Carros blindados estão em alta no Brasil – e os custos também. O que entra na conta?
Confira o que é importante para circular com carros blindados por aí: custos, cuidados, garantias e uma alternativa para não se preocupar com a desvalorização

Em um país com índices de violência tão assustadores, estar em um carro de luxo já gera insegurança. E a blindagem é uma das formas mais práticas de circular pelas grandes cidades com a sensação de proteção.
Não à toa, o segmento de blindagem está em alta no Brasil. Em 2024, 34.402 veículos novos foram blindados no país, somando-se a uma frota estimada de 400 mil unidades seminovas, segundo a Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem). Bom também para os negócios: o setor tem um faturamento anual estimado em R$ 3,5 bilhões.
O aumento de demanda e empresas que oferecem blindagem também ajuda a deixar os preços mais acessíveis. Atualmente, um nível básico de proteção começa em R$ 50 mil, e a blindagem pode ser aplicada em qualquer tipo de veículo, seja novo ou usado.
Como é a blindagem
A blindagem consiste em um método de revestimentos que fortalecem as estruturas do veículo, utilizando materiais específicos. A carroceria, por exemplo, ganha ligas de aço para aumentar sua resistência. Nos vidros, é aplicado policarbonato para torná-los mais resistentes e evitarem o estilhaçamento.
Quando um dono de veículo se interessa em instalar a proteção, ele deve saber que há quatro níveis de blindagem, que se diferenciam pela capacidade balística e impactam no peso e preço.
Por exemplo, o nível I é indicado contra armas de fogo de baixo calibre, seguido pelo II de médio calibre e o III suporta ataque de fuzis e requer autorização do Exército. O III-A, por sua vez, prevê qualquer calibre, mas o dono do carro não pode ter ficha criminal. Existe ainda um quarto nível que oferece proteção contra armas militares e explosões, mas não é permitido no Brasil.
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Considere os custos além da blindagem em si
De acordo com a Super Visão, rede de vistorias automotivas, ter um blindado também requer mais cuidados e custos com o veículo. A manutenção, por exemplo, exige que seja feita por empresas especializadas principalmente no processo de desmontagem do veículo, quando necessário.
Outro custo nem sempre lembrado é o consumo de combustível, que é elevado em função do maior peso do veículo.
O seguro para carros blindados pode ficar mais caro, ultrapassando até 50% do valor para veículos sem a blindagem, segundo a Super Visão. A maior necessidade de reparos e reposições em carros especiais, devido à deterioração dos materiais, torna o processo de conserto mais complexo e as peças mais onerosas, justificando os preços elevados de seguros e revisões mecânicas.
Além disso, a necessidade de ter um carro blindado representa às seguradoras que existe um risco maior com a segurança dos passageiros. Este tipo de veículo também atrai criminosos, portanto, está mais propenso a furtos.
E na hora de revender é importante contar com a documentação regularizada sobre a blindagem e suas garantias. Entre elas, o cadastro Sistema de Controle de Veículos Blindados e Blindagens Balísticas (Sicovab).
Somente com o cadastro será possível emitir um certificado de blindagem para comprovar que o serviço foi realizado de acordo com os padrões exigidos pela lei.
Esse documento deverá ser apresentado na vistoria de transferência em uma empresa credenciada (ECV), que é um processo obrigatório em alguns estados, para regularização da compra e venda de veículos usados blindados.
Isso é importante para quem compra um blindado usado: o laudo cautelar deve estar em conformidade com a proteção, caso contrário não é possível negociar aquele veículo.
Se o seu conjunto estrutural estiver comprometido e a vistoria o considerar “inadequado”, o veículo deve ser recolhido pelo estado.
Desvaloriza?
Falar de mercado é sempre controverso. Alguns lojistas nem aceitam modelos blindados, porque sua comercialização é mais restrita. O nível de proteção, tempo de uso, manutenção e o estado geral do veículo contam para uma maior ou menor depreciação, mas é um mercado mais reservado.
Por isso, pode haver mais dificuldade na revenda. Importante lembrar que dificilmente o proprietário conseguirá recuperar o que pagou no carro e na blindagem. Se um veículo “normal” já tem sua desvalorização, para um blindado ela é maior.
Um dos motivos é a adição de peso, que pode comprometer mais rapidamente os componentes de maior desgaste do carro se não forem adaptados – aliás, o correto é que suspensão, freios e outros itens, como o suporte de vidro elétrico, sejam redimensionados conforme o nível da blindagem, o que nem sempre acontece para “baratear” a blindagem. Na média, a proteção acrescenta cerca de 200 kg ao veículo.

Cuidado com a garantia
Todo veículo zero-km recebe uma garantia de fábrica, que costuma variar de 3 a 5 anos. Embora exista, raramente uma montadora oferece a blindagem original.
Algumas marcas possuem parceria com blindadoras idôneas no mercado. Se a blindagem não for indicada por aquela marca, o dono do carro perde a garantia.
A Volkswagen lançou recentemente no Brasil a Amarok Blindagem Vale+, uma versão blindada e certificada de fábrica da picape. A proteção tem nível III-A, capaz de resistir a disparos de armas de calibre 9 mm ou .44 Magnum, e é oferecida em unidades zero-km, preservando a garantia original.
Os materiais utilizados, segundo a Volks, são testados e certificados pelo Exército Brasileiro, com uma evolução em relação à blindagem convencional, tornando o veículo até 80 kg mais leve. A mecânica da picape permanece inalterada. A marca não revelou seu preço.
Embora a Amarok seja o primeiro modelo a oferecer esta blindagem, a Volkswagen planeja estender o programa a outros modelos no futuro.
Líder no Brasil espera crescer 14% este ano
A Carbon é a maior blindadora do país e uma das mais prestigiadas pelas montadoras. A empresa é homologada pela Volvo globalmente e também certificada por Jaguar, Land Rover, Toyota, BYD, GWM e General Motors.
É sempre o cliente que leva seu carro à blindadora. Para as marcas certificadas, ele tem a vantagem de contar com a manutenção da garantia original de fábrica do veículo.
O perfil de clientes da Carbon é composto por empresários, executivos, políticos, celebridades e pessoas que buscam mais segurança no dia a dia, especialmente em grandes centros urbanos.
Os modelos mais requisitados são de marcas como BMW, Volvo Toyota e BYD. O valor médio pela proteção gira em torno de R$ 110 mil.
Na Carbon, a blindagem possui uma garantia comercial de 5 anos, por exemplo, contra a delaminação dos vidros. “Isso não significa que a blindagem perde sua eficácia após esse período. Anualmente o veículo blindado deve passar por uma revisão preventiva, para manutenção da garantia e funcionamento dos materiais balísticos”, explica Michel Haddad, Board Member, Chief Automotive OEM Relations & Business Intelligence Officer da Carbon.
“A demanda tem sido alta, com um recorde de produção de quase 5 mil veículos blindados em 2024, representando mais de 14% das blindagens no Brasil. A projeção é chegar a 6 mil veículos blindados em 2025”, analisa Haddad.
Assinatura é opção
Ter um carro blindado pode não ser uma decisão fácil. Além do elevado custo de aquisição, a manutenção e a revenda sempre preocupam.
O mercado, contudo, já oferece opções de veículos blindados por assinatura, uma alternativa a ser considerada. Vale lembrar que essa modalidade inclui no valor mensal além do aluguel, a manutenção, os impostos e o seguro. No final do contrato, o usuário não se preocupa com o valor de revenda.
Liandra Boschiero, COO da Osten GO, locadora do grupo Osten, conta que os modelos mais procurados para assinatura com blindagem são os BMW X1, X3 e Série 3, além dos Audi Q3, Q5 e A5, todos com nível IIIA.
Mais de 30% dos clientes que procuram a assinatura e locação de veículos premium têm solicitado a blindagem como requisito essencial.
A diferença de custo para um modelo não blindado é de 35% a 45% a mais. “É importante destacar que muitos clientes questionam se o aumento no valor não poderia ser apenas o da blindagem diluída nas parcelas. No entanto, há outros fatores que impactam o custo final, incluindo documentações específicas, revisões periódicas, manutenções mais exigentes e a depreciação na venda”, explica Liandra.
A assinatura também possui algumas diferenças. Na proposta de locação com coparticipação do seguro, por exemplo, existe um valor adicional pela blindagem, geralmente fixo, e que na maioria dos casos é de R$ 6 mil.
Além disso, fora as revisões do veículo definidas pela montadora, são realizadas revisões específicas relacionadas à blindagem.
Outro ponto importante é a entrega técnica, na qual o cliente recebe instruções detalhadas sobre o uso e os cuidados do veículo fornecidos diretamente pela blindadora parceira.
De acordo com a COO, a blindagem tem sido uma demanda recorrente tanto de clientes pessoa física quanto de empresas que utilizam locação e assinatura de veículos, com destaque aos modelos topo de linha.
“Isso é especialmente evidente nos pedidos para automóveis destinados à alta gestão das empresas e em locações de curto prazo para executivos estrangeiros em visita ao país. Muitos desses profissionais optam por utilizar o veículo sem motorista, tornando a customização e a blindagem requisitos essenciais”, comenta Liandra.
“Com a crescente valorização da segurança pessoal, a tendência é que a demanda por esse tipo de proteção continue em ascensão, tornando-se um requisito indispensável para consumidores que priorizam não apenas conforto e desempenho, mas também a tranquilidade ao dirigir”, conclui a executiva.
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