Presidente do Carrefour abre o jogo sobre investimentos no Brasil e comenta ‘namoro’ com Casino
Mesmo com incertezas políticas no rumo do país, grupo francês já aplicou R$ 1,7 bilhão no país desde 2014
Há um ano à frente do maior grupo varejista do país, o presidente do Carrefour no Brasil, Noël Prioux, está otimista com a economia brasileira e o resultado das eleições. Diz que os investimentos podem chegar a R$ 2 bilhões em 2019 (o valor inicial era de R$ 1,8 bilhão) e convoca outras empresas a investir.
Mesmo em períodos de crise, o grupo francês não tirou o pé do acelerador. Desde 2014, aplicou no País R$ 1,7 bilhão, em média, ao ano. Na avaliação do executivo, seria muito bom se o governo eleito desse andamento às reformas ainda antes da posse, em janeiro, já que agora as companhias estão fechando os orçamentos para 2019.
Confira a entrevista ao jornal "Estado de S. Paulo":
O Brasil teve um ano difícil, marcado pelo processo eleitoral. Qual a expectativa do sr. para o desempenho do Carrefour no ano que vem?
Temos um investimento previsto de R$ 1,8 bilhão. Mas podemos chegar a R$ 2 bilhões. Vamos abrir muitas lojas e contratar 6 mil pessoas.
O resultado das eleições alterou essa perspectiva?
Antes das eleições, já considerávamos que o Brasil teria um bom crescimento. Agora precisamos de um governo que una os brasileiros, e acho que vamos ter. É necessário também passar uma mensagem para os investidores, lá fora e aqui, de que existe um projeto que vai permitir o investimento sem dor de cabeça.
Que sinais o governo tem de dar para isso?
O governo precisa tomar a decisão de fazer as reformas que o País necessita. É a razão pela qual (Jair) Bolsonaro (presidente eleito) quer fazer algumas delas já, ainda com o atual presidente. Essa é uma ideia muito boa, porque é agora que todas as companhias estão trabalhando sobre o orçamento do ano que vem. É preciso entender as empresas. Depois disso, a repartição de recursos precisaria esperar mais um ano.
Leia Também
O que o sr. espera da gestão Bolsonaro?
Temos confiança. Vamos investir e espero que outras empresas façam o mesmo. O governo tem de favorecer a economia, atrair companhias, que precisam investir. Quando falamos em um aporte de R$ 2 bilhões, não são R$ 2 bilhões. São milhares de pessoas que vão trabalhar para o Carrefour para construir lojas, fazer os móveis, as instalações elétricas.
Quais as maiores dificuldades?
Hoje é difícil investir no Brasil porque, muda o governo, muda a visão que cada um tem do futuro. É muito importante para nós termos a sensação de que é um bom momento para apostar no Brasil. E os partidos políticos devem entender isso e se unir em um projeto comum. Outro entrave é o sistema tributário, que precisa ser simplificado. O Atacadão, por exemplo, tem 120 pessoas unicamente para entendê-lo.
Durante a campanha, o presidente eleito foi alvo de críticas que apontavam que seu governo poderia representar um risco à democracia. Como a matriz vê o resultado das eleições?
Em qualquer país, a França nos pede que a gente entenda os clientes. Quem votou, afinal? Foram os clientes. Quem decidiu que Bolsonaro seria presidente foi o brasileiro. Temos de confiar nos clientes, nos países. Acho que os brasileiros sabem o que querem e também o que não querem. E, com anos de dificuldades, eles decidiram que tinha de mudar. A força do Brasil é que é uma democracia e tem uma forma de governo de repartição. Cada partido tem um poder. Depois de eleito, qualquer presidente deve negociar com todos para definir seu programa. Agora vamos saber o programa.
Como o grupo atravessou esse ano eleitoral, que acabou travando o ambiente de negócios?
O Carrefour tem bons modelos comerciais e o Brasil, diferente de outros países, tem perspectiva de crescimento, por isso pudemos acelerar. Decidimos abrir neste ano praticamente duas vezes mais lojas do Atacadão (20, ante 11 em 2017). Criamos em dezembro de 2017 o modelo Carrefour Market (lojas com menos de 500 metros quadrados) e o cartão Carrefour/Atacadão. Já emitimos 1,5 milhão de cartões em 12 meses. Ainda não temos lucro com essa operação, mas valerá a pena. Um país que vai bem é um país em que as empresas tomam risco porque têm uma boa visão do futuro.
Com o reaquecimento da economia, para onde vai o esforço de expansão do Carrefour?
Internet. Porque consideramos que o Brasil, como outros países, caso da China, talvez vá saltar uma geração em termos de transformação digital. Como os brasileiros são muito jovens, tudo pode mudar completamente em dez anos. Deveria haver um programa de governo para impulsionar a criação de plataformas brasileiras. Onde está a empresa brasileira que vai criar a próxima Amazon ou Alibaba? O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes!
E o que o grupo pretende fazer no projeto de e-commerce?
Não temos o dinheiro da Amazon e do Alibaba, mas temos clientes. O modelo atual de e-commerce é um modelo de não alimentos. Nossa estratégia é ser líder mundial do e-commerce de alimentos em quatro anos. Na Europa, temos a concorrência forte da Amazon e até hoje não vemos muito impacto sobre o varejo de alimentos. Por isso, é uma boa decisão investir no segmento.
O Carrefour tem, globalmente, a meta de atingir € 5 bilhões em volume de negócios no e-commerce até 2022. Qual será a participação do Brasil?
Vamos descobrir o potencial do País. O ano que vem será um ano de aceleração, mas também de ajuste do modelo. Ainda não sabemos qual é a resposta do brasileiro para o sistema de entrega a domicílio, de drive-thru (retirar produtos na loja usando carro) ou outros formatos. Hoje as vendas online representam quase nada da operação.
Além da estratégia digital, há a aposta nos alimentos saudáveis, sobretudo orgânicos. O País tem uma cadeia preparada para isso?
Não é um problema de fornecedor. O problema é a logística. O transporte é difícil e nós devemos oferecer um serviço de retirada dos produtos. Vamos montar feiras para conhecer melhor os pequenos produtores e ajudar a financiar a conversão para a produção de orgânicos. Há ainda entraves burocráticos, como a necessidade de um selo de certificação para a venda dentro do Estado e de outro para produtos que atravessam as divisas. É preciso simplificar. Vamos duplicar a venda de orgânicos este ano, o que mostra que há demanda.
Em setembro, o Casino (controlador do Grupo Pão de Açúcar no Brasil) afirmou que recusou uma oferta de fusão com o Carrefour, que a empresa nega que tenha sido feita. O que aconteceu?
Não posso comentar uma história que não existe. Todos os grupos do mundo têm reuniões, onde há conversas entre os pares. Estamos em um mundo de alianças, o que não significa que vamos comprar alguém. Hoje temos acordos com a Tesco, com a Tencent. Há uma transformação mundial que exige alianças para que as empresas possam crescer rapidamente.
Sempre que surge uma conversa sobre Casino, aparece o nome de Abilio Diniz (o empresário foi sócio do Casino e hoje tem ações do Carrefour na França e no Brasil. Na última sexta-feira, depois da entrevista, Abilio anunciou a redução de sua participação no Grupo Carrefour Brasil de 11,46% para 8,91%, em uma venda de R$ 805 milhões)...
Somos muito felizes com o Abilio. Sua atuação é de investidor, de acionista. Como um bom comerciante, quando aceleramos, ele diz: "Muito bom! Muito mais!" (risos). Como qualquer investidor, quer mais.
*Com Estadão Conteúdo
Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami
A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes
Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham
A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.
Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário
Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master
Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão
Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos
BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas
Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro
CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação
Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país
A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje
Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional
Não tem para ninguém: Lotofácil, Quina e demais loterias da Caixa entram em dezembro sem ganhadores
Depois de acumular no primeiro sorteio do mês, a Lotofácil pode pagar nesta terça-feira (2) o segundo maior prêmio da rodada das loterias da Caixa — ou o maior, se ela sair sem que ninguém acerte a Timemania
Tema de 2026 será corte de juros — e Galapagos vê a Selic a 10,5% no fim do próximo ano
No Boletim Focus desta semana, a mediana de projeções dos economistas aponta para uma Selic de 10,5% apenas no final de 2027
Metrô de São Paulo começa a aceitar pagamento com cartão de crédito e débito direto na catraca; veja como vai funcionar
Passageiros já podem usar cartões de crédito ou débito por aproximação na catraca, mas integração com ônibus continua exclusiva do Bilhete Único
CNH sem autoescola: quais são os requisitos para o instrutor autônomo?
Nova resolução do Contran cria o instrutor autônomo e detalha os requisitos para atuar na formação de condutores no modelo da CNH sem autoescola
Contran toma decisão irrevogável sobre o projeto da CNH sem autoescola
Nova resolução do Contran libera a CNH sem autoescola, cria instrutor autônomo, reduz carga horária prática e promete queda de até 80% no custo da habilitação
Flamengo torce contra rival para fechar o ano como clube brasileiro com maior arrecadação em 2025
Mesmo com o tetracampeonato da Libertadores 2025 e mais de R$ 177 milhões em premiações, o Flamengo ainda corre atrás de rival na disputa pela maior arrecadação do futebol brasileiro neste ano
Black Friday 2025 e décimo terceiro levam o Pix a novo recorde de movimentação diária
Transações superam a marca anterior e consolidaram o Pix como principal meio de pagamento digital do país
Mercado corta projeção para inflação de 2025 — de novo —, mas juros continuam estacionados neste ano e no próximo
Economistas consultados pelo BC esperam que tendência de arrefecimento dos preços perdure neste ano, mas siga quase estável no próximo
Essa cidade foi derrubada por uma empresa privada para dar lugar a um reservatório — e o que existe lá hoje é surpreendente
Cidade fluminense destruída para ampliar um reservatório ganha novo significado décadas depois, com parque ecológico
Relatório Jolts, discurso de Powell e balança comercial do Brasil são destaques da agenda econômica
Os investidores ainda acompanham divulgação do IPC-Fipe de novembro, além do PIB do 3º trimestre do Brasil e da Zona do Euro
Imposto de Renda: Lula fará pronunciamento neste domingo (30) sobre medida que altera a tributação
A fala será transmitida às 20h30 e trará como principal anúncio a nova faixa de isenção para R$ 5 mil além de mecionar os descontos extras para rendas intermediárias
Plano da Petrobras (PETR4), despencada da Hapvida (HAPV3) e emergentes no radar: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
O anúncio estratégico da estatal, a forte queda da operadora de saúde e a análise do Morgan Stanley com Brasil em destaque; veja o que mais movimentou o SD
Ganhador da Mega-Sena 2945 embolsa prêmio de mais de R$ 27 milhões com aposta simples
Não foi só a Mega-Sena que contou com ganhadores na categoria principal: a Lotofácil teve três vencedores, mas nenhum deles ficou milionário