Ressaca do recorde: Bitcoin (BTC) chega a cair 6% em meio às correções; veja preços nesta terça-feira (15)
Correção técnica, dados macroeconômicos dos EUA e incerteza pressionam o mercado após sequência de máximas históricas
Após renovar a máxima histórica, o bitcoin (BTC) devolveu parte dos ganhos na madrugada desta terça-feira (15), com uma queda de cerca de 6% em relação ao pico registrado horas antes.
O ajuste de preços respingou no mercado de criptomoedas como um todo, provocando uma ampla realização de lucros no setor.
Mesmo assim, o BTC mostrou resiliência. Por volta das 14h30, a maior criptomoeda do mundo era negociada a US$ 117 mil, segundo dados do Coin Market Cap, acumulando uma queda de 2,53% nas últimas 24 horas.
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Outros nomes de peso no setor também operam no vermelho nas últimas 24h, com recuos de 2,16% para solana (SOL), 1,77% para o XRP e, na contramão, ganhos de 1,24% para o ethereum (ETH). Ainda assim, a maioria preserva boa parte dos ganhos obtidos nos últimos sete dias.
Confira o desempenho das dez maiores criptomoedas do mundo nesta terça-feira (15):
| # | Nome (Símbolo) | Preço (USD) | 24h | 7d | YTD | Market Cap (USD) |
|---|---|---|---|---|---|---|
| 1 | Bitcoin (BTC) | US$ 117.353,28 | -2,53% | 7,92% | 24,29% | US$ 2,33 tri |
| 2 | Ethereum (ETH) | US$ 3.057,25 | 1,24% | 17,25% | -8,23% | US$ 368,65 bi |
| 3 | XRP (XRP) | US$ 2,91 | -1,77% | 26,64% | 25,58% | US$ 172,54 bi |
| 4 | Tether (USDT) | US$ 1,00 | -0,01% | -0,02% | 0,20% | US$ 159,85 bi |
| 5 | BNB (BNB) | US$ 684,86 | -1,21% | 3,60% | -3,06% | US$ 95,46 bi |
| 6 | Solana (SOL) | US$ 161,20 | -2,16% | 6,27% | -16,85% | US$ 86,52 bi |
| 7 | USDC (USDC) | US$ 1,00 | 0,02% | -0,02% | -0,02% | US$ 62,47 bi |
| 8 | Dogecoin (DOGE) | US$ 0,19 | -2,87% | 13,66% | -39,94% | US$ 29,33 bi |
| 9 | TRON (TRX) | US$ 0,30 | -0,90% | 4,42% | 17,05% | US$ 28,33 bi |
| 10 | Cardano (ADA) | US$ 0,73 | -1,32% | 24,14% | -20,37% | US$ 25,92 bi |
Bitcoin (BTC) e o cenário macroeconômico
Enquanto o mercado de criptomoedas ajusta o fôlego após a euforia, os investidores voltam as atenções para a disputa em torno da política monetária nos Estados Unidos.
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Isso porque Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), está sob pressão direta de Donald Trump por uma redução forçada dos juros no país.
Adicionando mais lenha na fogueira, hoje foi divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA.
O indicador subiu 0,3% no mês, elevando a taxa anual de inflação para 2,7%. Já o núcleo da inflação, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,2% no mês e alcançou 2,9% em 12 meses.
Os números não surpreendem, mas continuam acima da meta do Fed, o que deve pesar nas próximas decisões sobre os juros.
Incertezas na semana cripto
Além das correções naturais do mercado e do cenário macro menos favorável, investidores acompanham de perto os desdobramentos da “Crypto Week” no Congresso dos EUA.
O entusiasmo que marcou o início da semana deu lugar a um clima mais cauteloso nesta terça-feira. Apesar do otimismo e do avanço dos três principais projetos de lei no Legislativo, não existem garantias de que o setor cripto conseguirá todas as conquistas esperadas.
O projeto de lei sobre stablecoins, conhecido como Genius Act, é o mais garantido e já foi aprovado no Senado. Caso também seja aprovado na Câmara, numa votação prevista para quinta-feira (17), o projeto deve se tornar a primeira legislação exclusiva para o setor cripto nos EUA.
Mas o projeto mais aguardado e fonte de incerteza é o Clarity Act, que propõe uma estrutura mais ampla para o mercado. A proposta define quando um ativo digital deve ser classificado como valor mobiliário (sob regulação da SEC) ou como commodity (sob responsabilidade da CFTC).
A expectativa é de que o texto avance na Câmara sem grandes problemas na quarta-feira (16). No entanto, o cenário no Senado é mais incerto. A oposição sinaliza uma maior resistência, preocupada com os lucros que Trump e sua família vêm acumulando no setor cripto.
Além desses dois projetos principais, a Câmara também deve votar uma medida separada que proíbe o Federal Reserve de emitir uma moeda digital do banco central (CBDC).
Perspectivas ainda positivas para o BTC
Apesar do recuo, o bitcoin continua sendo negociado a quase o dobro do valor de um ano atrás — e isso não parece ser coincidência.
A valorização vem sendo sustentada por uma combinação de fatores estruturais, como a entrada maciça de capital institucional e um ambiente macroeconômico favorável à tese de descentralização e proteção cambial.
Na semana passada, os ETFs de bitcoin à vista listados nos Estados Unidos captaram US$ 2,7 bilhões, incluindo quase US$ 1,3 bilhão em um único dia, o segundo maior volume diário da história.
No total, os ETFs de BTC já somam mais de US$ 153 bilhões em ativos sob gestão. Para efeito de comparação, esse número era praticamente zero há 18 meses.
*Com informações do Money Times e CNBC
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