Copel (CPLE6) rumo ao Novo Mercado da B3: tudo o que os acionistas precisam saber sobre os dividendos e o que fazer com as ações agora
Com a migração para o Novo Mercado, os acionistas preferenciais da Copel terão os papéis convertidos em ordinários, sem diluição de participação. Ainda compensa comprar as ações?

Após anos de planejamento, os ambiciosos planos de Daniel Slaviero para levar a Copel (CPLE6) ao Novo Mercado da B3 estão prestes a se concretizar.
Na última segunda-feira (23), o conselho de administração da elétrica aprovou, por unanimidade, o início do processo de migração para o segmento de governança corporativa mais exigente da bolsa brasileira.
Essa migração já era um desejo antigo da gestão da companhia paranaense. Segundo o CEO, a listagem no Novo Mercado não apenas aumentaria a liquidez das ações, mas também ajudaria a ampliar a base de investidores estrangeiros da empresa.
Vale destacar que o Novo Mercado foi criado para elevar os padrões de governança corporativa das empresas listadas na B3, buscando diminuir a disparidade entre os direitos dos acionistas controladores e dos minoritários.
- LEIA TAMBÉM: Onde investir no 2º semestre de 2025? Evento gratuito do Seu Dinheiro reúne as melhores recomendações de ações, FIIs, BDRs, criptomoedas e renda fixa
O segmento requer uma série de regras para as companhias, como a exigência de que o capital das empresas seja formado apenas por ações ordinárias (ON), que dão direito a voto nas assembleias.
Dessa forma, se a migração for aprovada, todas as ações preferenciais da Copel (CPLE5 e CPLE6) serão convertidas em ações ordinárias.
Leia Também
Mau agouro para o balanço do 2T25? IRB (IRBR3) tem lucro 33% menor e sinistralidade piora em abril
Totvs (TOTS3) segue na batalha pela Linx e ações reagem em alta na bolsa: o que está acontecendo?
O que acontece com os acionistas da Copel com a migração para o Novo Mercado
Segundo a Copel, com a migração para o Novo Mercado, os acionistas da companhia terão seus papéis convertidos de forma estratégica, sem que nenhum deles seja diluído no processo.
A conversão será realizada da seguinte maneira:
- 1 ação ordinária + 1 ação preferencial classe C, que será criada no processo de migração, com valor de resgate de R$ 0,7749.
Assim, todos os acionistas de ações PN receberão uma ação ON mais R$ 0,7749 por ação PN.
Essa mudança representa um prêmio de 6,7% sobre o preço de fechamento das ações na última segunda-feira.
Além disso, a proposta prevê ainda a reorganização do capital social da companhia, que passará a ser representado exclusivamente por ações ordinárias e por uma golden share preferencial de titularidade do Estado do Paraná.
Hoje, o Estado do Paraná detém 15,9% do capital total da Copel, com maior participação nas ações ordinárias (27,6% da CPLE3 e 6,9% da CPLE6).
Já a BNDESPar, com 22% do capital total da empresa, tem maior exposição às ações preferenciais (10,1% de CPLE3 e 31,2% de CPLE6).
A participação em circulação no mercado (free float) é bem equilibrada entre as ações ordinárias e preferenciais, com 62,1% e 61,8%, respectivamente.
Após a migração para o Novo Mercado, a estrutura acionária final deixará o Estado do Paraná com cerca de 15,9% das ações ordinárias, e a BNDESPar com cerca de 22%.
Contudo, é importante destacar que a migração e os termos da conversão ainda precisam ser aprovados pelos acionistas e credores da Copel.
Para isso, a empresa convocou uma assembleia geral extraordinária (AGE) para o dia 4 de agosto, onde a proposta será discutida.
A empresa espera concluir a migração para o Novo Mercado até o final de 2025.
Os benefícios da migração da Copel (CPLE6) para o Novo Mercado
A migração da Copel para o Novo Mercado tem gerado expectativas positivas entre os analistas.
Na leitura do BTG Pactual, a proposta da Copel é “vantajosa para todos”. Segundo o banco, esse passo é mais um marco significativo no processo de privatização da companhia e deve beneficiar todos os acionistas.
Para os acionistas de ações preferenciais (PN), a conversão para ações ordinárias (ON) garante agora o direito de voto, enquanto os acionistas de ON terão o benefício de dividendos mais altos por ação.
O Itaú BBA compartilha dessa visão positiva, ressaltando que a migração para o Novo Mercado não só melhora a governança corporativa da Copel, mas também eleva a atração da empresa para investidores de longo prazo, especialmente os internacionais.
O Goldman Sachs também enxerga a mudança como uma jogada estratégica benéfica, destacando que o movimento fortalece a governança corporativa e simplifica a estrutura da empresa.
Para o banco, essa reestruturação será um atrativo a mais para os investidores e terá impacto direto na valorização das ações.
Além dos ganhos de governança e liquidez, a migração também pode facilitar uma futura renegociação de covenants com os detentores de títulos de dívida da companhia, o que, segundo os analistas, pode resultar em dividendos mais elevados no médio e longo prazo.
Esses dividendos mais altos, aliás, são vistos como um dos principais catalisadores para a valorização das ações da Copel nos próximos anos.
- LEIA TAMBÉM: Quer se atualizar do que está rolando no mercado? O Seu Dinheiro liberou como cortesia uma curadoria das notícias mais quentes; veja aqui
De olho nos dividendos
A XP Investimentos destaca que a mudança da Copel para o Novo Mercado elimina a obrigação de pagamento de dividendos diferenciados entre as classes de acionistas e garante direitos de voto para todos os investidores.
Já o Itaú BBA afirma que a “estrutura bem elaborada” da migração permite que a empresa realize uma transação que não dilui a participação dos acionistas, ao mesmo tempo em que resolve a questão do prêmio de dividendos, permitindo um ajuste mais justo entre os diferentes tipos de ações da empresa.
Atualmente, o estatuto da Copel garante um pagamento de dividendos 10% superior para as ações preferenciais A (CPLE5) e B (CPLE6) em comparação com as ações ordinárias (CPLE3).
Nos últimos anos, a administração da empresa já sinalizava que, com a migração, proporia algo entre a eliminação desse prêmio ou a manutenção de até 10% sobre os dividendos. E foi exatamente isso que foi proposto pela companhia.
Com a migração, a proposta da Copel prevê o pagamento de R$ 0,7749 por ação preferencial, o que representaria um resgate de cerca de R$ 1,3 bilhão para os acionistas preferenciais, valor que pode ser considerado como um "dividendo extraordinário".
Essa movimentação levaria a um aumento de cerca de 0,2 vezes na relação dívida líquida/Ebitda da Copel, o que resultaria em dividendos menores para os acionistas ordinários em comparação aos preferenciais já em 2025, segundo o Goldman Sachs.
Considerando esses pagamentos como dividendos extraordinários, os analistas estimam que os acionistas das ações ordinárias terão um dividend yield de aproximadamente 7,5% em 2025, enquanto os acionistas preferenciais teriam um rendimento de 13,8% com os proventos.
Apesar desse potencial impacto, os diretores da Copel garantem que a migração não afetará a política de dividendos da empresa, que estabelece um payout mínimo de 75% e um prazo de 24 meses para atingir a meta de alavancagem de 2,8 vezes.
O Itaú BBA acredita que, com a recente política de dividendos da Copel e a otimização de sua estrutura de capital, a empresa ainda terá espaço para manter um dividend yield entre 8% e 9% neste ano.
O que fazer com as ações da Copel agora?
Com a iminente migração para o Novo Mercado, a recomendação que ganha força entre os analistas é clara: compre ações da Copel.
O Goldman Sachs não apenas manteve sua recomendação de compra para as ações da empresa paranaense, como também a elegeu como uma das favoritas no setor de Utilities, ao lado de Sabesp e Equatorial.
Para o banco, a Copel oferece uma “combinação única” de dividendos crescentes no curto prazo e um valuation atrativo, com uma taxa interna de retorno (TIR) real de 10%.
Além disso, a XP segue com recomendação de compra para as ações da Copel, fixando o preço-alvo em R$ 13,80 por ação.
Já o BTG também manteve recomendação de compra para as ações CPLE6, com um preço-alvo de R$ 15,00 para os próximos 12 meses.
Justiça dos EUA não dá sinal verde para a Raízen (RAIZ4): distribuidora terá que seguir com fornecimento de combustível à Azul (AZUL4); entenda o impasse
A decisão vem após a companhia aérea pedir aos tribunais norte-americanos que impedisse a suspensão do abastecimento
JBS (JBSS32) capta US$ 3,5 bilhões em sua maior emissão de bonds
Poucos dias após concretizar sua listagem na Bolsa de Nova York, a companhia dos irmãos Batista mostrou apetite dos investidores por seus títulos em dólar
Banco do Brasil (BBSA3) fecha acordo bilionário para financiar exportações e projetos de energia limpa
A agência do Banco Mundial oferecerá até R$ 3,9 bilhões ao longo de três anos para micro, pequenas e médias empresas
C&A encerra parceria histórica com Bradesco (BBDC4): qual o impacto nas finanças da varejista e o que fazer com as ações CEAB3 agora
A varejista de moda decidiu vender os direitos sobre o portfólio de cartões de crédito da Bradescard para o banco por R$ 170 milhões; veja o que dizem os analistas
O pior está por vir para o Banco do Brasil: Goldman Sachs faz novas previsões e corta preço-alvo de BBAS3
O banco norte-americano manteve a recomendação neutra para as ações do BB, com um novo preço-alvo para dezembro de R$ 23, refletindo as revisões de estimativas
Tudo ou nada: Petlove dá a última cartada para evitar fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi
Recurso pode levar o caso ao Tribunal do Cade, após aprovação “sem restrições” pela superintendência
Lojas Renner (LREN3) dispara no ano e BTG ainda vê espaço para valorização; confira o novo preço-alvo para as ações da varejista
Segundo os analistas, resultados sólidos e pilares estratégicos da companhia justificam a recomendação de compra do papel neste momento
A XP está barata e tem uma performance acima da média, mas não convence o Itaú BBA — banco piora a recomendação para as ações
Entenda os motivos que levaram o banco de investimentos a revisar as estimativas para a corretora e deixar de indicar a compra dos papéis agora
Mercado castiga a Rede D’Or: por que o BTG Pactual escolheu as ações RDOR3 como as favoritas do setor de saúde?
Os papéis acumulam queda de 8% no mês depois que a companhia ajustou suas metas, mas o banco de investimentos ainda enxerga um potencial de valorização de 32% até o fim de 2025; entenda os motivos para o otimismo
Fervendo nas redes e na bolsa: Elon Musk lança robotáxis e ações da Tesla saltam 10%
Lançado em Austin, o serviço marca o início de uma nova disputa entre Tesla e gigantes como Alphabet e Baidu
Aura Minerals (AURA33) se prepara para brilhar ainda mais com IPO nos EUA e ouro em alta — após triplicar de valor na B3
A mineradora está prestes a lançar uma oferta pública de ações (IPO) nos Estados Unidos e levar as ações para a Nasdaq. O que isso significa para o investidor?
Natura Cosméticos conclui incorporação da Natura&Co, ganha outro ticker e anuncia novo programa de recompra de ações; entenda a operação
Com a incorporação, a empresa passa a operar na bolsa sob um antigo código, que foi negociado na B3 até 2019
Novo Nordisk cancela parceria com Hims & Hers, acusada de vender versão falsa de medicamento para emagrecimento; ações tombam
Em maio, agência reguladora dos EUA havia proibido a fabricação em massa do Wegovy pela empresa americana
Méliuz (CASH3) enche a tesouraria de bitcoin e se torna a empresa com mais cripto na América Latina; estratégia faz ações dispararem 160% no ano
O volume de bitcoin adquirido pela empresa chegou a 595,67 unidades da moeda digital, que valem cerca de R$ 333,98 milhões
Você aceita esta fusão? BRF e Marfrig marcam assembleias decisivas após questionamentos de acionistas; veja o que esperar da votação
Após imbróglio de acionistas, as gigantes do setor de proteínas conseguiram remarcar a votação do casamento corporativo; confira a nova data das AGEs
Corretora americana Webull aposta em negociação de criptomoedas sem taxa de corretagem para atrair mais brasileiros
Plataforma de investimentos que chegou ao Brasil em fevereiro de 2024 passa a oferecer por aqui 245 ativos digitais em parceria com a Coinbase Prime
Para o CFO da MRV (MRVE3), faixa 4 do MCMV veio para ficar: “Talvez este seja o melhor momento da história do programa”
O CFO da MRV, Ricardo Paixão, conversou com o Seu Dinheiro sobre as expectativas para a faixa 4, os planos de desalavancagem da empresa e a reestruturação da Resia, sua subsidiária nos EUA
Ação “barata” ou ação “problema”: Vale (VALE3) perde patamar dos R$ 50 e cai 9% no ano; vale a pena investir?
Cenário para o minério de ferro é um desafio, mas empresa tem operacional enxuto que pode ajudar a navegar o momento, diz casa de análise
Elon Musk mais próximo da China: Tesla (TSLA34) vai construir a maior usina de baterias do país asiático
A empresa norte-americana espera ganhar mais espaço frente as concorrentes chinesas CATL e BYD
Último suspiro: Petlove tenta cartada final contra fusão de Petz (PETZ3) e Cobasi, diz jornal
Segunda-feira (23) é o último dia do prazo para a empresa entrar com recurso conta a operação