Aura Minerals (AURA33) quer ir às compras e anunciar aquisição até fim de 2025, afirma CEO — mas sem deixar dividendos de lado
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Rodrigo Barbosa revelou quais são os principais alvos para potenciais fusões e aquisições — e o que esperar do ouro daqui para frente

A Aura Minerals (AURA33) se prepara para um novo trimestre de ouro. Em meio a um plano agressivo de crescimento, com a entrada de novos projetos em produção e com o preço do metal precioso nas alturas, o CEO Rodrigo Barbosa avalia que é hora de começar a olhar oportunidades de compra.
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Barbosa revelou que potenciais fusões e aquisições (M&As) são vistas como uma das principais estratégias de geração de valor para os acionistas atualmente.
“A gente tem ativamente olhado alternativas, nada para sair no curto prazo, mas que possa executar em um ou dois anos”, afirmou.
De acordo com o executivo, o objetivo atual é iniciar o ano de 2026 já com pelo menos um novo projeto no portfólio.
Inicialmente, o CEO tem na mira ativos ligados ao cobre, que estejam localizados na região das Américas e que estejam próximos da construção ou já em produção, para manter uma proporção de 70% ouro e 30% cobre no portfólio.
Além disso, a Aura quer abocanhar novos negócios de exploração de ouro para aumentar a produção.
Leia Também
Claude, inteligência artificial da Anthropic, ganha versão para o mercado financeiro
“No mercado de fusões e aquisições, é preciso saber que nem sempre você vai conseguir o que quer, você também tem que navegar de forma oportunística”, destacou. “Se só tentar fazer o que a gente realmente quer, às vezes o ativo não está disponível e nós acabamos pagando caro por isso. Então somos flexíveis para olhar para outras alternativas.”
As ações da Aura (ORA) acumulam valorização de cerca de 43% em 2024 na bolsa de Toronto. Já os BDRs (recibos de ações) negociados na B3 sob o ticker AURA33 subiram aproximadamente 61% desde janeiro.
Segundo dados do TradingView, o valor de mercado da mineradora canadense atualmente é estimado em R$ 4,05 bilhões.
- Como proteger os seus investimentos: dólar e ouro são ativos “clássicos” para quem quer blindar o patrimônio da volatilidade do mercado. Mas, afinal, qual é a melhor forma de investir em cada um deles? Descubra aqui.
A promessa de crescimento com dividendos
Entretanto, a Aura não quer abrir mão dos dividendos em prol do crescimento.
O plano de remuneração a acionistas prevê o pagamento de pelo menos 20% do Ebitda menos o capex recorrente — e os investidores de AURA33 devem receber um novo pagamento de proventos no fim de 2024.
Segundo Barbosa, existem três principais avenidas para destravar valor para os acionistas ao longo dos próximos anos:
- Executar os projetos em andamento;
- Aumentar as reservas de minério; e
- M&As.
“É mudar de múltiplo. A gente tem trabalhado bastante para passar do patamar de 450 mil onças anualizadas a serem entregues em 2025, então temos olhado alternativas de aquisições que podem trazer para o nossa ação uma valorização bem interessante”, afirmou.
De acordo com o CEO, a maior parte dos investimentos deste ano devem se concentrar na execução de projetos greenfield, descoberta de novas áreas perto das minas da Aura e M&As.
“A gente projeta gastar de US$ 188 milhões a US$ 220 milhões de capex, sendo boa parte dele no segundo semestre. A segunda metade do ano será mais carregada em termos de capex, de produção e de geração de caixa.”
- VEJA MAIS: Comprar jóias pode não ser a melhor opção para investir em ouro; descubra aqui outras maneiras de se expor ao metal precioso e proteger seu patrimônio
O que esperar da Aura Minerals daqui para a frente
De acordo com o CEO, a Aura deve entregar um crescimento robusto de Ebitda nos próximos trimestres, impulsionado pelo aumento do preço médio do ouro.
Além disso, Barbosa afirma que o segundo semestre tende a registrar uma expansão mais intensa de produção do que a primeira metade do ano, além de custos menores — o que deve-se traduzir em “ganhos interessantes de margem”.
“A gente caminha para ter um crescimento bem interessante de produção ao longo do ano”, afirmou. “Com a entrada do Projeto Almas e a recuperação de produção das operações, estamos trimestre a trimestre apresentando aumentos.”
Nas estimativas de Barbosa, a Aura não deve registrar nos próximos trimestres os mesmos problemas de produção vistos no ano passado.
“Agora ainda temos a entrada de Almas, que não estava em plena produção no ano passado”, ressaltou.
Vale destacar que o ritmo de crescimento da produção tende a desacelerar no fim de 2024. Entretanto, com a execução dos projetos e a entrada da operação de Borborema, Barbosa garante a continuidade do passo de expansão.
“Quando a gente atingir o pico de produção de 2024, que vai acontecer no final do ano, logo começa a entrar a Borborema em 2025. Então, durante o ano que vem, vamos continuar crescendo a nossa produção combinada com o aumento de Ebitda.”
A Aura deve divulgar os resultados financeiros do segundo trimestre de 2024 na próxima segunda-feira (5). Confira aqui o calendário completo desta safra de balanços corporativos.
- Os balanços do 2T24 já estão sendo publicados: receba em primeira mão a análise dos profissionais da Empiricus Research e saiba quais ações comprar neste momento. É totalmente gratuito – basta clicar aqui.
O ouro como proteção
Além disso, o CEO da Aura afirma estar otimista com o futuro do ouro. Apesar do rali recente, o executivo vê o metal precioso se apreciando ainda mais daqui para frente beneficiado pela expectativa de redução dos juros nos Estados Unidos.
Mas para além da perspectiva mais otimista, mesmo cenários de maior risco, com aumento das incertezas macroeconômicas e das tensões geopolíticas, tendem a beneficiar a commodity metálica.
“No ponto de vista geopolítico, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia levou os Estados Unidos a tomarem medidas que assustaram muito, com confisco das reservas russas em moeda norte-americana no mundo inteiro”, afirmou.
“Agora, os bancos centrais que teoricamente não são 100% alinhados com os EUA se mostram em busca de diversificação, porque eles não querem mais depender apenas do dólar, já que eles sabem que, em qualquer eventualidade, podem ter suas reservas bloqueadas.”
Além disso, do lado da política fiscal, o aumento de gastos e a tendência de déficit nas maiores economias do planeta também impulsionam o ouro como uma proteção na carteira de investimentos.
“O ouro é uma das grandes defesas contra a inflação e, para o brasileiro, é uma defesa dupla. Por ser uma empresa de ouro, a Aura tem suas receitas dolarizadas, então tem uma proteção natural contra a desvalorização do real frente ao dólar. Mas caso a moeda norte-americana caia, ela se desvaloriza justamente em relação ao ouro.”
Até o Banco do Brasil (BBAS3) pode pagar a conta das tarifas de Trump: Moody’s revela o impacto da guerra comercial para os bancos brasileiros
Para a Moody’s, o setor financeiro já vivia um cenário complexo, dadas as taxas de juros elevadas e as tendências de inadimplência — e as tarifas dos EUA devem ajudar a complicar a situação
Weg (WEGE3) avança na bolsa: tarifas não assustam mercado, enquanto analistas enxergam papéis “baratos” antes do 2T25
Com queda acumulada no ano e expectativa de alta na demanda, mercado volta a apostar em recuperação das ações ainda em 2025
Gafisa (GFSA3) aumenta oferta de follow-on em R$ 27 milhões e amplia “presente” aos acionistas que participarem; entenda
As modificações atingem a “vantagem adicional gratuita”, que é disponibilizada aos investidores que decidirem participar
Gol (GOLL54) emite mais de 9 trilhões de ações e conclui capitalização bilionária; confira os detalhes da reestruturação
A operação teve como objetivo converter em ações os créditos devidos pela Gol, conforme o plano de recuperação judicial aprovado na Justiça dos EUA
Cade dá sinal verde para Nelson Tanure comprar controle da Braskem (BRKM5) mesmo sem OPA. O que falta para a aquisição sair do papel?
O Cade aprovou, sem restrições, a potencial transação proposta pelo empresário. No entanto, há outras etapas a serem concluídas antes que uma eventual troca de controle se concretize
Um cliente, US$ 52 bilhões a menos: a saída inesperada que derrubou as ações da BlackRock; entenda o que aconteceu
No pregão da última terça-feira (15), as ações da gestora listadas na bolsa de Nova York chegaram a desabar 7% após a divulgação dos resultados
Para o BTG, venda da Santa Elisa mostra pressa da Raízen (RAIZ4) em ganhar eficiência
Analistas enxergam movimento simbólico na reestruturação da companhia e destacam impacto operacional além do financeiro
Usiminas (USIM5): Os seis motivos que explicam por que o Goldman Sachs rebaixou as ações — um deles tem a ver com a CSN (CSNA3)
As ações encerraram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de o banco rebaixar as ações citando a China e a CSN entre as razões
US$ 10 bilhões para mudar o mundo: Jeff Bezos escala veterano da Amazon para comandar fundo climático
Ex-chefe da divisão da assistente de voz Alexa na Amazon deixa a aposentadoria para liderar uma das apostas mais simbólicas do bilionário em seu “legado verde”
Entenda o que está em jogo para Nvidia e AMD com retomada de vendas para a China
Após a proibição imposta em 15 de abril, rumores sugerem que a licença para embarques de GPUs de IA à China pode ser retomada; Bank of America faz projeções para as ações das duas empresas
Heineken sobe preço da cerveja no Brasil e Ambev (ABEV3) brinda com alta das ações
Os papéis da gigante das bebidas surgem entre as maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira (16) na esteira da notícia de que a holandesa vai reajustar preços depois de um ano
Ações da Aura Minerals chegam a Wall Street, mas IPO fica abaixo da meta de US$ 210 milhões
A mineradora canadense desembarcou nesta quarta-feira (16) com as ações AUGO na bolsa norte-americana Nasdaq
Família Coelho Diniz abocanha mais uma fatia do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3); confira os detalhes
O movimento que eleva a participação da família para quase 18%; saiba como fica o cenário do controle acionário da varejista
Carteira ESG: sai Mercado Livre (MELI34), entra Rede D’Or (RDOR3); veja as escolhas do BTG que aliam lucro e sustentabilidade em julho
A seleção do BTG Pactual aposta em ativos com valuation atrativo e foco em temas ambientais, sociais e de governança — e traz novidades importantes para o investidor ESG neste mês
MRV (MRVE3) lidera as quedas do Ibovespa: o que desagradou os analistas na prévia operacional do 2T25?
Apesar da MRV&Co ter saído do vermelho, com geração de caixa no 2T25, outras linhas ofuscaram os pontos positivos da prévia operacional do segundo trimestre
Marfrig (MRFG3) concentra 75% das ações nas mãos dos controladores; saiba o que está por trás desse movimento
A mudança acontece um dia após a Previ, maior fundo de pensão do país, zerar sua posição histórica na BRF (BRFS3)
Raízen (RAIZ4) fecha negócio de R$ 1 bilhão na missão para reduzir sua dívida — São Martinho (SMTO3) é uma das envolvidas na transação
A Raízen anunciou que pretende descontinuar as atividades na Usina Santa Elisa. Para isso, fechou negócio para vender 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, e a São Martinho está entre os compradores
Agora vai? BRF e Marfrig remarcam (de novo) as assembleias de fusão. Entenda as críticas dos minoritários e o que esperar da votação
As assembleias gerais extraordinárias (AGE), que definem o futuro da combinação de negócios dos frigoríficos, serão realizadas no dia 5 de agosto
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3) vai distribuir R$ 330 milhões em proventos; confira os prazos
Telefônica vai distribuir proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio, com pagamento programado somente para próximo ano
Previ vende R$ 1,9 bilhão em ações da BRF (BRFS3) e zera posição de 30 anos; veja o que motivou o fundo de pensão
Vendas aconteceram ao longo da última semana, enquanto fundo trava uma disputa com a empresa na Justiça