‘Falta aos EUA definirem o Brasil na OCDE’, diz secretário-geral da organização
Angel Gurría explica que não está em questão a existência de um apoio do governo Trump ao Brasil, mas sim a maneira como o suporte será sinalizado
"O Brasil já é da família", afirma o secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurría, ao falar sobre o processo de entrada do País ao grupo. Como obstáculo à adesão do Brasil, no entanto, está a posição dos Estados Unidos, segundo o secretário-geral.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, concedida durante sua viagem a Washington para a reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gurría explica que não está em questão a existência de um apoio do governo Trump ao Brasil, mas sim a maneira como o suporte será sinalizado.
Há 10 dias a Bloomberg revelou que, em agosto, o secretário de Estado, Mike Pompeo, enviou carta à OCDE na qual manifesta o apoio dos EUA à entrada da Argentina e da Romênia. Os EUA têm defendido um plano lento de expansão do órgão, contrário ao cronograma defendido pelos europeus que abarcaria previsões e plano de adesão dos seis candidatos atuais. A posição americana prejudica o Brasil.
Gurría disse que a menção à Argentina e à Romênia como primeiros no processo de adesão não deveria ser uma surpresa. A questão é a ausência de referência aos demais candidatos - o que implica em um impasse com os outros 35 membros da OCDE.
Ele também disse que, pela organização, não há limite à quantidade de membros que podem iniciar o processo de entrada.
Leia os principais trechos da entrevista:
Qual é o estado atual do processo de adesão do Brasil à OCDE, considerando a carta do secretário de Estado, Mike Pompeo, em agosto?
Primeiro, Argentina e Romênia estiveram na lista desde dezembro do ano passado. Isso não deveria ser uma surpresa. Segundo, mesmo depois de o presidente Bolsonaro se encontrar com o presidente Trump, era entendido que Argentina e Romênia iniciariam antes. Mas não se disse nada (na carta) sobre os outros países que aplicaram. Essa é a chave da questão. A questão é como vamos nos referir agora aos outros países para sinalizar que haverá alguma discussão posterior. Acho que todo mundo entende o que o presidente dos EUA afirmou a Bolsonaro em março, e eu pessoalmente fui uma testemunha em Osaka (durante encontro do G-20, em junho) que o presidente confirmou isso. Ele confirmou novamente (após a carta se tornar pública), assim como secretário de Estado. Mas a questão agora é como isso começa.
Se os EUA estão apoiando o Brasil, o que o sr. define como obstáculo em termos da posição americana?
O que temos é o que você já sabe. Você teria que fazer essa pergunta para os Estados Unidos. Temos o número de candidatos colocado e diferentes formas de abordar. Não tenho uma resposta sobre qual é o problema. Pode inclusive não ser um problema, mas uma questão de quem vai primeiro.
A carta do Pompeo não foi uma surpresa então?
Os EUA têm sido bastante consistentes nisso. A questão que não está definida e que os países estão discutindo agora é como fazer essa referência aos outros candidatos. Isso é a chave de um próximo acordo.
Isso significa que um acordo que satisfaça os 36 países precisará incluir a referência aos seis candidatos?
Quem vem depois e como vamos fazer? Como vamos lidar com isso? O que precisamos é de precisão para saber como vamos proceder com os outros quatro candidatos além de Argentina e Romênia.
Pela OCDE não há, portanto, algum tipo de limitação à quantidade de países que iniciam o processo de adesão?
Não, estamos falando de seis no total, dos quais dois estão nessa indicação dos EUA. Nós podemos administrar o processo de entrada de dois, três, quatro, cinco. Mas os membros desejam também um processo mais ou menos coordenado, sequencial.
O governo brasileiro afirma que o País é o candidato com maior número de requisitos cumpridos para acessar a OCDE.
Sem dúvida, tem razão. O Brasil é o País que tem aderido a maior número de instrumentos da OCDE e que é membro de mais comitês. É muito inteligente da parte do Brasil, o Brasil já é da família. O final do processo vai avaliar todas essas condições e isso vai ajudar o País quando iniciar formalmente a adesão.
O que ainda falta ao Brasil na avaliação da OCDE?
Acredito que falta somente definir entre os membros, e particularmente os EUA, como será para fazer referência para os outros candidatos, incluindo o Brasil.
Como o sr. vislumbra a solução então para essa situação?
Temos um bom consenso, estamos trabalhando para definir isso, mas acredito que não há dúvida. Todos os países estão avaliados pelo conselho. Independentemente do momento de começar com o processo formal, já estamos encurtando o processo futuro.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo
Salvou a economia? Biden anuncia acordo trabalhista de última hora para evitar greve de ferroviários nos EUA
Caso os sindicatos tivessem realmente entrado em greve, mais de 7 mil trens teriam sido paralisados, gerando um custo de aproximadamente US$ 2 bilhões por dia
Elon Musk quer te ouvir: Onde a Tesla deve instalar a próxima rede de carregadores para os carros elétricos?
Tesla Charging pediu que o público comentasse os locais que desejam que seja inaugurada uma nova unidade de Supercharger. Os nomes mais curtidos devem entrar para uma votação oficial da empresa
Bolsas de NY fecham em alta, sustentadas por sinais de que inflação estaria desacelerando
Livro Bege sinalizou que nove dos 12 distritos acompanhados pelo Fed tiveram moderação no ritmo de aumento de preços
O “bebê do Nirvana” perdeu: Banda vence processo por capa do disco Nevermind
Para o juiz que cuidou do caso, Spencer Elden estava 20 anos atrasado para acusar de ter sido explorado pela aparição na foto
‘Top Gun: Maverick’ aproxima-se de US$ 1,5 bilhão em ingressos vendidos mundo afora; veja quais filmes ele ainda precisa desbancar para ser a maior bilheteria da história
Estrelado por Tom Cruise, ‘Top Gun: Maverick’ arrecadou até agora US$ 1,42 bilhão em todo o mundo depois de apenas 15 semanas em cartaz – e o número está defasado
Também não foi dessa vez: Nasa adia novamente lançamento de foguete à Lua — sabia o motivo e a nova data
O lançamento do foguete da missão Artemis I estava previsto para ocorrer hoje à tarde (horário de Brasília), no Centro Espacial Kennedy, na Flórida
De tenista a investidora: Serena Williams se despede das quadras com um patrimônio de mais de US$ 200 milhões
A tenista de 40 anos perdeu na sexta-feira (02) para a australiana Ajla Tomljanovic, 29, mas não deixou a porta aberta para um possível retorno
Dólar acumula desvalorização de 7% frente ao real no ano — veja o que mexe com o mercado de câmbio
Após três sessões consecutivas de alta, em que acumulou valorização de 4,07%, o dólar à vista recuou mais de 1% no pregão desta sexta-feira (02)
Vai ter que esperar mais um pouco: Nasa adia lançamento de foguete à Lua; missão Artemis 1 seria a primeira expedição do tipo em meio século
A missão Artemis 1 é o primeiro passo dos Estados Unidos na retomada da exploração tripulada do espaço
Efeito Fed? Biden diz que os norte-americanos já sentem o alívio dos preços altos
Mais cedo, o Departamento do Comércio dos EUA informou que o dado preferido do Fed para medir a inflação recuou 0,1% em julho ante junho, mas Powell não está satisfeito; entenda por quê
Leia Também
-
A terapia de choque de Milei deu certo? Argentina registra o primeiro superávit trimestral em 16 anos. Veja como presidente conseguiu
-
Por essa nem Putin esperava: a previsão que coloca a Rússia à frente da maior economia do mundo
-
Nem o FMI acredita mais que Lula vai entregar meta fiscal e diz que dívida brasileira pode chegar a nível de países em guerra
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
2
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+
-
3
Imposto de 25% para o aço importado: só acreditou quem não leu as letras miúdas