Para Alfredo Setubal, 1º ano do governo será um ‘campeonato de mata-mata’
Na visão do diretor da Itaúsa, governo de Bolsonaro inaugurará novo ciclo econômico e político para o país, mas início poderá ser difícil se as reformas não forem aprovadas
À frente da Itaúsa, holding de investimentos do Itaú Unibanco, Alfredo Setubal acredita que o futuro presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), montou seu governo calcado em dois pilares: Paulo Guedes, para conduzir a economia, e Sérgio Moro, para encampar as mudanças contra a corrupção.
"É uma eleição anti-establishment. O primeiro ano será difícil. O presidente vai ter de aprender a governar e negociar com Congresso. Treino é treino e jogo é jogo. Não é um campeonato de pontos corridos, é de mata-mata. Se as reformas não forem aprovadas, o governo vai sofrer muito." A seguir, os principais trechos da entrevista.
O que a eleição de Jair Bolsonaro traz de novo?
A eleição de Bolsonaro foi pautada em mudanças da economia e do jeito de se fazer política. Na parte econômica, sem dúvida nenhuma, a população votou para mudar as políticas que vinham sendo praticadas pelos governos do PT. Houve guinada para uma linha mais liberal. Vamos entrar em outro ciclo de políticas econômicas, com privatizações, concessões. Se o déficit fiscal for equacionado, a reforma da Previdência votada, temos grande chance de ver o Brasil crescer.
E o Brasil voltará a crescer?
O novo governo pega a economia com alguns sinais pequenos de recuperação. O desemprego ainda é alto, mas inflação e juros mais baixos dentro dos padrões históricos. Se conseguir de fato fazer essas reformas, o Brasil pode entrar num ciclo de crescimento de 3% a 4% ao ano. O cenário internacional não deve ajudar muito. Mas, de qualquer jeito, estamos entrando num ciclo econômico de mais crescimento e mais estabilidade jurídica, fator extremamente importante.
Leia Também
Mega-Sena: Ninguém acerta as seis dezenas e prêmio vai a R$ 20 milhões
Bolsonaro terá força no Congresso para aprovar reformas?
Todos esses aspectos foram discutidos na eleição. Previdência é uma unanimidade. Agora, qual a reforma que vai passar? A que está aí pode não ser a ideal, mas algo bem razoável pode ser votado no Congresso. Ele não está partindo do zero, já tem uma proposta do (Michel) Temer. Evidentemente que tem um processo de negociação no Congresso.
Mas o sr. vê uma coalizão por partidos ou por bancada?
Tem se falado de votação por bancada... Me parece que o novo Congresso estará alinhado com as políticas do novo governo. Com 27 anos de experiência no Congresso, Bolsonaro vai conseguir fazer as aprovações necessárias. Mas tem um aspecto no governo e na equipe econômica que é o fato de boa parte não ter experiência no setor público. Isso vai gerar uma certa dificuldade no começo para se entender como a máquina funciona.
E isso é um fator inibidor para a governabilidade?
Não inibidor, mas retardador de fazer a máquina funcionar do jeito que eles querem. Demora uns meses para a engrenagem rodar.
Como viu as indicações para os ministérios?
Bolsonaro tem dois pilares fortes. Primeiro, a equipe econômica, que ele formou com bom time, encabeçado por Paulo Guedes. Outro pilar é o Moro, com toda a agenda anticorrupção que vai ser implementada. Não sei da capacidade de execução dos ministros. Veremos na prática. Me parece que ele delegará mais, diferentemente da presidente Dilma Rousseff. Isso tende a dar mais agilidade para o governo.
O sr. é a favor das privatizações? O que deve se manter com o Estado?
A sociedade não está preparada para um Estado mínimo, de um governo que cuide apenas de suas funções básicas. Esse é um processo evolutivo. A sociedade de hoje não tem esse desejo todo de privatizações. Deverá começar por subsidiárias e empresas relevantes, mas nada abrangente. O próprio Temer vai deixar uma série de licitações de portos, aeroportos, e isso facilitará. O modelo centralizador de Estado grande, poderoso, que prevaleceu de Getúlio Vargas até agora, fracassou. O modelo brasileiro tem de ser repensado.
Bolsonaro é o mais adequado para conduzir essas mudanças?
Ele está tentando fazer uma nova política e quer acabar com esta história de lotear o governo entre os partidos. Quer colocar pessoas mais gabaritadas. O Congresso funciona com certa barganha. Bolsonaro disse que quer romper.
O que o sr. achou da indicação de Moro para o governo?
Acho que é coerente com todo o discurso que o Bolsonaro fez durante a campanha. Moro, na Lava Jato, já cumpriu o seu papel. A Lava Jato não vai acabar. A sociedade está acompanhando tudo. Ele fez o movimento certo de aceitar o desafio.
Preocupa uma maior base militar no governo?
Não é um governo militar. É um governo que tem mais militares, assim como no governo Lula teve mais sindicalistas. É um público que Bolsonaro lidou em toda a sua vida.
A relação dos empresários com o governo será diferente?
Tem de mudar o jeito de fazer negócio. A política liberal de Paulo Guedes vai abrir a economia, reduzir tarifas, mas entendo que ele vá fazer isso de maneira gradual. Por um lado, traz maior concorrência, por outro, as empresas terão de ser mais eficientes. Ao mesmo tempo, o governo tem de ajudar. Tem muitos impostos, burocracias, custos que em outros países são bem menores.
O Itaúsa vai aumentar seus investimentos em 2019?
Não fizemos nenhum grande movimento em 2018, só a venda da Elekeiroz. Vamos olhar oportunidades em indústria e serviços. Não vamos diversificar por diversificar. Já temos a Alpargatas, o gasoduto NTS, e não pretendemos olhar nada fora do País.
Qual a lição que se tira das eleições de 2018?
A sociedade votou por mudanças, tanto da política econômica como contra a corrupção. Uma eleição anti-establishment. É uma corrida de obstáculos. Longe de ser fácil, esse primeiro ano será difícil. Ele vai ter de aprender a governar e negociar com o Congresso. Tem muitos "se", mas muita coisa vai avançar no Brasil. Treino é treino e jogo é jogo. Vamos ver como o técnico em campo vai performar para ganhar o campeonato. E não é um campeonato de pontos corridos, é de mata-mata. Se as reformas não forem aprovadas, o governo vai sofrer muito. Eu tenho um lado otimista que acredita que pode dar certo.
Relator de PL sobre fim da escala 6×1 apresenta novo texto, com jornada de no máximo 40 horas semanais
Prates também colocou um dispositivo que dá a possibilidade de regime de trabalho na escala 4×3, com limite máximo de 10 horas diárias
Metrô de SP testa operação 24 horas, mas só aos finais de semana e não em todas as linhas; veja os detalhes
Metrô de SP amplia operação aos fins de semana e avalia se medida tem viabilidade técnica e financeira
Salário mínimo de 2026 será menor do que o projetado; veja valor estimado
Revisão das projeções de inflação reduz o salário mínimo em R$ 3 a estimativa do piso nacional para 2026, que agora deve ficar em R$ 1.627
A nova elite mundial: em 2025, 196 bilionários surgiram sem herdar nada de ninguém — e há uma brasileira entre eles
Relatório da UBS revela que 196 bilionários construíram fortuna sem herança em 2025, incluindo uma brasileira que virou a bilionária self-made mais jovem do mundo
Banco Central desiste de criar regras para o Pix Parcelado; entenda como isso afeta quem usa a ferramenta
O Pix parcelado permite que o consumidor parcele um pagamento instantâneo, recebendo o valor integral no ato, enquanto o cliente arca com juros
FII com dividendos de 9%, gigante de shoppings e uma big tech: onde investir em dezembro para fechar o ano com o portfólio turbinado
Para te ajudar a reforçar a carteira, os analistas da Empiricus Research destrincham os melhores investimentos para este mês; confira
Quina faz um novo milionário; Lotofácil e Dia de Sorte também têm ganhadores
Enquanto a Quina, a Lotofácil e a Dia de Sorte fizeram a festa dos apostadores, a Mega-Sena e a Timemania acumularam nos sorteios da noite de quinta-feira (4).
Mercado aposta em corte da Selic em janeiro, mas sinais do Copom indicam outra direção, diz Marilia Fontes, da Nord
Para a sócia da Nord, o BC deve manter a postura cautelosa e dar sinais mais claros antes de fazer qualquer ajuste
Fundos de pensão que investiram em títulos do Banco Master entram na mira da Justiça em meio a irregularidades nos investimentos
Investigações apontam para aplicações financeiras fora dos protocolos adequados nos casos dos fundos Amazonprev, Rioprevidência e Maceió Previdência
Time sensação do Campeonato Brasileiro, Mirassol arrecada o equivalente a um terço do orçamento municipal
Sensação do Brasileirão, o Mirassol arrecadou cerca de um terço do orçamento municipal e levou a pequena cidade paulista ao cenário internacional com a vaga na Libertadores
Joesley Batista viajou para a Venezuela para pedir renúncia de Maduro: qual o interesse da JBS e da J&F no país?
Joesley Batista tem relações com o presidente Donald Trump e pediu pelo fim das tarifas sobre a carne. A JBS também tem negócios nos Estados Unidos
Lotomania e Super Sete aproveitam bola dividida na Lotofácil e pagam os maiores prêmios da noite nas loterias da Caixa
Lotofácil manteve a fama de loteria “menos difícil” da Caixa, mas cedeu os holofotes a outras modalidades sorteadas na noite de quarta-feira (3).
Alerta Selic: o que pode impedir o BC de cortar os juros, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual
A projeção do banco é que a Selic encerre 2025 em 15% e que os cortes comecem de forma gradual em janeiro, alcançando 12% ao final de 2026
Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista
Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo
Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo
Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados
Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped
Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários
De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira
A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária
Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami
A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes
Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham
A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.
Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário
Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master