‘Ruptura’: como sucesso da série pode salvar Apple TV+ de perda anual de US$ 1 bilhão
Sucesso de audiência e de crítica, a série trouxe novos assinantes para a plataforma, que tem menos de 1% do mercado de streaming atualmente
Nos moldes da HBO, a Apple TV+ conseguiu um feito almejado por qualquer plataforma de streaming ou emissora da atualidade: gerar tanto debate em torno de uma série que, caso não tenha visto o episódio mais recente, é melhor evitar redes sociais ou ficar em casa para fugir de spoilers.
A série da vez é Ruptura (Severance, no título em inglês), drama que retrata personagens com memórias da vida pessoal e profissional separadas após passarem por um procedimento cirúrgico.
O último episódio, lançado na quinta-feira passada (20), causou um frenesi de “Severance watch parties” no TikTok — encontros de amigos para assistir ao desfecho da segunda temporada.
Além do hype na internet, a série estrelada por Adam Scott impulsionou as assinaturas do streaming.
De dezembro para janeiro de 2025, quando a nova leva de episódios começou a ser lançada, o número de assinantes cresceu 8%. Em fevereiro, foram 2,9 milhões de novas pessoas na plataforma.
O sucesso de Ruptura não deixa margem para dúvidas. O da Apple TV+ sim.
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Será que a plataforma de streaming de uma das maiores empresas do mundo vai conseguir capitalizar em cima desse momentum para finalmente se tornar rentável?
Seria bom que conseguisse. Afinal, Ruptura foi um dos projetos mais caros da Apple TV+. Cada episódio custou US$ 20 milhões. E essa nem foi a única produção na qual a plataforma “esbanjou”.
O custo da qualidade
Poucas e boas. Essa é a estratégia da Apple TV+ na hora de lançar as suas obras audiovisuais. Com apenas 270 séries, a plataforma se coloca no extremo oposto da Netflix, que tem um catálogo com milhares de produções.
Quando lançou o serviço, a big tech se recusou a licenciar séries e filmes antigos para colocar no streaming. Isso a deixou totalmente dependente de novidades. E, para se destacar em um mercado bem competitivo, a Apple não economizou dinheiro.
A empresa assinou contratos com nomes como Oprah Winfrey e Steven Spielberg, e fez um “debut” extravagante com a série The Morning Show.
O custo de ter como protagonistas as atrizes Jennifer Aniston e Reese Witherspoon foi robusto: cada uma delas ganhou mais de US$ 1 milhão por episódio, na primeira temporada.
Com isso, logo no primeiro ano, a companhia gastou mais de US$ 50 milhões só com o elenco, que incluía também Steve Carell, de The Office.
Para a quarta temporada, que ainda não tem data de estreia, Aniston e Whiterspoon vão ganhar mais do que US$ 2 milhões por episódio.
A própria Ruptura extrapolou em US$ 40 milhões o orçamento para a primeira temporada, antes mesmo de se provar como um sucesso de crítica e audiência.
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Aclamação e prêmios não pagam contas
Não dá para dizer que esse foco em qualidade foi totalmente em vão. Em teleconferência em janeiro, o CEO da Apple, Tim Cook, afirmou que as produções originais da Apple TV+ receberam mais de 2.500 nomeações e 538 prêmios desde o lançamento do streaming.
A primeira temporada de Ruptura certamente contribuiu para esse número: foram 14 indicações para o Emmy Awards, considerado o “Oscar” da televisão.
Em 2022, o estúdio ganhou o Oscar de melhor filme por No Ritmo do Coração, uma conquista prestigiosa, alcançada antes dos concorrentes Netflix e Amazon.
Mas prêmios não pagam contas.
O portal The Information revelou que a Apple TV+ está perdendo mais de US$ 1 bilhão por ano desde que foi lançada, em 2019 — mesmo com os 45 milhões de assinantes na plataforma.
Até o momento, os investidores não colocaram a Apple “contra a parede”. Afinal, o segmento de streaming é uma linha do negócio com bem menos destaque do que a venda de iPhones. Além disso, a companhia não revela o balanço financeiro das operações em Hollywood, o que a deixa mais protegida das críticas.
Aprendendo com a Netflix
Não é que Ruptura tenha sido a primeira série de sucesso do streaming. Em 2023, Ted Lasso foi um estouro, e a própria The Morning Show viveu tempos de glória em termos de audiência e crítica.
A dificuldade da Apple TV+ parece ser em manter os assinantes, que, às vezes, se desengajam do conteúdo da plataforma, depois que as temporadas de suas séries favoritas acabam.
De acordo com dados da Nielsen, o streaming da big tech tem menos de 1% de participação de mercado, em termos de audiência. Em meados de 2024, ele estava gerando menos visualizações em um mês do que a Netflix gerava em um dia.
Se Ruptura será responsável por “salvar o negócio”, ainda não para dizer.
Mas fato é que a Apple TV+ está aprendendo diretamente dos livros da Netflix.

Para a segunda temporada da série, a empresa investiu fortemente em criar uma expectativa entre os fãs.
A data de estreia foi anunciada seis meses antes. E, nesse meio tempo, foram feitas ativações físicas.
A mais notável foi a construção temporária do escritório da série dentro da Grand Central Station, em Nova York, com presença dos atores. Além de ter gerado um fluxo de pessoas adicional no local, a ativação gerou um buzz nas redes sociais que atingiu até mesmo quem não via a série.
Até o CEO Tim Cook foi colocado em um uniforme clássico de funcionário da Lumon Industries — empresa fictícia retratada na produção, que inclusive tem a própria página no Linkedin — para promover a série.

Salvando a rentabilidade do streaming ou não, os fãs podem ficar despreocupados. A terceira temporada de Ruptura já foi confirmada.
* Com informações da Bloomberg e da Reuters.
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