O que o motorista quer? 6 itens de que o consumidor de carro de luxo no Brasil não abre mão
Eletrificação, conectividade, direção assistida e mais critérios indispensáveis ao consumidor de automóveis de luxo hoje

O segmento de carros premium e de luxo é representado por modelos mais focados em desempenho, design, tecnologia e segurança. No Brasil, marcas como Audi, BMW, Jaguar Land Rover (JLR), Lexus, Mini, Porsche, Volvo e Zeekr definem esse mercado de alto padrão.
Uma pesquisa recente da consultoria McKinsey & Company revelou que o prazer de dirigir supera o status social como principal motivador de compra. O estudo foi realizado com compradores e potenciais compradores de veículos acima de US$ 150 mil (cerca de R$ 806 mil). Vale lembrar que ele foi conduzido em diversas regiões do mundo, incluindo a América do Sul.

O prazer de dirigir é, de longe, o principal motivador de compra. A pesquisa revelou que 86% dos entrevistados o citam como o fator mais relevante na escolha. Além disso, o desejo por status social é a motivação para apenas 36%.
Isso demonstra uma clara priorização da experiência prática em detrimento do valor simbólico. Ademais, a qualidade construtiva, a durabilidade e a retenção de valor do veículo são fatores cada vez mais importantes, impulsionados pela rápida evolução da tecnologia, diz o estudo.
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Conexão com a marca
Para Marcelo Rohlfs, Head da Divisão Automotiva do Grupo Bamaq, os dados confirmam uma mudança já percebida, inclusive, na interação com clientes brasileiros. “Temos visto um perfil mais exigente, que busca desempenho real, sensação de controle, mas também respostas rápidas e uma dirigibilidade precisa. São características que fazem diferença e que influenciam diretamente a decisão de compra”, analisa.
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A pesquisa definiu quatro perfis principais de compradores de luxo: colecionadores, buscadores de inovação, entusiastas de performance e aqueles motivados por status pessoal. Embora cada grupo tenha motivações distintas, todos valorizam a herança da marca, a exclusividade, a personalização e o acabamento de excelência.
“A tradição da marca, a engenharia de precisão e a possibilidade de configurar detalhes fazem parte da experiência valorizada por esses clientes. Isso se reflete tanto no momento da compra quanto no vínculo que se estabelece com a marca ao longo do tempo”, afirma Rohlfs.
O estudo confirma o aquecimento do mercado de luxo em nível global. Quase metade dos entrevistados (49%) planeja comprar mais veículos do segmento, e a maioria (64%) espera dirigir esses carros com mais frequência. Mesmo com incertezas econômicas, o desejo por experiências automotivas marcantes segue em alta.
6 fatores dos quais o motorista de luxo não abre mão no Brasil
Eletrificação impulsiona marcas premium
No Brasil, o luxo segue em alta. No acumulado do ano até setembro, o país teve um pouco mais de 38,5 mil unidades de veículos premium emplacados. Um volume 4% maior que o ano anterior, aliás.
Dos dez primeiros modelos, oito são SUVs, o evidencia a preferência do consumidor por veículos de maior porte e versatilidade.

Entre as tendências do mercado premium, observa-se uma forte aceleração na adoção de veículos elétricos (BEV) e híbridos plug-in (PHEV).
A eletrificação e a propulsão sustentável tornaram-se essenciais no segmento nos últimos anos, deixando de ser novidade para se tornar um pré-requisito. O foco agora não se restringe apenas à eletricidade, mas também à autonomia e ao desempenho, que refletem a busca do consumidor por um consumo consciente.
No segmento premium, as marcas Volvo e BMW lideram o movimento da eletrificação. Embora o mercado total de carros elétricos seja dominado por marcas chinesas como BYD e GWM, a Volvo se destaca com o EX30, que se firmou como o carro elétrico premium mais vendido no País, o que prova a ótima aceitação do mercado por BEVs.

Já os híbridos plug-in (PHEV) continuam na preferência dos consumidores premium, sobretudo os que buscam a combinação de eficiência e desempenho com a conveniência para o uso diário e viagens mais longas. Nesse quesito, aliás, a Volvo e a BMW também se destacam, e o Volvo XC60 é o mais vendido entre os PHEV de luxo, superando o dobro do volume de vendas de concorrentes diretos como o Porsche Cayenne e o BMW X5.
Experiência digital: luxo imersivo
O mercado de carros premium evolui para atender às mudanças nas preferências do consumidor, que busca mais do que status. Além da eletrificação e sustentabilidade, há um maior desejo por tecnologia imersiva e conectividade, e assistências à condução.

A experiência digital passou a ser central, com telas grandes de alta resolução, integração de inteligência artificial e conectividade 5G, transformando o carro em um dispositivo de luxo conectado, com personalização extrema e uso de materiais sustentáveis.

O sistema de áudio de modelos premium passa a contar com grifes como Bang & Olufsen, Harman Kardon, Bose, Burmester, Bowers & Wilkins e Meridian, por exemplo, que oferecem sistemas de áudio de alta fidelidade.

A Volvo, por exemplo, lançou o “modo Abbey Road Studios” em uma atualização de software para os sistemas de som Bowers & Wilkins de seus modelos EX90 e ES90, que simula a acústica do famoso estúdio de gravação britânico imortalizado pelos Beatles. Desenvolvido em parceria com a B&W, que também fornece equipamentos para o Abbey Road Studios, esse recurso proporciona uma experiência sonora imersiva e personalizável, ajustando o campo sonoro para reproduzir diferentes ambientes e épocas de gravação.

Esses avanços refletem sobretudo uma tendência de luxo consciente, tecnologia sofisticada e excelência em conectividade, moldando o mercado de carros premium da atualidade.
Direção assistida pelo conforto e segurança
O cliente premium valoriza a segurança e o conforto proporcionados por sistemas avançados de assistência (chamados de Adas), embora não busque autonomia total. No Brasil, a condução autônoma mais avançada está nos Níveis 2 e 2+. Essas tecnologias contam com piloto automático adaptativo com stop & go (ACC). Além disso, há alertas de ponto cego, assistente de permanência em faixa ativo e frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres e ciclistas.
É fundamental, inclusive, a presença de câmeras de alta resolução de 360 graus ou mais, de 540 graus. Chamada de visão transparente, essa última mostra a parte de baixo do carro. Além disso, motoristas também buscam funções de visão noturna e alertas de tráfego cruzado e até head-up display com realidade aumentada, que projeta informações no para-brisa, itens que deixam a direção mais segura e moderna.
Na sustentabilidade, há um aumento de interesse pelo uso de materiais ecológicos (revestimentos veganos e tecidos e plásticos reciclados). Tudo sem abrir mão do luxo e da capacidade de customizar cores, iluminação ambiente e detalhes de acabamento.

Conforto fundamental
Nos itens de conforto e conveniência, os carros de luxo precisam vir equipados com teto solar ou vidro panorâmico (com ou sem abertura). O item deixa o interior mais iluminado e dá uma sensação de amplitude. Além disso, devem ter ajustes elétricos dos bancos com funções de massagem, esfriamento, aquecimento e memória para a conveniência de uso por diferentes motoristas. Saídas de ar-condicionado de diferentes zonas para que cada ocupante, ajuste na sua temperatura ideal e abertura do porta-malas por gestos ou totalmente elétrico, para facilitar seu acesso também são fundamentais.

Pela necessidade, as tomadas do tipo USB-A e USB-C tornam-se indispensáveis, incluindo os carregadores por indução rápidos e com resfriamento.
As rodas são capítulo à parte
Não basta ser bonito e ter um design arrojado e moderno. Precisa ter itens que valorizem suas tecnologias por fora. Por isso, as rodas grandes são cada vez mais valorizadas: em uma época em que SUVs e veículos com linhas de cintura altas predominam, rodas menores podem parecer desproporcionais, enquanto rodas maiores, ao preencherem melhor a caixa de roda, conferem ao carro um visual mais atlético, imponente e robusto. Hoje modelos premium possuem rodas a partir de 19 polegadas.

O design das rodas evoluiu para se adaptar à eletrificação e alta tecnologia, com foco em eficiência e estética futurista. Nos carros elétricos, como Volvo e BMW i, as rodas apresentam desenhos aerodinâmicos, com superfícies fechadas e planas, que reduzem o arrasto do ar, otimizando a autonomia e reforçando uma aparência moderna.

Rodas bicolores, geralmente pretas brilhantes ou cinzas com detalhes metálicos, representam hoje um padrão premium, ao transmitirem profundidade, sofisticação e exclusividade.
Para veículos de performance, rodas com desenhos abertos e raios finos são preferidas, já que permitem exibir as pinças de freio coloridas e tecnológicas, uma indicação de seu alto desempenho.
Ligas leves de alumínio são o padrão, com tecnologias como forjadura e flow-forming que tornam as rodas mais leves e resistentes. O acabamento premium, disponível em diamante, polido ou fosco, acrescenta um toque de luxo e atenção aos detalhes.
Atenção à iluminação: segurança aliada à beleza
Os faróis dianteiros evoluíram com a tecnologia de luz digital, com a matriz (ou matrix) de led adaptativa, um padrão no segmento premium. Ela é composta por múltiplos segmentos de led dispostos em uma matriz que, aliada a câmeras e sensores, mapeia o ambiente para ajustar a iluminação automaticamente.

Essa tecnologia cria “túneis de sombra” ao redor de veículos e pedestres e permite ao motorista usar o farol alto continuamente sem ofuscar outros condutores. No Brasil, a Audi, por exemplo, oferece nos modelos Q8 e e-tron a Digital Matrix Light, com mais de 1 milhão de pontos de luz controláveis individualmente.

As setas dinâmicas também viraram tendência no segmento premium. Também chamados de piscas sequenciais, eles oferecem iluminação em movimento, de forma clara e rápida para a troca de direção do veículo, facilitando a reação de outros condutores e pedestres.
Além disso, agregam um elemento de design sofisticado e diferenciado, ao criar um efeito visual de alta tecnologia e reforçando a identidade visual.
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