Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo

Desde o lançamento do plano 60-30-30, o Inter (INBR32) recaiu sob a lupa do mercado para entregar avanços sólidos em direção às metas ambiciosas — e, para Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário, a chegada do novo consignado privado é um grande passo para alcançar os objetivos de longo prazo.
“O consignado privado do Inter faz parte do projeto maior do banco, já que acaba sendo uma alternativa de crédito para a vida das pessoas com um custo de funding muito mais barato. A gente quer continuar crescendo com lucratividade”, disse Queijo, em entrevista ao Seu Dinheiro.
Também conhecido como Crédito do Trabalhador, o novo programa lançado pelo governo federal em 21 de março busca disponibilizar empréstimos consignados para trabalhadores do regime CLT de empresas privadas com taxas de juros reduzidas. Já foram contratados R$ 7,7 bilhões em empréstimos até o dia 16 de abril, segundo os últimos dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
- VEJA MAIS: Momento pode ser de menos defensividade ao investir, segundo analista; conheça os ativos mais promissores para comprar em abril
Apesar de contar com uma carteira pequena de empréstimos pessoais, o Inter não quer correr em uma raia separada dos outros bancos tradicionais, que já operam há anos com a oferta de crédito com desconto na folha de pagamento. Pelo contrário.
Queijo é vocal ao dizer que o Inter pretende aproveitar a “ruptura no segmento” — então limitado a grandes instituições financeiras — para entrar com força no novo produto de crédito e absorver parte desse mercado, com apetite voraz para capturar novos clientes e elevar a concessão de crédito.
A expectativa é que a oferta do consignado privado com taxas mais competitivas em relação a outros players, aliada a avanço tecnológico para tornar a contratação mais ágil, acelere a conquista de novos clientes para a fintech.
Leia Também
Lembrando, o objetivo do banco é chegar a 60 milhões de clientes, mantendo uma eficiência de 30% e alcançando uma rentabilidade (ROE) de 30% até o fim de 2027.
“O novo consignado tem se mostrado uma excelente fonte para atrair novos clientes para o banco através de um produto com demanda elevada. Como o mercado brasileiro é um mercado carente de crédito, é natural que uma nova modalidade como essa traga uma evolução exponencial neste primeiro momento”, disse o diretor.
Segundo o diretor de crédito do Inter, desde a abertura das solicitações de novos contratos pelo governo, houve forte interesse pelo consignado do banco digital não apenas de clientes do banco, como também de não correntistas.
Queijo ainda afirma que a conversão está “bem acima da expectativa”, apesar de não abrir os dados estratégicos.
Consignado privado pode ajudar na busca do Inter (INBR32) por rentabilidade
Além de permitir um aumento potencial relevante da base de clientes, o novo produto de crédito também deve impulsionar fortemente o Inter (INBR32) na busca por rentabilidade.
Considerando o mercado endereçável do consignado privado, estimado em R$ 200 bilhões, a fintech do cartão laranja poderia alcançar um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) entre 25% e 30%, segundo projeções do JP Morgan.
Nas contas dos analistas, se o Inter ao menos atingir uma participação de mercado de 4%, similar à sua participação no FGTS hoje, com um retorno sobre o patrimônio de 30%, o banco digital poderia adicionar cerca de R$ 200 milhões ao lucro líquido anual.
Isso poderia significar cerca de 2 pontos percentuais de acréscimo no ROE anualizado previsto para 2025, que passaria de 14% para 16% — se aproximando cada vez mais da meta do plano 60-30-30.
“A empresa tem melhorado seu ROE nos últimos trimestres, ajudada pela forte disciplina de custos e pela revisão de empréstimos, e esperamos que a rentabilidade continue aumentando. Embora não prevejamos alcançar o guidance de 30% até 2027, acreditamos que ele possa chegar a 20%.”
Para os analistas, o impulso é tamanho que a chegada do novo consignado privado poderia adicionar um potencial de valorização de 10% a 15% às estimativas já otimistas do JP Morgan para as cotações do Inter na tela.
O banco norte-americano tem hoje recomendação “overweight” — equivalente a compra — para as ações do Inter, com preço-alvo de R$ 41,00 para dezembro de 2025, o que implica uma valorização de 24% em relação ao último fechamento.
“Esse impulso ocorrerá ao longo do tempo, conforme o portfólio for sendo originado, então acreditamos que a maior parte dos impulsos ocorra no final de 2025 e em 2026”, projetou o JP Morgan.
- VEJA MAIS: Como declarar os seus investimentos? Guia gratuito do Seu Dinheiro ensina como acertar as contas com o Leão
Avenida de crescimento até então pouco explorada
A visão positiva de Flávio Queijo é sustentada pelo baixo posicionamento do Inter (INBR32) no crédito de folhas de pagamento em relação aos bancos tradicionais e pelo custo de capital mais baixo.
“Esses dois fatores fortalecem a nossa estratégia, já que somos um banco digital com custo mais barato e com acesso a um novo mercado que praticamente não existia para nós. Por isso, já estamos colhendo resultados”, afirmou o executivo.
Não há teto de juros para a modalidade de crédito, mas, segundo o diretor, as taxas hoje variam entre 3% e 4% ao ano.
E não é só o Inter que está otimista com a própria expansão. Agentes de mercado também avaliam com bons olhos a oportunidade de crescimento da carteira do banco digital diante da baixa participação em crédito pessoal até então.
Na avaliação de Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, é justamente por esse fator que o Inter e outras fintechs, como o Banco Pan (BPAN4), devem sair vencedores com a chegada da nova modalidade de crédito.
“Nesses casos, o consignado privado vem basicamente como uma linha adicional geradora de lucro, crescendo a carteira em volume”, disse Quaresma.
O JP Morgan também destaca que o Inter já opera com o FGTS (Fundo de Garantia), possuindo atualmente 4% de participação de mercado, demonstrando experiência no segmento de folha de pagamento.
No entanto, o Inter tem ficado atrás da concorrência na originação de consignado tradicional nos últimos trimestres. “Embora a empresa afirme ter melhorado sua origem digital recentemente, isso ainda precisa ser comprovado”, avaliou o JP Morgan.
Por outro lado, os analistas destacam a ampla base de clientes ativos do banco, acima de 20 milhões, o que facilitaria o potencial de venda cruzada do novo produto, além da exposição pequena a empréstimos sem garantia, que minimiza as preocupações com uma eventual canibalização do portfólio existente.
Dividendos e JCP: saiba quanto a Multiplan (MULT3) vai pagar dessa vez aos acionistas e quem pode receber
A administradora de shopping center vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira os detalhes
Compra do Banco Master: BRB entrega documentação ao BC e exclui R$ 33 bi em ativos para diminuir risco da operação
O Banco Central tem um prazo de 360 dias para analisar a proposta e deliberar pela aprovação ou recusa
Prio (PRIO3): Santander eleva o preço-alvo e vê potencial de valorização de quase 30%, mas recomendação não é tão otimista assim
Analistas incorporaram às ações da petroleira a compra da totalidade do campo Peregrino, mas problemas em outro campo de perfuração acende alerta
Estreia na Nyse pode transformar a JBS (JBSS32) de peso-pesado brasileiro a líder mundial
Os papéis começaram a ser negociados nesta sexta-feira (13); Citi avalia catalisadores para os ativos e diz se é hora de comprar ou de esperar
Minerva (BEEF3) entra como terceira interessada na incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3); saiba quais são os argumentos contrários
Empresa conseguiu autorização do Cade para contribuir com dados e pareceres técnicos
“Com Trump de volta, o greenwashing perde força”, diz o gestor Fabio Alperowitch sobre nova era climática
Para o gestor da fama re.capital, retorno do republicano à Casa Branca acelera reação dos ativistas legítimos e expõe as empresas oportunistas
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio
Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder
A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior
Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo
Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor
Dividendo de R$ 1,5 bilhão da Rumo (RAIL3) é motivo para ficar com o pé atrás? Os bancos respondem
O provento representa 70% do lucro líquido do último ano e é bem maior do que os R$ 350 milhões distribuídos na última década. Mas como fica a alavancagem?
O sinal de Brasília que faz as ações da Petrobras (PETR4) operarem na contramão do petróleo e subirem mais de 1%
A Prio e a PetroReconcavo operam em queda nesta quinta-feira (12), acompanhando os preços mais baixos do Brent no mercado internacional
Dia dos Namorados: por que nem a solteirice salva apps de relacionamento como Tinder e Bumble da crise de engajamento
Após a pandemia, dating apps tiveram uma queda grande no número de “pretendentes”, que voltaram antigo método de conhecer pessoas no mundo real
Bradesco (BBDC4) surpreende, mas o pior ficou para trás na Cidade de Deus? Mercado aumenta apostas nas ações e diretor revela o que esperar
Ações disparam após balanço e, dentro da recuperação “step by step”, banco mira retomar níveis de rentabilidade (ROE) acima do custo de capital
Despedida da Wilson Sons (PORT3) da bolsa: controladora registra OPA; veja valor por ação
Os acionistas que detém pelo menos 10% das ações em circulação têm 15 dias para requerer a realização de nova avaliação sobre o preço da OPA
A Vamos (VAMO3) está barata demais? Por que Itaú BBA ignora o pessimismo do mercado e prevê 50% de valorização nas ações
Após um evento com os executivos, os analistas do banco reviram suas premissas e projetam crescimento de lucro para 2025 e 2026
A notícia que derruba a Braskem (BRKM5) hoje e coloca as ações da petroquímica entre as maiores baixas do Ibovespa
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o empresário Nelson Tanure falaram sobre o futuro da companhia e preocuparam os investidores
T4F (SHOW3) propõe pagar R$ 1,5 milhão para encerrar processo sobre trabalho análogo à escravidão no Lollapalooza, mas CVM rejeita
Em 2023, uma fiscalização identificou que cinco funcionários da Yellow Stripe, contratada da T4F para o festival, estavam dormindo no local em colchonetes de papelão
Em meio ao ânimo com o Minha Casa Minha Vida, CEO da Direcional (DIRR3) fala o que falta para apostar mais pesado na Faixa 4
O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo sobre a Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, expectativas para a empresa, a Riva, os principais desafios para a companhia e o cenário macro
Petrobras (PETR4) respira: ações resistem à queda do petróleo e seguem entre as maiores altas do Ibovespa hoje
No dia anterior, a estatal foi rebaixada por grandes bancos, que estão de olho das perspectivas para os preços das commodity
AgroGalaxy (AGXY3) reduz prejuízo no 1T25, mas receita despenca 80% em meio à recuperação judicial
Tombo no faturamento decorre do cancelamento da carteira de pedidos da safrinha de milho, tradicionalmente o principal negócio do período para distribuidoras de insumos agrícolas