🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

O problema dos 3%: como a desancoragem das expectativas atrapalha a queda dos juros no Brasil

O ministro Fernando Haddad considera a meta de inflação de 3% praticamente inalcançável, o que eleva ansiedade quanto a uma possível revisão

24 de maio de 2024
6:34 - atualizado às 11:38
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - Imagem: Divulgação / Montagem Seu Dinheiro

Desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Brasil tem enfrentado uma deterioração marcante das expectativas econômicas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As incertezas acerca dos cortes nas taxas de juros internacionais, juntamente com desafios fiscais internos, têm impedido a redução das taxas de juros locais e colocado em xeque a continuidade da política de relaxamento monetário.

A despeito da alta notável na arrecadação federal, essas preocupações persistem. Em abril, a arrecadação alcançou R$ 228,9 bilhões, um aumento de 8,26% em relação ao ano anterior, o maior crescimento registrado na série histórica.

Até abril deste ano, a arrecadação acumulada foi de R$ 886,6 bilhões, um crescimento de 8,33% em comparação com o mesmo período de 2023.

No entanto, esse avanço ainda é eclipsado por um crescente risco fiscal que continua a afetar as expectativas do mercado de forma negativa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Foco segue nas finanças públicas

O foco nas finanças públicas foi intensificado com a divulgação do segundo Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas.

Leia Também

Neste contexto, o governo anunciou a reversão de um bloqueio de R$ 2,9 bilhões no orçamento de março e aumentou a estimativa do déficit primário de R$ 9,3 bilhões para R$ 14,5 bilhões.

Apesar de o secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, afirmar que a remoção do bloqueio não implica em excedente de recursos, o cenário não parece promissor.

Depender somente do aumento da arrecadação para o ajuste fiscal é uma abordagem limitada. É vital manter o foco na agenda fiscal e estar receptivo à revisão dos gastos, não apenas à elevação da receita. A falta de ação para ajustar as políticas pode desancorar ainda mais as expectativas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Tudo isso sem considerar a tragédia no RS

Ademais, a economia sentirá impactos de curto prazo devido à tragédia no Rio Grande do Sul, embora se espere que esses efeitos sejam compensados ao longo do ano.

Até agora, o governo calculou que as despesas relacionadas à calamidade no estado somam R$ 12,9 bilhões.

Se esses valores fossem contabilizados na meta fiscal, o déficit em 2024 alcançaria R$ 27,5 bilhões. Prevê-se que serão necessários recursos adicionais substanciais para o estado, que ainda enfrenta desafios significativos.

Observa-se um desleixo com relação aos fundamentos econômicos tradicionais, refletido em uma estrutura fiscal já fragilizada antes mesmo de seu primeiro aniversário.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As metas fiscais são ajustadas frequentemente, respondendo prontamente a quaisquer novos desafios ou ao calendário eleitoral, particularmente com as eleições de 2026 à vista, sugerindo a possibilidade de recurso a medidas extremas para assegurar sucesso eleitoral.

É notória a ausência de um compromisso sólido com o corte de despesas públicas, sendo os ajustes realizados predominantemente no lado da receita, o que naturalmente vem com suas próprias limitações e complicações.

Um problema mais amplo

Esse quadro fiscal problemático exacerba um dilema estrutural mais amplo, que transcende governos e se apresenta como um desafio de Estado.

Anualmente, começamos com um déficit orçamentário na casa dos R$ 200 bilhões, uma cifra inflada por práticas governamentais imprudentes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Essa volatilidade fiscal afeta diretamente as políticas monetárias, que tendem a se tornar mais restritivas a curto prazo.

Este contexto é ilustrado pela recente demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras, evento que reacendeu preocupações com interferências políticas e possíveis cortes de dividendos, afetando negativamente o Ibovespa.

A troca de comando na Petrobras, embora vista negativamente, salienta problemas estruturais de gestão em corporações de capital misto, refletidos na alta rotatividade de seus presidentes, mais do que em influências ideológicas diretas do governo.

Atualmente, a Petrobras apresenta uma robusta geração de caixa e uma gestão eficiente de sua alavancagem, além de avanços notáveis em governança, com diretores assumindo responsabilidades individuais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O escrutínio por parte da mídia, da sociedade civil e dos órgãos reguladores é intenso, especialmente numa era dominada pela informação digital.

Leia também

Como tudo isso afeta a taxa de juros

De volta ao ponto inicial, a piora nas expectativas econômicas, destacada no mais recente Boletim Focus, reforça as preocupações com a indefinição do panorama econômico futuro.

Com as projeções para a taxa Selic de 2024 sendo revistas para cima repetidamente, acompanhadas de expectativas inflacionárias também em alta, o cenário se mostra cada vez mais complexo e incerto.

Diante da instabilidade econômica, o Banco Central do Brasil mantém uma postura conservadora em sua política monetária.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Gabriel Galípolo, o diretor de Política Monetária, afirmou que o banco está preparado para intervir se a volatilidade nas expectativas inflacionárias se mantiver.

Considerado um possível sucessor de Roberto Campos Neto, Galípolo defende enfaticamente a independência do Banco Central de pressões políticas.

As contradições de Haddad

A situação é complicada pelos comentários do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que caracterizou uma meta de inflação de 3% como extremamente desafiadora e praticamente inalcançável, provocando temores de risco e ansiedade quanto a uma revisão dessa meta.

Apesar da expectativa de um novo regime de metas contínuas, a proposta de alterar a meta atual parece excessiva.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isso levanta a questão: qual a necessidade de se iniciar tal debate neste momento?

Essa discussão apenas piora as já instáveis expectativas. Existe um argumento lógico para um objetivo inflacionário mais alto no Brasil se comparado aos 3% dos EUA, mas tal debate deve ser conduzido tecnicamente.

Haddad endossou anteriormente uma meta de 3% para 2026, com uma banda de variação de 1,5%, adotando assim uma abordagem de meta contínua.

Portanto, suas recentes declarações são importantes, embora pareçam agora contraditórias.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As declarações de Haddad podem não ter um impacto prático imediato, mas certamente aumentam a incerteza.

Para onde irá a taxa de juros

O próximo evento monetário relevante está marcado para 19 de junho, quando o Copom votará pela manutenção da taxa ou por uma redução de 25 pontos-base, a depender dos dados até lá.

Pragmaticamente, a meta oficial de inflação pode continuar sendo 3%, mesmo que a inflação efetiva chegue a 4%, funcionando como uma meta informal. Importante notar que, durante os governos do PT, raramente a inflação atingiu o centro da meta.

Nos próximos dias, Haddad pretende anunciar medidas para compensar a renúncia fiscal e introduzir o segundo projeto de lei complementar que normatiza a reforma tributária. A agenda política em Brasília será intensa.

  • Mesmo com a queda dos juros “atrasada”, ainda é possível buscar lucro + proteção na bolsa brasileira. A Empiricus Research selecionou as 10 melhores ações para ter no seu portfólio nesse momento. Clique AQUI e confira gratuitamente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?

11 de novembro de 2025 - 7:28

No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício

10 de novembro de 2025 - 19:57

Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje

10 de novembro de 2025 - 7:55

Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados

TRILHAS DE CARREIRA

Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas

9 de novembro de 2025 - 8:00

Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje

7 de novembro de 2025 - 8:14

Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde

SEXTOU COM O RUY

Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis

7 de novembro de 2025 - 7:03

Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR

6 de novembro de 2025 - 8:03

BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil

FII DO MÊS

É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar

6 de novembro de 2025 - 6:03

Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje

5 de novembro de 2025 - 8:04

Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje

4 de novembro de 2025 - 7:50

O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação

4 de novembro de 2025 - 7:10

Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998

3 de novembro de 2025 - 22:11

Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.

DÉCIMO ANDAR

Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários

2 de novembro de 2025 - 8:00

Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje

31 de outubro de 2025 - 7:58

A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi

SEXTOU COM O RUY

Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado

31 de outubro de 2025 - 6:07

A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje

30 de outubro de 2025 - 7:34

A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas

29 de outubro de 2025 - 20:00

Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje

29 de outubro de 2025 - 8:10

Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje

28 de outubro de 2025 - 7:50

A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul

28 de outubro de 2025 - 7:31

Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar