🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Balanço dos investimentos

Bitcoin, ouro e dólar têm as maiores altas de maio, e o Ibovespa têm o pior desempenho do mês; veja o ranking dos melhores investimentos

Incertezas sobre o corte nos juros americanos, fraco desempenho da China, queda do petróleo e risco fiscal pesaram sobre os ativos de risco no mês

Ouro, dólar e bitcoin
Bitcoin, ouro e dólar: trio ocupou o pódio de melhores investimentos de maio. - Imagem: Shutterstock

Novamente os ativos de risco não tiveram refresco em maio, e o ranking dos melhores investimentos do mês acabou vendo alguns repetecos em relação a abril.

Desta vez, porém, o perdedor do mês passado voltou a ocupar a primeira posição: o bitcoin foi o campeão de maio, seguido de dois outros ativos que já haviam ocupado o pódio em abril: o ouro e o dólar, que fechou este mês na faixa dos R$ 5,25.

Quem ocupou o desonroso posto de pior investimento do mês desta vez, porém, foi a bolsa brasileira, representada no ranking pelo seu principal índice, o Ibovespa. O indicador caiu 3,04% em maio, fechando aos 122.098 pontos, e já acumula baixa de 9,01% em 2024.

  • Empiricus Educação libera curso gratuito de investimentos em ouro e dólar; acesse as aulas aqui

Em seguida, como seria de se esperar, vieram os títulos públicos prefixados e indexados à inflação de mais longo prazo, que também sofrem no acumulado do ano. Veja o ranking completo a seguir:

Os melhores investimentos de maio

InvestimentoRentabilidade no mêsRentabilidade no ano
Bitcoin12,47%72,62%
Ouro (GOLD11)2,88%21,64%
Dólar PTAX1,36%8,28%
Dólar à vista1,13%8,19%
Índice de Debêntures Anbima Geral (IDA - Geral)*1,01%4,65%
CDI*0,83%4,40%
Tesouro Selic 20270,81%4,54%
Tesouro Selic 20290,77%4,51%
Poupança antiga**0,54%2,81%
Poupança nova**0,54%2,81%
Tesouro IPCA+ 20290,22%-0,63%
IFIX0,02%2,14%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035-0,28%-2,56%
Tesouro Prefixado 2027-0,33%-
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040-0,55%-3,36%
Tesouro IPCA+ 2035-0,72%-4,89%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035-1,05%-
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055-1,43%-5,70%
Tesouro Prefixado 2031-1,59%-
Tesouro IPCA+ 2045-2,78%-8,72%
Ibovespa-3,04%-9,01%
(*) Até dia 29/05. (**) Poupança com aniversário no dia 28.
Todos os desempenhos estão cotados em real. A rentabilidade dos títulos públicos considera o preço de compra na manhã da data inicial e o preço de venda na manhã da data final, conforme cálculo do Tesouro Direto.
Fontes: Banco Central, Anbima, Tesouro Direto, Broadcast e Coinbase, Inc..

Incerteza sobre juros sacrificou ações e títulos públicos

O mês de maio foi marcado por decisões de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, que acabaram não tendo um efeito positivo sobre os investidores.

Por aqui, o Banco Central abandonou seu forward guidance e cortou a Selic em apenas 0,25 ponto percentual, em vez de 0,50 ponto, como havia sido indicado na reunião anterior.

Leia Também

Isso já era esperado pelo mercado, mas o que pegou mal mesmo foi o fato de que a decisão foi dividida, e os defensores do corte mais modesto e duro com a inflação foram justamente o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores mais antigos.

Os diretores indicados por Lula, incluindo aqueles cotados para suceder Campos Neto a partir do ano que vem, votaram a favor do maior corte, o que acendeu temores no mercado de que o novo comando do BC poderia ser mais leniente com a inflação.

A ata da reunião, no entanto, acabou mitigando esses temores, mostrando que, na verdade, os novos diretores temiam os possíveis efeitos de não cumprir o forward guidance.

Seja como for, fato é que o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) não deu sinalizações para a próxima reunião, devido às fortes incertezas em relação a quando será feito finalmente o corte de juros nos EUA e aos possíveis efeitos na economia (e na inflação) das fortes chuvas que acometeram o Rio Grande do Sul durante o mês, afetando seriamente a produção agropecuária no estado.

Pelo lado do Federal Reserve, o banco central americano, os juros foram mantidos. Mas o tom duro contra a inflação da ata da reunião do Fomc, o Copom deles, deu a entender que os juros por lá podem ficar altos por mais tempo que o esperado.

Agora, as maiores apostas para cortes de juros nos EUA se concentram em setembro e novembro, e ainda assim mostram que o mercado se encontra dividido.

A economia americana até deu sinais de arrefecimento neste mês, tanto na inflação quanto no emprego, mas os índices de preços ainda se mostram resilientes.

O cenário de aperto monetário combina-se com os temores em relação ao fiscal doméstico. Depois de o governo indicar em abril que não trabalhará mais com meta de superávit para o ano que vem, e sim de déficit zero novamente, neste mês alguns dados de arrecadação vieram abaixo do esperado pelo mercado, que vem perdendo a confiança no nível de responsabilidade fiscal do governo.

Esses fatores impulsionaram mais uma vez os juros futuros para cima, o que contribui para a queda das ações e dos títulos públicos prefixados e indexados à inflação, que se desvalorizam quando os juros sobem.

No Brasil, aliás, vimos as expectativas para a taxa básica de juros no fim do ano subirem mais uma vez. De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, os economistas agora esperam que a Selic termine o ano em 10%, isto é, ainda nos dois dígitos.

  • Ainda é possível ficar milionário com criptomoedas depois do Halving? Especialista afirma que sim, e basta começar com R$ 5 mil; veja mais detalhes clicando aqui.

Para a bolsa brasileira e o real, petróleo e China também pesam

A força ainda exibida pela economia americana, que continua a atrasar o possível movimento de corte de juros, impulsiona o dólar para cima, mesmo ante outras moedas fortes, além de pesar sobre os preços do petróleo.

Cotada na moeda americana, a commodity fica mais cara para os consumidores cuja moeda não é o dólar, o que enfraquece a demanda e, consequentemente, joga seu preço para baixo.

Além disso, a política de juros altos por mais tempo afeta até mesmo a demanda pela commodity nos Estados Unidos. Os estoques americanos de petróleo surpreenderam para cima neste mês, o que foi outro fator a pressionar o preços do barril.

A cotação do óleo tipo Brent, que serve de referência internacional, recuou quase 8% no mês, enquanto o barril do WTI, referência do mercado americano, caiu mais de 6,5%.

Com isso, as petroleiras na bolsa brasileira caíram forte, incluindo a Petrobras (PETR4), que tem grande peso no Ibovespa. As ações acumulam perda de mais de 3% em maio.

A estatal, aliás, passou por fortes emoções neste mês, com a demissão de Jean Paul Prates do cargo de presidente e a indicação de Magda Chambriard para seu lugar, reacendendo os temores de intervenção do governo, sobretudo na política de preços de combustíveis e dividendos.

Para além do dólar mais forte globalmente, o real também se enfraqueceu, simultaneamente, diante de dados econômicos mais fracos na China, o que pesa sobre a demanda dos produtos de exportação brasileiros.

As maiores altas do Ibovespa em maio

EmpresaCódigoDesempenho no mês
JBSJBSS323,04%
MarfrigMRFG319,37%
VamosVAMO314,06%
BRFBRFS310,07%
EngieEGIE39,03%
EmbraerEMBR38,64%
HapvidaHAPV37,32%
CPFL EnergiaCPFE36,90%
AllosALOS36,12%
Rede D'OrRDOR35,62%
Fonte: B3/Broadcast

As maiores quedas do Ibovespa em maio

EmpresaCódigoDesempenho no mês
IRBIRBR3-25,71%
PetzPETZ3-20,38%
YduqsYDUQ3-17,00%
SuzanoSUZB3-16,70%
3R PetroleumRRRP3-14,92%
Lojas RennerLREN3-14,42%
CognaCOGN3-14,29%
PRIOPRIO3-13,31%
LocalizaRENT3-12,85%
CarrefourCRFB3-11,19%
Fonte: B3/Broadcast

Ouro continua o movimento de alta visto no ano

O ouro, por sua vez, prosseguiu seu movimento de valorização no ano. A expectativa de que os juros americanos sejam cortados em algum momento em breve desencadeou esse movimento de alta, que não tem arrefecido nem mesmo com os seguidos adiamentos na expectativa de início para os cortes.

Ainda que as taxas se mantenham elevadas – o que torna os títulos do Tesouro americano mais atrativos que o metal precioso, que não paga juros –, o ouro segue se valorizando, diante da perspectiva de que os juros não devem mais subir na Terra do Tio Sam, mas com os índices de preços ainda pressionados por lá.

A commodity metálica, assim, vem assumindo seu papel de proteção contra a inflação, reforçado pelos conflitos geopolíticos e guerras potencialmente inflacionárias em curso hoje no mundo – as tensões entre China e EUA, a guerra da Ucrânia e a guerra em Gaza.

VEJA TAMBÉM: FED ‘VAI PAGAR PRA VER’ ANTES DE CORTAR JUROS NOS EUA?

Bitcoin é contagiado pela euforia do Ethereum

O bitcoin também teria seus motivos para segurar as altas, uma vez que o mercado cripto também não costuma gostar de juros altos no mundo e sem perspectivas claras de cair.

Porém, esse mercado foi marcado por um acontecimento importante em maio, a aprovação dos primeiros ETFs (fundos de índice) de Ethereum spot (à vista) nos EUA.

Assim como acontecia com os ETFs de bitcoin, os ETFs de ETH só podiam investir em contratos futuros da segunda maior criptomoeda do mundo. Agora, os ETFs de ETH à vista obrigam os gestores dos fundos a de fato comprar Ethereum, o que amplia a demanda, e consequentemente os preços, nesse mercado.

A aprovação impulsionou os preços do Ethereum da mesma forma que os preços do bitcoin subiram após a aprovação dos ETFs de BTC spot. O ETH terminou o mês em alta de 27%, na faixa dos US$ 3.700, quase R$ 20 mil.

Esse sinal de maior profissionalização e institucionalização do mercado cripto, uma vez que grandes investidores institucionais podem investir nesses ETFs, impulsionou os preços dos criptoativos como um todo, incluindo o do BTC, que termina o mês cotado na faixa dos US$ 67 mil, mas no melhor momento de maio chegou a passar de US$ 71 mil.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Inflação, Livro Bege, G20 e PIB chinês; confira os indicadores mais importantes da semana

14 de julho de 2025 - 7:03

Com o mercado ainda digerindo as tarifas de Trump, dados econômicos movimentam a agenda local e internacional

ANÁLISE

É improvável que tarifa de 50% dos EUA às importações brasileiras se torne permanente, diz UBS WM

13 de julho de 2025 - 17:03

Para estrategistas do banco, é difícil justificar taxação anunciada por Trump, mas impacto na economia brasileira deve ser limitado

'FRUSTRAÇÃO'

Bolsonaro é a razão da tarifa mais alta para o Brasil, admite membro do governo dos EUA — mas ele foge da pergunta sobre déficit comercial

13 de julho de 2025 - 13:46

Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, falou em “frustração” de Trump em relação à situação do ex-presidente Jair Bolsonaro ante a Justiça brasileira, mas evitou responder sobre o fato de os EUA terem superávit comercial com o Brasil

LOTERIAS

Sem milionários, só Lotofácil fez ganhadores neste sábado (12); Mega-Sena acumula em R$ 46 milhões. Veja resultados das loterias

13 de julho de 2025 - 9:53

Lotofácil fez quatro ganhadores, que levaram R$ 475 mil cada um. Prêmio da +Milionária agora chega a R$ 128 milhões

BOMBOU NO SD

Banco do Brasil (BBAS3), ataque hacker, FII do mês e tarifas de 50% de Trump: confira as notícias mais lidas da semana

12 de julho de 2025 - 18:10

Temas da semana anterior continuaram emplacando matérias entre as mais lidas da semana, ao lado do anúncio da tarifa de 50% dos EUA ao Brasil

GUERRA COMERCIAL

Tarifas de Trump podem afastar investimentos estrangeiros em países emergentes, como o Brasil

12 de julho de 2025 - 14:36

Taxação pode ter impacto indireto na economia de emergentes ao afastar investidor gringo, mas esse risco também é limitado

OLHO POR OLHO?

Lula afirma que pode taxar EUA após tarifa de 50%; Trump diz que não falará com brasileiro ‘agora’

12 de julho de 2025 - 11:28

Presidente brasileiro disse novamente que pode acionar Lei de Reciprocidade Econômica para retaliar taxação norte-americana

MOTIVAÇÕES POLÍTICAS

Moody’s vê estatais como chave para impulsionar a economia com eleições no horizonte — e isso não será bom no longo prazo

11 de julho de 2025 - 19:30

A agência avalia que, no curto prazo, crédito das empresas continua sólida, embora a crescente intervenção política aumenta riscos de distorções

TRUMP VS. EMERGENTES

O UBS WM reforça que tarifas de Trump contra o Brasil terão impacto limitado — aqui estão os 4 motivos para o otimismo

11 de julho de 2025 - 17:25

Na última quarta-feira (9), o presidente dos EUA anunciou uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, que devem entrar em vigor em 1º de agosto

APÓS ESCÂNDALO

Governo vai abrir crédito de R$ 3 bilhões para ressarcir vítimas da fraude do INSS; confira como vai funcionar o reembolso

11 de julho de 2025 - 14:01

Entre os R$ 3 bilhões em crédito extraordinário, R$ 400 milhões vão servir para ressarcir as vítimas em situação de vulnerabilidade e que não tenham questionado os valores descontados

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Trump é a maior fonte de imprevisibilidade geopolítica e econômica da atualidade — e quem diz isso pode surpreender

11 de julho de 2025 - 7:02

Gustavo Loyola, ex-presidente do BC, falou com exclusividade ao Seu Dinheiro sobre a imposição, por Donald Trump, da sobretaxa de 50% às exportações brasileiras para os EUA

SEM ENDEREÇO CERTO

De Galípolo para Haddad: a carta do presidente do BC ao ministro da Fazenda deixa alerta sobre inflação

10 de julho de 2025 - 18:59

Embora Galípolo tenha reforçado o compromisso com a convergência, foi o que ele não disse que chamou atenção

GUERRA COMERCIAL

O Brasil pode escapar dos impactos das tarifas de Trump: economista-chefe da ARX revela estratégias — e diz por que a retaliação não é uma delas

10 de julho de 2025 - 16:06

Segundo Gabriel Barros, Lula teria uma série de opções estratégicas para mitigar os efeitos negativos dessa medida sobre a economia; confira a visão do especialista

DISPUTA INTERNACIONAL, CRISE INTERNA

Tarifa de Trump sobre produtos do Brasil acirra guerra política: PT mira Eduardo Bolsonaro, e oposição culpa Lula e STF

10 de julho de 2025 - 13:48

Sobretaxa de 50% vira munição em Brasília; governo estuda retaliação e Eduardo, nos EUA, celebra medida como resposta ao ‘autoritarismo do STF’

O QUE ESPERAR AGORA?

Trump cortou as asinhas do Brasil? Os efeitos escondidos da tarifa de 50% chegam até as eleições de 2026

10 de julho de 2025 - 13:41

A taxação dos EUA não mexe apenas com o volume de exportações brasileiras, mas com o cenário macroeconômico e político do país

E AGORA, GALÍPOLO?

Dólar disparou, alerta de inflação acendeu: tarifa de Trump é cavalo de troia que Copom terá que enfrentar

10 de julho de 2025 - 13:07

Depois de meses de desvalorização frente ao real, o dólar voltou a subir diante dos novos riscos comerciais para o Brasil e tende a pressionar os preços novamente, revertendo o alívio anterior

BC PRESSIONADO

Meta de inflação de 3% é plausível para o Brasil? Veja o que dizem economistas sobre os preços que não cedem no país

10 de julho de 2025 - 9:39

Com juros nas alturas e IPCA a 5,35%, o Banco Central se prepara para mais uma explicação oficial, sem a meta de 3% no horizonte próximo

LOTERIAS

Lotofácil, Quina e Dupla Sena dividem os holofotes com 8 novos milionários (e um quase)

10 de julho de 2025 - 7:01

Enquanto isso, começa a valer hoje o reajuste dos preços para as apostas na Lotofácil, na Quina, na Mega-Sena e em outras loterias da Caixa

PEGOU MAL PRA QUEM?

De Lula aos representantes das indústrias: as reações à tarifa de 50% de Trump sobre o Brasil

9 de julho de 2025 - 20:15

O presidente brasileiro promete acionar a lei de reciprocidade brasileira para responder à taxa extra dos EUA, que deve entrar em vigor em 1 de agosto

NÃO ESCAPAMOS

Tarifa de 50% de Trump contra o Brasil vem aí, derruba a bolsa, faz juros dispararem e provoca reação do governo Lula

9 de julho de 2025 - 17:18

O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5%, enquanto o dólar para agosto renovou máxima a R$ 5,603, subindo mais de 2%

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar