Um belo crescimento econômico mesmo em condições monetárias restritivas: haverá recessão nos Estados Unidos?
O cenário atual aponta para uma normalização econômica acompanhada em forma de uma desaceleração organizada, o que historicamente tende a ser favorável para ativos de risco

Os mercados internacionais seguem avançando de forma moderada nesta semana, dando continuidade à tendência positiva observada recentemente.
No centro desse movimento está a expectativa crescente de que os países desenvolvidos iniciem um ciclo de redução das taxas de juros, o que pode redistribuir recursos pelos mercados globais.
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? Enzo Pacheco participa de entrevista no SD Select e libera uma carteira gratuita com 10 ações americanas para comprar agora. Clique aqui e acesse.
O Simpósio Econômico anual de Jackson Hole, promovido pelo Federal Reserve em Wyoming, proporcionou a Jerome Powell, presidente do Fed, a oportunidade de sinalizar o momento ideal para começar os cortes nas taxas de juros.
Em seu discurso na última sexta-feira, Powell foi claro ao afirmar que, diante da desaceleração constante da inflação durante o verão, após um começo de ano desafiador, e com o objetivo de apoiar um mercado de trabalho em enfraquecimento, o Fed está pronto para implementar o primeiro corte de juros desde março de 2020 na próxima reunião de política monetária, que ocorrerá em setembro.
Embora o discurso de Powell não tenha trazido grandes novidades, ele consolidou as expectativas de cortes nas taxas de juros, deixando em aberto a questão de se a redução será de 25 ou 50 pontos-base. Meu entendimento é que possam ocorrer entre dois e três cortes de 0,25 ponto percentual ainda este ano.
Nesse cenário, torna-se essencial acompanhar atentamente os dados do Produto Interno Bruto (PIB), que serão divulgados na quinta-feira, e o índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE) de julho, a ser divulgado na sexta-feira.
Leia Também
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Se esses indicadores ficarem abaixo do esperado, a probabilidade de um corte mais agressivo de 50 pontos-base pode aumentar. Esse panorama é apoiado pela convergência da inflação, conforme medido pelo PCE, que reforça a necessidade de ajustes nas taxas de juros.
É importante destacar que a fase final do processo de redução da inflação para atingir a meta estabelecida tem se mostrado particularmente desafiadora, em grande parte devido ao forte aquecimento da economia americana.
- Investimento em BDRs permite buscar lucros dolarizados com ações gringas, sem sair da bolsa brasileira. Analista libera para SD Select os 10 melhores papéis para comprar agora
Por que uma recessão é improvável?
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o Federal Reserve de Atlanta revisou suas projeções através do modelo GDPNow.
Com a deterioração dos indicadores do mercado imobiliário, a estimativa de crescimento econômico para o terceiro trimestre foi revisada de 2,9% no início da semana passada para 2% na última sexta-feira.
Apesar dessa revisão para baixo, o crescimento projetado ainda é significativo, o que fortalece minha crença de que uma recessão nos próximos meses é improvável.
É impressionante que, mesmo com uma política monetária restritiva, o crescimento econômico continue sólido. Esse desempenho é, em parte, resultado do aumento nos gastos públicos.
Governos ao redor do mundo acumularam volumes consideráveis de dívida ao implementarem pacotes de estímulo econômico em resposta à pandemia de Covid-19.
Até o momento, esse crescimento no endividamento não provocou crises de sustentabilidade da dívida, como aquelas que a Europa enfrentou há cerca de uma década, mas a situação não deixa de ser preocupante.
Nos Estados Unidos, em particular, o déficit em relação ao PIB atinge patamares historicamente elevados para um período de expansão econômica.
Isso é alarmante, pois, em caso de uma recessão, o governo seria forçado a aumentar ainda mais seus gastos. Embora os EUA possuam uma forte credibilidade fiscal, é essencial que mantenham um nível adequado de responsabilidade orçamentária.
Aliás, a leve redução de despesas observada neste ano está longe de ser suficiente para lidar com os desafios futuros (o déficit continua crescendo), mas já sinaliza possível futura desaceleração econômica.
De qualquer forma, como mencionado anteriormente, a probabilidade de uma recessão no curto prazo parece pouco provável.
Essa visão é corroborada pela análise do Goldman Sachs, que inicialmente havia estimado uma chance de 25% de recessão nos próximos 12 meses após a divulgação do Payroll. No entanto, com base nos dados mais recentes sobre vendas no varejo, essa previsão foi revisada para 20%.
Além disso, uma nova leitura do PIB do segundo trimestre está programada para os próximos dias, e, embora não deva apresentar grandes novidades, continua sendo relevante, devendo confirmar um crescimento anualizado de 2,8%.
O cenário atual aponta para uma normalização econômica acompanhada em forma de uma desaceleração organizada, o que historicamente tende a ser favorável para ativos de risco.
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês
Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade
Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Sem alarde: Discretamente, China isenta tarifas de certos tipos de chips feitos nos EUA
China isentou tarifas de alguns semicondutores produzidos pela indústria norte-americana para tentar proteger suas empresas de tecnologia.