🔴 +20 IDEIAS DE ONDE INVESTIR ANTES DE 2024 ACABAR VEJA AQUI

Juro real de volta aos 6%: com bolsa na pior e dólar nas alturas, essa é uma nova oportunidade?

Uma regra prática comum para investimentos em renda fixa no Brasil sugere vender títulos quando os juros reais atingem 3% e comprá-los a 6%

9 de abril de 2024
6:40 - atualizado às 9:21
banco central, bc, bolsas, juros e renda fixa, inflação e selic
Imagem: Shutterstock

Os ativos brasileiros enfrentam uma fase de deterioração notável, evidenciada por uma combinação desafiadora de elementos: a bolsa de valores em queda, o dólar e as taxas de juros em alta.

Curioso notar que nem o avanço nos preços das commodities, em especial o petróleo, se traduziu em melhoria de performance para os ativos locais.

De certo modo, preocupações fiscais, manifestadas através de altos juros reais (com a NTN-B 2035 circulando em torno de impressionantes 6%), e a significativa retração de investimentos estrangeiros na bolsa (com saídas que somam R$30 bilhões no ano) têm impactado negativamente a valorização dos ativos domésticos. Esse cenário é agravado pelo adiamento do corte de juros pelo Federal Reserve.

Uma regra prática comum para investimentos em renda fixa no Brasil sugere vender títulos quando os juros reais atingem 3% e comprá-los a 6%.

Esta estratégia busca equilibrar expectativas, evitando perspectivas excessivamente otimistas ou pessimistas sobre o futuro econômico do país.

Um olhar aprofundado nos juros

A trajetória dos juros reais, particularmente evidenciada pelo desempenho do Tesouro IPCA com vencimento em 2035, oferece suporte empírico a essa abordagem simplificada, mas estrategicamente válida.

Leia Também

Fonte: Mais Retorno.

Observe como o título IPCA+ com vencimento em 2035 se destaca no mercado, demonstrando uma performance superior em relação a muitos de seus pares desde 2010. E agora voltamos para um patamar interessante de juro real.

Ao analisar os fatores por trás do aumento dos juros, destacam-se algumas das principais razões:

  1. A recente baixa demanda por títulos;
  2. Uma inflação persistente combinada com uma atividade econômica que supera as expectativas;
  3. O ambiente internacional limitante, especialmente a impossibilidade de redução das taxas de juros nos EUA, que restringe a margem para cortes no Brasil; e
  4. As preocupações fiscais domésticas que afetam negativamente as expectativas de inflação.

Esses elementos são cruciais na compreensão da dinâmica atual dos juros, embora existam outros fatores em jogo. Uma análise detalhada dessas questões é essencial para entender plenamente o cenário econômico vigente.

A falta de comprador 

A escassez de interesse pela aquisição de títulos públicos, por exemplo, pode ser atribuída, entre outras coisas, à ausência de compradores atraídos, motivando uma revisão acerca dos títulos isentos de impostos.

Estes foram criados para promover o financiamento em setores vitais como o agronegócio e o imobiliário, beneficiando-se de incentivos fiscais. Em um cenário desses, a procura por títulos públicos se torna menos atraente, a não ser que estes ofereçam retornos mais elevados.

No entanto, o panorama sofreu alterações importantes recentemente. Algumas decisões do Conselho Monetário Nacional (CMN) introduziram novas normas para a emissão de títulos de renda fixa isentos de impostos voltados ao agronegócio e ao setor imobiliário, incluindo modalidades como LIG, LCI, LCA, CRI e CRA.

O que isso significa?

Agora, apenas empresas com mais de dois terços de sua receita proveniente destes setores estão habilitadas a emitir CRIs e CRAs. Além disso, o prazo mínimo para LCAs e LCIs, oferecidas por instituições financeiras, foi ampliado de 90 dias para 9 e 12 meses, respectivamente.

As novas diretrizes já estão impactando o mercado: após um aumento de até 50% no volume de títulos bancários em 2023, houve uma queda acentuada nas emissões em fevereiro e março, seguindo as limitações impostas pelo CMN, com reduções de até 64% nas emissões de LCIs e LCAs.

Essa transformação no mercado de títulos isentos de impostos, combinada à conjuntura de taxas de juros mais baixas, sugere um potencial de diversificação de investimentos no Brasil, adaptando-se às novas condições.

A resiliência de atividade e o problema da inflação: juro neutro é novo normal?

Nas últimas semanas, o cenário global financeiro se ajustou significativamente, com investidores recalibrando suas expectativas em torno da flexibilização da política monetária dos Estados Unidos.

Surpreendentemente, tanto a atividade econômica quanto a inflação global têm excedido previsões. O mercado de trabalho, por exemplo, tanto no Brasil quanto nos EUA, demonstra robustez.

Os olhares se voltam agora para os próximos indicadores, que definirão as tendências dominantes. Isso nos leva a questionar se estamos adentrando uma nova dinâmica pós-pandemia, caracterizada por inflação elevada e, por conseguinte, uma taxa de juros neutra mais alta. Tal cenário é plausível.

Independentemente disso, o ambiente atual sugere a necessidade de taxas de juros mais altas no curto prazo, afetando as curvas de juros globalmente.

Notavelmente, os rendimentos dos títulos públicos americanos de 10 anos, que já haviam alcançado 3,80% no final do ano passado, ultrapassaram recentemente os 4,30%. Este movimento repercute globalmente, influenciando também o mercado brasileiro.

O ciclo de flexibilização dos juros

A persistência elevada da inflação tem desafiado as expectativas de uma rápida convergência para as metas estabelecidas, impactando negativamente o cronograma previsto para a redução das taxas de juros nos Estados Unidos e interferindo no processo de ajuste monetário já iniciado no Brasil.

Essa situação tem obscurecido as projeções sobre o futuro do ciclo de política monetária, com a curva de juros refletindo a antecipação de uma postura mais restritiva por parte do Banco Central, evidenciada pela expectativa de manutenção da Selic em torno de 9,75% ao longo deste ano.

Apesar das projeções atuais, persiste a esperança de que a taxa básica de juros brasileira possa ser reduzida a níveis inferiores, embora tal ajuste possa ocorrer de maneira mais gradual a partir de junho, conforme indicado pelas futuras leituras da inflação.

Há debates sobre a potencial execução de dois ciclos de corte da Selic: um iminente em 2023, almejando 9,5% ao ano, e um subsequente em 2025, que possivelmente reduziria a taxa para abaixo de 9%, condicionado à evolução dos indicadores econômicos.

Contudo, minha análise sugere a probabilidade de um único ciclo contínuo de redução, mirando uma Selic de 9%, mesmo que tal desfecho demande um período mais extenso do que inicialmente previsto. A incerteza gerada por esse cenário tende a provocar elevações ao longo da curva de juros.

O risco fiscal

O cenário fiscal brasileiro representa uma peça chave no panorama econômico atual, destacando-se pela urgência do governo em submeter ao Congresso Nacional, até o dia 15 de abril, a proposta para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, sob a liderança da ministra Simone Tebet.

O debate será fortemente influenciado pelo contexto político atual e pelos eventos recentes que marcaram o Congresso.

A recepção fria a um leilão recente de títulos NTN-B, que oferecem retornos reais, destacou-se negativamente no ano pela pouca liquidez e pelas altas taxas de juros demandadas pelos investidores, revelando a hesitação do Tesouro em assumir novas dívidas sob tais condições. 

Na ausência de uma diretriz fiscal clara, a atenção se desloca para a política monetária. O mercado, no momento, espera uma taxa Selic de aproximadamente 9,75% para o ano corrente, antecipando ajustes na gestão das taxas de juros. Existe a expectativa de que a Selic possa ser reduzida para níveis inferiores, ainda que o ritmo de flexibilização possa ser desacelerado a partir de junho.

  • VEJA TAMBÉM: Onde investir em abril? Os maiores especialistas respondem da casa respondem!

Uma janela de oportunidade

A falta de clareza em aspectos como intervenções governamentais na economia, o temor de uma guinada populista para elevar a popularidade do governo, inconsistências no discurso presidencial e as reações a surpresas positivas na arrecadação fiscal têm intensificado a ansiedade do mercado.

Essa atmosfera de incerteza contribui para um prêmio de risco elevado nos títulos do Tesouro Nacional, com papéis vinculados à inflação apresentando rendimentos reais na casa dos 6%.

Fonte: Tesouro Nacional.

Enquanto existe a previsão de um ajuste negativo no curto prazo, o panorama de longo alcance se revela promissor, convidando à reflexão sobre estratégias de investimento ponderadas.

A escolha por títulos longos, como os IPCA+ de 2035, 2045 e 2055, que garantem pagamentos semestrais de juros, se destaca como uma opção vantajosa. O que antes poderia ser visto com certa reserva, agora se transforma em uma alternativa atraente, refletindo uma mudança significativa no mercado.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Papai Noel dá as caras na bolsa: Ibovespa busca fôlego em payroll nos EUA, trâmite de pacote fiscal no Congresso e anúncios de dividendos e JCP

6 de dezembro de 2024 - 7:55

Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano e velocidade do trâmite do pacote fiscal ditarão os rumos dos juros no Brasil e nos EUA

RESPIRO

Após dia de pressão no mercado, ação da Petrobras (PETR4) sobe com maior descoberta de gás natural da Colômbia; troca no conselho vai para escanteio

5 de dezembro de 2024 - 18:12

Depois de a estatal confirmar a possível troca na presidência do conselho, o impacto negativo nos mercados foi amenizado após o anúncio do projeto de exploração em consórcio com a Ecopetrol

CRISE EM PARIS

Uma bomba explodiu no colo de Macron: a reação dos mercados à queda do governo na França e o que acontece agora

5 de dezembro de 2024 - 12:46

O primeiro-ministro Michel Barnier apresentou sua renúncia na manhã desta quinta-feira (5) e aumentou a pressão sob o presidente francês, que corre contra o relógio para encontrar um substituto; saiba quem são os possíveis candidatos a ocupar o cargo

CHEGOU COM TUDO

Novo CEO da Braskem (BRKM5) reforma diretoria executiva após poucos dias no comando; Felipe Montoro Jens assumirá como diretor financeiro

5 de dezembro de 2024 - 9:51

O presidente indicou Felipe Montoro Jens para substituir Pedro van Langendonck Teixeira de Freitas nas cadeiras de CFO e diretor de relações com investidores

BULLS DOMINANDO

É recorde atrás de recorde: bitcoin (BTC) atinge (e supera) marca de US$ 100 mil pela primeira vez na história

5 de dezembro de 2024 - 8:38

Apesar do otimismo com o mercado, os analistas alertam que os investidores devem permanecer vigilantes e preparados para possíveis correções

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As máximas do mercado: Ibovespa busca recuperação com trâmite urgente de pacote fiscal pela Câmara

5 de dezembro de 2024 - 8:30

Investidores também repercutem rumores sobre troca na Petrobras e turbulência política na França e na Coreia do Sul

DEBATE MACRO

“O dólar vai a R$ 4 ou menos, a bolsa sobe aos 200 mil pontos e os juros caem a 8,5% se Lula fizer isso”: CEO da AZ Quest conta o que pode levar o Brasil a ficar ‘irreconhecível’

4 de dezembro de 2024 - 18:55

Durante evento promovido pela Mirae Asset, Walter Maciel criticou medidas fiscais do governo Lula e apontou caminhos para a recuperação econômica do país

O GATO, O RATO E OS JUROS

Trump vem aí: Powell diz o que pode fazer com os juros nos EUA diante das ameaças do republicano — e isso tem a ver com você

4 de dezembro de 2024 - 17:21

Com o republicano batendo na porta da Casa Branca, presidente do Fed deu novas pistas sobre o que pensa para o ritmo de corte da taxa referencial na maior economia do mundo

EMPREENDEDORISMO EM ALTA

Setor de franquias fatura mais de R$ 70 bilhões e cresce 12% no terceiro trimestre; conheça redes para investir nos segmentos mais lucrativos

4 de dezembro de 2024 - 12:29

A Pesquisa Trimestral de Desempenho da Associação Brasileira de Franchising (ABF) revelou que todos os segmentos de franquias cresceram no terceiro trimestre de 2024

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um conto de Natal na bolsa: Ibovespa aguarda dados de produção industrial no Brasil e de emprego nos EUA antes de discurso de Powell

4 de dezembro de 2024 - 8:21

Bolsa busca manter recuperação apesar do dólar na casa dos R$ 6 e dos juros projetados a 15% depois do PIB forte do terceiro trimestre

AÇÃO DO MÊS

Uma ação para a ceia de Natal: JBS (JBSS3) é a favorita dos analistas para investir em dezembro e surfar o dólar forte 

4 de dezembro de 2024 - 6:13

Há quatro fatores principais que impulsionaram o frigorífico para o topo das recomendações dos analistas para este mês; veja o ranking com indicações de 13 corretoras

ALTA DOS JUROS

‘Preferimos novos aportes em títulos pós-fixados’: por que a Empiricus gosta da renda fixa indexada ao CDI para quem investir agora

3 de dezembro de 2024 - 18:27

Perspectiva de alta de juros acima do esperado inicialmente deve impulsionar ativos atrelados à Selic e ao DI; veja os títulos recomendados pela casa de análise

VALE DAY

Hoje é dia de Vale (VALE3): mineradora apresenta projeções, prepara investimentos bilionários e ações caem na bolsa. Comprar ou vender agora?

3 de dezembro de 2024 - 15:20

A companhia ainda anunciou uma reformulação da gestão, formalizando um indicado direto do presidente Gustavo Pimenta em um dos negócios mais estratégicos

PERDAS E GANHOS

A Faria Lima apostou contra Lula? O desempenho dos principais gestores de fundos após o anúncio de Haddad conta uma história diferente

3 de dezembro de 2024 - 14:52

Análise da Empiricus Research traz retorno de 132 fundos no dia seguinte ao pronunciamento do ministro da Fazenda sobre o pacote fiscal

EXPANSÃO NACIONAL

Hapvida (HAPV3) blindada do caos do Brasil: CEO revela por que está animado com plano ambicioso de R$ 2 bilhões apesar do cenário macro deteriorado

3 de dezembro de 2024 - 13:34

Do investimento total, a companhia arcará com apenas R$ 630 milhões. Já o R$ 1,37 bilhão restante deve ser financiado por parceiros externos

PIBÃO

4 pontos que ajudaram o PIB brasileiro a bombar (de novo) no terceiro trimestre, apesar da decepção com o agro

3 de dezembro de 2024 - 12:17

Crescimento do PIB do Brasil atingiu os 4% no terceiro trimestre de 2024, mas juros em alta tendem a provocar desaceleração em um futuro próximo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando a conta não fecha: Ibovespa repercute envio de pacote fiscal ao Congresso em dia de PIB do terceiro trimestre

3 de dezembro de 2024 - 8:20

Governo enviou PEC do pacote fiscal ao Congresso na noite de segunda-feira enquanto o dólar segue acima dos R$ 6

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A dura realidade matemática: ou o Brasil acerta a trajetória fiscal ou a situação explode

3 de dezembro de 2024 - 7:01

Mercado esperava mensagem clara de responsabilidade fiscal e controle das contas públicas, mas o governo falhou em transmitir essa segurança

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: 2025, o ano Trump

2 de dezembro de 2024 - 20:00

A “excepcionalidade americana” deve continuar e ter novo impulso com a vitória de Trump

ONDE INVESTIR

8 títulos de renda fixa isentos de imposto de renda para lucrar em cenário de alta de juros e inflação, segundo o BB-BI

2 de dezembro de 2024 - 18:45

Banco manteve indicações de novembro e acrescentou CRA da Marfrig e debênture da Eletrobras, diante da aversão a risco no mercado doméstico

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar