Apesar do “passado de alcoólatra”, Brasil tem condições de retomar grau de investimento, diz André Esteves, do BTG
Para o sócio do banco, o Brasil deve ser cauteloso e realista, mas há possibilidade de subir de nota de crédito e ainda surfar os conflitos geopolíticos atuais

Há um ano, André Esteves, sócio do BTG Pactual, alertava sobre os riscos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para o “Brasil alcoólatra momentaneamente curado”. Hoje, porém, o tema das discussões na CEO Conference 2024 é outro: o potencial do país de retomar o grau de investimento.
“Nós temos um passado de alcoólatra, então temos que ser cautelosos e realistas. Acredito que a gente ainda tem que construir um futuro, mas nada indica que o Brasil não possa retomar o grau de investimento”, disse Esteves, durante painel no evento do BTG.
Vale lembrar que, no fim de 2023, a S&P Global elevou o rating do Brasil para BB, com perspectiva estável. A mudança foi feita logo após a aprovação da reforma tributária e deixou o país a dois degraus do grau de investimento.
Em julho do ano passado, a Fitch Ratings também havia elevado a nota de crédito do Brasil para BB, com perspectiva estável — deixando o país, na classificação da agência, um degrau mais perto do grau de investimento.
Na visão do banqueiro, o Brasil não enfrenta um problema fiscal estrutural, mas sim de produtividade. “É relativamente mais simples para se equilibrar”, ressalta.
“O Brasil vai ter déficit nominal esse ano em relação ao PIB menor do que o americano”, afirma. “Isso não é muito diferente de muitos países europeus.”
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O fiscal do Brasil na visão de André Esteves
Segundo André Esteves, o Brasil tem um gasto muito alto, enquanto ainda conta com uma arrecadação tributária também elevada — sendo que o ideal seria reduzir ambos os patamares.
Para o executivo, as medidas recentes do governo — incluindo a retirada de subvenções e subsídios — fazem o Brasil caminhar para um resultado fiscal mais moderado mesmo após a ampliação de gastos.
Segundo o sócio do BTG, existe um falso dilema que circula no mundo político de que “gasto é vida”. “Na verdade, gasto é morte. Não existe melhor argumento do que os fatos. Se a gente gastar mais do que ganha, não vai ser um final feliz.”
Nesse sentido, Esteves ainda destaca a importância das falas recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a meta fiscal.
Também no evento do BTG, Haddad afirmou que “o Banco Central fez o máximo para perseguir a meta de inflação, assim como a Fazenda deve fazer o máximo para atingir a meta fiscal”.
Para André Esteves, o Brasil ainda deve manter uma postura neutra em relação aos conflitos geopolíticos atuais — seja em relação à disputa entre China e Estados Unidos ou frente à crise no Oriente Médio.
“Todo grande deslocamento geopolítico gera vencedores e perdedores. A situação atual é muito ruim para a produtividade global, mas é positiva para o Brasil. A gente deve aproveitar nesse momento a nossa posição de neutralidade, com as nossas potencialidades, e continuar abertos não só ao comércio, como ao investimento.”
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