Como a decisão de juros do Fed nos EUA pode tirar o bitcoin (BTC) da faixa do “zero a zero” após o halving — e ainda iniciar novo rali das criptomoedas
As decisões do Fed sobre os juros impactam diretamente o cenário macroeconômico, que influencia o desempenho dos ativos de risco

No momento em que escrevo, estamos a menos de 24 horas da próxima reunião do FOMC (Federal Open Market Committee), o comitê do Federal Reserve responsável por definir a política monetária dos Estados Unidos. O objetivo é cumprir um duplo mandato: promover a estabilidade econômica e manter a inflação sob controle.
Mas, por que isso importa para nós, investidores de criptomoedas?
As decisões do FOMC, como parte do maior banco central do planeta, impactam diretamente o cenário macroeconômico, que, por sua vez, influencia o desempenho dos ativos de risco.
Para alcançar seus objetivos, o FED dispõe de uma série de ferramentas. No Insights de hoje, iremos focar especificamente em uma, o controle das taxas de juros.
O impacto da decisão de juros do Fed sobre as criptomoedas
De maneira enxuta, os juros são o preço do dinheiro, logo, controlar taxas de juros é equiparado a controlar o acesso ao dinheiro.
Dessa forma, quando o Fed aumenta as taxas de juros, ele torna o custo do crédito mais caro, algo que desestimula o consumo e o investimento, desacelerando a economia e reduzindo a inflação.
Leia Também
Historicamente, em cenários como esse, a diminuição da liquidez – ou seja, a menor disponibilidade de dinheiro – leva os investidores a buscarem formas de proteger seu patrimônio, geralmente optando por alocar recursos em títulos de renda fixa e investimentos mais conservadores.
Por outro lado, quando o Fed opta por reduzir as taxas, a liquidez aumenta, facilitando o acesso ao crédito e incentivando o investimento em ativos de risco e, em particular, o mercado de criptomoedas se mostra extremamente sensível a essas mudanças.
O corte de juros nos EUA é certo... mas há uma dúvida no horizonte
Desde março de 2020, época marcada pelo COVID-19, não vemos um corte nos juros por parte do FED. Agora, no entanto, a conjuntura econômica sinaliza fortemente para um corte, com toda a atenção do mercado voltada para o anúncio de amanhã (18). A única dúvida que resta é o tamanho dessa redução.
Alguns acreditam que o corte será de 0,25% e outros de 0,50%. A incerteza ainda paira no ar. Os membros do Banco Central têm de colocar na balança os dados econômicos mais recentes e encontrar o ponto de equilíbrio.
Afinal, começar com um corte menor lhes dá mais flexibilidade, ao mesmo tempo em que sinaliza que não há uma preocupação imediata com uma crise mais profunda na economia. Enquanto um corte maior pode ser importante para se antecipar ao risco de desaceleração
No curtíssimo prazo é difícil prever o que irá acontecer, uma vez que houve momentos em que o preço se desvalorizou logo após o corte, contudo tudo irá depender de como o mercado irá interpretar os dados.
Já para o médio/longo prazo, com o aumento de liquidez oriundo do corte nas taxas de juros, temos grande convicção de um novo rally no preço das criptomoedas, com o bitcoin (BTC) finalmente saindo dessa faixa de consolidação que nos encontramos desde o halving.
Variações semanais (10/09/24 a 16/09/24)
🪙 Bitcoin (BTC)
Preço: US$ 58.180 | Var. +1,96%
🪙 Ethereum (ETH)
Preço: US$ 2.293 | Var. -2,79%
🌐 Dominância Bitcoin: 57,88% (Var. +1,14%)
* dados referentes ao fechamento em 16/09/24
Tópicos da semana no mercado de criptomoedas
- Grayscale anunciou o lançamento do primeiro fundo de trust XRP nos EUA:
A Grayscale anunciou o lançamento do primeiro trust de XRP nos EUA, um fundo fechado que dará a certos investidores exposição ao XRP.
- MicroStrategy adquire 13.800 BTC por $1,11 Bilhão:
A MicroStrategy adquiriu recentemente 13.800 bitcoins por US$ 1,11 bilhão, elevando seu total de bitcoins para aproximadamente 244.800, com um investimento total de US$ 9,45 bilhões.
O preço médio de compra da empresa é de US$ 38.585 por bitcoin.
A compra foi financiada pela venda de ações, parte de um programa de emissão de US$ 2 bilhões.
Sob a liderança de Michael Saylor, a empresa continua a aumentar suas participações em Bitcoin como parte de sua estratégia de usar a criptomoeda como ativo de tesouraria.
- Projeto Cripto World Liberty Financial, promovido pela família Trump:
O projeto cripto World Liberty Financial, promovido pela família Trump, confirmou o lançamento de seu token de governança WLFI, que será intransferível e não dará direitos econômicos.
Cerca de 63% do token será vendido ao público, com 17% destinado a recompensas e 20% à equipe.
O token será vendido apenas a investidores qualificados sob uma isenção da Regulação D da SEC, que permite levantar capital sem registrar valores mobiliários.
A equipe não divulgou a data de lançamento durante uma transmissão ao vivo que atraiu mais de 100.000 ouvintes.
Gráfico da semana
Remetendo ao tema de hoje, abaixo você pode observar um gráfico da CME FedWatch Tool, uma ferramenta fornecida pelo CME Group, que permite acompanhar as expectativas do mercado em relação às decisões futuras de política monetária do Federal Reserve, em específico sobre as mudanças nas taxas de juros.
Ele usa dados do mercado de futuros de taxas de juros negociados na Bolsa de Chicago (CME) para calcular as probabilidades de possíveis ajustes nas taxas que o Fed realizará em suas reuniões.
Este gráfico em específico mostra como as expectativas do mercado para os cortes de juros previstos para o dia 18 de Setembro de 2025 variaram em 4 datas diferentes. Com as chances divididas entre um corte de 0,25 e 0,50.
Observe como as chances mudam num intervalo de apenas 7 dias, entre o dia 10/09 e o dia 16/09, onde a chance de um corte de 0.50 sai de 34% para 62%. Demonstra incerteza.
Fonte: CME FedWatch Tool
Atenciosamente,
Luis Kuniyoshi
Show de talentos na bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca
Ibovespa acaba de renovar sua máxima histórica em termos nominais e hoje depende do noticiário corporativo para continuar subindo
Trump e o Boeing: por dentro da controvérsia (e da possível aeronave) que família real do Catar ofereceu aos EUA
Segurança, legalidade e carpetes felpudos: o que está por trás da luxuosa e polêmica aeronave que a família real do Catar ofereceu a Donald Trump
Nubank (ROXO34) atinge lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, enquanto rentabilidade (ROE) vai a 27%; ações caem após resultados
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco digital do cartão roxo atingiu a marca de 27%; veja os destaques do balanço
Ibovespa dispara quase 3 mil pontos com duplo recorde; dólar cai mais de 1% e fecha no menor patamar em sete meses, a R$ 5,60
A moeda norte-americana recuou 1,32% e terminou a terça-feira (13) cotada a R$ 5,6087, enquanto o Ibovespa subiu 1,74% e encerrou o dia aos 138.963 pontos; minério de ferro avançou na China e CPI dos EUA veio em linha com projetado
Com bolsa em alta, diretor do BTG Pactual vê novos follow-ons e M&As no radar — e até IPOs podem voltar
Para Renato Hermann Cohn, diretor financeiro (CFO) do banco, com a bolsa voltando aos trilhos, o cenário começa a mudar para o mercado de ofertas de ações
Unidos contra Trump? Lula e Xi aproveitam encontro na China para mandar mensagem aos EUA
Sem mencionar o nome do republicano, o presidente chinês, Xi Jinping, também comentou sobre a política tarifária dos EUA
Yduqs no vermelho: Mercado deixa ações de recuperação após balanço fraco. Ainda vale a pena ter YDUQ3 na carteira?
Para os analistas, a Yduqs (YDUQ3) apresentou resultados mistos no 1T25. O que fazer com os papéis agora?
Ibovespa renova máxima histórica e busca os 139 mil pontos nesta terça-feira (13); entenda o que impulsiona o índice
“Última” máxima intradiária do Ibovespa aconteceu em 8 de maio, quando o índice registrou 137.634,57 pontos
Hapvida (HAPV3) dispara na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas perda de beneficiários acende sinal de alerta. Vale a pena comprar as ações?
A companhia entregou resultado acima do esperado e mostrou alívio na judicialização, crescimento da base de clientes ainda patina. Veja o que dizem os analistas
Ata do Copom: Juros podem até parar de subir, mas Galípolo e diretores do BC jogam água fria sobre momento da queda da Selic
Copom volta a sinalizar que o fim do atual ciclo de aperto monetário está perto do fim, mas uma alta residual da taxa de juros ainda segue na mesa
Elo, agora em 3 fatias iguais: Bradesco, Banco do Brasil e Caixa querem voltar a dividir a empresa de pagamentos igualmente
Trio de gigantes ressuscita modelo de 2011 e redefine sociedade na bandeira de cartões Elo de olho nos dividendos; entenda a operação
Resultado da Petrobras (PETR4) não foi ótimo, mas também não foi terrível — o que fazer com as ações agora?
Ação segue como principal recomendação do BTG no setor, mas algumas linhas do balanço preocupam
Um acordo para buscar um acordo: Ibovespa repercute balanço da Petrobras, ata do Copom e inflação nos EUA
Ibovespa não aproveitou ontem a euforia com a trégua na guerra comercial e andou de lado pelo segundo pregão seguido
Depois do incêndio, EUA e China aparecem com baldes d’água: o que está em jogo no cessar-fogo da guerra comercial
A reação brasileira ao armistício tarifário tem sido, no mínimo, peculiar. Se por um lado a trégua parcial afasta o fantasma da recessão global e reacende o apetite por commodities, por outro, uma série de forças contrárias começa a moldar o desempenho do mercado local
Felipe Miranda: O elogio do vira-lata (ou sobre small caps brasileiras)
Hoje, anestesiados por um longo ciclo ruim dos mercados brasileiros, cujo início poderia ser marcado em 2010, e por mais uma década perdida, parecemos nos esquecer das virtudes brasileiras
O prejuízo ficou para trás: Petrobras (PETR4) tem lucro 48,6% maior no 1T25, investe 29% a menos do que no 4T24 e paga R$ 11,72 bilhões em dividendos
Entre janeiro e março, o lucro líquido da estatal subiu para R$ 35,209 bilhões em base anual; as projeções indicavam R$ 28,506 bilhões
Trégua entre EUA e China evita catástrofe, mas força Brasil a enfrentar os próprios demônios — entenda os impactos do acordo por aqui
De acordo com especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro, o Brasil poderia até sair ganhando com a pausa na guerra tarifária, mas precisaríamos arrumar a casa para a bolsa andar
Apple avalia aumentar preço da nova linha de iPhones enquanto evita apontar o verdadeiro “culpado”
Segundo o jornal The Wall Street Journal, a Apple quer justificar possível alta com novos recursos e mudanças no design dos smartphones a serem lançados no outono dos EUA
Criptomoedas (inclusive memecoins) disparam com avanço de acordos comerciais; Moo Deng salta 527% em uma semana
Mercado de memecoins ganha fôlego após alívio nas tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e outras potências globais
Bitcoin (BTC) toca os US$ 105 mil; XRP lidera ganhos após trégua na guerra comercial entre China e EUA
Mercado de criptomoedas ganha força após EUA e China reduzirem tarifas comerciais e abrirem caminho para novas negociações; investidores voltam a mirar recordes