Em ritmo de festa: Ibovespa começa semana à espera da prévia do PIB; Wall Street amanhece em alta
Bolsas internacionais operam em alta e dão o tom dos mercados nesta segunda-feira; investidores nacionais calibram expectativas sobre um possível rali do Ibovespa

É preciso confessar algo a quem nos lê aqui no Seu Dinheiro. Este que vos fala não é exatamente conhecido por ser um assíduo frequentador de festas, baladas ou coisa que o valha.
Mas algumas situações são maiores que este gosto — aniversários, encontros com amigos, fazer uma média com conhecidos, enfim.
E, se tem espaço para dançar, é lá que estarei (não sem antes, é claro, alguns chopes).
A semana que se inicia está no mesmo ritmo. Tímida no começo, mas prometendo grandes coisas.
Para começar, quem se esbaldou no fim de semana foi o bitcoin: a maior criptomoeda do mundo chegou a superar os US$ 82 mil em um novo recorde histórico, impulsionando todos os mercados de ativos digitais após a eleição de Donald Trump — e segue com forte tendência de alta nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira.
Quem também deu uma ajudinha foi o mais recente corte de juros nos Estados Unidos. Na semana passada, o Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, reduziu as taxas em 0,25 ponto percentual, o que deve ajudar na liquidez nos mercados globais até o fim do ano.
Leia Também
Timing é tudo: o negócio extraordinário da Vivo e o que esperar dos mercados hoje
Mas quem segue tímido no canto, à espera dos misteriosos efeitos de uma caipirinha, é o Ibovespa. O índice brasileiro acumula queda de 4,74% em 2024 — mas o final do ano pode fazer a bolsa local chacoalhar as cadeiras.
Ao menos é o que pensa Luiz Ribeiro, gestor de renda variável da Itaú Asset, que concedeu entrevista exclusiva para minha colega Camille Lima sobre as perspectivas para a bolsa até o final do ano.
A expectativa é de um rali de algo entre 15% e 20% para o Ibovespa — e os detalhes de como a bolsa pode chegar em ritmo de festa em 2025 você confere aqui.
Mas o fim do ano ainda está longe, ao menos para alguns. Ainda que falte pouco mais de 40 dias para o grande evento de 2024 terminar, há quem prefira curtir as próximas músicas, dia a dia, semana a semana.
Atendendo a todos os gostos dos leitores e leitoras do Seu Dinheiro, minha colega Dani Alvarenga separou tudo que vai acontecer de mais importante nesta semana: da prévia do PIB brasileiro até o feriado no Brasil — passando por dados de inflação nos EUA.
Enquanto isso, as bolsas lá fora dão o tom do que deve ser o dia por aqui. Os índices asiáticos fecharam majoritariamente em alta e a Europa também segue pelo mesmo caminho. Os futuros de Nova York também apontam para uma abertura positiva.
O que você precisa saber hoje
MERCADO LIVRE (MELI34) DECEPCIONOU?
TRUMP TRADE
É recorde: Bitcoin (BTC) supera os US$ 80 mil pela primeira vez na história; embalada por vitória de Trump, criptomoeda salta mais de 17% nos últimos dias. A vitória de Trump na corrida eleitoral dos EUA teve impacto amplamente positivo nos preços das criptomoedas, um dos ativos do chamado “Trump Trade”.
MIRA TRAVADA
O novo alvo de Elon Musk: após Powell dizer que não deixará a presidência do Federal Reserve, bilionário defende intervenção no BC dos EUA. O empresário, que investiu mais de US$ 130 milhões na campanha do Republicano, usou as redes sociais para endossar pedidos para que Trump “acabe com o Fed”.
PROVISÕES NECESSÁRIAS
Fiagro RURA11 explica o que fez os dividendos caírem 40% e diz quando deve voltar a pagar proventos maiores a seus 89 mil cotistas. De acordo com o relatório gerencial do fundo, o provento será reduzido durante três meses, contados a partir de outubro.
POSSÍVEL DANÇA DAS CADEIRAS
Capitânia pede assembleia para discutir troca na gestão do XPPR11, fundo imobiliário gerido pela XP. A Capitânia propõe que a XP seja substituída pela V2 Investimentos na função, casa que atualmente conta com quatro FIIs no portfólio.
INOVAÇÃO NA ABREU E LIMA
Como uma refinaria da Petrobras (PETR4) vai transformar gases poluentes em um produto rentável. Abreu e Lima será a primeira das Américas e terceira do mundo a operar a Snox, como é conhecida a estrutura que reduz a emissão de gases do processo de refino e transforma os poluentes em produto comercializável.
SUECOS VÃO ÀS COMPRAS
Como um acordo entre o Brasil e a Suécia deve impulsionar as vendas da Embraer (EMBR3). De acordo com a carta de intenções, a FAB irá comprar caças suecos Gripen, enquanto os europeus irão adquirir as aeronaves C-390 Millennium da Embraer.
JULGAMENTO SOBRE CORRUPÇÃO
Collor escapou da prisão? Pedido de ministro do STF adia conclusão de caso que poderia colocar o ex-presidente atrás das grades. Graças ao destaque de André Mendonça, o caso deve ir ao plenário presencial do STF, dando tempo ao ex-presidente.
DERROTA PARA ANEEL
Vitória para os irmãos Batista: Justiça nega contestação de transferência da Amazonas Energia à empresa de Joesley e Wesley Batista. A Aneel havia ingressado na Justiça questionando a legalidade de o processo ter sido concluído após a expiração de uma MP que beneficiou a empresa dos irmãos.
NEGOCIOU COM CREDOR
Oi (OIBR3) vende torres e imóveis por R$ 40 milhões, mas o dinheiro não entrará diretamente no caixa da companhia; entenda. A empresa de telecomunicações negociou os ativos de unidade produtiva isolada (UPI) com a SBA Torres Brasil, uma de suas credoras.
RANKING DO ÍNDICE
Ações da Gerdau (GGBR4) e de sua controladora (GOAU4) saltam até 13% e lideram altas do Ibovespa na semana; Alpargatas (ALPA4) cai 9,5% após balanço. O balanço mais forte que o esperado da Gerdau provocou uma forte alta nos papéis, enquanto a Alpargatas recuou mesmo após reportar resultados positivos no trimestre.
FALHA NO SISTEMA
Vazamento na Caixa Econômica Federal: BC revela exposição de dados de centenas de chaves Pix de clientes do banco. Segundo o BC, a exposição ocorreu em 24 e 25 de setembro e abrangeu informações como o nome do usuário, CPF, instituição de relacionamento, agência, número e tipo da conta.
Sem olho por olho nem tiro no pé na guerra comercial com os EUA, e o que esperar dos mercados hoje
Ibovespa fechou ontem em leve queda, e hoje deve reagir ao anúncio de uma nova investigação dos EUA contra o Brasil
Estamos há 6 dias sem resposta: o tempo da diplomacia de Trump e o que esperar dos mercados hoje
Enquanto futuros de Wall Street operam em alta, Ibovespa tenta reverter a perda dos últimos dias à espera da audiência de conciliação sobre o IOF
Do coice à diplomacia: Trump esmurra com 50% e manda negociar
Para além do impacto econômico direto, a nova investida protecionista de Trump impulsiona um intrincado jogo político com desdobramentos domésticos e eleitorais decisivos para o Brasil
Felipe Miranda: Carta pela moderação (e cinco ações para comprar agora)
Com todos cansados de um antagonismo que tem como vitoriosos apenas os populistas de plantão, a moderação não poderia emergir como resposta?
Para quem perdeu a hora, a 2ª chamada das debêntures da Petrobras, e o que mexe com os mercados hoje
Futuros de Wall Street operam em queda com guerra tarifária e à espera de dados da inflação ao consumidor (CPI) e balanços trimestrais de gigantes como JPMorgan e Citigroup
A corrida da IA levará à compra (ou quebra) de jornais e editoras?
A chegada da IA coloca em xeque o modelo de buscas na internet, dominado pelo Google, e, por tabela, a dinâmica de distribuição de conteúdo online
Anatomia de um tiro no pé: Ibovespa busca reação após tarifas de Trump
Em dia de agenda fraca, investidores monitoram reação do Brasil e de outros países ao tarifaço norte-americano
O tarifaço contra o Brasil não impediu essas duas ações de subir, e deixa claro a importância da diversificação
Enquanto muitas ações do Ibovespa derretiam com as ameaças de Donald Trump, um setor andou na direção oposta
Trump na sala de aula: Ibovespa reage a tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil
Tarifas de Trump como o Brasil vieram muito mais altas do que se esperava, pressionando ações, dólar e juros
Rodolfo Amstalden: Nem cinco minutos guardados
Se um corte justificado da Selic alimentar as chances de Lula ser reeleito, qual será o rumo da Bolsa brasileira?
Quando a esmola é demais: Ibovespa busca recuperação em meio a feriado e ameaças de Trump
Investidores também monitoram negociações sobre IOF e audiência com Galípolo na Câmara
Sem avalanche: Ibovespa repercute varejo e Galípolo depois de ceder à verborragia de Trump
Investidores seguem atentos a Donald Trump em meio às incertezas relacionadas à guerra comercial
Comércio global no escuro: o novo capítulo da novela tarifária de Trump
Estamos novamente às portas de mais um capítulo imprevisível da diplomacia de Trump, marcada por ameaças de última hora e recuos
Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap
Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
Ontem, hoje, amanhã: Tensão com fim da trégua comercial dificulta busca por novos recordes no Ibovespa
Apetite por risco é desafiado pela aproximação do fim da trégua de Donald Trump em sua guerra comercial contra o mundo
Talvez fique repetitivo: Ibovespa mira novos recordes, mas feriado nos EUA drena liquidez dos mercados
O Ibovespa superou ontem, pela primeira vez na história, a marca dos 141 pontos; dólar está no nível mais baixo em pouco mais de um ano
A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
Ditados, superstições e preceitos da Rua
Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.
Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas
Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais
Rodolfo Amstalden: Um estranho encontro com a verdade subterrânea
Em vez de entrar em disputas metodológicas na edição de hoje, proponho um outro tipo de exercício imaginativo, mais útil para fins didáticos