O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas sobre os dividendos extraordinários depois do prejuízo no 2T24
A estatal anunciou na quinta-feira (8) o pagamento de R$ 13,6 bilhões em dividendos ordinários e, nesta sexta-feira (9), respondeu sobre o que todo investidor quer saber: quando os 50% de dividendos extraordinários que estão retidos serão liberados? Confira o que os executivos disseram
Surpresas não faltaram no balanço da Petrobras (PETR4) no segundo trimestre de 2024: além de um prejuízo bilionário inesperado, a estatal não anunciou o tão esperado pagamento de dividendos extraordinários. Nesta sexta-feira (9), no entanto, os executivos da companhia mandaram um recado aos acionistas: a distribuição segue sobre a mesa.
“Se identificarmos caixa superior ao necessário — porque o caixa em uma companhia custa dinheiro e não traz eficiência — vamos pagar. O adequado é ter um planejamento estratégico mais evoluído e só aí distribuir esses valores. Mas não descartamos o pagamento de dividendos extraordinários em 2024”, disse o CFO da Petrobras, Fernando Melgarejo, na teleconferência de resultados com analistas.
O recado sobre saúde financeira e distribuição de dividendos pela Petrobras, também foi reforçado pela presidente da estatal, Magda Chambriard. Segundo ela, a empresa garante o "respeito à lógica empresarial, disciplina de capital e alavancagem controlada".
Apesar do prejuízo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre ligado a efeitos não recorrentes, a petroleira anunciou pagamento de dividendos ordinários no valor de R$ 13,6 bilhões referentes ao período.
"Aos nossos investidores, garantimos respeito à lógica empresarial, transparência e governança. Garantimos disciplinas de capital e alavancagem controlada. Faremos isso garantido investimento necessários ao crescimento da empresa e reconhecendo a demanda dos acionistas governamentais e privados pelos dividendos", disse Chambriard.
"Entendemos que, dessa forma, estaremos contribuindo para movimentar a economia do País e movimentar os anseios mais profundos dos acionistas", acrescentou ela, prometendo uma companhia ainda mais "sólida e rentável" no futuro.
Leia Também
- Petrobras, 3R, Prio: Qual petroleira é a “vencedora” da temporada de resultados do 2T24? Confira as análises da Empiricus Research gratuitamente – clique AQUI.
O uso da reserva de capital para pagar dividendos
Boa parte da teleconferência desta sexta-feira (9) foi tomada por questionamentos sobre o uso das reservas da Petrobras para o pagamento dos dividendos ordinários.
Dos R$ 13,6 bilhões em dividendos extraordinários anunciados pela estatal na noite de quinta-feira (8), R$ 6,4 bilhões virão da reserva de capital da companhia.
“Em 2023, a Petrobras conseguiu montar uma reserva de capital de R$ 21,9 bilhões depois dos fortes lucros do período. Agora, o cenário é inverso: usamos a reserva para instrumentalizar o pagamento aos acionistas. Se não tivéssemos a reserva, teríamos dificuldade de propor o pagamento dos proventos”, disse Melgarejo.
O CFO explicou, no entanto, que a decisão de distribuir dividendos extraordinários depende de fluxos futuros e não da reserva de remuneração de capital.
“A decisão de ontem [de pagar dividendos ordinários] não afeta, no entanto, a capacidade de pagamento de dividendos extraordinários”, acrescentou Melgarejo.
Capex menor, mais dividendos da Petrobras?
Além dos dividendos, o capex da Petrobras também chamou atenção dos investidores. Junto com o balanço, a estatal revisou a projeção de investimentos neste ano para entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões.
Segundo a companhia, a redução do capex não afeta a curva de produção de petróleo e gás — ainda assim, o montante revisado corresponde a um crescimento de 7% a 15% em comparação ao realizado em 2023.
Na teleconferência, o CFO da Petrobras fez questão de lembrar que o capex da estatal em 2024 será superior ao de 2023 e, também, maior que o de 2025.
"Posso garantir um capex realista e que traga jornada de crescimento da companhia", disse Melgarejo, acrescentando que a otimização do caixa "não está 100%", mas que o ajuste necessário deve acontecer em 2025.
De acordo com a atual diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Renata Baruzzi, o principal fator que impediu a execução do capex previsto foi descasamento entre pagamento financeiro e marcos físicos.
Ela citou o atraso dos contratos para os FPSOs Sépia-2 e Atapu-2; o pool de sondas, que entram tanto em capex quanto opex, mas tinham alocação de capital listada como capex, quando passa pela manutenção e poços; além da postergação de paradas no refino.
- Com quantos anos devo começar a investir? Confira na prática como o tempo joga a favor do investidor. Confira ferramenta de simulação aqui
Petrobras de olho no exterior
No mês passado, a notícia de que a Petrobras e mais 11 petroleiras manifestaram interesse em comprar uma participação de 40% na principal descoberta de petróleo offshore da Galp Energia na Namíbia, mexeram com as ações da estatal brasileira.
Na época, a Petrobras se recusou a comentar sobre o processo de licitação, mas afirmou que estava avaliando oportunidades para expandir as reservas de petróleo na África.
Hoje, o assunto voltou à tona. “Trabalhamos com a previsão de que a produção da Petrobras vai começar a cair a partir de 2030, então precisamos exploração aqui ou fora para mantermos um nível de produção adequado. Reforço, no entanto, que só vamos entrar em qualquer negócio se ele for rentável e dentro da expertise da Petrobras em águas profundas”, disse o CFO da estatal.
Durante a teleconferência, o diretor de processos industriais e produtos da Petrobras, William França, disse que a estatal segue em conversa com o fundo soberano de Abu Dhabi Mubadala sobre a refinaria de Mataripe e eventual investimento em uma biorrefinaria contígua.
"Nós estamos conversando com o grupo Mubadala em dois aspectos. Primeiro sobre possível parceria, e não se sabe em que percentual, da Rlam (Mataripe) e também para biorrefinaria, a ser construída ao lado da refinaria", disse França.
"Em relação a refinaria, estamos terminando o processo de due diligence e valuation, para que possamos, no momento certo, fazer a proposta para o grupo Mubadala. Mas estamos conversando, avançando, para fazer a nossa proposta. Estamos indo bem", acrescentou.
Reforçando a mesma estratégia da Namíbia, Melgarejo pediu a palavra para dizer que qualquer forma societária com Mubadala é possível, desde que traga retorno de capital.
Já a presidente da Petrobras voltou a defender abertamente a exploração de petróleo na Margem Equatorial.
"Precisamos ser ágeis para manter o histórico de reposição de reservas, enquanto, rumo ao net zero, buscamos mais fontes de energia limpa. Sem reposição de reservas de petróleo e gás, a Petrobras estaria fadada ao insucesso", disse Chambriard.
Segundo ela, é fundamental que a Petrobras obtenha as licenças necessárias à atividade de procura de petróleo naquela região e, se confirmada o potencial da área, os resultados em termos de emprego e renda para o País serão "absolutamente incontestes".
Petrobras (PETR4) dá prejuízo e deixa acionistas sem dividendos extraordinários
A dívida não passou batido
A dívida da Petrobras também ganhou a atenção dos analistas que participaram da teleconferência da companhia.
Questionado sobre os limites de dívida impostos pelo estatuto da petroleira, Melgarejo afirmou que "toda a modelagem não mostra passar dos US$ 65 bilhões de dívida". "Estamos bastante confortáveis", disse.
A dívida líquida da Petrobras subiu para US$ 46,1 bilhões ao fim do segundo trimestre, valor 9,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Com relação à dívida líquida ao fim do primeiro trimestre de 2024, a alta foi de 5,8%.
A dívida bruta, por sua vez, alcançou US$ 59,6 bilhões em 30 de junho deste ano, alta de 2,9% com relação ao mesmo período de 2023, mas redução de 3,6% na margem, ou seja, com relação ao fim de março.
Embraer (EMBR3), Yduqs (YDUQ3) e Petz (PETZ3) são as maiores altas da bolsa em dia de ganho de 1% do Ibovespa
O mercado também devolve parte das perdas recentes; nas duas primeiras sessões de setembro, o principal índice de ações da B3 chegou a acumular queda de 1,21%
Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) ou Itaú (ITUB4)? Veja os bancos recomendados pelo BTG Pactual em setembro para buscar dividendos
Carteira do BTG Pactual, que rendeu 266,2% do Ibovespa desde a criação, tem dois “bancões” recomendados para setembro – veja quais são
O mês do cachorro louco mudou? Depois das máximas históricas de agosto, Ibovespa luta para sair do vermelho em setembro
Temores referentes à desaceleração da economia dos EUA e perda de entusiasmo com inteligência artificial penalizam as bolsas
Petrobras (PETR4) lança títulos no exterior no valor de US$ 1 bilhão; confira quanto a estatal vai pagar aos investidores
De acordo com o comunicado da petroleira, o rendimento ao investidor será de 6,25% ao ano e os recursos serão usados para recomprar até US$ 1 bilhão de outros títulos
Fundo imobiliário cai 10% na bolsa após zerar dividendos; FII já havia cortado proventos e pago apenas um centavo por cota no mês anterior
Segundo comunicado enviado aos cotistas na última sexta-feira (30), o FII também não realizará nenhuma amortização de capital em setembro
Ações das Lojas Renner (LREN3) sobem quatro vezes mais que Ibovespa desde o balanço do 2T24 — e este banco vê espaço para mais
JP Morgan reiterou a recomendação equivalente a compra para Lojas Renner e elevou o preço-alvo para R$ 21,00, o que representa um potencial de alta de 24%
Vem dividendo extraordinário? Petrobras (PETR4) deve depositar mais de R$ 55 bilhões em proventos em 2025, diz XP; estatal lança captação no exterior
Para os analistas, o valuation da estatal permanece “atraente”, com uma expectativa de dividend yield de cerca de 10%, considerando apenas os proventos ordinários
Após pagar milhões em dividendos hoje, esta empresa com ações na B3 quer depositar mais R$ 560 milhões na conta dos acionistas
A companhia quer fazer uma redução de capital e depositar os recursos decorrentes da operação ainda este ano, até 31 de dezembro
Fundo imobiliário SARE11 anuncia dividendos menores após calote; cotas do FII recuam na B3 e lideram perdas do IFIX
Quem estava na base de investidores do FII na última sexta-feira (30) receberá um depósito de R$ 0,2 por cota em 13 de setembro
Maxi Renda (MXRF11) corta dividendos e pagará os menores proventos em quase dois anos; veja quanto depositará o maior fundo imobiliário da B3
Terá direito aos dividendos quem estava na base de cotistas do fundo imobiliário na última sexta-feira (30); já o pagamento está marcado para 13 de setembro
Gerdau (GGBR4): mais dividendos à vista? Analista vê ‘melhor perspectiva de remuneração aos acionistas’ depois de notícia positiva
Siderúrgica recupera R$ 1,77 bilhão de depósitos judiciais feitos entre 2009 e 2017 e pode distribuir valor em proventos; veja se é hora de comprar as ações
Ficou de fora dos ‘dividendos’ do FGTS? Conheça outra estratégia que já gerou 19 pagamentos em 2024
Lucros do FGTS devem ser depositados até este sábado (31); veja como ter a chance de receber pagamentos todos os meses
Itaú (ITUB4) vai depositar dinheiro na conta dos acionistas e data de corte está próxima; Camil (CAML3) também anuncia dividendos e JCP
A partir do dia 20, as ações da instituição financeira serão negociadas “ex-direitos” e passarão por um ajuste referente aos proventos já alocados
Por que a Petrobras (PETR4) vai investir R$ 500 milhões na compra de novos supercomputadores?
O novo supercomputador deverá ser o mais ecoeficiente da América Latina, com enorme poder de processamento em relação à energia consumida
Vale (VALE3): riscos políticos somem do radar após escolha de novo CEO? Veja a opinião deste analista
Segundo analista, outras ‘nuvens’ ainda pairam sobre a Vale, mas as ações estão baratas; veja se é hora de comprar
Foi por pouco: Ibovespa mira em Campos Neto, revisão de gastos e Caged na busca por novos recordes
Mercados financeiros internacionais amanhecem em compasso de espera pelo balanço da Nvidia, que será divulgado apenas depois do fechamento
Um olhar para dentro da bolsa: Depois de bater novo recorde com Petrobras (PETR4), Ibovespa repercute novo CEO da Vale (VALE3)
Além da Petrobras e da Vale, os investidores repercutem hoje a prévia da inflação de agosto e seu possível impacto nos juros
Petrobras (PETR4): Vem dividendos por aí? Banco altera recomendação e ações da petroleira disparam na bolsa
Banco norte-americano vê possibilidade de distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas da Petrobras (PETR4) em meio ao aumento de investimentos da estatal
Dividendos e JCP: Banco do Brasil (BBAS3) anuncia R$ 1 bilhão em proventos antecipados do 3T24
Para ter direito à remuneração, é necessário possuir ações do BB até o fim do pregão do dia 11 de setembro de 2024
3R Petroleum (RRRP3): A petroleira júnior cresceu após fusão com Enauta e ainda pode pagar dividendos; Itaú BBA eleva preço-alvo das ações
Banco eleva o preço-alvo das ações da 3R, com potencial de alta de 74%, e vê espaço para pagamento de dividendos