Haddad solta o verbo: dólar, PIB, Gleisi, Trump e até Argentina — nada escapou ao ministro da Fazenda
Ele participou na noite de sexta-feira (7) do podcast Flow e comentou sobre diversos assuntos caros ao governo; o Seu Dinheiro separou os principais pontos para você

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisou de cerca de 2 horas para soltar o verbo e tratar de alguns assuntos caros ao governo como inflação, dólar e crescimento econômico — mas ele também não deixou temas atuais de fora como o papel da inteligência artificial no mercado de trabalho e arriscou fazer uma previsão sobre o futuro dos nossos hermanos na Argentina.
Haddad tentou colocar panos quentes sobre um assunto que mexeu com a bolsa antes do Carnaval: a transferência da articulação do governo para Gleisi Hoffmann.
"Uma das primeiras coisas que ela fez quando foi indicada para assumir a Secretaria de Relações Institucionais foi me ligar [para dizer] 'estou aqui, vamos conversar'. Já marcamos para semana que vem. Na boa, cara. Tenho uma relação ótima com ela. E nossas divergências estão ali. Não tem problema nenhum", afirmou.
- VEJA MAIS: Ibovespa ignora IPCA-15 e sobe em 2025 de olho nas eleições; confira 10 ações para investir nesse cenário
Após mencionar notícias de que a indicação de Gleisi enfraquece a sua posição no governo, Haddad fez elogios à futura ministra. Nesse ponto, citou a forma como Gleisi expõe de forma "frontal, clara e transparente" suas divergências no debate público, sem plantar notícias na imprensa.
"A Gleisi é uma pessoa muito transparente. Quando ela pensa diferente de você, ela não planta uma notícia no jornal. Ela fala contigo. Ela não liga para um jornalista que vai escrever 'fontes do PT', 'fontes do Palácio do Planalto', fontes não sei de onde", destacou o ministro. "A Gleisi põe no twitter dela o que ela pensa. Ela põe no jornal, numa entrevista o que ela pensa", acrescentou.
Haddad também analisou os dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2024, divulgado horas antes da entrevista ao Flow, e aproveitou para falar do preço dos alimentos e do dólar.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Segundo o ministro da Fazenda, a alta de 3,4% do PIB em 2024 é um número bastante próximo ao que era esperado pela equipe econômica. Ele reiterou que foi o segundo ano consecutivo em que o País registrou um crescimento acima das expectativas do mercado.
Ele aproveitou para dar um recado: o País deve registrar uma pequena desaceleração este ano, mas sem prejudicar os bons resultados econômicos esperados para 2025.
“Talvez nós tenhamos uma pequena desaceleração esse ano, mas dentro daquilo que está projetado na peça orçamentária, buscando o equilíbrio das contas e contenção da questão da inflação que preocupa o presidente. Então eu acredito que as coisas estão bem desenhadas para nós termos bons resultados esse ano também”, disse.
Em relação aos alimentos, o ministro voltou a afirmar que a super safra esperada para este ano e a acomodação consistente do dólar vão colaborar para uma redução dos preços.
Questionado sobre a moeda norte-americana, Haddad evitou fazer projeções e disse que é necessário esperar para ver o patamar de estabilização.
“Não gosto de fazer esse tipo de projeção porque fiz o ano passado, que eu imaginava que estava muito exagerado e isso se confirmou. O câmbio é flutuante no Brasil, é bom que seja flutuante no Brasil, porque você acomoda as contas externas também de maneira a buscar um equilíbrio. Mas vamos ver o trabalho que vai ser feito para ver em que ponto ele estabiliza”, disse.
O ministro da Fazenda também comentou sobre o ajuste fiscal feito e comparou a situação no Brasil com a da Argentina.
"Eu preciso fazer um ajuste, mas eu não preciso fazer um ajuste recessivo. Enquanto o Brasil foi um dos países que mais cresceram no mundo, a Argentina ficou lá atrás, caiu o PIB. Não precisamos seguir aquele exemplo, porque a condição do Brasil não é aquela", afirmou.
LULA CAI E BOLSA SOBE: Como a popularidade do presidente mexe com os mercados
Haddad também fala de Argentina e de Trump
Sobre a Argentina, Haddad disse que vê grandes riscos de o ajuste que está sendo implementado pelo governo de Javier Milei não dar certo, principalmente em relação ao financiamento internacional.
Segundo ele, o peso está valorizadíssimo sem que haja uma certeza de que o Fundo Monetário Internacional (FMI) está disposto a emprestar mais dólares para a Argentina.
“Tem riscos de não dar certo. Mas, enfim, está sendo feito ali um experimento. Agora, para o Brasil, a Argentina dar certo é fundamental, porque fortalece a região. É ruim ter vizinho que não está caminhando bem”, afirmou.
Ao comparar as realidades no Brasil e na Argentina, o ministro da Fazenda julgou que as diferenças não são apenas econômicas, mas também políticas.
“Acho que é menor a chance de acontecer na Argentina alguma coisa semelhante ao que aconteceu na transição de Bolsonaro para Lula. A chance de um envolvimento de militares na preparação de um golpe é menor. A chance de envolvimento de militares na preparação de um assassinato é menor na Argentina do que aqui”, disse.
Ele também comparou o governo Lula ao governo de Donald Trump.
“O cara que o Bolsonaro apoia nos Estados Unidos está querendo taxar o mundo inteiro, e o Lula acabou de anunciar a redução do imposto de importação de alimentos”, afirmou ele, fazendo referência ao anúncio feito pelo governo brasileiro de zerar o imposto de importação sobre produtos como carne, açúcar, café e biscoitos.
Ainda sobre a inflação dos alimentos, alvo do corte do imposto de importação, o ministro da Fazenda frisou que o presidente Lula fez um apelo para os governadores anteciparem a redução do ICMS sobre a cesta básica — cujos produtos foram isentos do imposto sobre valor agregado, o IVA, criado pela reforma tributária.
- VEJA MAIS: Onde investir em março? Analistas recomendam as melhores ações, fundos imobiliários, BDRs e criptomoedas para este mês
A inteligência artificial sob os olhos de Haddad
Nem mesmo a inteligência artificial escapou do ministro da Fazenda, que fez um alerta: os efeitos da IA podem ser mais sérios do que a sociedade imagina.
“Ano passado conversei com o mundo inteiro porque o Brasil presidiu o G20 e eu era o condutor da trilha financeira. Ninguém está preparado para o que pode acontecer dependendo do grau de radicalidade”, afirmou.
O ministro ponderou que existem várias discussões envolvendo IA, sobretudo no mercado de trabalho. Ele citou, como exemplo, a possibilidade de a ferramenta flexibilizar a jornada de trabalho ou até mesmo criar outros tipos de emprego em grande quantidade.
“Existe uma grande polêmica em torno do que vai ser, eu acredito que é mais sério do que a gente imagina”, comentou.
O ministro avaliou ainda que as relações sociais é que vão definir as consequências do uso de IA para a sociedade. “Saber mais nunca é o problema, o que você vai fazer com o saber é o problema. O problema não está no desenvolvimento da tecnologia, o problema está nas relações sociais”, ponderou.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Justiça congela votação da Mobly (MBLY3) e dá fôlego à disputa com fundadores da Tok&Stok
Assembleia rejeita proposta que favoreceria a OPA da família Dubrule, mas juiz decide suspender os efeitos da votação; entenda o que está em jogo
Azul (AZUL4) obtém financiamento adicional de R$ 600 milhões em meio à queda das ações
Azul enfrenta turbulências com ações em baixa, dívida elevada e nova captação de R$ 600 milhões para manter operações
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) têm fôlego para pagar bons dividendos, mas só uma delas oferece perspectiva de ganho de capital, diz analista da Empiricus
No podcast Touros e Ursos desta semana, Ruy Hungria fala sobre impacto do tarifaço de Donald Trump no lucro de duas das maiores empresas do Ibovespa e diz o que o investidor deve esperar dos proventos
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa
A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Entregou a declaração com erro ou ficou faltando alguma informação? Veja como retificar
Aprenda a preencher a declaração retificadora e corrigir erros e omissões em declarações que já foram entregues, em um prazo de até cinco anos após o envio da declaração original
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Receita Federal paga nesta quarta-feira lote residual do Imposto de Renda; veja se o seu pix cai hoje
Mais de 279 mil contribuintes que caíram na malha fina e regularizaram pendências recebem restituição do IR nesta quarta (30); confira como consultar e receber o valor
Fundos de ações ESG registram fuga de capitais no primeiro trimestre, enquanto fundos de renda fixa sustentáveis atraem investidores
Movimento reflete cautela dos investidores com volatilidade e busca por maior proteção em ativos de renda fixa sustentáveis, aponta pesquisa da Morningstar
Corrida Inteligente: 10 gadgets que realmente fazem a diferença em 2025
Da prática física à experiência high-tech: wearables e dados transformam a corrida, impulsionando o mercado e atletas em busca de performance e saúde
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Focus prevê IPCA menor ao final de 2025, mas ainda acima do teto da meta: veja como buscar lucros acima da inflação com isenção de IR
Apesar da projeção de uma inflação menor ao final de 2025, o patamar segue muito acima da meta, o que mantém a atratividade dessa estratégia com retorno-alvo de 17% e livre de IR
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025
Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump