Harmonia com Haddad, meta de inflação e desafios do BC: as primeiras declarações públicas de Gabriel Galípolo como sucessor de Campos Neto
Galípolo, que teve seu nome aprovado pelo Senado Federal na semana passada para assumir o Banco Central, participou do Itaú BBA Macro Vision

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, falou publicamente pela primeira vez nesta segunda-feira (14) após ter seu nome aprovado pelo Senado Federal na semana passada para assumir a autoridade monetária no próximo ano.
O economista participou do Itaú BBA Macro Vision 2024, em São Paulo, logo após a entrevista dada no mesmo fórum pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em sua fala, Gabriel Galípolo citou surpresa com o crescimento econômico e reforçou o compromisso do BC com a meta de inflação.
Ele também falou sobre a posição mais cautelosa do BC em relação à política monetária e elogiou a “obstinação” de Haddad.
Confira as principais declarações do diretor do BC e os tópicos que ele abordou:
“O crescimento segue surpreendendo, apesar do patamar mais restrito”
O futuro presidente do BC disse que o dinamismo da atividade econômica, mesmo com uma taxa de juros restritiva, tem chamado a atenção do Comitê de Política Monetária (Copom).
Leia Também
Ele ressaltou que, nos últimos anos, tem sido comum os analistas aumentarem ao longo do tempo as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Galípolo comparou esse fenômeno ao GPS de um aplicativo de transporte. "Ao longo do trânsito, conforme o aplicativo de trânsito ia recalculando o tempo estimado, eu fui pensando como aquilo é um pouco parecido com as nossas projeções de crescimento ao longo dos últimos anos", afirmou, citando seu próprio deslocamento para a palestra.
"Após várias surpresas sucessivas, acabamos fazendo essa mudança relevante do hiato para um campo positivo", afirmou, referindo-se à revisão da estimativa de hiato que apareceu no último ciclo de comunicações do Copom.
Galípolo mencionou a robustez do mercado de trabalho como um dos fatores que indicam esse hiato positivo. Na avaliação dele, as medições de inflação corrente, como o IPCA, parecem refletir algum impacto desse dinamismo da economia.
- Leia também: Robô criado por economista para buscar R$ 680 de lucro por dia, em média, será relançado
Galípolo: “Variáveis econômicas explicam mais a desancoragem das expectativas”
Durante o Macro Vision, Gabriel Galípolo avaliou que a desancoragem das expectativas de inflação está associada ao forte crescimento da economia, e não a uma percepção no mercado de ruptura após a sucessão na instituição.
Ele disse que as expectativas de inflação continuam desancoradas para os padrões do BC. Afirmou, porém, que tem dificuldade de encontrar sinais de risco de descontinuidade quando olha para as expectativas, tanto as implícitas quanto as de mercado.
O diretor afirmou que tende a avaliar as revisões de expectativas como sendo relacionadas à atividade econômica, que cresce acima da capacidade, e a variáveis que influenciam o crescimento, como política fiscal, crédito, questões climáticas e câmbio.
"Isso dá mais conta de explicar a questão das expectativas", pontuou Galípolo.
Mais uma vez, ele defendeu que o BC não tenha voto na fixação da meta de inflação no Conselho Monetário Nacional (CMN). Assim, a meta é um "não tema" para um diretor do BC.
Cabe à instituição apenas colocar a taxa de juros em patamar restritivo o suficiente, e pelo tempo suficiente, para levar a inflação à meta, reiterou.
“Dada a volatilidade, estamos dependentes de dados e mais reativos”
O economista reforçou que a instituição, que vai presidir a partir de janeiro, segue dependente de dados e reativa, em função das surpresas econômicas.
Ao elencar os elementos que levaram o BC a uma posição mais conservadora, Galípolo citou o hiato positivo, o mercado de trabalho apertado, as surpresas com o crescimento econômico e o real mais desvalorizado.
"Tudo isso a gente elencou, e estamos olhando, mas no fim do dia, dada a volatilidade, estamos dependentes de dados e mais reativos", disse o diretor ao responder a uma pergunta sobre a taxa terminal do ciclo de alta dos juros.
Gabriel Galípolo disse que transparência, de modo a eliminar interpretações erradas sobre as decisões do BC, é um dos principais desafios. "Parte do ruído sobre BC e política monetária se deve a alguma opacidade na comunicação."
- SD Select e Market Makers reúnem especialistas em economia para evento gratuito sobre eleições americanas; garanta sua vaga clicando aqui
“Haddad vem reforçando essa visão de que a política fiscal e monetária devem trabalhar em harmonia, dois braços do mesmo corpo”
Gabriel Galípolo disse ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem demonstrado "obstinação" na busca por uma política fiscal transparente, sustentável e socialmente justa e tem "clareza" do que precisa ser feito na seara fiscal.
"Desde o início, o ministro Fernando Haddad vem reforçando essa visão de que a política fiscal e monetária devem trabalhar em harmonia, dois braços do mesmo corpo, como ele sempre cita. E acho que existe bastante clareza, na visão dele, sobre o diagnóstico e o que precisa ser feito, isso está bastante claro na agenda da Fazenda", afirmou o diretor.
Ele, que foi secretário-executivo da Fazenda na gestão Haddad, antes de ter sido indicado ao BC, afirmou que as "dores" em relação à política fiscal têm a ver com o fato de que a dinâmica da política impede com que notícias positivas sejam produzidas na velocidade que o mercado demanda. A ausência das notícias, ele disse, acaba gerando ceticismo.
“O Banco Central tem uma meta e a função de reação do Banco Central vai sempre se dar pela persecução da meta”
O futuro presidente repetiu, ainda, o compromisso de que o BC vai buscar o centro da meta de inflação, de 3%, com os instrumentos à sua disposição.
"O Banco Central tem uma meta e a função de reação do Banco Central vai sempre se dar pela persecução da meta, e essa persecução da meta pode ser feita com mais ou menos custo, a depender de uma série de variáveis que o Banco Central às vezes não tem controle", disse.
Ele acrescentou que, pelo lado da Fazenda, a gestão das contradições entre expectativas é mais complexa do que no caso da política monetária.
"Mas, conhecendo o meu amigo Haddad, ele é a pessoa vocacionada, a carreira dele o vocacionou para ser essa pessoa que encarna a produção de sínteses", afirmou.
Atuação do BC no câmbio
O diretor de Política Monetária do Banco Central disse ainda que a afirmação de que a autarquia só intervém no mercado de câmbio em momentos de disfuncionalidade foi "mal interpretada", em um período de "excepcionalidade", como um sinal de que não haveria interferências em caso de uma desvalorização do real.
"A gente depois, inclusive, e o Roberto Campos Neto [atual presidente do BC] puxou isso, veio adequando a comunicação para dizer que não há nenhuma mudança do ponto de vista de institucionalidade do consumo desses dados e da lógica de atuação", afirmou.
O diretor reiterou que o regime de câmbio do Brasil é flutuante e que a taxa serve como um amortecedor para eventuais choques.
A atuação do BC, ele repetiu, ocorre dentro de uma institucionalidade e exclusivamente por problemas de liquidez ou excesso de volatilidade, sem perseguir nenhum nível de câmbio.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
Um destino improvável surge ‘do nada’ como o mais almejado por turistas de todo o mundo em 2026
Relatório da Expedia, da Hotels.com e da Vrbo revela as tendências para 2026 com base nos interesses manifestados por viajantes para o ano que vem
Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS final 3; valor médio é de R$ 683,42
Programa do governo federal alcança 18,9 milhões de famílias em outubro, com desembolso de R$ 12,88 bilhões
Mega-Sena segue encalhada e prêmio chega a R$ 85 milhões; Quina pode pagar mais que a +Milionária hoje
A Mega-Sena é o carro-chefe das loterias da Caixa. Ela está encalhada há seis sorteios, mas só voltará à cena amanhã.
Lotofácil volta ao normal e faz os 2 primeiros milionários da semana
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta quarta-feira (22) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3519
Entre Trade Tarcísio e risco fiscal: com eleições no horizonte, Nord Investimentos revela como ajustar a sua carteira
A gestora avalia que a expansão nos gastos dos governos é um movimento global, mas você pode conseguir lucrar com isso — inclusive na bolsa brasileira
Tudo por uma esmeralda: pedra de R$ 2 bilhões aguarda leilão escondida em um bunker em São Paulo
Encontrada na Bahia, uma das maiores esmeraldas já descobertas no país está sob forte esquema de segurança e ainda espera um comprador disposto a pagar ao menos R$ 105 milhões
Outra Ambipar (AMBP3) no radar? Sócia-fundadora da Nord Investimentos avisa: “Se não houver mudança na política econômica, haverá crise no setor de crédito privado”
Já para o sócio Caio Zylbersztajn, o crédito privado é a classe com maior nível de preocupação, e mesmo em um cenário de queda de juros, ainda há riscos de calote
Alternativa ao IOF: Casa Civil deve entregar 2 PLs ao Congresso após MP ser derrubada, diz Haddad
Um PL enviado ao Congresso seria de revisão de despesas e outro de aumento de arrecadação, com taxação de bets e fintechs.
Como criminosos conseguiram fugir com mais de R$ 40 milhões sem que ninguém percebesse
No domingo (19), hackers invadiram o sistema da Diletta, uma prestadora de serviços financeiros brasileira, e drenaram mais de R$ 40 milhões
O famoso parque de diversões brasileiro que desbancou a Disney e está entre os melhores do mundo
Beto Carrero World supera os parques da Disney e conquista o 2º lugar entre os melhores do mundo, segundo o ranking Travelers’ Choice Awards 2025 do TripAdvisor
Do laboratório ao bar: como funciona o ‘nariz eletrônico’ que promete detectar metanol em bebidas alcoólicas
Com precisão de 98% e análise em até 60 segundos, tecnologia desenvolvida na UFPE promete ajudar a combater as adulterações em bebidas alcoólicas
Precisa reformar sua casa? Veja se você tem direito a empréstimo do programa do governo Reforma Casa Brasil
Quem tem renda acima de R$ 9,6 mil terá linha de crédito específica, de R$ 10 bilhões e disponibilizada pela Caixa, para fazer adequações de acessibilidade e reformas estruturais em suas casas; veja detalhes
CNH sem autoescola: quanto vai custar para tirar a habilitação se a nova proposta vingar
Com a proposta da CNH sem autoescola, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país
Até tu, Lotofácil? Loterias da Caixa encalham e atenções se voltam para prêmio enorme na Mega-Sena
É incomum, mas até a Lotofácil iniciou a semana encalhada; Quina, Lotomania, Dupla Sena e Super Sete também acumularam na segunda-feira (20)
Bolsa Família paga hoje (21) beneficiários com NIS final 2
Os pagamentos de outubro do Bolsa Família continuam nesta terça-feira (21), com o depósito destinado aos beneficiários com Número de Identificação Social (NIS) final 2. O cronograma segue até o dia 31 de outubro, sempre de acordo com o último dígito do NIS, conforme o calendário da Caixa Econômica Federal. Os primeiros pagamentos começaram na […]
Outra marca de azeite cai na mira da Anvisa. Veja todas as marcas proibidas pelo governo — e descubra como evitar os produtos irregulares
A decisão proíbe a fabricação, venda, distribuição, importação, divulgação e consumo de todos os lotes de azeite desta marca. Veja qual é
O jogo das terras raras: tensões entre China e EUA voltam a agitar o comércio global
Restrição de exportações, corrida por licenças e alta nas ações do setor expõem a nova frente da disputa estratégica entre as duas maiores economias do mundo
Em meio a roubo de joias históricas do Museu do Louvre, a peça principal ficou para trás; veja o que foi levado
Criminosos invadiram o Museu do Louvre e levaram oito joias da coroa francesa, em um dos maiores roubos da história; o diamante Régent, avaliado em US$ 60 milhões, ficou para trás
Petrobras (PETR4) dá alívio para o bolso dos motoristas e anuncia redução de 4,9% no preço da gasolina
Segundo estimativas de mercado, a estatal tinha margem para reduzir entre 5% e 10% o preço da gasolina
Trump cobra que China volte a comprar soja norte-americana, exigência para negociações sobre tarifas
O republicano exige que a China retome importações de soja e diz manter boas relações com o país; China admite desaceleração econômica