

O novo piso salarial nacional para 2026 já foi proposto, mas ainda aguarda aprovação; saiba o que ainda falta

LOTERIAS

Mega-Sena paga prêmio de quase R$ 15 milhões na ‘capital nacional do arroz’; bola dividida deixa Lotofácil em segundo plano

26 de novembro de 2025 - 6:32

Enquanto a Mega-Sena saiu para uma aposta simples, a Lotofácil premiou um total de 11 apostadores; as demais loterias da Caixa acumularam ontem (25).

PERSPECTIVAS MACRO

2026 sem alívio: projeções do Itaú indicam juros altos, inflação resistente e dólar quase parado

26 de novembro de 2025 - 6:01

Cenário deve repetir 2025, apesar de R$ 200 bilhões em impulsos fiscais que turbinam o PIB, mas mantêm pressão nos preços

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar