Após alta do IOF, contas em dólar ainda valem mais a pena que cartões pré-pagos e cartões de crédito? Fizemos as contas
Comparamos cotações de contas como Wise, Nomad, Avenue e as contas globais de bancos com a compra de papel-moeda, cartões pré-pagos e cartões de crédito internacionais

As mudanças no Imposto sobre Transações Financeiras (IOF) anunciadas pelo governo Lula na última quinta-feira (22) incluíram o aumento do imposto sobre o câmbio para a compra de moeda estrangeira em espécie, por meio de contas digitais globais e cartões pré-pagos, além do pagamento via cartão de crédito internacional.
Anteriormente, a compra de moeda estrangeira em espécie ou por meio de contas digitais internacionais — contas em dólar ou multimoedas como Wise, Nomad, Avenue e contas globais de bancos —, tinham uma alíquota de IOF mais “camarada”, de apenas 1,1%.
Enquanto isso, cartões pré-pagos e de crédito ficavam sujeitos a uma alíquota de 3,38%, que vinha caindo 1 ponto percentual por ano, com o objetivo de ser, eventualmente, zerada.
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A partir da mudança anunciada pelo Ministério da Fazenda, a alíquota do IOF para todas essas transações de câmbio foi igualada em 3,50%, deixando a conversão para moedas estrangeiras mais cara em todas as modalidades.
A queda anual na alíquota do IOF para cartões de crédito e pré-pagos também foi suspensa.
Porém, o que essa mudança também fez foi tirar boa parte da atratividade das contas globais, que se mostravam como a alternativa mais vantajosa para levar dinheiro para o exterior e uma das mais interessantes para se fazer pagamentos internacionais.
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Afinal, elas combinavam a segurança e a praticidade dos meios de pagamento eletrônicos (caso dos cartões de crédito e pré-pagos) com o IOF mais baixo da compra de papel-moeda.
Diferença entre contas em dólar e cartões pré-pagos caiu pela metade
Em uma simulação feita pelo Seu Dinheiro em 2022, mostramos, por meio que as contas em dólar podiam reduzir o custo do câmbio em até 8%, quando comparadas com cartões pré-pagos.
Agora, essa diferença caiu pela metade, para apenas cerca de 4%, quando comparada a cotação mais barata obtida em uma conta em dólar e a cotação média dos cartões pré-pagos na cidade de São Paulo (onde, com a alta demanda e a concorrência das casas de câmbio, os preços para o comprador tendem a ser melhores).
A diferença se mantém porque o IOF mais em conta não era a única diferença de custo das contas em moeda estrangeira em relação aos meios de pagamento tradicionais.
Elas também se diferenciam por utilizar a cotação comercial das moedas, e não a cotação turismo, utilizada na compra de papel-moeda e cartões pré-pagos.
Além disso, seus spreads ou taxas cobradas costumam ser menores que os spreads das casas de câmbio ou mesmo os dos cartões de crédito. Aliás, de 2022 para cá também vimos muitas contas em moeda estrangeira reduzirem seus spreads, com o aumento da concorrência nesse segmento de mercado.
Seja como for, é possível afirmar que, mesmo com o aumento do IOF para 3,50% e a instituição da sua paridade para todas as operações de câmbio, as contas em moeda estrangeira ainda conseguem manter sua vantagem em relação à compra de dinheiro em espécie e cartões pré-pago, ao menos por enquanto.
Na tabela a seguir, simulamos as duas formas tradicionais de compra de dólar, levando em conta a média da cidade de São Paulo, e também o valor efetivo total (VET) praticado para a moeda americana nas principais contas em dólar do mercado hoje. As cotações do dólar comercial e do dólar turismo servem para referência.
Em todos os casos foi considerado o novo IOF, de 3,50%.
Tipo de cotação | Custo de US$ 1 | Quanto eu terei se converter R$ 500? |
---|---|---|
Dólar comercial | R$ 5,646 | US$ 88,59 |
Dólar turismo | R$ 5,688 | US$ 87,90 |
Compra de papel-moeda (São Paulo) | R$ 6,02 | US$ 83,06 |
Cartão pré-pago (São Paulo) | R$ 6,12 | US$ 81,70 |
BTG* | R$ 5,87 | US$ 85,18 |
Revolut* | R$ 5,88 | US$ 85,03 |
Wise* | R$ 5,89 | US$ 84,89 |
Nubank (Wise)* | R$ 5,89 | US$ 84,89 |
Inter* | R$ 5,90 | US$ 84,75 |
Nomad* | R$ 5,97 | US$ 83,75 |
XP* | R$ 5,98 | US$ 83,61 |
Avenue Banking* | R$ 6,00 | US$ 83,33 |
Fontes: UOL Economia (cotações de dólar comercial e turismo), melhorcâmbio.com (cotações de compra de papel-moeda e cartão pré-pago em São Paulo com base no dólar turismo), bancos e fintechs (cotações próprias). Simulação realizada na tarde de 27 de maio de 2025.
Repare que mesmo no caso das contas com maior spread, a cotação ainda é mais vantajosa do que a da compra de papel-moeda ou cartão pré-pago.
Além disso, a maior parte das contas analisadas oferece uma cotação parecida para o dólar americano, ao redor de R$ 5,90 na tarde de ontem. É o caso de BTG, Revolut, Inter e da popular Wise, que além da conta própria tem uma parceria com o Nubank para oferecer sua conta em dólar e euro dentro do app do Nu.
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E na comparação com o cartão de crédito?
Transações com cartão de crédito agora também passaram a ser tributadas em 3,50%, mas o câmbio utilizado nas conversões não é tão transparente quanto o das demais operações abordadas nesta matéria.
No entanto, as bandeiras costumam usar a cotação de venda do dólar PTAX (calculada pelo Banco Central a partir das transações feitas no mercado) do dia da compra, e pode ainda haver um spread em cima dessa cotação.
Se considerarmos a cotação do dólar PTAX de venda de ontem (R$ 5,6539), sem qualquer spread e um IOF de 3,50%, chegamos a um valor efetivo total de cerca de R$ 5,85, mais vantajoso que o das contas em dólar.
Mas se houver um spread de apenas 1%, já chegamos a um valor efetivo total de R$ 5,91, que já se torna desvantajoso frente a algumas contas em dólar disponíveis no mercado.
O cartão de crédito do Nubank, por exemplo, cobra 4% de spread no câmbio em compras internacionais, segundo informações disponíveis no app do Nu. Isso eleva o valor efetivo total para R$ 6,09, perdendo a vantagem ante as contas globais.
A MasterCard disponibiliza uma calculadora de conversões entre moedas em compras internacionais nos cartões de crédito com a sua bandeira, na qual é possível considerar o spread bancário.
Sem qualquer spread, a conversão de uma compra feita em dólares para reais na tarde de ontem resultava numa cotação de R$ 5,68, um pouco superior ao dólar PTAX de venda. Com spread zero e um IOF de 3,50%, o valor efetivo total ficaria em R$ 5,88, já similar a boa parte das contas globais analisadas.
Se considerado o spread de 4%, o valor sobe para altíssimos R$ 6,11, quase se igualando à cotação dos cartões pré-pagos na simulação.
Ou seja, a cotação do cartão de crédito tende a ser igual ou maior que aquela praticada na maior parte das contas globais disponíveis hoje, com o IOF em 3,50%.
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Mas nem tudo é câmbio…
Na hora de escolher um meio de pagamento para comprar no exterior e levar recursos em viagem, no entanto, o custo do câmbio não é o único fator a ser considerado.
Embora os meios eletrônicos sejam mais práticos e seguros, numa viagem, ter algum dinheiro em espécie trocado costuma ser importante, embora cada vez mais transações, mesmo as de menor valor, já possam hoje ser feitas eletronicamente.
Contas globais, por sua vez, são acessíveis e podem ser usadas para compras online no exterior mesmo por quem não consegue um bom cartão de crédito internacional sem anuidade e com um bom limite.
Além disso, tanto as contas globais quanto os cartões pré-pagos permitem ao usuário ir poupando aos poucos para a viagem já na moeda estrangeira do destino, travando o custo do câmbio de antemão, o que possibilita um melhor planejamento.
Mas se ao usar cartões de crédito no exterior você fica mais sujeito às flutuações do câmbio, sem muita ideia de quanto suas compras vão custar, a utilização desse meio de pagamento em compras lá fora ainda rende pontos e milhas.
Também há a questão da variedade de moedas: cartões pré-pagos costumam ser multimoedas, enquanto a maioria das contas globais só oferece o dólar americano. Ao serem utilizadas para gastos em outra moeda, há dupla conversão, o que pode sair bastante caro.
Já os menores de idade não podem usar cartão de crédito próprio nem abrir contas globais, mas podem ter cartões pré-pagos.
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