Ações da XP caem 8% após os resultados do 2T25; entenda o que está por trás da queda
O lucro líquido da corretora atingiu R$ 1,3 bilhão no período e superou as estimativas do Itaú BBA, mas bancos mantém a cautela para o papel
A XP (XPBR31) enfrentou um pregão difícil nesta terça-feira (19) na esteira da divulgação dos resultados do segundo trimestre deste ano (2T25). Apesar de ter alcançado um resultado na casa dos bilhões no período, o mercado puniu os papéis da corretora, que terminaram o dia com queda de 7,75%.
Entre abril e junho, a XP teve um lucro líquido de R$ 1,3 bilhão, superando ligeiramente as estimativas do Itaú BBA, com um crescimento de 7% em base trimestral.
No entanto, o banco manteve uma postura cautelosa sobre a corretora, devido a preocupação com o ritmo da captação líquida de varejo (NNM) — que ficou aquém das projeções.
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A XP registrou uma captação de R$ 15,6 bilhões em NNM ante a estimativa do banco de R$ 19 bilhões. A cifra também ficou abaixo do guidance da própria companhia, de R$ 20 bilhões por trimestre.
O total da captação líquida total foi ainda menor, em R$ 10 bilhões — o que representou queda de 70% na comparação anual e 59% na trimestral.
Com isso, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) da XP na B3 fecharam o dia em queda de 7,75%, cotados a R$ 87,65. As ações listadas na Nasdaq caíam 8,57%, a US$ 16,00.
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Indicadores operacionais da XP mostraram pontos positivos
Mas nem todas as linhas do balanço da XP foram avaliadas com cautela. Os ativos de clientes, por exemplo, atingiram R$ 1,4 trilhão no segundo trimestre — um aumento de 14% em relação ao mesmo período no ano anterior.
Embora ligeiramente abaixo das expectativas, mostra um crescimento constante, de acordo com a avaliação dos analistas do Itaú BBA.
Outros indicadores operacionais mostraram pontos positivos, na visão do banco. As receitas de ações de varejo tiveram alta de 7% em base trimestral, impulsionado pelo aumento do volume de atividade na B3.
Já o portfólio de crédito de varejo da corretora teve um forte desempenho, com expansão de 34% ante o segundo trimestre de 2024 e 7% acima das expectativas, atingindo R$ 24 bilhões.
No entanto, a receita de renda fixa sentiu o impacto da menor atividade de mercado de capitais (DCM), caindo 3% na base trimestral.
Em relação à gestão de custos e à rentabilidade, a XP demonstrou um controle eficaz, para o Itaú BBA.
O custo dos produtos vendidos (COGS) ficou 5,2% abaixo das estimativas do banco. Além disso, as comissões e incentivos dos agentes autônomos de investimento (IFAs) mantiveram-se estáveis.
Isso contribuiu para uma forte margem bruta de 68,4%, a XP espera manter esse nível de margem no segundo semestre de 2025.
Avaliação do Itaú BBA
Para o Itaú BBA, embora o trimestre tenha evidenciado uma boa gestão de margens para a XP, o período também ressaltou áreas nas quais dinâmicas de receita mais fracas podem prevalecer.
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O banco observa que a diferença no desempenho operacional da corretora em relação ao seu principal concorrente continuou a aumentar — evidenciado tanto em KPIs (Indicadores Chave de Performance) quanto nos resultados financeiros do 2T25.
Com isso, o Itaú BBA mantém a recomendação de “market perform” , equivalente a neutro, para a XP, com o preço-alvo de US$ 21 para dezembro deste ano.
O valor representa um upside de 31% em relação ao preço do fechamento de hoje.
Safra vê fraqueza frente ao BTG
O Banco Safra também avaliou a receita como ponto negativo, já que ficou 3% abaixo da estimativa conservadora.
O banco chamou atenção para a subperformance em relação ao BTG Pactual (BPAC11), cuja receita cresceu 39% ano a ano.
Segundo o Safra, a frustração com o Net New Money (NNM) — novo dinheiro líquido — foi relevante. A meta trimestral era de R$ 20 bilhões, mas a captação ficou bem abaixo.
“Temos sido mais conservadores em relação à XP há algum tempo, dado os desafios para sustentar sua vantagem competitiva”, avaliou o banco, que manteve cautela com o papel.”
BTG vê oportunidade na XP
O BTG, por sua vez, lembrou que as ações da XP caíram 15% desde o fim de junho, refletindo dois fatores:
- A correção no mercado brasileiro, com fluxos estrangeiros mais fracos;
- O tom mais conservador da alta administração em relação ao NNM e ao crescimento de receitas para 2025.
O banco reconheceu frustração com o desempenho relativo à concorrência, mas vê valor no papel.
“O balanço melhorou, o ROE continua a expandir-se, a geração de capital melhorou e ainda vemos assimetria em relação às ações da XP, em uma base de 12 a 18 meses, com inclinação para cima”, afirmaram os analistas.
O preço-alvo do BTG é de US$ 22 por ação, com recomendação de compra.
*Com informações do Money Times
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