Apetite por investimentos climáticos está em alta, mas Brasil precisa melhorar alguns pontos para captar mais, dizem gestores; veja quais
Em evento sobre investimentos climáticos, gestores brasileiros e estrangeiros destacam liderança da China na energia limpa e importância dos family offices

O investimento climático global não apenas sobrevive às tensões geopolíticas — ele se consolida como oportunidade financeira. Esta foi a mensagem transmitida por investidores institucionais e especialistas em painel sobre investimentos climáticos nesta quinta-feira (5), durante a Brazil Climate Investment Week 2025. O evento é realizado em São Paulo pela Converge Capital e a Capital for Climate.
Segundo gestores brasileiros e estrangeiros, o apetite global por investimentos em descarbonização e soluções baseadas na natureza não apenas segue firme, como está se consolidando como estratégia financeira e de mitigação de risco produtivo.
Contudo, o Brasil precisa se organizar para capturá-lo — especialmente agora, com o crescimento dos investimentos alternativos nos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump.
- LIBERADO: Veja como receber carteira que já rendeu mais de 200% do Ibovespa gratuitamente no seu email
O painel apontou que o investimento climático está longe de esfriar. Pelo contrário, está se consolidando como parte integrante das estratégias institucionais, mesmo que de forma mais silenciosa e seletiva.
A CEO da organização Sustainable Markets Initiative, Xenia zu Hohenlohe, reforçou que há uma “continuação silenciosa” nas estratégias climáticas.
“Conversei com investidores institucionais e gestores de ativos que confirmam esse movimento. O número de adesões ao TNFD [Taskforce on Nature-related Financial Disclosures] cresceu significativamente. As soluções estão se tornando parte do ‘business as usual’”, disse.
Leia Também
China lidera os investimentos em energia limpa
Jens Nielsen, da entidade World Climate Foundation, destacou a liderança da China, que já investe mais que União Europeia e Estados Unidos juntos em energia limpa.
O gigante asiático investiu 6,8 trilhões de yuans (US$ 940 bilhões) em energia limpa em 2024, valor próximo ao investimento global em combustíveis fósseis (US$ 1,12 trilhão), segundo análise da Carbon Brief divulgada pela agência de notícias Reuters. Mais da metade dos recursos veio dos setores de veículos elétricos, baterias e energia solar.
Além disso, segundo Nielsen, dados recentes da Agência Internacional de Energia indicam que, em 2025, US$ 3,3 trilhões serão investidos globalmente em energia, sendo US$ 2,2 trilhões em energia limpa, ou dois terços do total.
Family offices: capital flexível e visão de longo prazo
Liliana Manns, da rede The ImPact, destacou o papel dos family offices na agenda climática.
“As famílias têm flexibilidade para usar capital filantrópico e de impacto, tomam decisões rápidas e pensam no longo prazo. Isso é crucial diante das incertezas atuais e para destravar investimentos em mercados emergentes como o Brasil”, afirmou.
Ela também citou uma pesquisa com famílias latino-americanas, em que mais de 70% disseram que pretendem expandir seus investimentos, especialmente em educação, biodiversidade, energia limpa e alimentos/agricultura.
“Para essas famílias, o foco não é só descarbonização, mas também enfrentar desigualdades sociais, como no campo e na alimentação. Clima é importante, mas o foco delas é mais amplo”.
Brasil e Trump: hora de capturar o capital alternativo
Aníbal Wadih, da GEF Capital, apontou com clareza o novo contexto.
“Até o ‘Liberation Day’, não tinha clima para clima no Brasil. Trump é um presente para o Brasil. Estou vendo o apetite crescer novamente. Os [investimentos] alternativos estão crescendo nos EUA, e o Brasil ainda não está capturando isso. Clima é uma oportunidade para fazer dinheiro, como saúde e educação. É um tema setorial”, defendeu.
Tanto para os participantes estrangeiros quanto para os gestores brasileiros, houve consenso sobre os principais obstáculos que ainda limitam a capacidade do Brasil de captar uma fatia maior dos recursos globais destinados à agenda climática.
Apesar do apetite crescente e da posição estratégica do país, faltam algumas peças-chave para transformar potencial em capital efetivamente investido.
“O Brasil tem tudo para ser líder global. O problema não é de recursos, é de comunicação e segurança jurídica”, disse Rodrigo Bettini, do think-tank econômico Milken Institute.
Cristina Penteado, da gestora de fundos de impacto Blue Like an Orange Sustainable Capital, lembrou que o país tem ativos e gestores qualificados, mas precisa resolver três pontos-chave: escala, liquidez e risco-retorno ajustado.
“O capital sempre foi para o Global North. Agora, o desafio é trazer para o Global South, e o Brasil é estratégico. O capital irá para onde houver segurança e escala”, acrescentou Raphael Falcioni, da gestora Just Climate, ligada ao ex-vice-presidente dos EUA Al Gore.
Chegada ao alto escalão do Pão de Açúcar (PCAR3): André Coelho Diniz é eleito presidente do conselho
Este último movimento começou a se desenvolver na segunda-feira (6), quando a empresa aprovou a destituição integral de seu conselho e elegeu novos nomes para compor a mesa
Wepink: Empresa de cosméticos de Virginia pode ter que pagar R$ 5 milhões por práticas abusivas; entenda o caso
Ação do Ministério Público de Goiás visa responsabilizar a Wepink, de Virginia, por propaganda enganosa e censura de reclamações nas redes sociais
Santander (SANB11) pagará R$ 1,7 bilhão em juros sobre o capital próprio
Investidores com posição nas ações do banco em 21 de outubro de 2025 terão direito aos proventos
Vitória para Ambipar (AMBP3): Tribunal de Justiça do RJ mantém proteção contra credores e nega pedido de banco para destravar dívidas
Decisão dá mais fôlego para a empresa continuar sua reestruturação e diálogo com credores
Mais um golpe no Banco Master: INSS revoga autorização para consignado após reclamações de aposentados e pensionistas
Além de enfrentar dificuldades para se capitalizar, o banco de Daniel Vorcaro agora perde o credenciamento para operar com aposentados e pensionistas
Raízen (RAIZ4) em uma derrocada sem fim: ações agora valem menos que R$ 0,90. O que pressiona a empresa desta vez?
Embora a queda das ações chame atenção, os papéis RAIZ4 não são os únicos ativos da Raízen que estão sob pressão
Cyrela (CYRE3) e Direcional (DIRR3) entregam boas prévias, mas amargam queda na bolsa; veja a recomendação dos analistas
Empresas avançaram em segmentos de expansão e registraram boas vendas e lançamentos mesmo com juros altos; MCMV dá fôlego no presente e futuro
Venda irregular? Participação do CEO da Ambipar (AMBP3) encolhe com suposta pressão de credores
Tércio Borlenghi Junior informou que a participação no capital social total da companhia caiu de 73,48% para 67,68%
App de delivery chinês Keeta começa a operar neste mês no litoral paulista, com investimento no país previsto em R$ 5,6 bilhões
A marca internacional da Meituan estreia em Santos e São Vicente com mais de 700 restaurantes parceiros antes de expandir entregas pelo Brasil
Aura Minerals (AURA33) brilha com produção recorde na prévia do 3T25 — e o Itaú BBA revela se ainda vale comprar as ações
Segundo o CEO, Rodrigo Barbosa, a mineradora está bem posicionada em relação ao guidance de 2025
Banco Central nega transferência de controle do BlueBank para Maurício Quadrado; banco segue sob guarda-chuva do Master
O mercado já havia começado a especular que a transferência poderia não receber o aval da autoridade monetária
Do vira-lata caramelo a um carro de luxo: amor pelos cães une Netflix, Chevrolet e Rolls-Royce
Um casal americano encomendou um Rolls-Royce em homenagem ao próprio cachorro; no Brasil, a Chevrolet lançou o Tracker Caramelo, em parceria com o filme da Netflix
Na onda da simplificação, Natura (NATU3) anuncia incorporação da Avon Industrial
Segundo fato relevante, o movimento faz parte da estratégia do grupo de simplificação e reorganização de sua estrutura societária e de governança, iniciada em 2022
JHSF (JHSF3) acelera no mercado de luxo com aquisição de empresa administradora de iates e jatos
BYS International opera na gestão de grandes embarcações, um mercado de luxo que deve dobrar até 2034
Cury (CURY3) bate recorde de geração de caixa no 3T25, e quem sai ganhando são os acionistas; saiba o que esperar agora, segundo o vice-presidente
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Leonardo Mesquita comentou sobre os resultados da prévia operacional do terceiro trimestre e indicou o foco da empresa para o fim deste ano
Ações da Tenda (TEND3) caem depois de prévia do operacional ficar abaixo das expectativas; hora de vender?
Valor geral de vendas trimestrais da companhia caiu mais de 20% em comparação ao mesmo período no ano passado
Alta cúpula da Oi (OIBR3) oficialmente sai de cena, mas tele já tem nomes definidos para conduzir a transição
O gestor judicial indicou os nomes que devem compor o novo comitê de transição da Oi; confira quem são os executivos
Oncoclínicas (ONCO3) recebe aval de acionistas para novo aumento de capital bilionário; ações tombam mais de 18%
O aumento de capital irá injetar até R$ 2 bilhões na companhia, pelo preço de R$ 3 por ação. Veja o que esperar da empresa
Combo de streaming do Mercado Livre tem Netflix, Disney+, HBO Max e Apple TV em um só plano
Novo plano do Mercado Livre combina streaming, benefícios financeiros e entrega rápida em um único pacote
Quando o CEO precisa visitar a floresta: o segredo do sucesso, segundo conselheiros do Magalu (MGLU3) e da Suzano (SUZB3)
Do chão da fábrica às salas de conselho, lideranças defendem que ouvir pessoas e praticar governança é o caminho para empresas sustentáveis no futuro