As tarifas de Trump: entenda os principais pontos do anúncio de hoje nos EUA e os impactos para o Brasil
O presidente norte-americano finalmente apresentou o plano tarifário e o Seu Dinheiro reuniu tudo o que você precisa saber sobre esse anúncio tão aguardado pelo mercado e pelos governos; confira
Parecia final de Copa do Mundo: investidores de todo o planeta de olho nas telas à espera da taxação de Donald Trump. O mercado fechou e às 17h (de Brasília), o presidente norte-americano deu o pontapé no anúncio: as tarifas recíprocas agora são uma realidade nos EUA.
“Tenho boas notícias hoje. Muitas coisas boas vão acontecer. Hoje é o Dia da Libertação, o dia em que a indústria norte-americana vai renascer, o dia em que vamos fazer os EUA ricos de novo”, disse Trump logo na abertura do discurso no Jardim das Rosas da Casa Branca.
China, Canadá, México, Tailândia, Vietnã, Japão, Índia, Coreia do Sul foram lembrados por Trump no discurso. Chips, eletrônicos, automóveis, produtos alimentícios também foram citados pelo presidente norte-americano antes de uma grande tabela em papel com as tarifas recíprocas serem apresentadas por ele ao público presente no evento.
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Assim como em uma partida digna de final de campeonato, muito especialista fez prognóstico, tentou adivinhar o placar e traçar os possíveis confrontos dos EUA com outros países.
Agora que as tarifas se tornaram uma realidade, o Seu Dinheiro conta para você os principais pontos das medidas de hoje: quem são os alvos, quem é exceção, os percentuais e setores mais atingidos.
Como as tarifas vão funcionar
A primeira coisa a se saber é que a base do plano do governo norte-americano é impor taxas na mesma proporção na qual os EUA são taxados.
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Segundo Trump, as tarifas recíprocas entram em vigor à meia-noite (no horário local) desta quinta-feira (3). Um documento da Casa Branca, no entanto, detalha que no caso de tarifas individualizadas, as taxas passam a valer a partir do dia 9 de abril.
O governo norte-americano também optou por adotar uma tarifa mínima de 10% contra vários países. Neste caso, a medida entra em vigor no sábado (5).
A partir de amanhã (3) também passa a valer a taxação de 25% sobre o setor automotivo, que já havia sido anunciada pelo presidente norte-americano há algumas semanas.
Trump não descarta a possibilidade de flexibilização das tarifas anunciadas hoje, mas sinalizou que as negociações serão feitas caso a caso.
“Aos países que desejarem uma exceção às tarifas, aqui vai um recado: façam primeiro a lição de casa de vocês — retirem primeiro suas tarifas, derrubem suas barreiras não tarifárias, retirem as proteções contra produtos norte-americanos”, afirmou Trump.
As tarifas cobradas de cada país, incluindo o Brasil
O Brasil aparece na tabela que Trump segurava no Jardim das Rosas, durante o anúncio das tarifas recíprocas.
O governo norte-americano vai impor uma taxa de 10% para as importações brasileiras, a alíquota mínima definida.
"Por gerações, os países tiraram vantagem dos EUA, impondo taxas mais altas. Por exemplo: o Brasil (18%) e Indonésia (30%) impõem uma tarifa mais alta sobre o etanol do que os EUA (2,5%)", diz a Casa Branca no documento.
O País é citado novamente quando o governo norte-americano se refere às tarifas médias simples de nações mais favorecidas: 3,3% dos EUA contra 11,2% do Brasil.
"Certos países, como Argentina, Brasil, Equador e Vietnã, restringem ou proíbem a importação de produtos remanufaturados, limitando o acesso ao mercado para exportadores dos EUA, ao mesmo tempo em que sufocam os esforços para promover a sustentabilidade ao desencorajar o comércio de produtos como novos e eficientes em termos de recursos", diz o documento da Casa Branca.
Ainda assim, o Brasil não está entre os mais taxados pelos EUA hoje. Lesoto, Camboja e Vietnã lideram a lista com as maiores tarifas, de 50%, 49% e 46%, respectivamente.
Confira a tabela dos países com algumas das maiores tarifas recíprocas anunciadas por Trump nesta quarta-feira (2):
| País | Tarifa cobrada dos EUA | Tarifa pelos EUA |
|---|---|---|
| Lesoto | 99% | 50% |
| Camboja | 97% | 49% |
| Laos | 95% | 48% |
| Madagascar | 93% | 47% |
| Vietnã | 90% | 46% |
| Mianmar | 88% | 44% |
| Síria | 81% | 41% |
| Sérvia | 74% | 37% |
| Tailândia | 72% | 36% |
| China | 67% | 34% |
| Indonésia | 64% | 32% |
| Fiji | 63% | 32% |
| Taiwan | 64% | 32% |
| Suíça | 61% | 31% |
| África do Sul | 60% | 30% |
A lista de alvos das tarifas inclui quase 100 países. O republicano também anunciou uma tarifa de 26% para a Índia, de 25% para a Coreia do Sul, de 24% para o Japão e para a Malásia, de 20% para as importações da União Europeia, de 17% para Israel e de 15% para a Venezuela.
Outros países que serão alvos da tarifa mínima de 10% incluem: Reino Unido, Ucrânia, Argentina, Uruguai, Chile, Austrália, Colômbia, Peru, Turquia, Arábia Saudita, Egito, entre outros.
A tabela apresentada pela Casa Branca não menciona o percentual para Canadá e México.
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As tarifas não valem para tudo, mas tem uma explicação
A Casa Branca informou que alguns bens não estão sujeitos a tarifas recíprocas e o aço e o alumínio, que já foram tarifados, não sofrerão uma nova taxação.
O documento menciona ainda que a sobretaxa para o fentanil, para o México e Canadá, continua em efeito.
"Isso significa que produtos em conformidade com o Acordo EUA-México-Canadá [USMCA] continuarão a ter uma tarifa de 0%, produtos não em conformidade com o USMCA terão uma tarifa de 25%, e energia e potássio não em conformidade com o USMCA terão uma tarifa de 10%", diz o texto.
A Casa Branca informou também que os EUA eliminarão a isenção de impostos para todos os pacotes de mercadorias vindos da China e de Hong Kong e que mercadorias chinesas importadas abaixo de US$ 800, que antes eram isentas de impostos, passarão a ser taxadas. O fim da isenção começara a partir do dia 2 de maio.
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O setor automotivo na mira de Trump
Trump já havia anunciado tarifas sobre o setor automotivo. Nesta quarta-feira (2), o governo norte-americano deu detalhes sobre a taxação.
As tarifas de 25% sobre a importação de carros entram em vigor nesta quinta-feira (3) e em 3 de maio para as autopeças.
A taxa será aplicada a veículos como sedans, SUVs, picapes e vans, além de componentes como motores, transmissões e sistemas elétricos.
Empresas que comprovarem a fabricação de determinadas peças nos EUA poderão pagar a tarifa apenas sobre a parcela estrangeira do veículo. Além disso, declarações incorretas sobre conteúdo nacional estarão sujeitas a taxas retroativas sobre o valor total do automóvel.
O texto também prevê a criação de um mecanismo para incluir novas peças automotivas na lista de tarifas. No prazo de 90 dias após a publicação do Federal Register — o equivalente ao nosso Diário Oficial —, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, deverá estabelecer um processo para avaliar a inclusão de novos componentes considerados uma ameaça à segurança nacional.
Fabricantes locais e associações do setor poderão solicitar a imposição de tarifas, desde que comprovem aumento das importações ou impactos negativos para a indústria doméstica.
O governo terá 60 dias para analisar cada pedido e, se aprovado, a taxa de 25% passará a valer imediatamente após publicação no Federal Register.
O documento justifica a medida afirmando que "automóveis e peças automotivas estão sendo importados em quantidades e sob circunstâncias que ameaçam a prejudicar a segurança nacional".
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O contra-ataque dos adversários
Nem mesmo Trump imaginava que os países alvos das tarifas desta quarta-feira (2) assistiriam a tudo da arquibancada, de braços cruzados.
Horas antes do anúncio oficial da taxação, a China se articulava com os vizinhos Japão e Coreia do Sul para coordenar uma resposta aos EUA.
Os três países fortalecerão o diálogo sobre cooperação na cadeia de suprimentos e controles de exportação e devem acelerar as negociações na direção de um acordo trilateral de livre comércio.
A ideia é que o Japão e a Coreia do Sul importem algumas matérias-primas semicondutoras da China, enquanto a China estaria interessada em importar produtos de chips do Japão e da Coreia do Sul.
A União Europeia (UE) vai contra-atacar em outra frente: articulou um pacote de medidas emergenciais para apoiar partes da economia do bloco mais afetadas pelas tarifas de Trump.
A Comissão Europeia, braço executivo da UE, já está trabalhando em propostas de apoio econômico de curto prazo para acompanhar planos de avançar reformas e competitividade em setores-chave, bem como para melhorar o funcionamento do mercado único do bloco.
Antes do anúncio das tarifas, o Reino Unido disse que não agiria com pressa diante das tarifas de Trump. E assim como fez a China, o governo britânico correu atrás de fortalecer relações com outros parceiros comerciais, a exemplo da Índia.
Já o México decidiu que não vai impor tarifas retaliatórias aos EUA. Junto com o Canadá, a ideia do país é reforçar relações e obter acordos benéficos no comércio.
O Canadá, por sua vez, vai pagar o preço da retaliação. No entanto, o governo de Mark Carney vai evitar tarifas retaliatórias contra os EUA que ameacem empregos locais e possam levar a aumentos de preços — nessa conta, ficam de fora a maioria dos produtos alimentícios, por exemplo.
O Brasil está tocando em frente o projeto de lei da reciprocidade. Embora o governo insista em dizer que a medida não é direcionada exclusivamente aos EUA, permite que o Brasil responda a ações unilaterais adotadas por países ou blocos econômicos que afetem a competitividade brasileira.
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Trump vai responder as retaliações à altura
Caso algum parceiro resolva retaliar as medidas anunciadas hoje, Trump está preparado.
"Se algum parceiro comercial retaliar contra os EUA em resposta a esta medida, seja por meio de tarifas sobre exportações norte-americanas ou outras ações, posso aumentar ou expandir o escopo das tarifas impostas por esta ordem, a fim de garantir sua eficácia", diz o texto assinado pelo republicano.
De acordo com o documento, a medida tem por objetivo enfrentar "ameaça incomum e extraordinária" à segurança nacional e econômica dos EUA, combatendo o déficit comercial persistente do país, que atingiu US$ 1,2 trilhão em 2024, atribuído a práticas comerciais "não recíprocas" de parceiros globais.
"Grandes e persistentes déficits anuais de bens dos EUA levaram ao esvaziamento de nossa base industrial", diz.
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