🔴 [NO AR] MERCADO TEME A FRAGMENTAÇÃO DA DIREITA? ENTENDA A REAÇÃO DOS ATIVOS – ASSISTA AGORA

Vinícius Pinheiro

Vinícius Pinheiro

Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances "O Roteirista", "Abandonado" e "Os Jogadores"

Bancos

Uso político pode afetar (novamente) os bancos públicos?

Ao contrário do que se esperava, BB e Caixa chegarão em 2019 sem precisar de dinheiro do Tesouro. Mas o futuro dos bancos depende de quem sentará na cadeira de presidente da República a partir de 2019

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
29 de setembro de 2018
6:30 - atualizado às 13:57
Dilma Rousseff acena para as câmeras
Dilma Rousseff usou os bancos públicos para ampliar o crédito e derrubou sua rentabilidade - Imagem: Shutterstock

Quando vejo candidatos à Presidência defenderem o uso de bancos públicos para forçar uma redução dos juros no crédito, uma imagem me vem imediatamente à cabeça: a da ex-presidente Dilma Rousseff. Mais precisamente o pronunciamento dela na TV no feriado do Dia do Trabalho de 2012.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para quem não se lembra (se estiver com saudades pode procurar no YouTube), Dilma estava no auge da popularidade e usou parte do tempo em cadeia nacional para atacar os juros cobrados pelos grandes bancos privados. E ainda deu uma de garota-propaganda do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que haviam baixado suas taxas por livre e espontânea pressão.

O assunto na redação do jornal não foi outro na volta daquele feriado. E devo reconhecer que, naquela época, não só eu como vários colegas encararam com certa simpatia a atitude da ex-presidente. Afinal, os juros bancários sempre foram altos (e continuam ainda hoje). Então parecia haver certa lógica em estimular a competição para forçar os bancos privados a repassar a queda da taxa básica de juros (Selic) para os financiamentos.

O que deu errado

Como se sabe, a estratégia não funcionou. Em vez de reduzir as taxas, os bancos privados preferiram não correr o risco de emprestar com margens menores e pisaram no freio do crédito. Tudo isso sem abrir mão dos lucros bilionários, é claro.

Nesse meio tempo, a Selic voltou a subir, a crise econômica se agravou e os bancos públicos foram pegos no contrapé. O aumento dos calotes dentro de uma carteira de crédito com juros mais baixos - ou seja, com menos gordura que a concorrência - derrubou a rentabilidade e comprometeu a situação de capital de BB e Caixa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O retorno do BB, por exemplo, caiu de 21,7% em 2011 para apenas 8,8% cinco anos mais tarde. No linguajar do mercado, o banco “destruiu valor” ao entregar um resultado menor que a taxa básica de juros (Selic).

Leia Também

A piora nos resultados se refletiu nas ações listadas na bolsa, a ponto de o BB chegar a valer menos que a BB Seguridade, a empresa que reúne as participações do banco em seguros.

Diante do estrago, havia dúvidas sobre a capacidade de recuperação dos bancos públicos mesmo depois da mudança na gestão. Tanto que a necessidade de um aporte de dinheiro do contribuinte (o meu, o seu, o nosso) era dada como certa. Mas a melhora não só aconteceu como veio bem mais rápido do que o esperado.

Ambos os bancos implementaram planos rigorosos de redução de custos, com o fechamento de agências e programas de demissão e aposentadoria voluntária. Mas a maior parte do ajuste veio de uma combinação de maior controle na concessão de crédito e aumento dos spreads.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em resumo, a política do governo Dilma levou a mais juros e menos crédito, justamente o contrário do pretendido. E com o agravante de ter acontecido no meio da maior recessão econômica da história brasileira.

O que funcionou

A analista Ceres Lisboa, da agência de classificação de risco Moody’s, acompanhou de perto os bancos públicos em ambas as fases. Ela esteve na Caixa uma semana antes da manhã em que fui até o escritório da agência para entrevistá-la, no fim de agosto.

“Pela primeira vez em muitos anos saí do banco sem notícias ruins”, ela me disse.

De fato, a visita ao banco havia acontecido logo depois da divulgação do balanço do primeiro semestre. E um desavisado que fizesse a comparação com os números de três anos antes poderia pensar que se tratava de outro banco. Basta olhar para o lucro, que bateu o recorde de R$ 6,7 bilhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Graças à melhora nos resultados e à moderação na hora de conceder novos empréstimos, a Caixa - que ao contrário do BB é 100% controlada pelo Tesouro - chegará a 2019 sem precisar de dinheiro público para recompor o capital. Nada mal para um banco que chegou a amargar prejuízo operacional no último trimestre de 2015.

Com o BB não foi diferente. Quem apostou na volta da credibilidade sobre a gestão se deu bem. Nos últimos três anos, as ações praticamente dobraram de valor e hoje valem R$ 30 bilhões a mais que a holding de seguros.

Parte importante da melhora nos resultados veio da renovação de financiamentos concedidos com taxas de juros mais baixas na época do programa “Bom pra todos”. O retorno ainda não chegou aos níveis de 2011, mas vem melhorando trimestre a trimestre e atingiu 13,8% na divulgação mais recente.

“Gestões políticas ruins podem ter um poder destrutivo enorme, mas os resultados recentes mostraram que os bancos públicos também têm capacidade de se recuperar rapidamente”, me disse um analista que acompanha as empresas financeiras na bolsa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Enigma eleitoral

Mesmo com o avanço das ações na bolsa, o BB ainda é avaliado muito abaixo dos principais concorrentes privados. A diferença, como quase sempre, é justificada por fatores “extracampo”. No caso, a indefinição sobre quem vai dar as cartas no país a partir de 1º de janeiro de 2019.

Um sinal claro da desconfiança nesse sentido é o fato de o BB ser negociado na bolsa abaixo do valor de seu patrimônio líquido. Para efeito de comparação, as ações do Itaú Unibanco valem o dobro do patrimônio.

Isso significa que as ações do BB têm um grande potencial de alta se um candidato “pró-mercado” vencer as eleições. Pelo menos para quem investe nas ações, o melhor dos cenários seria o de uma privatização - isso sem entrar no mérito da medida em si, que seria assunto para outra reportagem.

Também do ponto de vista do investidor, o grande risco é se o oposto acontecer, com a volta do uso dos bancos públicos para fins políticos. Existem de fato razões para se preocupar. A recuperação recente deixou os bancos em ponto de bala para serem usados em uma nova versão da cruzada contra os juros altos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para quem quiser mais sobre o que os candidatos pensam sobre os bancos públicos e o sistema financeiro, eu recomendo esta reportagem da série que o Eduardo Campos preparou sobre as propostas dos presidenciáveis.

No ponto

Tanto BB e Caixa conseguiram reforçar o capital nos últimos anos, a ponto de contarem hoje com uma posição melhor do que concorrentes como Bradesco e Santander. Isso significa que ambos podem voltar a acelerar no crédito sem a necessidade de recorrer a recursos públicos no curto prazo.

Algumas medidas foram tomadas nesse meio tempo para evitar a repetição do filme. A principal delas foi a aprovação da Lei das Estatais, em 2016. A regra diminuiu a margem de manobra, mas nem de longe blindou os bancos e as outras estatais do uso político. Haja vista a brecha na lei aberta na Câmara neste ano e que pode liberar a volta das indicações políticas para a administração das empresas.

“A nova administração vai ser um teste de fogo para os bancos”, resumiu a analista da Moody’s, ao comentar por que pretende esperar o resultado das eleições e a postura do novo governo antes de se decidir por uma melhora na classificação de risco.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
A JANELA ESTÁ FECHANDO

Brasil tem hoje a última chance de lançar primeiro foguete comercial

22 de dezembro de 2025 - 10:24

Após quatro adiamentos por falhas técnicas, clima e problemas em solo, o Hanbit-Nano, primeiro foguete brasileiro comercial tem nesta segunda-feira a última janela para decolar do Centro de Lançamento de Alcântara

R$ 1 BILHÃO!

Mega-Sena interrompida: agora toda aposta vale apenas para o bilionário sorteio da Mega da Virada

22 de dezembro de 2025 - 9:15

Mega da Virada vai sortear pela primeira vez na história um prêmio de R$ 1 bilhão; sorteio está marcado para a noite de 31 de dezembro

DIA DE DECISÃO

Final da Copa do Brasil: veja o horário e onde assistir a Corinthians x Vasco

21 de dezembro de 2025 - 14:30

Após empate sem gols no jogo de ida, Corinthians e Vasco decidem o título da Copa do Brasil neste domingo, no Maracanã, com premiação milionária em jogo

ACORDOS TRAVADOS

“Nossos países não têm mais 10 anos a perder”: para Milei, lentidão do Mercosul é o que está travando acordos com a UE

21 de dezembro de 2025 - 12:45

Na cúpula do Mercosul, presidente argentino acusa o bloco de travar o comércio com burocracia, diz que acordos não avançam e defende mais liberdade para negociações individuais

LOTERIAS

Mega da Virada em R$ 1 bilhão: prêmio estimado bate os oito dígitos pela primeira vez

21 de dezembro de 2025 - 8:58

Ninguém levou o prêmio de R$ 62 milhões do último sorteio da Mega Sena neste ano, no concurso 2953, que foi a jogo ontem (20). Prêmio acumulou para Mega da Virada

ACORDO EMPERRADO

Enquanto União Europeia ‘enrola’ Mercosul vai atrás do próximos na fila para acordos comercias; veja

20 de dezembro de 2025 - 17:23

Enquanto acordo com a UE segue emperrado, bloco aposta em Emirados Árabes, Ásia e Américas para avançar na agenda comercial

LOTERIAS

Último sorteio da Mega-Sena: R$ 62 milhões vão a jogo hoje no concurso 2.954. Depois, só a Mega da Virada

20 de dezembro de 2025 - 15:33

O concurso 2.954 da Mega-Sena sorteia na noite deste sábado (20) prêmio estimado de R$ 62 milhões. A partir de amanhã as apostas se concentram na Mega da Virada

ORÇAMENTO 2026

Com R$ 1,82 trilhão só para pagar juros da dívida e R$ 61 bilhões para emendas, veja os detalhes do Orçamento para 2026

20 de dezembro de 2025 - 8:40

Texto aprovado pelo Congresso prevê despesas de R$ 6,5 trilhões, meta de superávit e destina quase um terço do orçamento fiscal ao pagamento de juros da dívida pública

HOMENAGEM

Silvio Santos vira nome de rodovia em São Paulo — e o trecho escolhido não foi por acaso

19 de dezembro de 2025 - 16:29

Lei sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas rebatiza trecho da Rodovia Anhanguera, entre São Paulo e Jundiaí, em homenagem ao comunicador e empresário

DECISÃO EXTREMA DEMAIS?

Banco Central se precipitou com a liquidação do Banco Master? TCU dá 72 horas para o regulador se explicar

19 de dezembro de 2025 - 15:20

O Tribunal de Contas da União requer esclarecimentos do Banco Central sobre a decisão de liquidar o Banco Master; entenda

NATAL 2025

Inflação da ceia de Natal 2025 surpreende e reforça a importância de pesquisar preços

19 de dezembro de 2025 - 11:38

Estudo da FGV aponta variação quase nula nos itens natalinos em 12 meses; alimentos básicos recuam, proteínas seguem em alta e presentes voltam a encarecer após dois anos de alívio

O PRAZO É HOJE

Prazo para quitar a segunda parcela do décimo terceiro (13º) termina hoje; saiba como calcular

19 de dezembro de 2025 - 9:21

Data limite se encerra nesta sexta-feira (19); empresas que atrasarem podem ser multadas; valor é depositado com descontos de INSS e Imposto de Renda

POR POUCO

Loterias da Caixa batem na trave às vésperas da Mega da Virada e prêmios sobem ainda mais

19 de dezembro de 2025 - 7:13

A noite de quinta-feira (18) foi movimentada no Espaço da Sorte, com sorteios da Lotofácil, da Mega-Sena, da Quina, da Timemania e da Dia de Sorte

ÚLTIMOS PAGAMENTOS

Bolsa Família: Caixa paga benefício para NIS final 8 nesta sexta (19)

19 de dezembro de 2025 - 5:49

Pagamento segue o calendário de dezembro e beneficiários do Bolsa Família podem movimentar valor pelo Caixa Tem ou sacar nos canais da Caixa

ITEM DE COLECIONADOR

À medida que Banco Central recolhe cédulas clássicas de R$ 2 a R$ 100, as mais raras podem alcançar mais de R$ 5 mil no mercado

18 de dezembro de 2025 - 17:04

Enquanto o Banco Central recolhe as cédulas da primeira família do real, a escassez transforma notas antigas em itens disputados por colecionadores, com preços que já ultrapassam R$ 5 mil

TETO ESTOURADO

MEI: ultrapassou o limite de faturamento em 2025? Veja o que fazer para se manter regularizado

18 de dezembro de 2025 - 14:00

Microempreendedores individuais podem ter uma receita anual de até R$ 81 mil

NOVAS REGRAS

Entre o relógio e as malas: o que dizem as novas regras de check-in e check-out em hotéis

18 de dezembro de 2025 - 13:42

Portaria do Ministério do Turismo já está em vigor; norma fixa tempo mínimo de estadia, critérios de limpeza e exige clareza nos horários

ESQUECIDOS?

Esses números nunca deram as caras na Mega da Virada; veja quais são

18 de dezembro de 2025 - 9:13

Histórico da Mega da Virada revela números que não apareceram em nenhuma edição do concurso especial da Caixa

MÁQUINA DE MILIONÁRIOS

Bola dividida na Lotofácil termina com 4 novos milionários; Mega-Sena e Timemania disputam quem paga mais

18 de dezembro de 2025 - 7:31

Prêmio principal da Lotofácil será dividido entre 4 apostadores; Timemania e Mega-Sena sorteiam nesta quinta-feira R$ 68 milhões e R$ 58 milhões, respectivamente

CAI HOJE

Caixa libera Bolsa Família para NIS final 7 nesta quinta-feira (18)

18 de dezembro de 2025 - 6:01

Benefício cai na conta hoje para milhões de famílias; valor pode ser movimentado pelo Caixa Tem sem necessidade de saque

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar