O Ibovespa experimentou novos recordes em agosto — e uma combinação de acontecimentos pode ajudar a bolsa a subir ainda mais
Enquanto o ambiente externo segue favorável aos ativos de risco, a economia brasileira tem se mostrado mais resistente que o esperado
Nesta semana, os investidores encontraram uma segunda-feira (2) de liquidez reduzida devido ao fechamento dos mercados americanos em função do feriado do Dia do Trabalhador.
Contudo, essa aparente calmaria inicial não reflete o que está por vir, pois a semana promete ser intensa, com uma agenda econômica repleta de eventos importantes.
Entre os principais destaques estão dados macroeconômicos cruciais, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, com especial atenção voltada para o relatório de emprego americano de agosto, conhecido como payroll, que será divulgado na sexta-feira.
Este relatório é particularmente relevante, pois seus resultados podem influenciar as próximas decisões do Federal Reserve (Fed) sobre os cortes nas taxas de juros programados para setembro.
Vale destacar que, na semana passada, o PIB do segundo trimestre superou as expectativas e o índice de inflação preferido pelo Fed se manteve controlado em julho, aumentando a importância do payroll.
O que esperar do payroll
Se o relatório de emprego vier mais fraco do que o esperado, as chances de um corte mais agressivo nos juros, de 50 pontos-base, em setembro, se fortalecem.
Leia Também
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Por outro lado, se o mercado de trabalho americano continuar mostrando robustez, o Fed pode optar por um caminho mais cauteloso, com um corte inicial de 25 pontos-base.
De qualquer maneira, o período que antecede setembro tem sido favorável para as ações nos Estados Unidos, impulsionado pela expectativa de cortes nas taxas de juros, apesar de alguns momentos de volatilidade no início de agosto.
- Veja mais: o que está em jogo para a Bolsa brasileira com Gabriel Galípolo na presidência do Banco Central?
No cenário global, o ambiente continua promissor para ativos de risco.
No Brasil, por exemplo, o Ibovespa registrou um ganho de 6,5% em agosto, principalmente em resposta à melhora nas condições monetárias nos EUA.
Além disso, uma postura mais assertiva do diretor de política monetária do Banco Central do Brasil, que assumirá a presidência da instituição, ajudou a ancorar novamente as expectativas sobre a política monetária nacional, reforçando o otimismo entre os investidores.
A recente alta do Ibovespa e a valorização do real estão diretamente ligadas à queda nas taxas de juros de dez anos nos Estados Unidos, além do crescente otimismo dos investidores em relação à possibilidade de que o Federal Reserve faça pelo menos três cortes nas taxas de juros ainda este ano, somando uma redução de 75 pontos-base.
As expectativas apontam para cortes adicionais, totalizando 200 pontos-base até o final de 2025.
- LEIA TAMBÉM: Um belo crescimento econômico mesmo em condições monetárias restritivas: haverá recessão nos Estados Unidos?
Esse cenário de queda nas taxas internacionais, combinado com uma postura firme do Banco Central do Brasil, tem sido um suporte fundamental para o desempenho positivo dos ativos locais.
Contudo, é essencial reconhecer os desafios que se desenham, especialmente nas áreas fiscal e monetária.
O que pode atrapalhar o Ibovespa na busca por novos recordes
No campo fiscal, a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2025, apresentada na última sexta-feira, inclui planos de aumento na arrecadação.
A proposta prevê elevações nas alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), com um aumento de um ponto percentual para empresas em geral e de dois pontos percentuais para instituições financeiras, o dobro do que era inicialmente esperado.
Além disso, propõe-se a elevação da alíquota do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20%, com a expectativa de arrecadar aproximadamente R$ 21 bilhões em 2025.
No entanto, a aprovação dessas medidas pelo Congresso é incerta, devido à resistência política que se desenha.
Mesmo a compensação pela desoneração, que já foi acordada, ainda depende da aprovação dos parlamentares, introduzindo um elemento de incerteza sobre o sucesso dessas propostas no orçamento, o que pode gerar ruídos fiscais no semestre, conforme já antecipado.
No cenário monetário, por sua vez, após um período de expectativas por aumentos na taxa de juros, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, adotou recentemente um tom menos agressivo.
Isso sugere que eventuais ajustes nas taxas serão feitos de forma gradual, alinhados às tendências globais, onde o Brasil pode se ver aumentando os juros enquanto os Estados Unidos iniciam um ciclo de cortes. Adaptar-se a essa nova dinâmica global será um desafio considerável.
O que pode ajudar o Ibovespa na busca por novos recordes
Ainda diante de tais desafios, no cenário atual, há pontos positivos que merecem destaque. Um deles é o crescimento econômico.
Hoje, por exemplo, teremos acesso aos dados oficiais referentes à atividade econômica do segundo trimestre, e é provável que, ao ler este texto, você já esteja informado sobre os resultados.
Observamos que a economia tem se mostrado mais resiliente do que o esperado, mesmo diante das altas taxas de juros.
O mercado de trabalho continua aquecido, o que tem contribuído para manter a inflação relativamente sob controle.
Nesse contexto, surge a questão: será que já estamos alcançando um crescimento de 3% no Brasil?
Outro ponto de força é o desempenho das empresas. Os resultados corporativos do segundo trimestre surpreenderam positivamente, com receitas, Ebitda e lucros líquidos acima das expectativas.
Esses fatores, combinados com valuations ainda atrativos, têm incentivado o fluxo de capital estrangeiro para o Brasil.
A recente queda nas taxas de juros dos Estados Unidos tem sido um fator decisivo nesse movimento, atraindo investidores que injetaram R$ 9,7 bilhões em ações brasileiras somente em agosto.
Esse foi o segundo mês consecutivo de entrada líquida de capital estrangeiro, totalizando R$ 13,2 bilhões nos últimos dois meses.
É claro que desafios existem, como a incerteza jurídica envolvendo a plataforma X, que pode gerar desconfiança internacional.
No entanto, a tendência de queda nas taxas de juros continua a prevalecer.
Vale destacar também que, embora os investidores locais tenham retirado recursos do mercado acionário em agosto, o ritmo de resgates foi menor do que no ano anterior.
O humor parece estar melhorando.
Assim, o mercado acionário brasileiro ainda tem espaço para continuar sua trajetória de alta.
Mesmo após as recentes valorizações, as ações brasileiras permanecem com valuations atraentes, negociadas a cerca de 8,5 vezes os lucros projetados para o Ibovespa nos próximos 12 meses — ou 10 vezes, excluindo Petrobras e Vale. Esse valuation está um desvio padrão abaixo da média histórica.
Com essas avaliações favoráveis, a combinação de taxas de juros em queda nos EUA e, mais importante, sinais claros de comprometimento do governo brasileiro com a consolidação fiscal, pode impulsionar ainda mais as ações brasileiras nos próximos meses.
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos
Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’
Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios
Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje
Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços