Rodolfo Amstalden: Falta de consenso dentro da pequena área é pênalti
Essa situação de falta de consenso costuma demarcar os preâmbulos de grandes direcionamentos do fluxo de capital global

Ibovespa cai -5% desde o início do ano, enquanto o dólar sobe +2% contra o real.
Qualquer pessoa que acompanhe minimamente o terminal Bloomberg vai lhe explicar que o repique dos yields dos Treasuries deu uma azedada no clima.
Ainda que o mercado tenha ensaiado um direcionamento dovish ao fim do ano passado, a distribuição dos palpites sobre corte de juros nos EUA segue totalmente errática.
Tem gente séria acreditando em 50 bps de corte já em 20 de março e gente seríssima apostando em um primeiro ajuste só na reunião de 7 de novembro.
Ou seja, ninguém faz ideia.
De olho nos cenários econômicos
Sobre China, Rogério Xavier tem pesadelos, Luis Stuhlberger acredita em uma desaceleração moderada e a Gavekal está mandando comprar a "oportunidade do século", com bolsa chinesa negociando a 8x lucros.
Leia Também
O salvador da pátria para a Raízen, e o que esperar dos mercados hoje
Felipe Miranda: Um conto de duas cidades
Mas a história não para por aí.
Em paralelo ao cenário internacional, carregamos nossas próprias culpas.
Afinal, o primeiro ano do Governo Lula fechou com um déficit primário de -2,12% do PIB, pior do que o prometido, deixando em xeque a meta fiscal de 2024-26.
Ao mesmo tempo, sob uma ótica de comparação com pares, vários outros mercados emergentes caíram tanto ou mais do que Brasil neste início de ano.
África do Sul perde -6% em dólar.
Coreia do Sul derrete -9%.
- Leia também: Rodolfo Amstalden: Velha Roupa Vermelha
Existem problemas fiscais por lá também?
Bem, o fiscal está deixando a desejar no mundo inteiro, é um vício sistêmico disfarçado de intrínseco.
Mas não acho que o dinheiro está saindo dos emergentes por conta do fiscal.
Tem gente vendendo Ásia para comprar Brasil + México, tem gente vendendo Brasil para comprar big techs americanas, e tem gente vendendo big techs pra voltar para uma Ásia a preço de barganha.
Vai entender…
- PODCAST TOUROS E URSOS - O ano das guerras, Trump rumo à Casa Branca e China mais fraca: o impacto nos mercados
Falta de consenso e volatilidade
Essa situação de falta de consenso costuma demarcar os preâmbulos de grandes direcionamentos do fluxo de capital global (pode ser para o bem ou para o mal).
Vamos cada um para um lado até que, de repente, estão todos indo para o mesmo lugar.
De certa forma, é uma surpresa que tamanha dispersão esteja acontecendo neste início de 2024.
Até pouco tempo atrás, o ano prometia um cenário mais inteligível, no sentido de que os intervalos de confiança para os principais eventos "mapeáveis" pareciam mais bem delineados.
No entanto, esses intervalos ganharam amplitude.
É como se a volatilidade de fora da caixa tivesse sido remanejada para dentro da caixa; ela foi movida de lugar, mas não foi resolvida.
Não é um ano de "unknown unknowns" como foi 2023, mas pode ser um ano de "known unknowns" bastante desafiador.
Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor
Qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida pela indefinição em relação ao futuro
Cada um tem seu momento: Ibovespa tenta manter o bom momento em dia de pacote de Lula contra o tarifaço
Expectativa de corte de juros nos Estados Unidos mantém aberto o apetite por risco nos mercados financeiros internacionais
De olho nos preços: Ibovespa aguarda dados de inflação nos Brasil e nos EUA com impasse comercial como pano de fundo
Projeções indicam que IPCA de julho deve acelerar em relação a junho e perder força no acumulado em 12 meses
As projeções para a inflação caem há 11 semanas; o que ainda segura o Banco Central de cortar juros?
Dados de inflação no Brasil e nos EUA podem redefinir apostas em cortes de juros, caso o impacto tarifário seja limitado e os preços continuem cedendo
Felipe Miranda: Parada súbita ou razões para uma Selic bem mais baixa à frente
Uma Selic abaixo de 12% ainda seria bastante alta, mas já muito diferente dos níveis atuais. Estamos amortecidos, anestesiados pelas doses homeopáticas de sofrimento e pelo barulho da polarização política, intensificada com o tarifaço
Ninguém segura: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de balanços e dados de inflação, mas tarifaço segue no radar
Enquanto Brasil trabalha em plano de contingência para o tarifaço, trégua entre EUA e China se aproxima do fim
O que Donald Trump e o tarifaço nos ensinam sobre negociação com pessoas difíceis?
Somos todos negociadores. Você negocia com seu filho, com seu chefe, com o vendedor ambulante. A diferença é que alguns negociam sem preparo, enquanto outros usam estratégias.
Efeito Trumpoleta: Ibovespa repercute balanços em dia de agenda fraca; resultado da Petrobras (PETR4) é destaque
Investidores reagem a balanços enquanto monitoram possível reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin
Ainda dá tempo de investir na Eletrobras (ELET3)? A resposta é sim — mas não demore muito
Pelo histórico mais curto (como empresa privada) e um dividendo até pouco tempo escasso, a Eletrobras ainda negocia com um múltiplo de cinco vezes, mas o potencial de crescimento é significativo
De olho no fluxo: Ibovespa reage a balanços em dia de alívio momentâneo com a guerra comercial e expectativa com Petrobras
Ibovespa vem de três altas seguidas; decisão brasileira de não retaliar os EUA desfaz parte da tensão no mercado
Rodolfo Amstalden: Como lucrar com o pegapacapá entre Hume e Descartes?
A ocasião faz o ladrão, e também faz o filósofo. Há momentos convidativos para adotarmos uma ou outra visão de mundo e de mercado.
Complicar para depois descomplicar: Ibovespa repercute balanços e início do tarifaço enquanto monitora Brasília
Ibovespa vem de duas leves altas consecutivas; balança comercial de julho é destaque entre indicadores
Anjos e demônios na bolsa: Ibovespa reage a balanços, ata do Copom e possível impacto de prisão de Bolsonaro sobre tarifaço de Trump
Investidores estão em compasso de espera quanto à reação da Trump à prisão domiciliar de Bolsonaro
O Brasil entre o impulso de confrontar e a necessidade de negociar com Trump
Guerra comercial com os EUA se mistura com cenário pré-eleitoral no Brasil e não deixa espaço para o tédio até a disputa pelo Planalto no ano que vem
Felipe Miranda: Em busca do heroísmo genuíno
O “Império da Lei” e do respeito à regra, tão caro aos EUA e tão atrelado a eles desde Tocqueville e sua “Democracia na América”, vai dando lugar à necessidade de laços pessoais e lealdade individual, no que, inclusive, aproxima-os de uma caracterização tipicamente brasileira
No pain, no gain: Ibovespa e outras bolsas buscam recompensa depois do sacrifício do último pregão
Ibovespa tenta acompanhar bolsas internacionais às vésperas da entra em vigor do tarifaço de Trump contra o Brasil
Gen Z stare e o silêncio que diz (muito) mais do que parece
Fomos treinados a reconhecer atenção por gestos claros: acenos, olho no olho, perguntas bem colocadas. Essa era a gramática da interação no trabalho. Mas e se os GenZs estiverem escrevendo com outra sintaxe?
Sem trégua: Tarifaço de Trump desata maré vermelha nos mercados internacionais; Ibovespa também repercute Vale
Donald Trump assinou na noite de ontem decreto com novas tarifas para mais de 90 países que fazem comércio com os EUA; sobretaxa de 50% ao Brasil ficou para a semana que vem
A ação que caiu com as tarifas de Trump mas, diferente de Embraer (EMBR3), ainda não voltou — e segue barata
Essas ações ainda estão bem abaixo dos níveis de 8 de julho, véspera do anúncio da taxação ao Brasil — o que para mim é uma oportunidade, já que negociam por apenas 4 vezes o Ebitda
O amarelo, o laranja e o café: Ibovespa reage a tarifaço aguado e à temporada de balanços enquanto aguarda Vale
Rescaldo da guerra comercial e da Super Quarta competem com repercussão de balanços no Brasil e nos EUA