Catalunha 2025: um guia de comida e luxo na Capital Mundial da Gastronomia
O luxo de azeite, arte e tempo ganha contornos saborosos, com a elevação da região ao título de Capital Mundial da Gastronomia; aqui, um guia de onde comer, dormir e viver bem
Há lugares que não precisam se vender. Bastam um pão com tomate, uma taça de cava e o pôr do sol sobre o Mediterrâneo para entender por que a Catalunha, ou Catalunya, foi eleita a Capital Mundial da Gastronomia 2025.
Mais que um destino, a Catalunha é um modo de vida. O ponto onde a arte encontra a mesa, o design conversa com o vinho e o luxo é medido em autenticidade. Aqui, comer bem é só o começo. O verdadeiro prazer está na cultura que se saboreia com calma, cercada de beleza, mar e história.
A revolução gastronômica catalã começou há pouco mais de duas décadas, quando nomes como Ferran Adrià, Santi Santamaria, Carme Ruscalleda e os irmãos Roca mudaram para sempre o mapa culinário do mundo. A França deixou de ser o centro da alta gastronomia e a vanguarda passou a ter sotaque espanhol. Desde então, a Catalunha consolidou-se como um polo de excelência culinária, hospitalidade de luxo e criatividade.

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Barcelona: o luxo tem alma mediterrânea
A melhor forma de começar o roteiro é por Barcelona, onde tradição e inovação convivem com naturalidade. Hospede-se no icônico El Palace Barcelona, hotel que há mais de um século traduz o refinamento da cidade. Seu restaurante, Amar Barcelona, comandado pelo chef Rafa Zafra, é uma experiência imperdível: mariscos, peixes e caviar apresentados com estética impecável e respeito absoluto pelo produto. O ambiente, por outro lado, é um espetáculo em si, com veludos azuis, dourados e mármores que remetem à Belle Époque, agora reinterpretada para o século 21.
De lá, siga pela costa até Cambrils, na Costa Dourada, onde o restaurante Can Bosch mantém uma estrela Michelin há mais de 40 anos. Fundado por pescadores e hoje liderado pelo chef Arnau Bosch, o lugar traduz o verdadeiro espírito catalão: pratos de mar e montanha, peixe fresco que chega do porto todas as manhãs e uma cozinha que valoriza o sabor natural acima de qualquer artifício. Um arroz de cigalas, um suquet de peixe ou um calamar (lula) grelhado, por exemplo, bastam para entender o que é luxo quando ele nasce da essência.
Sabores que contam histórias
Mas a força da culinária catalã está na sua simplicidade. O pa amb tomàquet, pão rústico com tomate maduro, azeite e sal, é quase um símbolo nacional. Na versão ultrafina, o pa de vidre, ele vira uma pequena obra de arte: crocante, leve, transparente.
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Durante o inverno, o país inteiro se reúne em torno das calçotadas. Nas celebrações, se grelham calçots (um tipo de cebolinha) no fogo mergulhando-os, posteriormente, em molho romesco, feito de amêndoas, pimentões e tomates assados. Até o restaurante Disfrutar, eleito o melhor do mundo, prestou homenagem ao ingrediente com um calçot liofilizado, uma tradução científica da tradição saborosa.

Outros pratos igualmente emblemáticos são a escalivada (pimentões e berinjelas queimados na brasa), a esqueixada (salada de bacalhau desfiado) e a escudella i carn d’olla, cozido ancestral que aquece os invernos catalães. Já no outono, a castañada toma as ruas com o aroma de castanhas cozidas no fogo e os panellets, pequenos doces de amêndoa e pinhão decoram as vitrines das confeitarias.
Arte, cultura e o prazer de viver
Em Catalunya, a gastronomia é inseparável da arte. O próprio Salvador Dalí, aliás, transformou a mesa em espetáculo com seu livro Les Dîners de Gala, publicado em 1973 e ilustrado por ele mesmo. Trata-se de uma celebração do prazer, do absurdo e da estética. Antoni Tàpies, outro gênio catalão, fez da textura e dos objetos cotidianos (como talheres e mesas) uma metáfora do humano. Joan Miró, por outro lado, levou para suas telas o mesmo colorido vibrante que se encontra em um mercado catalão no verão. E Antoni Miralda, pioneiro da arte performática com comida, criou banquetes, instalação que misturavam arte, política e sabor.

O visitante de luxo que entende o valor da experiência pode estender sua viagem a Girona, onde brilham os irmãos Roca, ou subir até a Costa Brava, com hotéis boutique como o Mas de Torrent, no Empordà, que oferece spa, piscina, vinhos e um restaurante estrelado com vista para os campos. No Priorat, região de vinhos encorpados, o hotel Terra Dominicata transforma um antigo mosteiro em retiro de elegância rústica.
Em todos os cantos da Catalunha, há uma clara filosofia: o luxo está na essência, não na ostentação.

Para quem não pode esperar
E para aqueles que já sonham com essa viagem, mas ainda não têm passagem marcada, há boas notícias: um pouco da Catalunha pode ser saboreado em São Paulo, pelas mãos do chef Oscar Bosch, herdeiro direto dessa tradição.

Filho de uma das famílias mais emblemáticas da gastronomia catalã e nascido em Cambrils, Oscar leva os sabores do Mediterrâneo ao Brasil com elegância e técnica impecáveis.

No restaurante Cala del Tanit, por exemplo, ele apresenta uma cozinha espanhola contemporânea, com foco no mar e na autenticidade do produto. Já no Tanit, o ambiente cosmopolita e os pratos clássicos reinterpretados mostram a versatilidade da culinária catalã em diálogo com ingredientes brasileiros. Finalmente, no Nit Bar de Tapas, Oscar resgata a informalidade das tabernas de Barcelona, servindo tapas criativas, vinhos e coquetéis em clima descontraído e elegante.
Três endereços que provam que a essência da Catalunha , seu amor pelo sabor, pelo convívio e pela beleza , também encontram espaço no Brasil.

Um destino para sentir, não apenas visitar
Viajar pela Catalunha é vivenciar um luxo que não grita. É provar um azeite fresco em uma vinícola, ouvir o mar de Cambrils durante o almoço ou se perder nas cores de Miró depois de um jantar com cava. É o luxo da naturalidade, mas com tempo e autenticidade, que permanecem mesmo depois da viagem.
Em 2025, a Capital Mundial da Gastronomia celebra o que tem de mais valioso: uma cultura que entende que comer bem é também viver bem. E, para o viajante sofisticado, esse é o tipo de investimento que rende os melhores dividendos: memórias, experiências e sabor.
Guia de Luxo 2025 – Catalunya, Capital Mundial da Gastronomia
Por que ir agora?
A Catalunha foi eleita Capital Mundial da Gastronomia 2025. E com razão. Entre montanhas e mar, a região é hoje um dos destinos mais sofisticados da Europa para quem valoriza boa mesa, arte, arquitetura e inclusive experiências com propósito.
Aqui, o luxo aparece em um azeite artesanal, em uma taça de cava servida com vista para o Mediterrâneo ou em um jantar onde tradição e vanguarda se equilibram com precisão.
Onde ficar?
El Palace Barcelona, Barcelona
Símbolo do luxo atemporal catalão, combina serviço impecável, suítes monumentais e um rooftop com vista para o Passeig de Gràcia. Dentro do hotel, aliás, o restaurante Amar Barcelona, comandado por Rafa Zafra, celebra o mar com elegância. Imperdível: a sequência de mariscos frescos com cava rosé.

Mas de Torrent, Empordà
Refúgio entre vinhedos e oliveiras, o hotel é sinônimo de privacidade e sofisticação natural. Quartos amplos, spa e gastronomia estrelada o tornam o endereço ideal para casais e viajantes discretos.

Terra Dominicata, Priorat
Um antigo mosteiro convertido em hotel boutique cercado por vinhedos. Oferece degustações privadas e tours pelas vinhas. Além disso, a cozinha é de terroir refinado, uma experiência perfeita para os amantes do vinho.

Onde comer?
Amar Barcelona (Hotel El Palace Barcelona)
Alta gastronomia marítima com DNA catalão. Ostras, lagostas, peixes de mercado e toques autorais de Rafa Zafra em um ambiente de luxo clássico, mas acolhedor, com algumas receitas clássicas.

Can Bosch (Cambrils, Costa Dourada)
Uma instituição familiar com mais de 40 anos e uma estrela Michelin. O chef Arnau Bosch traduz o Mediterrâneo em pratos que unem técnica, emoção e memória. O arroz de cigalas, inclusive, é um clássico.

Disfrutar (Barcelona)
Eleito o melhor restaurante do mundo em 2025, comandado pelos ex-El Bulli Oriol Castro, Eduard Xatruch e Mateu Casañas. Cada prato é uma experiência sensorial.

Esperit Roca (Girona)
O novo projeto dos irmãos Roca, fundadores do lendário El Celler de Can Roca, é uma síntese de elegância e propósito. Localizado dentro da antiga destilaria Casa Roca em Girona, o espaço combina arte, memória e sustentabilidade, porém em um formato híbrido: bar, restaurante e galeria.

O menu propõe uma viagem sensorial pelos aromas e ingredientes que marcaram a trajetória da família, com coquetéis criados por Jordi Roca e pratos que ecoam a filosofia do Celler, onde cada detalhe tem alma e cada sabor conta uma história. Um destino essencial, por exemplo, para quem deseja entender o futuro da gastronomia catalã.
O que provar?
Pa amb tomàquet – Pão crocante, tomate fresco e azeite; simples, perfeito e onipresente.
Calçots & romesco – As célebres cebolinhas tostadas, mergulhadas em molho de amêndoas e pimentões secos.
Escalivada – Pimentões, berinjelas e cebolas queimadas na brasa.
Esqueixada – Salada leve de bacalhau desfiado, tomate e azeite.
Panellets – Pequenos doces de amêndoa e pinhão, tradicionais da castañada.

O que fazer?
Fundació Antoni Tàpies, Barcelona
Arte contemporânea que dialoga com o cotidiano, o corpo e a mesa, visita imperdível para quem aprecia o luxo intelectual catalão.
Museo Dalí, Figueres
O templo do surrealismo. Lá se entende por que o artista também via a comida como espetáculo. O livro Les Dîners de Gala, ilustrado por ele mesmo, aliás, é um tributo à gula e à imaginação.

Vinhedos do Empordà e Priorat
Degustações privadas com vistas cinematográficas. Muitos produtores oferecem experiências exclusivas, com harmonizações conduzidas pelos próprios enólogos.
Mercados de Barcelona (Ninot, Concepcio)
Luxo também é autenticidade. Caminhar entre barracas de frutas, jamón e queijos artesanais é um mergulho sensorial na alma catalã.
Quando ir?
De março a junho, o clima é ideal para explorar a costa e os vinhedos. Entre novembro e março, contudo, as calçotadas se tornam o evento mais autêntico e festivo da temporada.
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