🔴 [NO AR] MERCADO TEME A FRAGMENTAÇÃO DA DIREITA? ENTENDA A REAÇÃO DOS ATIVOS – ASSISTA AGORA

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

ANÁLISE MACRO

Luis Stuhlberger: ‘Brasil saiu muito beneficiado’ após tarifas de Trump; dos ativos globais, bitcoin e ouro saem ganhando, e uma moeda se destaca

Em evento da Icatu Seguros, o gestor do fundo Verde analisou o impacto das tarifas recíprocas anunciadas ontem nos mercados globais e apontou ganhadores e perdedores

Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde, e Luciano Soares, CEO da Icatu Seguros, em evento de lançamento de fundo de previdência da Verde Asset em parceria com a Icatu
Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde, e Luciano Soares, CEO da Icatu Seguros, em evento de lançamento de fundo de previdência da Verde Asset em parceria com a Icatu. - Imagem: Divulgação

A imposição das tarifas recíprocas por Donald Trump aos parceiros comerciais dos Estados Unidos bateu pesado nos preços dos ativos globais, mas menos nos ativos domésticos. E para Luis Stuhlberger, estrelado gestor do fundo Verde, isso ocorre porque “o Brasil saiu muito beneficiado com essa história” relativamente a outros países.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em palestra em evento de lançamento de um novo fundo de previdência da Verde em parceria com a Icatu Seguros, Stuhlberger explicou que, como o Brasil tem uma balança comercial equilibrada com os EUA, nossa tarifa, pelas regras impostas por Trump, seria zero, então pegamos o valor mínimo, estabelecido em 10%.

O gestor chamou a atenção para o fato de que o Brasil deve passar a exportar mais para a China, cujas vendas para os EUA serão pesadamente tributadas em 34%, e acredita que a América Latina como um todo será beneficiada com o novo cenário, principalmente o México.

Para ele, o Brasil deve ganhar principalmente pelo aumento nas exportações, mas se o governo souber atrair o capital estrangeiro, poderia se beneficiar também do investimento gringo.

“Se você acha que os preços do ovo e do filé mignon estão ruins, espera para ver como vai ficar no resto do ano”, disse, referindo-se ao aumento nas exportações esperado à frente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Entre os ativos globais, os únicos beneficiados tendem a ser o ouro e o bitcoin, diz Stuhlberger. “E o ouro está dando um baile no bitcoin.”

Leia Também

A jornalistas, o gestor, que hoje tem 1% da carteira do Verde em bitcoin, frisou que esses ativos são para hedge (proteção) e disse que “infelizmente” não tem ouro, que sempre considerou muito caro.

Já do lado das moedas, o grande beneficiado, na visão do gestor, será o euro, “e quase ninguém tem euro”. Isso porque, diante do temor de recessão nos EUA em razão da tarifação, o dólar deve se enfraquecer, dando espaço para o euro despontar como moeda forte alternativa.

O mercado financeiro europeu também pode ganhar com uma migração de recursos das bolsas americanas para o resto do mundo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Durante a palestra, Stuhlberger contou que ontem à noite mesmo a Verde montou uma posição comprada em euro e vendida (short) em renminbi, a moeda chinesa.

As tarifas de Trump: a fórmula da Casa Branca para taxar parceiros comerciais

O gestor do lendário fundo Verde abriu sua apresentação com dados sobre a economia americana e uma explicação sobre a fórmula aplicada pela Casa Branca para chegar às tarifas recíprocas impostas a cada país.

As tarifas que os EUA irão cobrar consideram não apenas a alíquota efetiva de taxação que seus parceiros comerciais impõem aos produtos americanos, mas também conceitos de manipulação da moeda e barreiras tarifárias, o que segundo Stuhlberger, é muito difícil de estimar.

De modo geral, a Casa Branca dividiu o déficit comercial que tem com cada país pelo valor que importa do mesmo país para chegar ao percentual que corresponde à tarifa “verdadeira” imposta pelo parceiro aos Estados Unidos. A tarifa recíproca aplicada corresponde a metade desse percentual.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por exemplo, a tarifa que a China efetivamente cobra de produtos americanos está na faixa dos 7% a 8%. Mas dividindo-se o déficit comercial de quase US$ 300 bilhões dos EUA com a China pelo valor que os EUA importam da China (US$ 438,9 bilhões), chega-se a uma tarifa de 67%. Metade disso, 34%, foi a tarifa aplicada por Trump ao Gigante Asiático.

De fato, as tarifas de Trump divulgadas ontem foram mais altas que o esperado, o que imediatamente derrubou as bolsas ao redor do mundo. Além da taxa pesada sobre as importações da China, outras tarifas elevadas foram aplicadas a países como Suíça (31%), Vietnã (46%), Índia (26%), Japão (24%) e Coreia do Sul (25%).

Para Luis Stuhlberger, mesmo havendo a possibilidade de uma negociação posterior, que reduza as tarifas impostas, num primeiro momento a Ásia foi a região que mais sofreu, notadamente a China, que também sofre com a tarifação dos seus vizinhos. Ele inclusive acha que as bolsas e moedas asiáticas caíram menos do que deveriam nesta quinta-feira (3).

Já México e Canadá são beneficiados, pois não foram atingidos pelas tarifas recíprocas, mantendo-se apenas as tarifas já anunciadas. O gestor do fundo Verde disse, inclusive, que os EUA pegaram leve com o México nas tarifas, pois de fato houve uma queda forte da imigração ilegal desde que Trump assumiu a presidência americana.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Conforme documento divulgado ontem pela Casa Branca, no que diz respeito a esses países, produtos em conformidade com o Acordo EUA-México-Canadá [USMCA] continuarão a ter uma tarifa de 0%, produtos não em conformidade com o USMCA terão uma tarifa de 25%, e energia e potássio não em conformidade com o USMCA terão uma tarifa de 10%.

Como fica a economia americana neste cenário

Como resultado da imposição das tarifas recíprocas, as tarifas efetivas que os Estados Unidos impõem a seus parceiros comerciais subiram de uma faixa de 7,5% a 10% para 25% a 29%, mostrou Stuhlberger na sua apresentação.

Ele ressalvou, no entanto, que ontem o Goldman Sachs calculou que a tarifa efetiva final seria da ordem de 19%, o que ainda assim alça o protecionismo americano ao seu maior patamar da história.

Com isso, as próximas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) devem cair do atual 1,4% para perto de zero. Enquanto isso, a população americana já espera um desemprego maior, e a inflação de bens duráveis nos EUA já começou a subir.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Só que a inflação mais alta que deve se seguir ao anúncio de ontem não deverá resultar em juros mais elevados nos Estados Unidos, ao contrário do que se esperaria num cenário de índices de preços pressionados, mas sim em juros mais baixos, dada a expectativa de recessão que vem se criando.

Para Stuhlberger, o mercado deve chegar a projetar quatro cortes de juros pelo Federal Reserve neste ano. “Não que o Fed vá dar, mas o mercado deve precificar isso”, disse.

Na visão do gestor, o cenário para a economia americana é de estagflação, o que requer cautela. Ainda tem a questão da enorme dívida pública americana e o déficit fiscal elevado, o que vem sendo conduzido de maneira “irresponsável” e com “um quê de populismo” pelo governo Trump, na opinião de Stuhlberger.

A hostilidade de Trump e suas políticas também faz crescer no mundo um sentimento de antiamericanismo e da popularidade dos líderes que se opõem ao presidente americano, o que pode vir a prejudicar as empresas dos EUA e o turismo do país.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Stuhlberger classifica como “extremamente perigosa” a visão de Trump de que na economia não existe relação ganha-ganha, apenas ganha-perde (e quem deve ganhar são os Estados Unidos). “Se você não tem win-win, o PIB não cresce”, diz o gestor.

Também acredita que não é bom para os negócios o clima geopolítico complicado atual e o crescimento do antiamericanismo no mundo.

Além disso, existe o risco de cauda de a China simplesmente decidir parar de vender certos produtos para os EUA, que, com isso, ficariam paralisados. E ainda que futuras negociações possam reduzir as tarifas impostas, ainda vai piorar antes de melhorar, acredita o gestor.

Stuhlberger diz que este elevado grau de incerteza é o que mantém o fundo “leve” atualmente. No Brasil, o Verde tem hoje 60% do seu patrimônio aplicado em juro real (otimista em relação à trajetória dos juros acima da inflação), 35% tomado em prefixados longos (como proteção), 15% em crédito e exposição líquida zerada em bolsa local.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Lá fora, a exposição líquida em bolsa do fundo é negativa, havendo ainda uma posição de 1,5% em petróleo, 1% em ETF de bitcoin e 0,9% em crédito privado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
LOTERIAS

Com atenção voltada para prêmio bilionário da Mega da Virada, Lotofácil abre semana fazendo um novo milionário

23 de dezembro de 2025 - 7:48

Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores ontem; prêmio principal da Super Sete foi dividido por dois apostadores

PROJEÇÕES 2026

Ano eleitoral, juros menores e Ibovespa em alta: o que esperar da economia brasileira em 2026

23 de dezembro de 2025 - 6:02

Cenário global favorável para mercados emergentes deve ajudar o Brasil, e trade eleitoral será vetor importante para guiar os investimentos no próximo ano

BOA NOTÍCIA

Só 1 em cada 10 praias de São Paulo está imprópria para banho no início do verão; veja onde

22 de dezembro de 2025 - 16:17

Levantamento da Cetesb mostra melhora em relação ao ano passado e aponta que apenas 1 em cada 10 praias paulistas tem restrição para banho

A JANELA ESTÁ FECHANDO

Brasil tem hoje a última chance de lançar primeiro foguete comercial

22 de dezembro de 2025 - 10:24

Após quatro adiamentos por falhas técnicas, clima e problemas em solo, o Hanbit-Nano, primeiro foguete brasileiro comercial tem nesta segunda-feira a última janela para decolar do Centro de Lançamento de Alcântara

R$ 1 BILHÃO!

Mega-Sena interrompida: agora toda aposta vale apenas para o bilionário sorteio da Mega da Virada

22 de dezembro de 2025 - 9:15

Mega da Virada vai sortear pela primeira vez na história um prêmio de R$ 1 bilhão; sorteio está marcado para a noite de 31 de dezembro

DIA DE DECISÃO

Final da Copa do Brasil: veja o horário e onde assistir a Corinthians x Vasco

21 de dezembro de 2025 - 14:30

Após empate sem gols no jogo de ida, Corinthians e Vasco decidem o título da Copa do Brasil neste domingo, no Maracanã, com premiação milionária em jogo

ACORDOS TRAVADOS

“Nossos países não têm mais 10 anos a perder”: para Milei, lentidão do Mercosul é o que está travando acordos com a UE

21 de dezembro de 2025 - 12:45

Na cúpula do Mercosul, presidente argentino acusa o bloco de travar o comércio com burocracia, diz que acordos não avançam e defende mais liberdade para negociações individuais

LOTERIAS

Mega da Virada em R$ 1 bilhão: prêmio estimado bate os oito dígitos pela primeira vez

21 de dezembro de 2025 - 8:58

Ninguém levou o prêmio de R$ 62 milhões do último sorteio da Mega Sena neste ano, no concurso 2953, que foi a jogo ontem (20). Prêmio acumulou para Mega da Virada

ACORDO EMPERRADO

Enquanto União Europeia ‘enrola’ Mercosul vai atrás do próximos na fila para acordos comercias; veja

20 de dezembro de 2025 - 17:23

Enquanto acordo com a UE segue emperrado, bloco aposta em Emirados Árabes, Ásia e Américas para avançar na agenda comercial

LOTERIAS

Último sorteio da Mega-Sena: R$ 62 milhões vão a jogo hoje no concurso 2.954. Depois, só a Mega da Virada

20 de dezembro de 2025 - 15:33

O concurso 2.954 da Mega-Sena sorteia na noite deste sábado (20) prêmio estimado de R$ 62 milhões. A partir de amanhã as apostas se concentram na Mega da Virada

ORÇAMENTO 2026

Com R$ 1,82 trilhão só para pagar juros da dívida e R$ 61 bilhões para emendas, veja os detalhes do Orçamento para 2026

20 de dezembro de 2025 - 8:40

Texto aprovado pelo Congresso prevê despesas de R$ 6,5 trilhões, meta de superávit e destina quase um terço do orçamento fiscal ao pagamento de juros da dívida pública

HOMENAGEM

Silvio Santos vira nome de rodovia em São Paulo — e o trecho escolhido não foi por acaso

19 de dezembro de 2025 - 16:29

Lei sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas rebatiza trecho da Rodovia Anhanguera, entre São Paulo e Jundiaí, em homenagem ao comunicador e empresário

DECISÃO EXTREMA DEMAIS?

Banco Central se precipitou com a liquidação do Banco Master? TCU dá 72 horas para o regulador se explicar

19 de dezembro de 2025 - 15:20

O Tribunal de Contas da União requer esclarecimentos do Banco Central sobre a decisão de liquidar o Banco Master; entenda

NATAL 2025

Inflação da ceia de Natal 2025 surpreende e reforça a importância de pesquisar preços

19 de dezembro de 2025 - 11:38

Estudo da FGV aponta variação quase nula nos itens natalinos em 12 meses; alimentos básicos recuam, proteínas seguem em alta e presentes voltam a encarecer após dois anos de alívio

O PRAZO É HOJE

Prazo para quitar a segunda parcela do décimo terceiro (13º) termina hoje; saiba como calcular

19 de dezembro de 2025 - 9:21

Data limite se encerra nesta sexta-feira (19); empresas que atrasarem podem ser multadas; valor é depositado com descontos de INSS e Imposto de Renda

POR POUCO

Loterias da Caixa batem na trave às vésperas da Mega da Virada e prêmios sobem ainda mais

19 de dezembro de 2025 - 7:13

A noite de quinta-feira (18) foi movimentada no Espaço da Sorte, com sorteios da Lotofácil, da Mega-Sena, da Quina, da Timemania e da Dia de Sorte

ÚLTIMOS PAGAMENTOS

Bolsa Família: Caixa paga benefício para NIS final 8 nesta sexta (19)

19 de dezembro de 2025 - 5:49

Pagamento segue o calendário de dezembro e beneficiários do Bolsa Família podem movimentar valor pelo Caixa Tem ou sacar nos canais da Caixa

ITEM DE COLECIONADOR

À medida que Banco Central recolhe cédulas clássicas de R$ 2 a R$ 100, as mais raras podem alcançar mais de R$ 5 mil no mercado

18 de dezembro de 2025 - 17:04

Enquanto o Banco Central recolhe as cédulas da primeira família do real, a escassez transforma notas antigas em itens disputados por colecionadores, com preços que já ultrapassam R$ 5 mil

TETO ESTOURADO

MEI: ultrapassou o limite de faturamento em 2025? Veja o que fazer para se manter regularizado

18 de dezembro de 2025 - 14:00

Microempreendedores individuais podem ter uma receita anual de até R$ 81 mil

NOVAS REGRAS

Entre o relógio e as malas: o que dizem as novas regras de check-in e check-out em hotéis

18 de dezembro de 2025 - 13:42

Portaria do Ministério do Turismo já está em vigor; norma fixa tempo mínimo de estadia, critérios de limpeza e exige clareza nos horários

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar