O que esperar do bitcoin e das criptomoedas no segundo semestre de 2019?
Bitcoin embarcou em uma alta no começo do ano e, de lá para cá, o ativo já acumulou uma valorização de impressionantes 200%

O ano de 2019 teve um início morno para o mercado de criptoativos. Preços operando de lado, as expectativas abaladas após um ano fatídico de quedas sucessivas, não apenas nos preços dos ativos que compõem o mercado, mas também no ânimo do investidor, que ainda se recuperava da ressaca das festas de fim de ano.
Foi em ritmo de carnaval que as coisas começaram a melhorar para o bitcoin. De lá para cá, o ativo já acumulou uma alta de impressionantes 200%. É justamente em momentos como este que aparecem aqueles velhos (des)conhecidos, que não conversam com a gente há cerca de 300 anos, para perguntar do bitcoin.
“Poxa, tá subindo, né?”. Pois é, tá, sim... e vai continuar.
Onde investir no segundo semestre de 2019
Esta matéria faz parte de uma série de reportagens sobre onde investir no segundo semestre de 2019, com as perspectivas para os diferentes ativos. São eles:
- Tesouro Direto
- Ações
- Imóveis
- Fundos imobiliários
- Criptomoedas (você está aqui)
- Renda fixa, além do Tesouro Direto
- Câmbio
Mas, antes de a gente falar das coisas boas que podem alavancar o mercado daqui em diante, cabe uma análise do que já rolou em 2019. Então, prepare os olhos, porque não pretendo economizar meu “fintechnologês”.
Uma breve recapitulação do semestre
Desde o ano passado, enfatizo aos meus leitores a importância da entrada do investidor institucional neste mercado. Não somente pelo crivo que a entrada de cada novo participante confere à nova classe de ativos, mas pela profissionalização que é gerada como consequência.
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Eu sei que parece coisa de louco, mas a entrada de gente com grana atrai um pessoal realmente muito bom para o setor (risos). Eu arrisco dizer que, nos dias de hoje, não há sequer uma empresa de grande porte que não saiba, mesmo que vagamente, o que é blockchain. A tecnologia entrou para o rol dos grandes propulsores de mudança da nova revolução industrial que vem por aí.
Foi justamente por isso que o mercado evoluiu tanto nos últimos semestres. Ao todo, já são mais de nove provedores de custódia institucional, sendo cinco deles regulados e cobertos por apólices de seguros desenhadas especificamente para esse tipo de serviço.
Ou seja, as nossas velhas conhecidas, como Allianz, AIG e Lloyd’s, já estão oferecendo seguros contra os riscos inerentes à atividade de custódia institucional de criptoativos. E fazem isso com custos menores, já que compreendem cada vez mais a encrenca em que estão se metendo.
Foi nesse semestre também que a Fidelity, uma das maiores gestoras de recursos do mundo (com cerca de US$ 7 trilhões sob gestão), se lançou oficialmente no universo cripto com a Fidelity Digital Assets. Por meio dessa plataforma, eles oferecerão aos seus clientes serviços de custódia e negociação de cripto com toda a credibilidade que a marca carrega.
Mas a Fidelity não foi a única a molhar a ponta dos pés nesse marzão. Aqui nas terras tupiniquins tivemos o BTG Pactual surfando a onda da inovação com a criação de um token lastreado em imóveis de alto risco de crédito, o ReitBZ, que captou fundos por meio de um Security Token Offering (STO), que é uma oferta de token de valor mobiliário. Saidinho esse BTG, não é?
Ainda sobre a institucionalização do mercado, tivemos a Google unindo forças com a Chainlink para fornecer informações do mundo real para os contratos inteligentes da Ethereum.
Vamos por partes: o BigQuery é uma solução criada pela Google e hospedada na Google Cloud Platform que tem como objetivo integrar e facilitar a análise de uma quantidade enorme de dados. Nos termos mais “hypados”, podemos dizer que ele é uma ferramenta de análise de big data hospedada na nuvem.
Dado que uma aplicação de negócio implementada na forma de um contrato inteligente, seja ela qual for, é processada dentro da rede da Ethereum (ou seja, on-chain), é preciso ampliar os canais de acesso às informações do mundo real (off-chain). Do contrário, há um limite para os casos de uso dos contratos inteligentes.
A Chainlink utiliza um mecanismo de incentivos para descentralizar as fontes de informação (denominadas de oráculos) sobre acontecimentos do mundo real e conectá-las ao blockchain da Ethereum.
Ou seja, a Chainlink possibilita a criação de aplicações híbridas que utilizam o blockchain da Ethereum e o serviço BigQuery, da Google. O potencial disso para o futuro da tecnologia é enorme (e também para os preços das criptos envolvidas).
Mas o tema mais quente do ano foi mesmo o anúncio do projeto Libra, do Facebook, que servirá tanto de mecanismo de inclusão financeira, que já nascerá com uma base de 2 bilhões de usuários potenciais, como de sistema de identidades digitais descentralizado.
O impacto para o mercado é enorme, já que teremos, pela primeira vez na história desse mercado, a entrada de uma gigante de tecnologia com caixa e disposição para peitar reguladores do mundo todo. Discorrerei mais sobre isso a seguir.
Agora, com o semestre devidamente recapitulado, podemos prosseguir para avaliarmos o que vem por aí.
Virando a página — o que vem pela frente?

O mercado parece ter iniciado a precificação de toda a evolução que se deu ao longo do último ano. Mas o fato de não se ouvir falar tanto de bitcoin por aí é mais um indicativo de que a demanda pelo ativo é oriunda do investidor institucional, e não do varejo — ou melhor, ainda não do varejo. Em pouco tempo, poderemos ver uma nova febre do bitcoin, especialmente se os preços ultrapassarem o recorde histórico, de US$ 20 mil.
Para esse semestre, ainda teremos alguns drivers interessantes. Dois deles são velhos conhecidos nossos que têm sofrido adiamentos sucessivos, mas não por isso deixaram de ser importantes. Para você que é um nerd das finanças e pensou em ETF e Bakkt, acertou em cheio. Para você que acha que estou falando grego aqui, calma, que eu explico.
Há um bom tempo o mercado aguarda o lançamento de um ETF de bitcoin. ETF é uma sigla em inglês para Exchange Traded Fund, que aqui no Brasil adaptamos para fundo de índice. Basicamente, são fundos cujas cotas são negociadas em Bolsa de Valores.
A ideia de se criar um ETF de bitcoin é justamente simplificar a questão da custódia e ampliar o acesso ao ativo, já que a fricção ainda é muito alta para os que não estão familiarizados com o mercado. Com ele, o investidor estaria exposto às variações de preço sem se preocupar com questões inerentes à tecnologia. Uma aprovação de um instrumento como esse poderia ter efeitos extremamente positivos sob os preços, especialmente por mexer nas expectativas dos agentes de mercado.
Quando falo em ETFs, me refiro mais especificamente às propostas que são feitas nos EUA e estão pendentes de aprovação da CVM americana, a SEC. A agência já negou algumas delas alegando que o mercado é manipulado e que precisa de alguns esclarecimentos para sentir-se confortável com uma possível aprovação.
A proposta que tem o maior potencial de ser aceita é a da Bolsa de Chicago (Cboe), em parceria com a SolidX e a VanEck. Após postergar, em maio, a decisão, a SEC tem como novo deadline o dia 19 de agosto, podendo adiar mais uma vez, até 18 de outubro, a data-limite para a decisão do regulador.
Já a Bakkt é uma Bolsa que negociará contratos futuros de bitcoin com vencimento de 1 dia. Não é coincidência que o modelo de liquidação será similar ao de ações. Quanto mais familiar for o instrumento para o investidor, mais aderência o novo produto terá.
O destaque da Bakkt é que ela é uma iniciativa da Intercontinental Exchange (ICE), que é o maior grupo de Bolsas de Valores do mundo e dona da Bolsa de Nova York (NYSE). O potencial para o bitcoin também é grande com o lançamento desse mercado, que tem data definida para o dia 22 de julho.
Além disso, o halvening do bitcoin também é uma questão pertinente. Por volta do dia 24 de maio de 2020, a recompensa por bloco minerado cairá de 12,5 para 6,25 bitcoins, o que representa uma redução significativa na taxa inflacionária do ativo. O mercado costuma precificar essa alteração nos padrões de emissão até um ano antes do acontecimento.
É impossível prever o verdadeiro impacto do halving nos preços, mas o que podemos cravar é que o evento sempre mexe com as expectativas do investidor. E das últimas vezes o reflexo nos preços foi positivo, o que nos dá pelo menos um parâmetro.
Por fim, ao longo de todo esse semestre poderemos acompanhar de perto o desenrolar das questões envolvendo o projeto Libra. Tanto num cenário de escrutínio regulatório, como num de aprovação, ele se mostra positivo para o mercado de criptoativos.
Se tiver sua operação vetada, o projeto Libra poderá trazer um transbordamento de usuários para o bitcoin e outros criptoativos, já que só a sua divulgação gerou um burburinho enorme para essa indústria. Do contrário, caso consiga uma regulação favorável à sua atividade, a libra poderá desenhar as tão aguardadas diretrizes legais para o mercado.
Ou seja, é literalmente uma situação de ganha-ganha.
Portanto, empacotando tudo isso que falei acima, enxergo mais um semestre bastante positivo para o mercado cripto, com grande potencial de ganhos para os investidores que toparem a aventura.
Antes de finalizar o texto, quero trazer um anexo de algo que vem sendo criado que considero de fundamental importância. É um novo conceito que chamamos de finanças descentralizadas.
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