🔴 AÇÕES, FIIs, BDRs E CRIPTO – ONDE INVESTIR EM SETEMBRO? CONFIRA AQUI

Felipe Miranda: Tarcisiômetro

O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.

8 de setembro de 2025
20:00 - atualizado às 18:19
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas - Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em junho de 2002, Daniel Tenengauzer, então analista da Goldman Sachs, ganhou as manchetes ao criar o “Lulômetro” (originalmente, “Lulameter”), uma espécie de termômetro para medir a probabilidade de vitória de Lula à época, com consequências deletérias para os ativos brasileiros. Seu modelo matemático sugeria uma taxa de câmbio de R$ 3,04 ao final do segundo turno daquelas eleições presidenciais, uma alta projetada de cerca de 20% em poucos meses.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O neologismo encontrou os desdobramentos típicos. Com a força retórica típica de expressões simples capazes de descrever um sentimento geral, o nome de batismo foi rapidamente adotado pelas mesas de operações, recebeu toda a antipatia da esquerda e rendeu a Tenengauzer dura reprimenda de seu empregador.

Em 13 de junho de 2002, a Folha de S.Paulo reportou que a Goldman Sachs havia repreendido seu analista, por considerar a expressão “leviana" e de “mau gosto”. Ao final, a projeção de Daniel Tenengauzer mostrou-se conservadora. O dólar marcou R$ 3,82 depois da eleição.

  • LEIA TAMBÉM: Onde investir em setembro? O Seu Dinheiro reuniu os melhores ativos para ter na carteira neste mês; confira agora gratuitamente

Há um fato estilizado sobre a história da economia brasileira apontando uma inflexão do comportamento dos mercados e da comunidade investidora a partir da publicação da “Carta ao povo brasileiro” em junho de 2002, quando Lula começa a adotar um discurso menos heterodoxo, menos carregado da ideologia clássica da esquerda radical e mais pragmático.

Embora esse seja mesmo um documento importante, o viés da retrospectiva o confere um peso maior e mais instantâneo do que o efetivamente observado na época. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O ciclo dos mercados brasileiros

O ganho de confiança no governo Lula 1 foi sendo construído de forma gradual. A referida carta pode ter sido o pontapé inicial, mas foram somente a série de reuniões conduzidas com Lula, Armínio Fraga e Pedro Malan, que, aliás, tiveram postura irrepreensível na transição de governo, o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a posterior condução responsável da política econômica que trouxeram real alívio nos prêmios de risco brasileiros.

Leia Também

A “conversão” ao centro e à ortodoxia de Lula em seu primeiro mandato pavimentou a via para um dos maiores ralis já vistos nos mercados locais. Temendo o discurso histórico de calote na dívida externa, desrespeito aos contratos e poucas garantias à propriedade privada, o risco-Brasil teve sua máxima no ano de 2002. Depois, veio caindo para mínimas históricas até o alcance do investment grade em 2008.

Palocci conduzira importante ajuste fiscal no Ministério da Fazenda, com auxílio dos secretários Joaquim Levy, Murilo Portugal, Daniel Goldberg e Marcos Lisboa. Meirelles subira o juro para conter a inflação e dar credibilidade à política monetária.

A guinada do medo da extrema esquerda em 2002 para a ortodoxia dos anos seguintes impactou fortemente nosso mercado acionário. O Ibovespa saiu de 11.268 pontos ao final de 2002 para 63.886 pontos em dezembro de 2007. Uma multiplicação de quase 6x o capital em cinco anos. Nada mal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Evidentemente, o cenário externo favorável, caracterizado pela batizada “Grande Moderação” (anos de baixa volatilidade do PIB, dos juros e da inflação) e pela entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) com sua grande demanda por commodities, ajudou, mas foi, sobretudo, essa alternância do prognóstico ruim de 2002 para a ortodoxia posterior na economia política que empurrou as cotações.

O último grande ciclo dos mercados brasileiros, entre 2016 e o início de 2020, quando o Ibovespa sai de 39 mil pontos para 120 mil pontos, também se assentou sobre a mesma dinâmica. 

Não é exclusividade brasileira. A América Latina como um todo oferece característica semelhante: o grande rali da Argentina nos últimos anos encontrou como grande pilar a eleição de Javier Milei e de sua plataforma reformista.

Termômetro no bolso

Agora corta para os dias atuais e para o famigerado teste: se parece um pato, nada como um pato e grasna como um pato, há boas chances de não ser um cachorro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As últimas semanas parecem apontar um aumento da probabilidade de consolidação do campo da centro-direita e da direita em torno da candidatura de Tarcísio de Freitas à presidência em 2026. 

A esta altura, esse parece ser o fenômeno mais importante a se monitorar para tentarmos definir se o rali dos ativos de risco brasileiros visto em 2025 é um fenômeno conjuntural e de curto prazo ou se estamos diante do começo de um superciclo semelhante àqueles de 2003 a 2007 e de 2016 a 2019.

Sobre o curto prazo, os sinais positivos são quase inequívocos. O resfriamento do mercado de trabalho nos EUA aponta para cortes de juro pelo Federal Reserve (Fed) a partir de setembro, com possibilidades, inclusive, embora reduzidas, de uma redução de 50 pontos.

O dólar continua se enfraquecendo no mundo, o que historicamente conversou com momentos favoráveis de mercados emergentes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por aqui, as expectativas de inflação seguem caindo e há evidências de desaceleração da atividade, sugerindo Selic para baixo ali na frente. Os valuations seguem baratos, a posição técnica é convidativa e a oferta de ações disponível frente à demanda potencial é bastante baixa. Os 150 mil pontos são logo ali.

Agora, se o movimento de 2025 transborda para um ciclo longevo de anos, isso dependerá do pêndulo da economia política. Do candidato da centro-direita e da direita será exigida a habilidade de aproximar-se do bolsonarismo a ponto de capturar seu apoio, ao mesmo tempo em que não se aproxima demais para colher também sua rejeição.

Depois dos 150 mil pontos, a conversa vira outra. O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis com seu termômetro no bolso. O discurso em movimento supostamente patriota ao lado de uma grande bandeira dos EUA alerta para altos níveis de toxicidade de mercúrio.  

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje

4 de setembro de 2025 - 8:11

Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo

3 de setembro de 2025 - 20:00

Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A  ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje

3 de setembro de 2025 - 7:58

Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados

2 de setembro de 2025 - 7:51

Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump

Insights Assimétricos

Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?

2 de setembro de 2025 - 6:01

Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Powell Pivot 3.0

1 de setembro de 2025 - 20:00

Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados

1 de setembro de 2025 - 7:36

Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)

DÉCIMO ANDAR

O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado

31 de agosto de 2025 - 8:00

Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje

29 de agosto de 2025 - 8:06

Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA

SEXTOU COM O RUY

Operação Carbono Oculto fortalece distribuidoras — e abre espaço para uma aposta menos óbvia entre as ações

29 de agosto de 2025 - 6:01

Essa empresa negocia atualmente com um desconto de holding superior a 40%, bem acima da média e do que consideramos justo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A (nova) mordida do Leão na sua aposentadoria, e o que esperar dos mercados hoje

28 de agosto de 2025 - 7:52

Mercado internacional reage ao balanço da Nvidia, divulgado na noite de ontem e que frustrou as expectativas dos investidores

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O Dinizismo tem posição no mercado financeiro?

27 de agosto de 2025 - 20:00

Na bolsa, assim como em campo, devemos ficar particularmente atentos às posições em que cada ação pode atuar diante das mudanças do mercado

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O lixo que vale dinheiro: o sonho grande da Orizon (ORVR3), e o que esperar dos mercados hoje

27 de agosto de 2025 - 7:58

Investidores ainda repercutem demissão de diretora do Fed por Trump e aguardam balanço da Nvidia; aqui no Brasil, expectativa pelos dados do Caged e falas de Haddad

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Promessas a serem cumpridas: o andamento do plano 60-30-30 do Inter, e o que move os mercados hoje

26 de agosto de 2025 - 7:54

Com demissão no Fed e ameaça de novas tarifas, Trump volta ao centro das atenções do mercado; por aqui, investidores acompanham também a prévia da inflação

EXILE ON WALL STREET

Lady Tempestade e a era do absurdo 

25 de agosto de 2025 - 19:58

Os chineses passam a ser referência de respeito à propriedade privada e aos contratos, enquanto os EUA expropriam 10% da Intel — e não há razões para ficarmos enciumados: temos os absurdos para chamar de nossos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quem quer ser um milionário? Como viver de renda em 2025, e o que move os mercados hoje

25 de agosto de 2025 - 7:43

Investidores acompanham discursos de dirigentes do Fed e voltam a colocar a guerra na Ucrânia sob os holofotes

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Da fila do telefone fixo à expansão do 5G: uma ação para ficar de olho, e o que esperar do mercado hoje

22 de agosto de 2025 - 8:17

Investidores aguardam o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole

SEXTOU COM O RUY

A ação “sem graça” que disparou 50% em 2025 tem potencial para mais e ainda paga dividendos gordos

22 de agosto de 2025 - 6:04

Para os anos de 2025 e 2026, essa empresa já reiterou a intenção de distribuir pelo menos 100% do lucro aos acionistas de novo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quem paga seu frete grátis: a disputa pelo e-commerce brasileiro, e o que esperar dos mercados hoje

21 de agosto de 2025 - 8:28

Disputa entre EUA e Brasil continua no radar e destaque fica por conta do Simpósio de Jackson Hole, que começa nesta quinta-feira

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Os ventos de Jackson Hole: brisa de alívio ou tempestade nos mercados?

21 de agosto de 2025 - 7:40

As expectativas em torno do discurso de Jerome Powell no evento mais tradicional da agenda econômica global divide opiniões no mercado

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar