Ibovespa derrapa na reta final do pregão, mas encerra o dia em alta e sobe mais de 3% em maio; dólar recua 3,8% no mês
Acostumado a trabalhar com cenários inflacionários um tanto quanto caóticos, o índice ignorou as preocupações do exterior hoje

Venda em maio e vá embora, diz um dos ditados mais famosos do mundo financeiro. Por aqui, a frase gringa está mais para lenda do que para sugestão de investimento. Ao menos é o que indica o Ibovespa — mais uma vez, o principal índice da B3 terminou o mês em alta.
O pregão desta terça-feira (31) foi marcado pela volta dos negócios em Nova York após o feriado do Memorial Day. Os temores de aceleração da inflação pesaram sobre Wall Street e, por lá, as bolsas encerraram o dia em queda.
Dados que mostraram um salto nos preços reacenderam as preocupações sobre o ritmo de aperto monetário dos bancos centrais e também fizeram a maioria dos mercados europeus recuar hoje.
Já o Ibovespa, que está mais acostumado a trabalhar com cenários inflacionários um tanto quanto caóticos, ignorou as preocupações do exterior e operou em alta durante boa parte da sessão.
Não foi fácil, contudo, sustentar os ganhos. Afetado pelo recuo dos papéis da Petrobras — que acompanharam a volatilidade do petróleo no mercado internacional —, o índice da bolsa brasileira chegou a operar no vermelho perto do final da tarde.
Mas, assim como a petroleira, o Ibovespa voltou ao campo positivo perto do fechamento e encerrou com uma alta de 0,29%, aos 111.350 pontos. No mês, o avanço foi de 3,22%.
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Já o dólar, que passou o dia em queda, se aproximou da estabilidade no final da tarde. Novamente influenciada pelo cálculo da última Ptax do mês, a moeda norte-americana fechou com leve queda de 0,02%, cotada em R$ 4,7526. O recuo foi maior em maio: 3,85%.
Confira também o fechamento dos principais contratos de DI:
CÓDIGO | NOME | ULT | FEC |
DI1F23 | DI jan/23 | 13,41% | 13,38% |
DI1F25 | DI Jan/25 | 12,38% | 12,25% |
DI1F26 | DI Jan/26 | 12,24% | 12,13% |
DI1F27 | DI Jan/27 | 11,30% | 12,12% |
Sobe e desce do Ibovespa
Em dia de ganhos no Ibovespa, a ponta positiva do índice foi dominada pelos papéis da Marfrig (MRFG3).
A subida foi impulsionada pelo anúncio de que os controladores da empresa, Marcos Antonio Molina dos Santos e a Marcia Aparecida Pascoal Marçal dos Santos, compraram mais ações e aumentaram a participação no frigorífico.
Veja quais foram as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 15,60 | 5,33% |
IRBR3 | IRB ON | R$ 2,95 | 4,98% |
CMIG4 | Cemig PN | R$ 11,61 | 3,48% |
BRFS3 | BRF ON | R$ 15,53 | 3,19% |
RAIL3 | Rumo ON | R$ 17,67 | 2,97% |
Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 3,71 | -3,39% |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 6,74 | -3,30% |
AMER3 | Americanas S.A | R$ 20,06 | -3,09% |
EZTC3 | EZTEC ON | R$ 16,26 | -3,04% |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 12,55 | -2,71% |
Inflação na meta
Um dos destaques do noticiário interno de hoje foi a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em audiência pública extraordinária na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados.
Campos Neto evitou prever qual será o patamar final da taxa Selic no atual ciclo de alta nos juros, mas voltou a garantir que o BC fará o necessário para trazer a inflação para a meta com os instrumentos que dispõe.
Vale relembrar que o Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição já contratou uma nova alta da taxa básica de juros na próxima reunião, em junho. O ritmo, porém, deverá ser menor do que o movimento de 1 ponto percentual feito neste mês.
O presidente do BC reforçou que, se o ajuste tempestivo de juros brasileiro tiver credibilidade junto ao mercado, a inflação voltará a ser controlada.
O que mexeu com o mercado lá fora?
No exterior — mais especificamente na China — o dia também teve pelo menos uma notícia positiva. É que o Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial do gigante asiático surpreendeu analistas e avançou a 49,6 pontos em maio, em comparação aos 47,4 de abril. Do lado dos serviços, o índice também registrou melhora — de 41,9 em abril para 47,8 em maio.
Na Europa, a terça-feira ficou marcada pela divulgação dos dados da inflação ao consumidor (CPI) na Zona do Euro no mês de maio. A segunda prévia do indicador atingiu nível recorde ao ficar em 8,1%. Na comparação com abril, o avanço é de 0,8%.
A alta da inflação na região ainda é um desdobramento da guerra na Ucrânia, que tem desorganizado a economia do continente. Exemplo disso é que o Conselho Europeu informou que deve retomar as discussões sobre um dispositivo que libera do embargo importações de petróleo russo. A medida, contudo, deve ter um caráter temporário.
Nos Estados Unidos, Christopher Waller, membro do FOMC, o equivalente norte-americano do Copom, deixou os investidores ressabiados ao afirmar que, se a inflação não ceder, o juro deve subir bastante e rápido. Anteriormente, a percepção era de que o Federal Reserve iria manter o ritmo das altas, mesmo que isso significasse mais tempo em um regime de juros mais altos.
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