Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia

Já não restavam muitas dúvidas no mercado. Mas, nesta terça-feira (29), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, fez questão de reforçar o recado: o ciclo de aperto monetário continua. A próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o dia 7 de maio, trará mais uma alta da taxa Selic — que hoje está em 14,25% ao ano.
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, Galípolo revisitou as razões por trás da estratégia do BC e reafirmou a sinalização feita na comunicação anterior, ainda em março.
- VEJA MAIS: Ação brasileira da qual ‘os gringos gostam’ tem potencial para subir mais de 20% em breve; saiba o porquê
“Na visão do BC e de todos os diretores, a comunicação anterior passou muito bem por esses 40 dias e segue vigente. Estamos respondendo a uma dinâmica de inflação desafiadora, o que justifica a extensão do ciclo [de alta dos juros]”, afirmou.
A dose do ajuste, no entanto, ainda não é uma certeza, mas o mercado trabalha com apostas de elevação abaixo de 1 ponto percentual.
“Vamos colocar a taxa de juros no patamar que for restritivo o suficiente e no patamar necessário para cumprir a meta [de inflação]”, disse o presidente da autoridade monetária.
Galípolo e as justificativas para o aperto
Galípolo destacou três fundamentos que sustentam a decisão de manter os juros em trajetória de alta: a persistência da inflação, os efeitos defasados da política monetária e o elevado grau de incerteza no cenário global e doméstico.
Leia Também
“Aquilo que foi muito bem colocado, de que a gente está primeiro respondendo a uma dinâmica de inflação que é desafiadora, esse é um primeiro movimento que justifica a extensão do ciclo. Segundo, estamos atentos ao que já foi feito e que vai ser sentido ao longo do tempo, conforme nós temos as defasagens da política monetária. Terceiro, o ambiente de incerteza que demanda cautela e demanda a gente tentar adquirir um pouco mais de graus de flexibilidade”.
- E MAIS: Calendário de resultados desta semana inclui Weg, Santander e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
Inflação no encalço
Desde janeiro, o Brasil opera sob o novo regime de metas contínuas de inflação — que fixa o centro da meta em 3% ao ano, com tolerância entre 1,5% e 4,5%. Mas, como de praxe, o Banco Central não mira o presente: a definição da Selic considera o que está por vir.
Isso porque o impacto da taxa básica de juros leva tempo para se fazer sentir — entre seis e 18 meses, nas estimativas do próprio BC. Hoje, o olhar da autoridade monetária já está direcionado para o segundo semestre de 2026.
E, por ora, o que se vê à frente ainda preocupa. As projeções do mercado para a inflação oficial continuam acima do centro da meta: 5,55% em 2025, 4,51% em 2026, 4% em 2027 e 3,78% em 2028.
Galípolo, no entanto, refutou haver qualquer desconforto com o objetivo de 3% e defendeu que a meta está alinhada com padrões internacionais.
“A gente não tem nenhum tipo de desconforto com a meta de 3%. Acho que o Banco Central está fazendo seu caminho para perseguir a meta de 3%”, disse.
Segundo ele, o que causa estranhamento, na verdade, é o contraste entre a resiliência da economia brasileira e o nível elevado dos juros.
“Quando a gente olha para a meta, não parece ser algo que está muito díspare de outros países”, afirmou. “O que é díspare é porque a gente, durante tanto tempo, convive com taxas de juros que são comparativamente mais elevadas e, ainda assim, segue vendo um dinamismo mais forte da economia — mesmo em níveis de juros que, para outras economias, representariam um patamar bastante restritivo”.
Precisa reformar a casa? Governo lança hoje programa que oferecerá R$ 40 bilhões em crédito; veja quem pode participar
O Reforma Casa Brasil prevê créditos com juros reduzidos e prazos de pagamento de até 60 meses, e inclui faixa para quem tem renda entre R$ 3.200,01 e R$ 9,6 mil
Loterias da Caixa voltam à cena hoje com prêmio de mais de R$ 10 milhões na Quina
Quina começa a semana acumulada há três concursos. De todos as loterias com sorteios programados para a noite desta segunda-feira (20), somente uma promete prêmio inferior a R$ 1 milhão.
É inflação para todo lado: agenda da semana tem IPCA-15 e CPI nos EUA; temporada de balanços ganha força no Brasil e no exterior
Em meio à segunda semana de shutdown nos EUA, a agenda econômica reserva também importantes termômetros para o mercado de trabalho norte-americano e para a economia global; saiba o que esperar dos próximos dias
Do Sudão do Sul à Guiana: os países que vão crescer até 26% em 2025 — e não necessariamente por bons motivos
FMI prevê que Sudão do Sul, Líbia e Guiana liderem o crescimento mundial em 2025 — mas altas expressivas refletem mais crises e efeitos de recuperação do que prosperidade real.
Licença-maternidade: o que mudou para as mães com a nova lei sancionada pelo presidente Lula
Nova lei da licença-maternidade muda a contagem do benefício em casos de internação da mãe ou do bebê, garantindo o direito ao afastamento completo de 120 dias
Ray Dalio treina clone de IA para compartilhar sua filosofia de investimentos – uma semana depois de alertar para bolha
O bilionário e fundador da Bridgewater quer usar inteligência artificial para replicar seu modo de pensar e responder a perguntas de investidores
Essa praia brasileira é considerada uma das piores do mundo, mas classificação é justa?
Entre as 100 praias com mais reclamações do mundo, esse cartão postal brasileiro tem críticas sobre lotação e lixo — mas continua encantando turistas do Brasil e do exterior
Ministério da Fazenda cria secretaria para desenvolver o Mercado de Carbono no Brasil
Nova secretaria vai definir os critérios e implementar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE)
Temporada do Terror 2025: Rede convoca os fantasmas do cinema para um Halloween de arrepiar
De “O Bebê de Rosemary” a “A Noiva-Cadáver”, a rede exibe 11 clássicos e novos títulos do gênero com ingressos a preço único (e simbólico) de R$ 13
Com apartamento de 49 m² por menos de R$ 110 mil em São Paulo e mais de 170 imóveis, Itaú promove leilão no próximo dia 24
Leilão do Itaú Unibanco em parceria com a Zuk oferece 175 imóveis em todo o país, com lances a partir de R$ 20 mil e opções em São Paulo e Rio de Janeiro que podem sair por menos de R$ 110 mil
Com investidores globais, Patria Investimentos capta R$ 15,4 bi no maior fundo de infraestrutura da América Latina
Com captação recorde, novo fundo da Pátria Investimentos é o maior para infraestrutura da América Latina
Novo vale-gás 2025: Governo toma decisão sobre preços de referência do Gás do Povo; veja o valor em seu Estado
Com o “Gás do Povo”, o governo muda o formato do benefício: em vez de depósito, famílias de baixa renda receberão um vale exclusivo para comprar o botijão de 13 kg
MEC Enem: app gratuito traz simulados, corrige redações, monta plano de estudos e ajuda na preparação para exame
Ferramenta do Ministério da Educação reúne inteligência artificial, trilhas de estudo e plano de revisão personalizado a menos de um mês do exame
Mega-Sena 2928 acumula e prêmio em jogo se aproxima de R$ 50 milhões; ‘fermento’ do final 5 infla bolada na Quina
Além da Mega-Sena 2928, outras três loterias sorteadas ontem à noite acumularam, com destaque para o salto no prêmio da Quina
Lotofácil volta a brilhar sozinha e faz um novo milionário em SP
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta sexta-feira (17) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3515
Este é o menor país da história a se classificar para uma Copa do Mundo, tem metade da seleção nascida no exterior e convocação feita pelo LinkedIn
Com metade do elenco nascido fora e um jogador convocado pelo LinkedIn, o arquipélago africano faz história ao conquistar vaga inédita na Copa do Mundo de 2026
“Faz um Pix”: o Mercado Pago quer transformar esse pedido em rotina com o novo assistente de inteligência artificial
A fintech aposta na inteligência artificial para simplificar o dia a dia dos clientes — e o Brasil será o primeiro laboratório dessa revolução
Entenda a Operação Alquimia, deflagrada pela Receita para rastrear a origem do metanol em bebidas alcoólicas
Desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, a nova ofensiva da Receita Federal mira a rota clandestina do metanol
Na onda da renda fixa, fundos de pensão chegam a R$ 1,3 trilhão em ativos, mas Abrapp alerta: “isso é a foto, não o filme”
Do total de R$ 1,3 trilhão em ativos dos fundos de pensão, cerca de R$ 890 bilhões estão em títulos públicos. Para Abrapp, isso não é bom sinal para o Brasil: “é preciso diversificar”, diz diretor-presidente
Trabalho em ‘home office’ é ‘coisa de rico’, aponta IBGE
Dados preliminares do Censo 2022 revelam desigualdade também no home office: brasileiros que ganham acima de R$ 7,5 mil por mês são os que mais exercem suas atividades sem sair de casa